Germinal – Educação e Trabalho

Soluções criativas em Educação, Educação Profissional e Gestão do Conhecimento

Reparação em Tempo 28 de agosto de 2009

Com este post iniciamos uma nova categoria: textos de amigos e de leitores.

 

Começamos com um texto de um amigo: Rodolpho Rocha, cujas referências estão na nota 1.

 

 

Por Rodolpho Rocha[1]

Nunca se escreveu tanto, nunca se produziu tantas elucubrações sobre o tempo, sua importância, como usá-lo, como se tornar mais feliz dele se apropriando.

 

O que antes parecia ser preocupação dos poetas, compositores populares e filósofos pré-socráticos, hoje invadiu o erudito mundo dos negócios. Daí essa intensa “manifestação cultural” que, de forma mais oportunista que ingênua, nos apresentam receitas e recomendações para a conquista da felicidade neoliberal.

 

“Gestão do Tempo”, “Maximização do Tempo”, “Otimização do Tempo”, “Produtividade Pessoal”, são alguns dos títulos de livros ou de workshops que demonstram nossa conversão a esse tão disciplinado e eficiente ramo do conhecimento humano.

 

Em contraponto a esse ciclo de modernidade, segue o texto abaixo elaborado após entrevista com membro dissidente do movimento[2].

 

Tempo você não investe.

Tempo você não resgata.

Tempo você não empresta.

Tempo não se desperdiça.

Tampouco se recupera.

Tempo nunca foi dinheiro,

(pois se o fosse, os Bancos dele se apropriariam e,

generosamente, o venderiam para nós com juros obscenos).

Tempo você não acumula,

porque não se pode ser guardado.

Tempo não passa, não vai, nem fica,

porque não é bloco de Carnaval,

nem catapora, nem propaganda gratuita de TV.

Tempo nunca se esgota,

o que acaba é apenas a areia fina

que um idiota desocupado

despejou num vidro de cintura fina e o chamou de ampulheta,

não sabendo o que fazer com o tamanho do seu tédio e o vazio da sua solidão.

Tempo não pode ser gerido,

porque você não é seu dono.

Tempo não pode ser absorvido,

porque não há estoque de toalha de papel disponível.

Tempo não pode ser curtido,

porque não é picles exibido em gôndola de supermercado.

Tempo não passa lentamente.

Tempo não voa tão depressa,

porque não é passarinho, não come alpiste, nem caga na sua desatenta cabeça globalizada.

Ninguém consome tempo,

nem por ele é consumido,

porque tempo não é alimento, não engorda, não provoca gases nem é distribuído em cestas básicas.

Tempo não cura porra nenhuma!

E nem faz parte do receituário farmacológico nacional (incluindo genéricos).

Tempo não acaba com sua dor de corno,

e nem apaga as cagadas que você cometeu.

Foi você, com sua sabedoria quase desconhecida

que guardou toda essa dor, toda essa ira

no lugar certo, dando-lhe o seu verdadeiro tamanho e significado.

E agora torna esses eventos quase bonitos

posto que é só lembrança.

Mas o tempo não tem nada a ver com isso!

Portanto, se você quer aprender sobre o tempo

fale com os malucos que nunca

acreditaram na divisão passado-presente-futuro que quiseram lhe impingir.

Ou fale com os preguiçosos,

que quase por reverência (ou por inércia)

não explicam o tempo, nem pensam em dominá-lo,

sabiamente, a ele se entregam!


 

[1] Notas sobre o autor: Rodolpho Rocha é consultor de empresas e vê com muita seriedade as questões relacionadas à administração e uso do tempo. Faz questão de destacar que o texto quase-poema não reflete sua posição pessoal, porque ele não sabe se a tem. A história é fictícia, o personagem é fictício, o congresso também o é. Só é verdadeira a morena e seu sorriso escancarado, assim como a praia deserta no litoral baiano que o brancaleônico exército dos ambientalistas insiste em preservar.

 

[2] Notas sobre o personagem: O personagem em questão era renomado palestrante de seminários internacionais sobre Administração do Tempo e não raras vezes aparecia em capas de revistas especializadas. Ocorre que num grande evento em São Paulo, onde faria a conferência magna, não apareceu: estava em ótima e sorridente companhia numa praia deserta no litoral baiano. Foi injuriado, foi processado, perdeu muito dinheiro, perdeu todo prestígio conquistado. Mas não se arrependeu nem um pouco da decisão tomada e hoje encanta turistas que compram suas peças de artesanato e ficam deslumbrados com o seu inglês tão fluente.

 

 

Revoltado ou criativo? 26 de agosto de 2009

Filed under: Escritos nossos e de outros — José Antonio Küller @ 9:31 pm
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Sem nenhuma ilustração para atrapalhar, um contraponto às múltiplas histórias sobre a imbecilidade dos alunos:

 

Há algum tempo recebi um convite de um colega para servir de árbitro na revisão de uma prova. Tratava-se de avaliar uma questão de física, que recebera nota zero. O aluno contestava tal conceito, alegando que merecia nota máxima pela resposta, a não ser que houvesse uma “conspiração do sistema” contra ele. Professor e aluno concordaram em submeter o problema a um juiz imparcial, e eu fui o escolhido.

 

Chegando à sala de meu colega, li a questão da prova, que dizia: “Mostre como pode-se determinar a altura de um edifício bem alto com o auxílio de um barômetro.” A resposta do estudante foi a seguinte: “Leve o barômetro ao alto do edifício e amarre uma corda nele; baixe o barômetro até a calçada e em seguida levante, medindo o comprimento da corda; este comprimento será igual à altura do edifício.”

 

Sem dúvida era uma resposta interessante, e de alguma forma correta, pois satisfazia o enunciado. Por instantes vacilei quanto ao veredicto. Recompondo-me rapidamente, disse ao estudante que ele tinha forte razão para ter nota máxima, já que havia respondido a questão completa e corretamente. Entretanto, se ele tirasse nota máxima, estaria caracterizada uma aprovação em um curso de física, mas a resposta não confirmava isso. Sugeri então que fizesse uma outra tentativa para responder a questão.

 

Não me surpreendi quando meu colega concordou, mas sim quando o estudante resolveu encarar aquilo que eu imaginei lhe seria um bom desafio. Segundo o acordo, ele teria seis minutos para responder à questão, isto após ter sido prevenido de que sua resposta deveria mostrar, necessariamente, algum conhecimento de física.

 

Passados cinco minutos ele não havia escrito nada, apenas olhava pensativamente para o forro da sala. Perguntei-lhe então se desejava desistir, pois eu tinha um compromisso logo em seguida, e não tinha tempo a perder. Mais surpreso ainda fiquei quando o estudante anunciou que não havia desistido. Na realidade tinha muitas respostas, e estava justamente escolhendo a melhor. Desculpei-me pela interrupção e solicitei que continuasse. No momento seguinte ele escreveu esta resposta: “Vá ao alto do edifico, incline-se numa ponta do telhado e solte o barômetro, medindo o tempo t de queda desde a largada até o toque com o solo. Depois, empregando a fórmula h=(1/2)gt^2 , calcule a altura do edifício.”

 

Perguntei então ao meu colega se ele estava satisfeito com a nova resposta, e se concordava com a minha disposição em conferir praticamente a nota máxima à prova. Concordou, embora sentisse nele uma expressão de descontentamento, talvez inconformismo. Ao sair da sala lembrei-me que o estudante havia dito ter outras respostas para o problema. Embora já sem tempo, não resisti à curiosidade e perguntei-lhe quais eram essas respostas. “Ah!, sim,” � disse ele – “há muitas maneiras de se achar a altura de um edifício com a ajuda de um barômetro.”

 

 Perante a minha curiosidade e a já perplexidade de meu colega, o estudante desfilou as seguintes explicações. “Por exemplo, num belo dia de sol pode-se medir a altura do barômetro e o comprimento de sua sombra projetada no solo, bem como a do edifício”. Depois, usando-se uma simples regra de três, determina-se à altura do edifício.” “Um outro método básico de medida, aliás bastante simples e direto, é subir as escadas do edifício fazendo marcas na parede, espaçadas da altura do barômetro. Contando o número de marcas ter-se-á a altura do edifício em unidades barométricas”. Um método mais complexo seria amarrar o barômetro na ponta de uma corda e balançá-lo como um pêndulo, o que permite a determinação da aceleração da gravidade (g). Repetindo a operação ao nível da rua e no topo do edifício, tem-se dois g’s, e a altura do edifício pode, a princípio, ser calculada com base nessa diferença.” “Finalmente”, – concluiu, – “se não for cobrada uma solução física para o problema, existem outras respostas. Por exemplo, pode-se ir até o edifício e bater à porta do síndico. Quando ele aparecer; diz-se: “Caro Sr. síndico, trago aqui um ótimo barômetro; se o Sr. me disser a altura deste edifício, eu lhe darei o barômetro de presente.”

 

A esta altura, perguntei ao estudante se ele não sabia qual era a resposta esperada para o problema. Ele admitiu que sabia, mas estava tão farto com as tentativas dos professores de controlar o seu raciocínio e cobrar respostas prontas com base em informações mecanicamente arroladas, que ele resolveu contestar aquilo que considerava, principalmente, uma farsa.

 

De Waldemar Setzer, professor aposentando da USP

 

Cozinhar e servir com a Bela e a Fera 24 de agosto de 2009

 

Dentro da categorias: uso didático de vídeos e Educação em Vídeos postamos, a seguir, um excerto da Oficina de Cozinhar e Servir de um Programa de Capacitação de Empregados Domésticos, desenvolvido pela Germinal Consultoria para o SENAC de São Paulo.

 

 

Atividade 22: Dia de Festa: preparação do que vai ser servido

Descrição: o coordenador projeta  segmento do filme A Bela e a Fera, de Walt Disney, em que é servido o jantar com toda pompa e fantasia.

Segue-se comentários gerais sobre o show do jantar encantado e, voltando ao assunto do jantar do dia, o coordenador lança a pergunta: o que é importante garantir que aconteça para encantar os convidados, sem contar com os efeitos especiais Disney? 

Dali - The Basket of bread

 

Tentando encantar o cliente

O coordenador sintetiza os resultados almejados expressos, chamando a atenção para a necessidade de um entendimento do tipo de jantar que se quer preparar e de um planejamento prévio do que fazer. O pré-preparo dará, certamente, mais tranqüilidade ao cozinheiro se não puder contar com ajuda. O grupo executor inicia suas atividades e os demais assumem seus papéis designados na sessão anterior. O grupo encarregado de servir recebe do coordenador o conjunto de louças, talheres, copos e guarnições necessários para arrumar a mesa do jantar festivo. O coordenador permanece à disposição para assessorar os grupos até a conclusão dos trabalhos.

 

Dali - Bread in Basket

Dali - Bread in Basket

Atividade 23: O Jantar Está Servido!

Descrição: se a mesa de festa não comportar todos os participantes, cada grupo escolherá os seus representantes, uma vez que, a essa altura, todos os participantes já devem ter sido servidos. Desta forma, a mesa de festa terá representantes de todos os grupos, incluindo do grupo executor e do grupo responsável por observar o serviço. Os demais fazem a degustação da forma como fizeram em sessões anteriores. Os participantes sentados à mesa comportam-se como convidados para que o grupo encarregado de servir possa desenvolver todas as técnicas requeridas pelo cardápio. O jantar estará encerrado quando todos terminarem de tomar o cafezinho servido após a sobremesa. Neste momento o coordenador convida todos para reunirem-se e fazer a avaliação.

 

Ó Xente, Pois Não 20 de agosto de 2009

 

Com este post, iniciamos uma nova categoria do blog: Uso Didático de Vídeos. Vamos começar com o exemplo de uma forma de utilização, para fins de aprendizagem, do documentário Ó XENTE, POIS NÃO (Direção de Joaquim de Assis. Rio de Janeiro: Produtora Zodíaco / FASE. 1983. 1 videocassete (25 min), VHS/NTSC, son., color).

 

O texto incluído a seguir faz parte das Referências para a Ação Docente, do Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Turismo, do Projeto Trilha Jovem, desenvolvido pela Germinal Consultoria e hoje implementado em 10 destinos turísticos brasileiros.

 

1. Aquecendo

Faça uma recepção individual e amigável aos participantes. Convide-os a escolher seus lugares no semicírculo previamente preparado com o número exato de cadeiras a serem ocupadas. Quando estiverem todos sentados, dê-lhes as boas vindas e apresente-se pelo nome, se ainda não conhecer a classe (em painel).

 

Diário de Bordo

Identifique o responsável pelo Diário de Bordo. Solicite silêncio e atenção para a leitura do texto do relator. Após a conclusão, o atual responsável pelo Diário de Bordo escolhe o novo relator, encarregado do relatório do dia e que será lido na próxima aula.

 

Competências e objetivos

Apresente as competências específicas que serão constituídas através do Projeto Desenvolvimento Sustentável do Turismo. Depois, apresente os objetivos do dia de trabalho que se inicia.

 

Homem e jegue - Mestre Vitalino

Homem e jegue - Mestre Vitalino

Projeção de documentário: “Ó Xente, pois não”

Anuncie a projeção do documentário “Ó Xente, pois não!”. Dê algumas referências sobre o filme no sentido de criar expectativa e estimular a atenção do expectador. Informe que o documentário é sobre uma comunidade camponesa no agreste de Pernambuco e sua árdua luta pela sobrevivência. É reconhecido pela sua qualidade como obra cinematográfica. Informe que as imagens do filme são muito bonitas, mas que a fala é muito importante. Peça que todos mantenham a concentração durante a projeção para entenderem o que as pessoas da comunidade retratada dizem durante o filme. Antes de iniciar a exibição, solicite que cada jovem escolha e registre a fala mais bonita do documentário.

 

Após o filme: impressões e debate

Após a apresentação do documentário, aguarde alguns instantes para que cada um escolha a fala que considerou mais bonita, a que mais gostou ou a que mais o sensibilizou. Organize uma rodada de falas: um a um, os jovens dizem a fala mais bela. Ao final, você revela a frase que escolheu. Estimule, a partir deste momento, comentários sobre o filme. Deixe que expressem espontaneamente suas impressões, num primeiro momento. Depois, oriente os comentários em torno do projeto do açude, da caixa para emergências, do projeto da vassoura, enfim de todas as estratégias que aquela comunidade encontrou para resolver seus próprios problemas. Chame atenção para o processo de tomada de decisões e de planejamento adotados pela comunidade antes de empreender uma ação. Não deixe de destacar a natureza das relações interpessoais da comunidade, essencialmente solidárias e cooperativas, importantes para o desenvolvimento de qualquer projeto coletivo. Por fim, finalize apontando as ações comunitárias apresentadas no filme como exemplos de medidas que transformam a realidade social, sem depender do poder público. É sobre essa possibilidade de transformação que será desenvolvido o Projeto de Promoção do Desenvolvimento Sustentável do Turismo.

 

Trilha Jovem em vídeos 17 de agosto de 2009

 

Mais vídeos sobre o Projeto Trilha Jovem foram postados na Internet. Deles, selecionamos três para dar continuidade à nossa série Vídeos sobre Projetos, que dá acesso a vídeos relacionados aos projetos que a Germinal Consultoria criou ou ajudou a desenvolver.

 

Trilha Jovem 2009 – Evento Teatro

 

 

Leonardo Araujo fala sobre o Programa Trilha Jovem

 

 

Trilha Jovem no Destaque

 

  

 

 

O Projeto Trilha Jovem nasceu de uma proposta curricular desenvolvida, em 2001, pela Germinal Consultoria para oInstituto de Hospitalidade (IH), de Salvador, na Bahia.

 

Essa primeira versão foi alterada pelo IH nas primeiras implementações, em 2004. Depois, em 2006, a versão original e a inicialmente implementada foram fundidas na versão atual, que ganhou dimensão nacional. A Germinal contribuiu nesse trabalho. 

 

A partir da crítica, sistematização, reformulação e ampliação dos planos de aula utilizados nas primeiras implementações, a Germinal criou também as Referências para a Ação Docente (Eixos I, II e III), que são manuais que apresentam sugestão, passo a passo, de desenvolvimento de todas as unidades curriculares do Projeto. As Referências para a Ação Docente facilitam e são fundamentais na manutenção da qualidade  da expansão nacional do Projeto.

 

A Escola e a Sociedade de Magos de York 12 de agosto de 2009

Filed under: Escritos nossos e de outros — José Antonio Küller @ 1:09 pm
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Dias atrás, por curiosidade, folheei algumas páginas do livro Jonathan Strange and Mr. Morrel, de Susanna Clarke (São Paulo, Companhia das Letras, 2005), que minha filha estava lendo. A página inicial me despertou a atenção. Ali se lia:


  1. A biblioteca de Hurtfew

     

    Outono de 1806 – janeiro de 1807

     

     

    Alguns anos atrás, na cidade de York, existia uma sociedade de magos. Eles se reuniam na terceira quarta-feira de cada mês e liam ensaios longos e enfadonhos sobre a história da magia inglesa.

     

    Eram magos cavalheiros. Ou seja, nunca fizeram mal a ninguém por meio da magia, nem por meio dela jamais fizeram algum bem. De fato, para falar a verdade, nenhum deles nunca recorreu ao menor encantamento, nem por meio da magia jamais fez uma folha de árvore tremular, nunca alterou o curso de uma partícula de pó ou mudou um só fio de cabelo da cabeça de alguém. Porém, feita essa pequena ressalva, os magos tinham a reputação de ser os cavalheiros mais sábios e mais mágicos do condado de York.

     

    Referindo-se à profissão, um grande mago afirmou que os que a exercem “devem se esforçar e dar tratos à bola para aprender alguma coisa, mas entre eles a desavença é sempre muito natural”, e os magos de York comprovaram a verdade disso ao longo de muitos anos.

     

    No outono de 1806, acolheram um novo membro, um cavalheiro de nome John Segundus. Na primeira reunião que ele participou, Mr. Segundus se levantou e proferiu um discurso ante a sociedade. Começou por congratular os cavalheiros pela história notável que tinham; enumerou os muitos magos e historiadores renomados que em diferentes períodos pertenceram à sociedade de York. Deu a entender que saber da existência de tal sociedade fora um grande estímulo para ir até York. Os magos do Norte, lembrou ele ao público, sempre haviam sido mais respeitados do que os do sul. Mr. Segundus disse que estudara magia durante anos a fio e conhecia a história de todos os grandes magos do passado. Lera as novas publicações sobre o assunto e até fizera uma modesta contribuição para a proliferação delas, mas recentemente começara a se perguntar por que os grandes feitos de magia sobre os quais lera permaneciam nas páginas do livro que escrevera e já não eram vistos nas ruas nem noticiados nos jornais. Mr. Segundus disse que gostaria de saber por que os magos modernos não eram capazes de praticar a magia sobre a qual escreviam. Em resumo, desejava saber por que não se fazia mais magia na Inglaterra.

     

    Era a pergunta mais banal do mundo. Era a pergunta que, cedo ou tarde, qualquer criança no reino faria à governanta, ao professor ou aos pais. Entretanto, os cultos integrantes da Sociedade de York não gostavam nem um pouco de ouvi-la, porque estavam incapacitados para respondê-la quanto qualquer outra pessoa.

     

    O presidente da Sociedade de York (cujo nome era Dr. Foxcastle) dirigiu-se a John Segundus e explicou que aquela era uma pergunta equivocada.

     

    – Ela pressupõe que o mago tem uma espécie de dever de praticar a magia, o que, claro, é um disparate. Creio que o senhor não sugeriria que a tarefa do botânico fosse criar mais flores. Ou que o astrônomo devesse reorganizar as estrelas. O mago, meu senhor, estuda a magia praticada muito tempo atrás. Por que esperar dele mais do que isso?

 

Por muitos motivos, a Sociedade de Magos de York me lembrou a nossa escola. Todos “devem se esforçar e dar tratos à bola para aprender alguma coisa“. Não se pratica nada do que se ensina. O aluno também estuda a magia praticada muito tempo atrás“. “Por que se esperar dele mais do que isso“?


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4.000 jovens aprendizes rurais visitam a AGRISHOW 10 de agosto de 2009

horta mandala e poar - pardinho (SP) 2009

Horta mandala e pomar - Pardinho (SP)

 

O site O Barriga Verde, de Taió, Santa Catarina, veiculou a seguinte notícia sobre o Programa Jovem Aprendiz Rural:

 

A possibilidade de conhecer, na prática, as máquinas e implementos agrícolas e ver, de perto, outras tecnologias para aplicação em fazendas e plantações são os principais objetivos dos jovens aprendizes rurais que visitam a AGRISHOW. “É uma oportunidade única estar aqui”, comemorou o aprendiz de 15 anos, Renato Ramos da Silva, da caravana de Santa Rita d’Oeste.

  

Vindas de diversas cidades do interior paulista, as caravanas são organizadas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), também responsável pelo desenvolvimento do programa Jovem Aprendiz Rural, com apoio das prefeituras e do Sindicato Rural local. Até o término da AGRISHOW, está prevista a visita de cerca de quatro mil aprendizes, de 14 a 17 de anos.

  

No programa, os jovens têm a oportunidade de aprender técnicas de plantação de hortaliças, de compostagem, de minhocultura, além de receber aulas de comunicação, socialização e empreendedorismo. E, dependendo da cidade, há uma parceria com os empresários da região para que os aprendizes efetuem estágio em suas propriedades, ao final do curso. “Com esse programa, tenho chance de arrumar um trabalho e ter uma carreira”, disse Silva.

 

 

jovem aprendiz rural de Tarumã (SP)

Jovem Aprendiz Rural de Tarumã (SP)

O Programa Jovem Aprendiz Rural, destinado aos jovens oriundos do campo e aprendizes, foi desenvolvido pela Germinal Consultoria para o SENAR de São Paulo. Busca desenvolver competências básicas para o trabalho, competências gerais para o trabalho rural e competências para o empreendedorismo.

 

Para o desenvolvimento dessas competências, tem uma organização curricular composta por Projetos e Oficinas, como pode ser visto aqui.

 

Para cada um dos componentes curriculares foi elaborado um manual para o coordenador docente e uma Cartilha do Aprendiz, de modo a propiciar um referencial para a ação docente, um material de apoio para os alunos e facilitar a integração e o treinamento dos professores do Programa. Para conhecer agumas amostras desses manuais, clique aqui.

 

Educadores do Brasil: Paulo Freire 6 de agosto de 2009

Filed under: Educadores do Brasil — José Antonio Küller @ 7:17 pm
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 A Paulo Freire….

 

 

Peço licença para algumas coisas.
Primeiramente para desfraldar
este canto de amor publicamente…..

Sucede que só sei dizer amor
quando reparto o ramo azul de estrelas
que em meu peito floresce de menino…..

Peço licença para soletrar,
no alfabeto do sol pernambucano
a palavra ti-jo-lo, por exemplo,
e pode ver que dentro dela vivem
paredes, aconchegos e janelas,
e descobrir que todos os fonemas
são mágicos sinais que vão se abrindo
constelação de girassóis gerando
em círculos de amor que de repente
estalam como flor no chão da casa…..

 

Às vezes nem há casa: é só o chão.
Mas sobre o chão quem reina agora é um homem
diferente, que acaba de nascer:
porque unindo pedaços de palavras
aos poucos vai unindo argila e orvalho,
tristeza e pão, cambão e beija-flor,
e acaba por unir a própria vida
no seu peito partida e repartida
quando afinal descobre num clarão
que o mundo é seu também, que o seu trabalho
não é a pena que paga por ser homem,
mas um modo de amar – e de ajudar
o mundo a ser melhor….

Peço licença para avisar que, ao gosto de Jesus,
este homem renascido é um homem novo:
ele atravessa os campos espalhando
a boa-nova, e chama os companheiros
a pelejar no limpo, fronte a fronte,
contra o bicho de quatrocentos anos,
mas cujo fel espesso não resiste
a quarenta horas de total ternura…..

Peço licença para terminar
soletrando a canção de rebeldia
que existe nos fonemas da alegria:
canção de amor geral que eu vi crescer
nos olhos do homem que aprendeu a ler…..

 

Santiago do Chile,
primavera de 1964.
Thiago de Mello
In, Faz Escuro Mas Eu Canto, 1998
Editora Bertrand Brasil Ltda
Rio de Janeiro – RJ – Brasil
….

 

Piraí faz história na Educação 5 de agosto de 2009

 

  Depois do Projeto Piraí Digital receber, no dia 13 de junho, em Nova York, o premio Top Seven Intelligent Communities, ficando Piraí entre as sete cidades mais inteligentes do mundo, o site da cidade divulga a seguinte notícia:

 

Em solenidade que contará com a presença do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, do Governador Sérgio Cabral, dos Ministros Fernando Haddad (Educação) e Dilma Rousseff (Casa Civil), do Vice-Governador Luiz Fernando Pezão e do Prefeito Arthur Henrique Gonçalves Ferreira, Tutuca, entre outras autoridades, o município de Piraí, no Sul Fluminense, entrará para a história da educação, nesta sexta-feira, 31 de julho, ao se tornar o primeiro do mundo a distribuir notebooks a todos os alunos e professores da rede de ensino mantida pela Prefeitura.

 

A solenidade será realizada na Praça de Santana, a principal da cidade, a das 9h às 12h30, ocasião em que será feita a distribuição simbólica de notebooks a 20 alunos, cada um representando uma das escolas do município que serão beneficiadas nesta segunda etapa do programa, que é a vertente educacional do Projeto Piraí Digital.

 

“Estamos vivendo um momento importante para a educação de Piraí, do Estado do Rio e do Brasil. Ele é fruto de uma política que cumpriu seu dever de casa, ao decidir priorizar a educação e a saúde, áreas em que a Prefeitura aplica quase 60% do orçamento. O resultado está aí, à vista de todos. Temos a segunda melhor saúde do estado e estamos fazendo história na educação. Por isso, é também um momento de orgulho para todos nós, piraienses”, ressaltou o Secretário de Governo de Piraí, Gustavo Tutuca, coordenador-geral do Projeto Piraí Digital.

 

A entrega de um notebook a cada aluno – e professor – das escolas mantidas pela Prefeitura de Piraí é a expansão de uma experiência que começou em 2007, quando o município foi um dos quatro escolhidos pelo Governo Federal para implantar o piloto do Projeto UCA – Um Computador por Aluno. Os outros escolhidos – todos capitais de Estado – foram São Paulo, Palmas e Porto Alegre, mas a experiência de maior sucesso foi a de Piraí, comprovada pelos números apresentados pelo colégio escolhido – o CIEP municipalizado Professora Rosa da Conceição Guedes. A evasão escolar caiu para menos de 1% (a média nacional é de 26%), subiu de 2,4 para 4,8 o Ideb, que mede a qualidade do ensino, melhorou a disciplina e cresceram o interesse e a participação dos alunos. A matrícula na escola cresceu de 87 alunos em 2005 para cerca de 600 hoje.

 

Piraí foi escolhida para receber o Projeto UCA por causa de seu programa de inclusão digital, que se transformou em política pública, através da implantação do Projeto Piraí Digital, que recebeu vários prêmios internacionais. Além de chancela da Unesco, o projeto fez de Piraí a única cidade brasileira a receber o prêmio Top Seven Intelligent Communities (As 7 cidades mais inteligentes do mundo). O Projeto mereceu capa da revista americana Newsweek e pôs Piraí entre as 40 cidades brasileiras que possuem indicadores de países ricos e com experiências que devem servir de exemplo, segundo reportagem da revista VEJA.

 

Obs\: As ilustrações forma acrescentadas por nós

 

Padrões de Competência em TIC para Professores 3 de agosto de 2009

 

O site da UNESCO divulga e disponibiliza publicações para o planejamento de programas e para a formação de professores para o  desenvolvimento de competências em tecnologia da informação e comunicação (TIC). Com ilustração por nós inserida, reproduzimos um excerto da notícia:

 

Brasília, 31/7/2009 – A UNESCO no Brasil lança nesta terça-feira, 4 de agosto, na sede da Organização, em Brasília, a versão em português da coleção Padrões de Competência em TIC para Professores (ICT-CST). Formada por três brochuras, a publicação, que será apresentada a autoridades e especialistas em educação, reúne diretrizes específicas para o planejamento de programas educacionais e treinamento de professores para a formação de alunos com habilidades em tecnologia.

 

As brochuras são uma iniciativa do Projeto Padrões de Competência em TIC para Professores, da UNESCO. Segundo ele, as práticas educacionais tradicionais já não oferecem aos professores as habilidades necessárias para capacitar os alunos a sobreviverem no atual mercado de trabalho. Por esse motivo, e considerando o papel primordial que exercem na transferência do conhecimento, professores em atividade precisam adquirir competência que lhes permitam oferecer aos alunos oportunidades de aprendizagem com apoio da tecnologia.

 

Para ler a notícia completa, clique aqui.

Para saber mais, clique aqui.

Para acesso à coleção, clique aqui.


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