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O que faz um colégio ser melhor no ENEM? 30 de setembro de 2009

 

 

Em post anterior, discutindo uma tabela publicada Folha de São Paulo em: Melhores colégios tem até 50 candidatos por vaga, concluímos  que os colégios são bem colocados porque selecionam os melhores alunos já no início do Ensino Médio. A seleção se faz por meio de exames de admissão e/ou através da condição sócio-econômica dos candidatos. Os colégios são tão bons quanto os alunos que os frequentam.

 

Em outro post, Resultados do ENEM e Mudanças no Ensino Médio, perseguindo a relação entre a inovação na arquitetura escolar e os resultados do ENEM, fizemos uma busca no google/imagens e nos sites dos 10 colégios melhor classificados no Brasil, tendo como referência o ENEM de 2008. Constatamos que eles não inovam na arquitetura escolar e que provavelmente também não são inovadores na metodologia de ensino que adotam.

 

Usando os mesmos recursos de pesquisa vamos investigar os 10 “melhores” colégios paulistas. Nesta busca, vamos procurar responder à seguinte pergunta: os colégios paulistas melhores classificados no ENEM inovam na arquitetura escolar ou na metodologia que adotam?

 

Inicialmente, vamos estudar os dois primeiros colocados: Vértice e Bandeirantes.

 

  1. VÉRTICE

No site do Vértice e nas imagens disponíveis na Internet, consta-se que o colégio adota o usual arranjo em auditório em suas salas de aula. Não inova na arquitetura, nem nos dispositivos arquitetônicos.

 

 

 O site do colégio não veicula muita informação sobre a metodologia adotada no Ensino Médio. Há uma referência sobre um currículo interdisciplinar e uma clara orientação propedêutica: os alunos são preparados para o vestibular. A ausência de informações, a disposição das salas de aula e a orientação geral levam a supor a adoção de uma metodologia tradicional.

 

 

 

 

2. BANDEIRANTES

 

No site, o Colégio Bandeirantes fala mais de suas intenções. Veja no texto a seguir:

“Com a intenção de facilitar a aquisição de conhecimentos, de exercitar a pesquisa, a habilidade de discriminar informações e, assim, fazer com que o aluno gradativamente conquiste sua autonomia intelectual, o Colégio utiliza variadas estratégias. Discussão contínua sobre a eficácia dos processos pedagógicos adotados, participação de profissionais especializados em diferentes áreas da Educação, constante preocupação com a difusão cultural e emprego de modernos recursos tecnológicos capacitam o nosso aluno não só para uma vivência escolar atuante  e produtiva, mas também ampliam o seu universo de conhecimento e influenciam significativamente na constituição de um cidadão sintonizado com a sociedade atual.”

 

 

É interesante que quando se menciona “variadas estratégias”, que é o que nos interessa aqui, o texto muda de assunto. O que se vê no após não é uma descrição das citadas variadas estratégias. É uma digressão.

 

 

A impressão que sobra, ao final da leitura, é que o Colégio Bandeirantes, tem uma série de atividades circundando o núcleo duro de sua prática cotidiana: a aula expositiva. A figura a seguir mostra o habitual tradicionalismo do arranjo físico.

 

 

 Um texto da “Cultura e Filosofia” (ver site) reafirma a impressão geral:

“Segue a metodologia clássica (centrada no professor e na avaliação por meio de provas), com aulas e atividades diferenciadas (uso de tecnologia, dinâmicas de construção de conhecimento, projetos  de protagonismo juvenil, os quais desenvolvem inúmeras habilidades  além da aquisição do conhecimento).”

 

 

Na nossa busca, os dois primeiros colégios não apresentam inovações na arquitetura escolar ou na metodologia adotada. Nos dois, o centro das preocupações é o preparo para os exames vestibulares. Mesmo assim, são os melhores no ENEM. Uma questão volta a incomodar: a mudança na forma de seleção para a universidade (vestibular X ENEM) produzirá alguma mudança no Ensino Médio brasileiro? Parece que não.

 

Melhores colégios tem até 50 candidatos por vaga 21 de setembro de 2009

 

 

Em post anterior: Resultados do ENEM e Mudanças no Ensino Médio, constatamos que as escolas melhores situadas no ENEM não apresentavam inovações em sua concepção arquitetônica e no arranjo de suas salas de aula.


 

Por indícios recolhidos no levantamento sobre a relação entre arquitetura escolar e resultados do ENEM, levantamos a hipótese de que as melhores do ENEM também não se distinguem pela inovação metodológica. Chegamos a supor que as melhores do ENEM são escolas tradicionais e/ou fortemente orientadas para a transmissão e memorização dos conteúdos curriculares.


 

Prometemos um aprofundamento do estudo de forma a explicar as razões dos melhores resultados. No meio tempo, a Folha de São Paulo publicou uma matéria sobre os colégios de São Paulo que foram os melhores colocados no ENEM de 2008. Usou o seguinte título: Melhores colégios tem até 50 candidatos por vaga.


 

Uma das tabelas publicadas no artigo, chamou-nos a atenção. A tabela relaciona variáveis relacionadas à seleção e os preços cobrados pelos colégios que se classificaram nos primeiros 20 lugares. Reproduzimos a tabela a seguir:


 

image

 

A tabela permite uma conclusão fundamental. Os colégios são bem colocados porque selecionam os melhores alunos já no início do Ensino Médio. A seleção se faz por meio de exames de admissão e/ou através da condição sócio-econômica dos candidatos. Não são os colégios que são os melhores. São os alunos que os frequentam que o são.


 

Em post posterior, voltaremos às questões arquitetônicas e metodológicas. Será uma volta temperada pela constatação de que a metodologia pode ser irrelevante quando se dispõe  de tantas vantagens já no início da corrida. Uma retomada com o molho de uma interrogação: o que faz um colégio ser tão demandado ou poder cobrar mensalidades tão altas?

 

 

Resultados do ENEM e Mudanças no Ensino Médio 16 de setembro de 2009

 

 

Em dois posts anteriores (Resultados do Enem e Arquitetura Escolar  e Resultados do Enem e Arquitetura Escolar II), procuramos verificar se há alguma relação entre inovações na arquitetura escolar, especialmente no espaço e no arranjo da sala de aula, e os resultados do ENEM, versão de 2008.

 

 

Um estudo a partir do sites dos colégios e de um levantamento nos registros fotográficos disponíveis na Internet revelou que os 10 colégios melhores classificados, em função dos resultados de seus alunos, não apresentam mudança significativa no espaço e no arranjo das salas de aula.

 

 

Os sites e as propostas pedagógicas dos colégios nem arranham essa questão e as fotos disponíveis mostram sempre um espaço e um arranjo convencional (salas retangulares, cadeiras dispostas em filas). Mesmo onde o tamanho do espaço físico e o mobiliário permitem outros arranjos, as fotos mostram o indefectível arranjo em auditório. Um ambiente propício para a fala de um e para a audição de muitos.

 

 

A constatação nos leva a crer que as inovações metodológicas também sejam poucas entre as 10 mais, embora sobre tais inovações as propostas pedagógicas dos colégios (quando disponíveis nos sites) falem um pouco mais.

 

 

Mesmo necessitando de mais informações para confirmar a hipótese, ousaríamos afirmar que os colégios mais bem situados na classificação são tradicionais e/ou fortemente centrados na transmissão e memorização dos conteúdos curriculares, com o olho voltado para o bom desempenho de seus alunos nos vestibulares para o ensino superior.

 

 

A afirmação, se verídica, implica em constatar que a mudança da forma de seleção dos alunos para a universidade (Vestibulares X Enem) será inócua em induzir mudanças significativas na atual realidade do Ensino Médio brasileiro.

 

 

Dada a importância da afirmação, voltaremos, em posts posteriores, a abordar o assunto. Nessa volta, vamos investigar as variáveis que determinam o bom desempenho dos colégios melhor colocados no Enem de 2008. A partir daí, tentaremos mostrar que essas variáveis não são influenciadas pelo tipo de exame que se adota na seleção para o ensino superior.

 

Resultados do ENEM e Arquitetura escolar II 9 de setembro de 2009

 

Neste post damos sequência a outro, de nome similar, que denunciam a nossa intenção de buscar eventuais relações entre inovações na arquitetura escolar e os resultados do ENEM de 2008.

 

 No primeiro post investigamos as 5 primeiras escolas. Neste, vamos pesquisar as outras cinco que, com as anteriores,  compõem o grupo das dez mais.

 

 

 

6. Colégio WR , Goiânia, Particular

 

As informações sobre a proposta pedagógica do Colégio WR não vão muito além da frase que está anexa à foto da fachada e que ilustra a página principal do site. A página promete um tour virtual, que não estava acessível.

 

Procurando na Internet encontramos a foto ao lado, publicada pela Revista Veja. A foto permite constatar que o arranjo fisico das salas de aula é tão tradicional quanto o resumo da proposta, que grita seu conservadorismo na porta de entrada do site.

 

 

 

 

7. Colégio Santo Inácio, Rio de Janeiro, Particular

 

A proposta pedagógica do Colégio Santo Inácio, escola colocada em sétimo lugar no Enem de 2008, pode ser encontrada em seu site. Não faz referência sobre o arranjo físico das salas, mas diz:

 

O bom trabalho educativo é muito mais do que o espaço da sala de aula, devendo incluir o conhecimento de diferentes aspectos da realidade. Passeios e visitas didáticas a museus, centros culturais, sítios ambientais, empresas, são algumas das atividades que se integram ao trabalho de classe nas diferentes séries no CSI. São essenciais nos projetos voltados para a educação ambiental, artística e cultural.

 

Nossos alunos também têm contato freqüente com espetáculos teatrais e musicais que são trazidos à escola. O cinema está sempre presente nas aulas por meio do vídeo e do DVD. Além de mais de 4.000 vídeos didáticos, a escola dispõe de farto acervo audiovisual, incluindo filmes clássicos de diversos gêneros, acervo infantil específico, além das mais importantes obras do cinema nacional.

 

Não encontramos imagem alguma de sala de aula do Colégio Santo Inácio, em nossa pesquisa. Não sabemos porque, mas a foto da fachada do Colégio somada aos dizeres acima nos levam a concluir que o arranjo físico das salas de aula do Santo Inácio é tradicional. Esperamos fotos que nos contradigam.

 

 

8. Colégio Eng. Juarez de Siqueira Britto Wanderley, São José dos Campos, Particular

O site da Embraer veicula a seguinte informação:

 

“O Colégio Eng. Juarez Wanderley, concebido e materializado em pouco mais de um semestre, é a expressão concreta da ação do Instituto Embraer de Educação e Pesquisa.

 

Inaugurado em 4 de fevereiro de 2002, proporciona Ensino Médio de alta qualidade a alunos egressos da rede pública da região de São José dos Campos (incluindo Taubaté, Caçapava e Jacareí). A gestão escolar está sob responsabilidade do Sistema Pitágoras.”

 

Na página  sobre infraestrutura, informa-se: “com 15 salas de aula amplas e arejadas, dotadas de recursos multimídia e layout privilegiado com flexibilidade para diferentes arranjos.”  É a primeira referência sobre arranjos de sala de aula que encontramos. Infelizmente, não encontramos nenhuma foto das salas de aula do Colégio. Também não sabemos qual arranjo de sala é o mais comum no Colégio.

 

 

9. Vértice Colégio Unidade II – São Paulo -Particular

A fotografia da sala de aula do Colégio Vértice também mostra cadeiras individuais que, como no Colégio Eng. Juarez (assim como em todos os outros) podem ser organizadas de várias maneiras. Mas o site apresenta um arranjo convencional das cadeiras. A escolha desta foto e das demais fotos encontráveis no site nos leva a crer que este é o arranjo usual. 

 

 

!0. Colégio Santo Agostinho, Rio de Janeiro, Particular

Sobre a estrutura física,  o site do Colégio Santo Agostinho do Lebron, Rio de Janeiro, informa:

 

“A estrutura física e didático-pedagógica do colégio Santo Agostinho é determinante de sua qualidade de ensino e de integração e interação dos alunos com o conteúdo ministrado. O Colégio coloca à disposição de seus alunos, para apoio às atividades educacionais: biblioteca, laboratórios, centro de ensino de informática, sala de estudos com computadores ligados à Internet, auditórios. Os alunos desfrutam dessas instalações para atividades em grupo ou individuais, sempre orientados pelo professor da disciplina, responsável pelo trabalho em pauta.”

 

Nenhuma refrência à sala de aula comum e também não encontramos fotografia de sala de aula que pudesse ser atribuída, sem erro, à unidade do Leblon, visto serem muitos os Colégios Santo Agostinho no Brasil. A ausência de informação leva a supor um arranjo convencional das salas de aula.

 

 

Em próximo post,  vamos discutir os resultados dessa busca pela relação entre arquitetura escolar e os resultados do Enem de 2008.

 

Resultados do ENEM e Arquitetura escolar 3 de setembro de 2009

 

  Percebi que, no processo de construção deste blog, temos deixado muitas trilhas e atalhos incompletos.

  

 

Quem me alertou para o fato, foi uma leitora: Isabella Chaves Carvalho, que comentou em relação ao post Arquitetura Escolar e Resultados do ENEM: “Acredito sim na relação da arquitetura escolar com o Enem. Isso porque o espaço, quando bem elaborado, é capaz de exercer influência positiva no aluno, gerando seu bom desempenho nas atividades, o que leva a resultados satisfatórios na avaliação do ENEM”.

  

 A busca de uma possível relação entre a arquitetura escolar inovadora (especialmente a da sala de aula) e os resultados do ENEM é um dos atalhos que iniciei e não completei. Vou tentar fazê-lo, neste e num próximo post.

 

 Vamos começar apresentando as escolas melhor classificadas no ENEM, em 2008. Depois, vamos pesquisar como são organizados os ambientes de aprendizagem de tais escolas.

  

As campeãs do Enem de 2008, e como elas se saíram nos três anos anteriores (ver mais na Revista Época).
 Reprodução

 

 

Neste post vamos pesquisar como são organizados os ambientes escolares das cinco primeiras escolas na classificação do ENEM de 2008, dando ênfase e foco às salas de aula.

   

 

1. Colégio de São Bento, Rio de Janeiro, Particular

  

 

Observem que as mesinhas móveis possibilitam a reorganização da sala. Mas, o que aparece na foto divulgada pela Revista Época é o arranjo tradicional e a tradicional relação entre professor e aluno. No site do Colégio, encontramos a seguinte descrição: 

Laboratório de informática Todas as salas de aula têm acesso à Internet através do “kit multimídia” – datashow + notebook + microsystem. O CSB oferece acesso à rede Wireless no pátio da cantina no 5º andar, na recepção do 4º andar e no hall do 3º andar, aos alunos, pais e responsáveis que desejarem conectar seus notebooks, sem nenhum custo. Para isso, basta solicitar o registro na recepção do 4º andar”.

 

 Pelo que observamos, não é possível afirmar que a arquitetura escolar do Colégio São Bento é inovadora e, muito menos, que é revolucionária. Muito pelo contrário.

  

A proposta político-pedagógica do colégio não veicula nenhuma consideração sobre os espaços e ambientes de aprendizagem.

  

 

2. Colégio Bernoulli, Belo Horizonte, Particular

 

O Colégio Bernoulli facilita muito nosso trabalho de pesquisa. Seu site veicula fotos dos ambientes de aprendizagem do colégio. Uma delas reproduzimos ao lado. Há pouco a comentar. Nada mais tradicional do que isso.

 

No entanto a Proposta Pedagógica do Colégio diz:Acreditamos que a Educação é um processo dinâmico e que a sala de aula é um centro de debates, discussões, diferenças e questionamentos. É lugar onde se compartilha conhecimentos abrindo espaço para erros, contradições, criatividade e, fundamentalmente, colaboração mútua na relação aluno-aluno e aluno-professor. Essa é a Escola de nossos sonhos e que,  juntamente com os nossos alunos e seus familiares, estamos construindo”.

 

No entanto, as salas de aula retratadas no site do colégio apresentam dispositivos arquitetônicos contrários à proposta pedagógica enunciada. Então…

 

 

3. Colégio de Aplicação da UFV – Coluni, Viçosa(MG), Federal

 

No colégio de aplicação da UFV a pesquisa via imagens, no Google, foi mais alentadora. Não apareceu uma única foto de ambientes escolares convencionais. Das fotos que retratam situações de aprendizagem, selecionei duas. São exemplos promissores de superação do ambiente tradicional. Serão exceções ou a norma?

 

Além disso o site afirma:

 “As atividades de ensino do COLUNI desenvolvem-se em modernas instalações no campus da UFV que, além de salas de aula, dispõe de salas de projeção, laboratórios de química, física, biologia e humanidades, bem como de informática, que possibilita acesso a uma rede de computadores conectada à internet. Os alunos utilizam, ainda, a Biblioteca Central, a Praça de Esportes, o Restaurante Universitário e a Divisão de Saúde da UFV.”

  

 Mas, nenhuma informação sobre a Proposta Pedagógica, sobre as salas de aula ou sobre a configuração física delas. Como será o arranjo cotidiano das salas de aula do Colégio de Aplicação da UFV? Quem souber e puder, mande-me fotos.

 

  

4. Colégio Santo Antônio, Belo Horizonte, Particular

 

No site do Colégio Santo Antônio e no Google-imagens não conseguimos nenhuma foto dos ambientes de aprendizagem.

 

  A foto da fachada externa do colégio não promete muita inovação no interior do edifício.

   

A proposta pedagógica do colégio está em um promissor processo participativo de reconstrução. Mas, não sabemos se a questão do arranjo ambiental das salas de aula é um dos temas em discussão.

 

Não sabemos se a foto da sala com computadores, ao lado, encontrada na pesquisa de imagens, pertence de fato ao colégio. Se, sim, é mais um exemplo de modernização conservadora.

 

 

 

 

 

 

5.  Colégio Helyos – Feira de Santana (BA) – Particular

 

 

Por  fim, apresentamos fotos dos ambientes de aprendizagem do Colégio Helyos, quinto colocado no ENEM 2008.

 

A primeira imagem ilustra o texto da Proposta Pedagógica do Colégio. Não é preciso dizer muito mais.

 

A segunda foto é, seguramente, do colégio e retrata mais um exemplar de modernização conservadora: o uso de uma tecnologia nova para deixar as coisas da forma como elas sempre foram.

 

Até agora, nossa pesquisa mostra que os bons resultados no ENEM não tem nenhuma relação com inovações na arquitetura escolar, seja do edifício como um todo ou do dispositivo arquitetônico da sala de aula.

 

Em próximo post, analisaremos as escolas colocadas do sexto ao décimo lugar no ENEM de 2008.

 

 
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