Por: Isabella Carvalho, Arquiteta e Urbanista, Engenheira de Segurança do Trabalho e Mestranda do Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil – PPGEC / UFPa.
A relação entre espaço e usuário é tida como parâmetro para que o edifício escolar se adeque à proposta pedagógica adotada, visto que é em tal ambiente que a criança passa a desenvolver-se, interagindo com o mundo e com outras crianças. Se o objetivo é projetar visando uma organização adequada do espaço para o qual ele se destina e bem-estar de quem o usufrui, é imprescindível que haja aprofundamento sobre os significados inerentes ao ambiente (AZEVEDO, 2002).
Na busca de um trabalho interdisciplinar, acredita-se que uma instituição de ensino não se forma por meio de um único profissional. É necessário realizar a ligação entre arquitetura e outros campos de atuação para que cada pessoa, conforme sua área de interesse, contribua com seu respectivo conhecimento para um projeto escolar.
Dessa maneira, não somente da arquitetura vive o espaço escolar. Para que o conhecimento das relações entre ambiente e comportamento se desenvolva, é preciso que haja interação de uma equipe multidisciplinar, composta por educadores, pedagogos, psicólogos e arquitetos, com o desempenho dessa ligação permitindo o estabelecimento de elos de comunicação entre os membros (ORNSTEIN, BRUNA, ROMÉRO, 1995). Assim, a arquitetura relaciona-se com outras profissões, com a ligação entre elas acontecendo do seguinte modo:
– entre arquitetura e a psicologia ambiental, por meio da percepção do espaço escolar, em que a instituição precisa ser lúdica, com cores vivas e que chamem a atenção do jovem, o qual, através de tais características, é capaz de apreender aquele espaço e, por consequência, ter um interesse próprio ao aprendizado;
– entre arquitetura e pedagogia, ocorrendo com o auxílio das teorias pedagógicas de ensino, que de acordo com seus princípios, são capazes de ditar como o espaço físico deve ser montado, levando-se em consideração que a escola não segue exclusivamente uma única teoria, recebendo influência de outras;
– e entre arquitetura e educação, por meio da educação ambiental, a qual se trata de uma filosofia em que as matérias curriculares usualmente conhecidas são ministradas no ambiente escolar de modo inovador, em que há integração com o meio ambiente natural.
Nos primeiros anos de vida da criança há um contato muito significativo no ambiente escolar, por isso que ele deve apresentar-se como um espaço físico que permita o convívio com os colegas, com características que chamem a atenção da criança, ou atividades que a permitam estar em constante movimento.
Portanto, o ambiente escolar, por ser capaz de afetar o comportamento, deve ser concebido com a possibilidade de desenvolver a aprendizagem, não somente referente ao ensino mas também à interação social, para que o indivíduo seja trabalhado como estudante, recebendo o ensino de modo correto; e como cidadão, desempenhando funções em sociedade. Em suma, os aspectos físicos do processo de aprendizagem não devem ser dissociados no momento da concepção do projeto escolar, o que somente se atinge com a interação de profissionais, e que a metodologia projetual sirva como suporte de uma educação de qualidade (ELALI, 2003).
Isabella Carvalho volta a contribuir com o blog. O texto acima é a introdução de um texto muito interessante de Isabella Carvalho. O texto completo encontra-se em páginas (ver menu lateral). Caso o leitor estiver interessado em ler o texto na íntegra, clique aqui.
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