Germinal – Educação e Trabalho

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Instituições privadas farão parte do Pronatec e do Fies Técnico 27 de março de 2013

Filed under: Ensino médio - cursos técnicos,Ensino médio integrado — José Antonio Küller @ 1:31 pm

 

– Agência Brasil – 26/03/2013 – Brasília, DF

 

Instituições privadas de ensino superior e escolas privadas de educação tecnológica deverão integrar o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) Técnico a partir do segundo semestre deste ano, disse hoje (26) o secretário de Educação Tecnológica do Ministério da Educação (MEC), Marco Antonio de Oliveira, em audiência pública da Comissão Especial de Reformulação do Ensino Médio, na Câmara dos Deputados.

 

Outra mudança, no que diz respeito ao ensino técnico, será a reformulação da Educação de Jovens e Adultos (EJA), também a partir do segundo semestre. A carga de ensino técnico será enfatizada e haverá uma melhor articulação da área com os demais conteúdos.

 

Segundo Oliveira, o Brasil tem 22,5 milhões de jovens entre 18 e 24 anos. Desses, 7,6 milhões, cerca de um terço, concluíram o ensino médio e não ingressaram em nenhum outro sistema de ensino, superior ou de formação técnica. Com a entrada das escolas privadas, explica, “esperamos ampliar a oferta de vagas no ensino técnico de nível médio”. Poderão participar instituições privadas de ensino superior com avaliação positiva exigida pelo MEC e escolas técnicas privadas que forem bem avaliadas pela rede federal, que será responsável por verificar o cumprimento das exigências para a oferta de cursos.

 

Atualmente, é ofertado o ensino integrado, que alia ensino médio com ensino profissionalizante, e o chamado ensino concomitante, que possibilita aos jovens que estudam na escola pública que façam cursos profissionalizantes no contraturno. Com as privadas, afirma o secretário, “será possível ofertar mais vagas para o subsequente: curso técnico de 800 a 1.400 horas de duração para quem já deixou o ensino médio”.

 

A oferta de cursos técnicos, segundo estima o MEC, deve influenciar também as matrículas do Educação de Jovens e Adultos (EJA) . O número de matrículas caiu de 1,6 milhões em 2007 para 1,3 milhões em 2012 no ensino médio. Segundo o secretário, tratam-se de estudantes com histórico de fracasso escolar. Uma solução seria “estreitar a relação entre a educação de jovens e adultos e ensino profissional, de forma simultânea”.

 

“Estamos falando de um jovem trabalhador que não concluiu o ensino médio, mas que está inserido no mercado. Ele vai poder ingressar no EJA, fazer a avaliação do conhecimento profissional que ele tem – e isso é considerado crédito na formação dele – e fazer também a parte complementar de educação básica valorizando conteúdos fundamentais como matemática, português e conhecimentos gerais, sempre associando esses conteúdos com a formação profissional”.

 

De acordo com o Censo da Educação Básica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2012, foram 1,4 milhões de matrículas em cursos técnicos no país. Somente pelo Pronatec, foram 502,9 mil. A meta para o programa é um total de 2,4 milhões de matrículas de 2011 a 2014 em cursos técnicos. O Pronatec prevê a oferta de cursos de formação inicial e continuada, que somadas ao ensino técnico, chegam a uma meta de 7,9 milhões de matrículas de 2011 a 2014

 

Conheça bons resultados das escolas de educação integral 19 de setembro de 2012

Com texto de Marjorie Ribeiro, o  Portal Aprendiz , em 18/09/2012, publicou a matéria que reproduzimos a seguir. Interessante notar que quase todos os diferenciais das experiências inovadoras abordadas no artigo estão contidos nos Protótipos Curriculares de Ensino Médio e Ensino Médio Intergrado, projeto desenvolvido pela UNESCO. Para quem quiser ter mais informações sobre os Protótipos, clicar aqui.

A escola pode extrapolar seus limites e ir muito além de seus muros e ocupar também as ruas e bairros da cidade. Na chamada educação integral, os professores podem atuar como educadores comunitários e ajudar a identificar demandas, mapear espaços, pessoas e oportunidades que possam se tornar parceiros na construção de trilhas educativas; os alunos podem aprender os conteúdos curriculares a partir de vivências em diferentes espaços como na praças, quadras de esportes, lojas, igrejas, postos de saúde etc.

O conceito vem se tornando cada vez mais frequente devido à divulgação de iniciativas bem sucedidas desenvolvidas em diferentes municípios. No Rio de Janeiro, por exemplo, o Ginásio Experimental Carioca está trabalhando a multidisciplinaridade dos professores; em Belo Horizonte, as parcerias entre escolas e universidades preparam os professores do futuro por meio de experiências chão-escola. Já em Apucarana, o modelo de educação integral é obrigatório em todas as escolas municipais; enquanto em Sorocaba, as atividades do contraturno seguem o conceito de cidade educadora.

Ginásio Experimental Carioca

Criado em 2011, o modelo de educação integral do Ginásio Experimental Carioca vem sendo desenvolvido em 19 escolas públicas da cidade do Rio de Janeiro e a estimativa é chegar a 28, em 2013. A iniciativa é realizada especificamente com alunos de 7o, 8o e 9o anos e já vem colhendo frutos. No último Ideb, quatro das dez melhores escolas da rede municipal eram ginásios experimentais. Na cidade, a rede de educação é composta por 1.062 escolas, sendo que 416 são de fundamental II. “Precisávamos experimentar em algumas escolas para ver o que poderia ser feito no restante da rede”, afirma Heloísa Mesquita, coordenadora do projeto.

O conceito vem se tornando cada vez mais frequente devido à divulgação de iniciativas bem sucedidas desenvolvidas em diferentes municípios. No Rio de Janeiro, por exemplo, o Ginásio Experimental Carioca está trabalhando a multidisciplinaridade dos professores; em Belo Horizonte, as parcerias entre escolas e universidades preparam os professores do futuro por meio de experiências chão-escola. Já em Apucarana, o modelo de educação integral é obrigatório em todas as escolas municipais; enquanto em Sorocaba, as atividades do contraturno seguem o conceito de cidade educadora.

Ginásio Experimental Carioca

Criado em 2011, o modelo de educação integral do Ginásio Experimental Carioca vem sendo desenvolvido em 19 escolas públicas da cidade do Rio de Janeiro e a estimativa é chegar a 28, em 2013. A iniciativa é realizada especificamente com alunos de 7o, 8o e 9o anos e já vem colhendo frutos. No último Ideb, quatro das dez melhores escolas da rede municipal eram ginásios experimentais. Na cidade, a rede de educação é composta por 1.062 escolas, sendo que 416 são de fundamental II. “Precisávamos experimentar em algumas escolas para ver o que poderia ser feito no restante da rede”, afirma Heloísa Mesquita, coordenadora do projeto.

Uma das novidades do modelo de ensino são as disciplinas diferenciadas. Algumas são optativas, criadas para completar de forma lúdica o conteúdo tradicional, como é o caso das disciplinas de robótica, ciclos de leitura, teatro, cinema ou sexo e rock ‘n rol – nesta última, por exemplo, os alunos aprendem conteúdos sobre cuidado com o corpo e o uso de drogas.

Outra disciplina diferenciada é a que trabalha a vocação dos alunos. Chamada de projeto de vida, ela ajuda os estudantes a planejar aquilo que pretende ser “quando crescer”. Se ele quer ser um jornalista, por exemplo, os professores-tutores (que fazem a mesma função de um orientador da faculdade), acompanham e analisam o desempenho do aluno, dando sugestões do que fazer, como estudar.

Apucarana, Paraná

Já em Apucarana – a 365 km da capital Curitiba –, no Paraná, a experiência de educação integral foi estabelecida em lei pela câmara municipal há dez anos. Hoje, as 38 escolas de ensino fundamental I seguem um currículo que leva os mais de 11 mil alunos a se apropriarem de outros espaços da cidade. “Educação integral no nosso contexto tem sido um exercício de centralidade da educação, colocar efetivamente a educação como centro motor do desenvolvimento de uma comunidade, de uma sociedade”, afirma Claudio Silva atual secretário especial de educação superior, que trabalhou nos últimos sete anos como secretário de educação de Apucarana.

Essas mudanças aconteceram não apenas pela ampliação da carga horária –ampliada para nove horas diárias –, mas principalmente a partir da aproximação dos pais da escola (por meio de associações) e através parcerias com clubes sociais, postos de serviço e universidades.

Uma iniciativa realizada no município foi a instalação estratégica de 30 mini-postos de saúde próximos às escolas. “As crianças são levadas para serem atendidas com regularidade o que faz com que a educação integral se torne, de certa forma, uma economia para município. Com esse acompanhamento, as crianças tendem a ter menos problemas de saúde”, afirma Silva. Além disso, os dentistas dos postos, assumem também o papel de professor. “Eles entram na sala de aula, orientam as crianças, que passam a ter uma regularidade nos consultórios odontológicos”, completa.

O modelo trouxe melhorias no ensino do município. É o que aponta os dados do último Ideb, que mostra que as escolas estão todas acima da média nacional, de 5,5%. Os melhores resultados foram das unidades localizadas na periferia, consideradas campeãs por alcançarem a média de 7,5%. A melhora também é refletida na evasão escolar, praticamente zero.

Cidades educadoras

Outra experiência bem sucedida acontece em Belo Horizonte, Minas Gerais. Inspirado pela Associação Cidade Escola Aprendiz com o conceito de bairro-escola – ao envolver a comunidade em um processo educativo –, o programa desenvolvido em BH se tornou exemplo de cidade-educadora. Conhecido como Escola Integrada, o projeto vem sendo desenvolvido desde 2004, por meio de parcerias entre prefeitura, fundações, ONGs e instituições de ensino superior. O programa abrange cerca de 65 mil estudantes do 1o ao 9o do ensino fundamental, que, durante nove horas diárias, realizam trilhas educativas e participam de atividades culturais, esportivas e de formação cidadã.

Segundo Natacha Costa, diretora geral da Associação Cidade Escola Aprendiz, o diferencial do programa é que os educadores das comunidades têm a figura de um professor comunitário que é o gestor de todo o programa na escola. “Os educadores ajudam a reconhecer os saberes de arte, cultural e esporte da comunidade, pois eles estão no cotidiano das crianças”, afirma.

Para reforçar a ideia de redes, a secretaria de educação realiza parcerias com onze universidades para trabalhar com estudantes de cursos de extensão e licenciatura. A iniciativa possibilita, por exemplo, que universitários da área de música trabalhem musicalização na escola ou que alunos das faculdade de jornalismo ministrem oficinas de rádio ou jornal escolar. “Os estudantes desenham propostas de atividades, montam portfólios e as escolas escolhem quais atividades vão desenvolver, enquanto as universidades dão supervisão os estudantes”, afirma Natacha.

Oficina do Saber de Sorocaba

Já em Sorocaba, no interior de São Paulo, há cinco anos, o projeto Escola em Tempo Integral-Oficina do Saber leva atividades em contraturno para mais de 20 escolas de regiões vulneráveis em quatro bairros da cidade, atingindo 10% da rede municipal. Depois do turno tradicional, os estudantes, de 7 a 10 anos, almoçam na escola e de tarde realizam oficinas esportivas, culturais e outras atividades de reforço.

A diferença é que os espaços de aprendizagem não se limitam à sala de aula em estrutura formal de ensino. As atividades acontecem em praças, parques, quadra de esportes, igrejas, seguindo o mesmo conceito do programa Cidade Educadora.

Neste ano, o programa passou a contar também com o trabalho de universitários da Fefiso (Faculdade de Educação Física) e da Academia de Ensino Superior, além de alunos da Uniso (Universidade de Sorocaba), que atuam como estagiários. “A rede com a universidade contribui para a formação do educador do futuro, fornecendo uma formação no chão-escola. No fundo é um ciclo virtuoso que está sendo criado na cidade entre futuros professores, comunidade, coordenadores e alunos”, afirma Natacha.

 

Ceará implementa os Protótipos Curriculares de Ensino Médio 24 de agosto de 2012

O site do Instituto Aliança veiculou a seguinte notícia:

Alunos do ensino médio de 12 escolas do Ceará tiveram, em 2012, um aumento na carga horária para incluir aulas obrigatórias de metodologia de pesquisa e preparação para o mundo do trabalho, ao longo dos três anos de ensino médio. O programa, ainda piloto, chama-se Trabalho, Pesquisa e Práticas Sociais e foi criado pelo Instituto Aliança em parceria com a Secretaria de Educação do Estado do Ceará, como parte do processo de transferência da tecnologia do Com.Domínio Digital para a rede pública de ensino médio do Estado, tendo como matriz referencial os “Protótipos Curriculares para o Ensino Médio” produzido pela Unesco com o apoio do Ministério da Educação.

(…)

Dando continuidade à implementação dessa nova experiência, nos dias 19 e 20 de junho a Coordenadoria de Desenvolvimento da Escola e da Aprendizagem da SEDUC promoveu um seminário para discutir essa proposta de reorganização curricular do ensino médio, com a participação da UNESCO, Instituto Aliança e Instituto Unibanco, gestores e educadores. Neste encontro, Marilza Regattieri, oficial de Projetos do Setor de Educação da Representação da Unesco no Brasil fez uma apresentação da proposta dos Protótipos Curriculares para o Ensino Médio e
mostrou-se emocionada ao visitar a experiência de reorganização curricular piloto do Ceará com base na abordagem dos “Protótipos” desenhada pela UNESCO.

“No seminário a ideia foi refletir sobre o contexto de Reorganização Curricular no estado do Ceará e buscar estruturar a integração entre este processo e as diversas propostas existentes na rede: Protótipos da UNESCO, Com.Domínio Digital, E-Jovem e o Projeto Jovem de Futuro do Instituto Unibanco”, afirma Rogers Mendes, Coordenador de Aperfeiçoamento Pedagógico da Secretaria de Educação do estado.

A notícai completa pode ser lida clicando aqui.

 

Novo currículo do ensino médio poderá ser inspirado no Enem 20 de agosto de 2012

Com texto de Amanda Cieglinski, a Agência Brasil, em  17/08/2012, publicou a seguinte matéria:

Após a divulgação dos resultados insuficientes das escolas de ensino médio na última edição do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o Ministério da Educação (MEC) planeja uma modernização do currículo, propondo a integração das diversas disciplinas em grandes áreas. A inspiração deverá vir do próprio Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que organiza as matrizes curriculares em quatro grandes grupos: linguagens, matemática, ciências humanas e da natureza. Essa é a divisão que segue a prova, diferentemente do modelo tradicional por disciplinas como química, português, matemática e biologia.

O debate não é novo: no ano passado, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou as novas diretrizes curriculares do ensino médio que propõem uma flexibilização do formato atual. O diagnóstico é que o currículo do ensino médio é muito inchado – em média são 13 disciplinas – o que, na avaliação do secretário de Educação Básica do MEC, César Callegari, prejudica a aprendizagem. “O Enem é uma referência importante, mas não é o currículo, ele avalia o currículo. Mas ele traz novidades que têm sido bem assimiladas pelas escolas”, diz o secretário.

De acordo com Callegari, a ideia é propor uma complementação às diretrizes aprovadas pelo CNE, organizando as diferentes disciplinas em grandes áreas. “O que tem que ficar claro é que não estamos propondo a eliminação de disciplinas, mas a integração articulada dos componentes curriculares do ensino médio nas quatro áreas do conhecimento em vez do fracionamento que ocorre hoje”, explica.

Na próxima semana, o ministro Aloizio Mercadante se reúne com os secretários de Educação com o objetivo de discutir os caminhos para articular a mudança. Uma providência já foi tomada para induzir essa modernização dos currículos. Segundo Callegari, a próxima compra de livros didáticos para o ensino médio dará prioridade a obras que estejam organizadas nesse formato. O edital já está sendo preparado. O MEC tem um programa que distribui os livros para todas as escolas e a próxima remessa será para o ano letivo de 2015 – as obras são renovadas a cada três anos.

Para o secretário de Educação do Espírito Santo, Klinger Barbosa Alves, uma das explicações para os maus resultados da etapa em diferentes indicadores, além do Ideb, está na própria estrutura organizacional do ensino médio que se baseia na preparação para o vestibular e tem pouca atratividade para o projeto de vida do adolescente.

“A visão de que o ensino médio serve para formar pessoas para ingressar na universidade não se aplica à realidade de muitos. Os jovens têm necessidades econômicas e sociais diferentes. Existe uma pressão para que parte dos jovens ingresse no mercado de trabalho e aí o curso superior entra como uma segunda possibilidade” explica Alves, que é vice-presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed).

O secretário do Espírito Santo, um dos estados em que a nota do Ideb caiu de 2009 para 2011, defende um modelo de ensino médio que dialogue com as diferentes necessidades dos estudantes e inclua também a preparação para o mundo do trabalho, já que para muitos o ingresso na universidade pode não estar na lista de prioridades.

Para que a escola possa abranger essa formação diversificada – que inclua a aprendizagem dos componentes curriculares, a articulação com o mundo do trabalho e a formação cidadã –, Callegari defende que é indispensável a ampliação do número de horas que o estudante permanece na escola, caminhando para o modelo de tempo integral.

“Temos consciência de que os conteúdos e as habilidades que os estudantes precisam desenvolver não cabem mais em um formato estreito de três ou quatro horas de aula por dia. É assim [com ensino em tempo integral] que os países com um bom nível de qualidade do ensino fazem”, diz.

Em relação à matéria,  os seguintes comentários são pertinentes:

1. Há muito tempo o currículo do Ensino Médio é orientado para preparação para os Exames Vestibulares. Ter o Enem como referência para organização do currículo do Ensino Médio é um avanço. Entretanto, tendo em vista as funções que o Enem vem assumindo, a exclusiva orientação do Ensino Médio para a preparação para os exames de acesso ao Ensino Superior poderá ser mantida.

2 A simples organização do currículo em áreas do conhecimento poderá não superar a perspectiva propedêutica e conteudista do atual Ensino Médio. Na Matriz de Habilidades e Competências do Enem é perceptível a divisão disciplinar. Assim, o currículo dividido por disciplinas pode sobreviver oculto pelas áreas, como já tem acontecido nos útimos 12 anos.

3. É preciso que o Ensino Médio também prepare para o trabalho. Para tanto, é necessário prever e destinar tempos e espaços à preparação básica parao trabalho. è sempre bom lembrar que a preparação básica para o trabalho é um dos objetivos previstos em lei. Sem um componente curricular especificamente destiando a esse fim, é improvável que esse objetivo seja conseguido só através de uma simples soma das disciplinas em quatro áreas do conhecimento, nenhum delas preocupada com o trabalho e outras práticas sociais.

4. Não basta ampliara a carga horária do Ensino Médio. Isso pode ampliar o problema antes de resolvê-lo. É precisso revolucionar a organização e o funcionamento currícular. Em trabalho da UNESCO: Protótipos Curriculares para o Ensino Médio e para o Ensino Médio Integrado,  foi desenhada uma orientação curricular em que um Núcleo de Preparação Básica para o Trabalho é proposto como um componente curricular articulador das quatro áreas de conhecimento, dando sentido e função prática imediata aos connecimentos construídos dentro das áreas. Para esse Núcleo é destinado 25 % das aulas. Para conhecer melhor a proposta da UNESCO, clique aqui.

 

MEC vai propor a fusão de disciplinas do ensino médio 17 de agosto de 2012

Em reportagem de  FÁBIO TAKAHASHI , a Folha de São Paulo,  de 16/08/2012, publicou a seguinte notícia:

O Ministério da Educação prepara um novo currículo do ensino médio em que as atuais 13 disciplinas sejam distribuídas em apenas quatro áreas (ciências humanas, ciências da natureza, linguagem e matemática).

A mudança prevê que alunos de escolas públicas e privadas passem a ter, em vez de aulas específicas de biologia, física e química, atividades que integrem estes conteúdos (em ciências da natureza).

A proposta deve ser fechada ainda neste ano e encaminhada para discussão no Conselho Nacional de Educação, conforme a Folha informou ontem. Se aprovada, vai se tornar diretriz para todo o país. Para o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, os alunos passarão a receber os conteúdos de forma mais integrada, o que facilita a compreensão do que é ensinado.

O aluno não vai ter mais a dispersão de disciplinas`, afirmou Mercadante ontem, em entrevista à Folha.

Outra vantagem, diz, é que os professores poderão se fixar em uma escola. Um docente de física, em vez de ensinar a disciplina em três colégios, por exemplo, fará parte do grupo de ciências da natureza em uma única escola. Ainda não está definida, porém, como será a distribuição dos docentes nas áreas.

A mudança curricular é uma resposta da pasta à baixa qualidade do ensino médio, especialmente o da rede pública, que concentra 88% das matrículas do país. Dados do ministério mostram que, em geral, alunos das públicas estão mais de três anos defasados em relação aos das particulares. Educadores ouvidos pela reportagem afirmaram que a proposta do governo é interessante, mas a implementação é difícil, uma vez que os professores foram formados nas disciplinas específicas. O secretário da Educação Básica do ministério, Cesar Callegari, diz que os dados do ensino médio forçam a aceleração nas mudanças, mas afirma que o processo será negociado com os Estados, responsáveis pelas escolas.

Já a formação docente, afirma, será articulada com universidades e Capes (órgão da União responsável pela área). Uma mudança mais imediata deverá ocorrer no material didático. Na compra que deve começar neste ano, a pasta procurará também livros que trabalhem as quatro áreas do conhecimento. Organização semelhante foi sugerida em 2009, quando o governo anunciou que mandaria verbas a escolas que alterassem seus currículos. O projeto, porém, era de caráter experimental.

Em relação à notícia, alguns comentários:

1. Não é necessária nenhuma normatização adicional do Conselho Nacional da Educação. As atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio permitem inciativas como as anunciadas, especialmente o tratamento do conteúdo por àreas de conhecimento (Linguagens, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Matemática).

2. Não é necessário nehum esforço adicional de qualificação em relação aos conteùdos curriculares de Ciências da Natureza. É um despropósito que um formado em Física, Química ou Biologia, não domine o conteúdo de Ciêncis da Natureza do Ensino Médio. Aliás, se esse conteúdo é pertinente à Educação Básica ele deveria ser de domínio de todo concluinte do Ensino Médio. O mesmo pode ser dito para o caso da área de Matemática e Ciências Humanas. Talvez haja alguma dificuldade em Linguagens, que reune conteúdos muito diversificados, como Lingua Portuguesa, Língua Estangeira e Educação Física).

3. A questão fundamenta é superar o tratamento disciplinara do currículo, quer no Ensino Médio, quer na formação de professores. Essa mudança ameaça interesses estabelecidos muito arraigados e fortemente defendidos.

4. Já existem propostas curriculares consistentes para solucionar os problemas apontados na matéria. Uma delas foi desenvolvida pela UNESCO. Trata-se dos Protótipos Curriculares para o Ensino Médio e para o Ensino Médio Integrado. Um Resumo Executivo desse projeto pode ser encontrado clicando aqui.

 

Observatório mundial III 1 de julho de 2012

 

A organização do  II Fórum Mundial de Edução Profissional e Tecológica continua publicando vídeos e apresentações que foram feitas durante o evento, em Florianópolis.  É o caso da apresentação em Power-Point que utilizamos no Observatório Mundial III para falar sobre os Protótipos Curriculares de Ensino Médio e de Ensino Médio Integrado, projeto que coordenamos para a UNESCO. A apresentação pode ser acessada, clicando aqui.

 

Ensino médio e educação profissional: desafios da integração. 13 de junho de 2012

Atendendo à sugestão de meu amigão Jarbas Novelino Barato, do Boteco Escola, publico resenha de um livro que foi resultante de um estudo e de um wokshop promovido pela UNESCO, em que ambos participamos. A resenha está publicada abaixo e também pode ser encontrada na redEtis.

Ensino médio e educação profissional: desafios da integração.

Marilza Regattieri y Jane Castro

Regattieri, M. y Castro, J. (Orgs). 2010. Ensino médio e educação profissional: desafios da integração. Brasilia: UNESCO.

La versión completa de este documento se encuentra disponible en Sala de Lectura:
                        Ensino médio e educação profissional: desafios da integração

RESUMEN:

Esta publicación surge de UNESCO Brasil, como una iniciativa que tiene el propósito de contribuir al establecimiento y seguimiento de la nueva propuesta de construcción de una educación secundaria “integrada” (modalidad que articula en un solo plan de estudios la educación general y la formación profesional), propuesta por la reforma educativa de 2004 en Brasil.

La oficina de UNESCO Brasil contribuyó con la iniciativa, llevando a cabo un estudio focalizado en los casos concretos de esta implementación. Ese estudio, “La integración entre la escuela secundaria y la formación profesional”, constituye la primera parte de esta publicación.
Si bien el estudio se limitó a dos escuelas en dos estados, el informe sugiere algunas consideraciones para los responsables de las políticas educativas. En el plano general, primeramente se señala que al momento del diseño, planificación y ejecución de una secundaria integrada, debe considerarse la complejidad legal (representada por una red de leyes, decretos y resoluciones, tanto federales como nacionales) de cada nivel. A dicha complejidad, debe sumársele las diferencias en el plano doctrinario que a veces se contraponen. En este sentido, los Lineamientos Curriculares Nacionales y los documentos teóricos oficiales, son en la mayoría de los casos, muy abstractos, lo que dificulta su comprensión y aplicación. Por ese motivo, la primera recomendación apunta a que los lineamientos nacionales y las normas estatales sean más concisos y simples para una mejor comprensión por parte de todos los actores educacionales involucrados. La segunda es promover la compatibilidad de las regulaciones ministeriales y los Lineamientos Curriculares Nacionales y la tercera recomendación es mantener activa la formación continuada especialmente del personal técnico y docente.

En el plano real, el libro señala que las instituciones actúan de forma pragmática y de acuerdo a la motivación que reciben de los órganos superiores. Como consecuencia, para la implementación de los cursos integrados, fue decisivo el apoyo del MEC, como de los órganos y secretarias regionales.

Las escuelas asumen que los cursos integrados que ofertan, propicia la entrada en el mercado de trabajo de sus egresados, atendiendo en menor medida la consecución de una educación tecnológica deseable. La estructura curricular convencional, compartimentada en disciplinas, contribuye a que esta combinación sea más dificultosa.

Otra recomendación es la capacitación sistemática del personal docente, de directivos y técnicos para diseñar, planificar e implementar currículos flexibles desde una perspectiva innovadora y creativa, así como el uso de metodologías inter y trans-disciplinarias.
Se observa, además, que el currículo de la escuela media, no ha resuelto aún el desafío de la obligatoria “preparación básica y general para el trabajo”; y menos aún, la “orientación para el trabajo”, la “educación tecnológica básica” y los “principios científicos y tecnológicos que gobiernan la producción moderna”, que pueden ser los caminos que conducen a la ambicionada “educación tecnología o politécnica”. Difícilmente, esta educación pueda lograrse sin un plan de estudios innovador, que no se limite a la suma de dos planes de estudio tradicionales.

El diseño y construcción de un currículo pertinente para los cursos de nivel medio integrados con la educación profesional técnica es una cuestión pendiente, que debe considerarse de forma prioritaria en las políticas, de vistas a la implementación y desarrollo de esta modalidad en la perspectiva de la educación politécnica.

Respecto de la disponibilidad de plazas, es necesaria la formulación de estrategias. Como el curso integrado tiene una organización propia, se torna problemática la aceptación de alumnos transferidos de cursos regulares de nivel medio, si no se establecen criterios y procedimientos de “adaptación”. Por tanto, se recomienda que los sistemas educativos incentiven a las escuelas a desarrollar y aplicar esos criterios y procedimientos, en el marco de la autonomía que la ley les permite.

Un aspecto particular de la planificación de los cursos integrados, por ser ofrecidos a los jóvenes que egresan de la escuela primaria, es la etapa de “pasantías supervisadas”. Aunque no ocurre en los cursos estudiados, es necesario tener en cuenta que algunas profesiones o lugares de trabajo tienen restricciones legales para el ejercicio del trabajo de los menores de 18 años. Por lo tanto, la recomendación es que el plan de estudio, considere y compatibilice siempre, los factores de competencias profesionales, pasantías obligatorias, edad de los alumnos y las restricciones legales para los menores.

Respecto del cuerpo docente, se recomienda que, incluso aquellos que son profesionales del área de la disciplina, tengan un tratamiento igual a aquellos de formación en magisterio y además, deben ser objeto de programas específicos destinados a desarrollar las competencias docentes. Para los coordinadores, directivos, profesores y técnicos involucrados, se insiste en la capacitación enfocada en la concepción, gestión, planeamiento e implementación curricular a fin de que, se mantenga la integración de la formación general con la formación profesional.
El último comentario se refiere a la falta de recursos, equipos y materiales – que, no sorprende, ya que es una problemática de los sistemas educativos públicos, en general.

La segunda parte de este libro, expone las discusiones entre los especialistas de educación medio y educación vocacional que tuvieron lugar en un workshop organizado por UNESCO Brasil en 2008. Allí, se debatieron temas fundamentales en materia de formación para el trabajo y de ciudadanía, el diseño y estructuración de las propuestas curriculares y de los proyectos escolares, el perfeccionamiento docente, la financiación, la integración de la escuela al desarrollo local, regional y nacional con el objetivo la inclusión social, la necesidad de elaborar una oferta diversificada de educación secundaria, teniendo en cuenta a la población que está por fuera del grupo en edad de concurrir al nivel medio y desigualdades socioeconómicas.

A continuación, se señalan algunos de los aspectos más destacados por los participantes del simposio:
• El trabajo es un eje estructurante de la educación. Posición consensual del evento. Influye en la formación docente y en la elaboración de los currículos escolares de toda la educación básica. Los modos de implementación, siguen siendo un desafío para los educadores.
• Los ejemplos presentados en el evento resaltan el rol de las escuelas como promotoras del cambio social. La subordinación a las exigencias del mercado de trabajo, no es una medida que favorezca una educación para la autonomía. Resultan necesarios, mayores incentivos a las iniciativas que convierten a las escuelas de educación profesional en polos regionales de innovación en el campo de trabajo.
• Los saberes del trabajo, constituyen un objeto de estudio que merece más atención en los debates sobre la educación y la formación docente. El predominio de modelos de conocimiento que subordinan el saber del trabajo al saber científico, es una tendencia que merece ser examinada. Los conocimientos ocultos que se desarrollan en y por el trabajo deben ganar más importancia en el ámbito educativo.
• La formación de educadores para trabajar en la educación media integrada, debe considerar las competencias laborales como contenido esencial y explícito en el plan de estudios propuesto, de modo que la deseada integración sea efectiva.
• La dualidad entre la educación general y formación profesional no ha desaparecido. Debe ser superada a nivel de las prácticas escolares.
• Datos sobre la escuela pública en el país indican una nueva dualidad: educación de calidad para pocos, educación de poca calidad para muchos.
• La escuela integrada es una alternativa interesante, no sólo como propuesta en el campo de la educación profesional. Su existencia y su funcionamiento son un laboratorio de experimentación sobre los cambios necesarios en toda la escuela secundaria.
• La situación de pobreza de la inmensa mayoría de los jóvenes brasileños, exige educación inclusiva

 

Currículo deve ser direcionado para a emancipação do cidadão 1 de junho de 2012

Repensar, rediscutir, reconstruir um currículo educacional implantado há anos por uma política capitalista que visa a formação do trabalhador em busca de lucros. Essa tarefa nada fácil e desafiadora foi levantada durante o Observatório Mundial 3: Ressignificação de Currículo na Educação Profissional e Tecnológica no Brasil.

Os debatedores foram incisivos: é preciso trabalhar na emancipação do cidadão, formar o pensamento crítico, ressignificar valores pautados em currículos escolares, entender as expectativas sociais e preparar o aluno para a vida.

Segundo a doutora em Literatura e professora da Universidade de Manitoba (Canadá), Diana Brydon, projetos de pesquisa entre o Brasil e Canadá promovem a interdisciplinaridade em um mundo global. “Aprender com outras culturas, outras línguas, promove uma emancipação do descobrir-se autônomo para um aprendizado recíproco. As nossas metas entre a parceria Brasil-Canadá são: a) Fortalecer a alfabetização transnacional; b) treinar professores para a teoria e a prática; c) avançar nos relacionamentos entre os dois países; d) compreensão global na educação; e) fazer parcerias de trabalho transnacional e internacional”, disse.

O aprender outro idioma ensina as pessoas a saírem da zona de conforto e entenderem a cultura e a forma de pensar do outro, pois “um novo mundo é necessário, mas a educação tem que mudar”, completou Diana.

Ao refletir sobre os significados e seus valores no currículo em EPT, a doutora em Educação e professora da pós-graduação em Educação na UFF Maria Aparecida Ciavatta levantou a necessidade de analisar os valores educacionais. “Estamos preparando o jovem para o trabalho simples, que é destinado aos mais pobres. A busca do conhecimento deve promover a interação entre professor-aluno para que as políticas educacionais de EPT no Brasil atendam os direitos de cidadania aos trabalhadores com um currículo voltado à formação humana integral”.

Para o doutor em Educação e pesquisador do laboratório de Políticas Públicas e Planejamento Educacional da Unicamp, Luis Aguilar, a reformulação da Rede Federal, em especial dos Institutos Federais, possibilita um novo modelo institucional redefinindo a finalidade dessas instituições dentro do sistema educacional brasileiro. “O currículo diferenciado dos IFs se aproxima mais do povo, porém as expectativas sociais nem sempre passam pela cabeça dos acadêmicos. É preciso abrir as portas, estudar o mercado e as questões curriculares, mas isso não pode fechar as portas desses brasileiros que querem estudar, que sempre quiseram estudar e que agora têm uma oportunidade”.

O coordenador do projeto Protótipos Curriculares de Ensino Médio e Ensino Médio Integrado da Unesco, José Küller, apresentou uma ideia inovadora para a educação no Brasil: uma proposta curricular que prepara o aluno para o trabalho, mas para a possibilidade de desenvolver todo e qualquer tipo de trabalho tamanha a abrangência do conhecimento construído. “Propomos ações anuais desenvolvidas por um Núcleo que integre trabalho/cultura/ciência/tecnologia. Escola e Moradia como Ambiente de Aprendizagem o tema a ser trabalhado no 1º ano; Ação Comunitária no 2º ano e Projetos de Vida e Sociedade no 3º ano”, explicou ele.

Todas as ideias e propostas caminham para que uma análise profunda seja feita na reconstrução do currículo da educação profissional e tecnológica no Brasil. Uma atitude ousada, instigante, complexa, mas necessária. (Nicole Trevisol)

 

Patina o ensino técnico. 2 de abril de 2012

A implantação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) paga o preço da imprevidência. Lançado há um ano, previa oferecer 8 milhões de vagas no ensino profissionalizante até 2014. Balanço parcial do Ministério da Educação acende a luz vermelha. Em 2011, os interessados contaram com apenas 617 mil vagas. Muitas são as causas da marcha lenta do projeto que representa a esperança de alargar um dos mais apertados gargalos da indústria nacional — a falta de mão de obra especializada. Entre eles, o atraso nas obras de expansão dos institutos federais, a escassez de professores especializados e a qualidade dos técnicos formados, incompatível com as exigências do mercado.

Para ler a notícia completa, clique aqui.

 

Protótipos de Ensino Médio e de Ensino Médio Integrado 9 de janeiro de 2012

O número quatro feito coisa

ou a coisa pelo quatro quadrada

seja espaço, quadrúpede, mesa

está racional em suas patas;

está plantada, à margem e acima

de tudo o que tentar abalá-la,

[…]

mas a roda, criatura do tempo

é uma coisa em quatro, desgastada.

(MELO NETO, 1976, p. 54)

Como acontece no mundo todo, a educação secundária brasileira vive uma crise profunda. Os dados falam por si. Segundo Carlos Artexes Simões (SIMÕES, 2010, p. 97):

O Brasil tem 10 milhões e 400 mil pessoas na faixa dos 15 aos 17 anos de idade, e 24 milhões na faixa dos 18 aos 24 anos. Na faixa de 15 a 17 anos a taxa de escolarização é de 82%; ou seja, 18% (ou quase dois milhões de jovens) não estão na escola. Um grande percentual de adolescentes nesta faixa etária, na qual deveriam cursar o Ensino Médio, ainda está no Ensino Fundamental. Na faixa de 18 a 24 anos, a taxa de quem não tem escolaridade e não está estudando é extremamente elevada, quase 70%; e nela também não são poucos os analfabetos. Destacamos um indicador crescente no Brasil e no mundo, um fenômeno social surpreendente: a grande quantidade de jovens dos 15 aos 17 anos que não estudam, nem trabalham.

Durante o percurso no Ensino Médio, há perda de 50% dos alunos. Apenas 40% dos concluintes vão para o ensino superior. Apenas 13,6% dos jovens de 18 a 24 anos frequentam a universidade (IBGE/Pnad, 2008).  Em 2009, segundo dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica/Saeb do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apenas 28,9% dos alunos que concluíam o Ensino Médio aprendiam o que deveriam saber de português e apenas 11%, o que deveriam saber de matemática (TODOS PELA EDUCAÇÃO, 2010).

A crise não é nova, e alguns dos dados já foram até piores. O que surpreende é a tremenda força de resistência à mudança de nossa escola. Convivo com os problemas da educação brasileira há 40 anos. Repassando esse tempo todo, resta a sensação de que ela pouco mudou. O atual Ensino Médio é muito parecido em método e conteúdo com o curso científico que frequentei entre 1965 e 1967.

Neste artigo, em um primeiro momento, inspirado no poema de João Cabral de Melo Neto, vou procurar identificar as quatro causas fundamentais que fazem com que o Ensino Médio esteja “plantado à margem e acima de tudo o que tentar abalá-lo”. Depois de reflexão talvez ainda insuficiente, escolhi quatro grandes pilares de manutenção de nosso “quadrado” Ensino Médio: o currículo, o sistema de formação e contratação de professores, a facilidade de operação administrativa e o pensamento pedagógico dominante.

Para ver a íntegra do artigo, acesse o Botetim Técnico do SENAC, Volume 37 – Número 3 – Setembro / Dezembro 2011.

 

 
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