Germinal – Educação e Trabalho

Soluções criativas em Educação, Educação Profissional e Gestão do Conhecimento

A urgência do Ensino Médio 1 de novembro de 2012

Artigo de Mozart Neves Ramos.

No início da gestão do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, uma importante decisão foi tomada: o Brasil precisa fechar de vez a “torneira” do analfabetismo. É preciso que todas as crianças estejam alfabetizadas pelo menos até os oito anos de idade. O secretário de Educação Básica, Cesar Callegari, não perdeu tempo e saiu a campo: trouxe todos os atores diretamente envolvidos com essa etapa educacional, especialmente a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), e elaborou um programa de alfabetização que inclui formação docente, material didático de boa qualidade e avaliação. Em menos de um ano, o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic) foi estruturado e em breve será lançado oficialmente. Esse é um exemplo de convicção, decisão política, coragem e investimento direcionado para uma etapa tão importante.

Na outra ponta da educação básica está o ensino médio, com diversos problemas que desencadeiam baixos indicadores de aprendizagem. Esses problemas não são de hoje, já vêm de longe, e seus efeitos começam a se tornar mais nítidos agora. Sem resolvê-los, o país não atingirá uma das metas do novo Plano Nacional de Educação (PNE): o de elevar a 33% o percentual de jovens de 18 a 24 anos no ensino superior. Vale lembrar que essa já era a meta do PNE que se concluiu em 2010. Nem sequer nos aproximamos desse percentual ao seu término, chegando a apenas 14,6%.

De antemão, sabemos que essa será uma das metas mais desafiadoras do plano, em função da crise que o ensino médio vem enfrentando. Faltam professores, um currículo atraente e escola de tempo integral. Enquanto isso, o Ministério da Educação e os secretários estaduais de Educação não se entendem. A consequência desse descompasso em relação ao ensino médio pode afetar diretamente o crescimento do país, que vive hoje uma boa onda econômica.

Ou o Brasil forma bem os jovens de agora ou não teremos quem sustente a sua economia num futuro próximo. Faltará – o que já se vem observando nos mercados internos em expansão – mão de obra qualificada para atender as demandas. O Brasil terá que importá-la, enquanto os nossos jovens ficarão à margem do processo produtivo.

Para tentar ajudar a resolver o problema da mão de obra qualificada, as empresas e o Sistema S (Senai, Senac, Sesi, Sebrae e outros) começam a investir fortemente no aumento de escolaridade de seus trabalhadores, tal como vem fazendo o Sesi/SC. Essas iniciativas vêm contribuindo para a redução da desigualdade de renda. Números do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelam que o aumento da escolarização da mão de obra fez cair a diferença salarial entre os que têm menos e mais instrução. Uma das consequências foi que o Índice de Gini – indicador que mede a distribuição de renda – baixou de 0,552 em 2001 para 0,485 em 2011. Pela primeira vez, ficou abaixo de 0,5 – e quanto mais próximo de zero, melhor a distribuição de renda.

Mas muito do que se investe hoje em educação é para tapar o buraco deixado pela baixa qualidade do ensino oferecido. Uma situação análoga à da formação continuada de professores, que deveria ser uma atualização e uma nova qualificação, e não uma formação complementar à inicial, como acontece.

O Brasil precisa resolver o problema do ensino médio. Não há mais tempo. Um país que quer ser protagonista num cenário mundial competitivo não pode se acomodar com uma geração nem-nem – jovens que nem trabalham nem estudam. Segundo estudo do Senai, o país tem hoje 5,3 milhões de brasileiros entre 18 e 25 anos que estão excluídos do mercado de trabalho e do ensino formal. Para esses sobram profissões de baixa remuneração, que não exigem o ensino médio. Ocorre que nos tempos atuais, com mudanças tecnológicas tão intensas, as mudanças estruturais são cada vez mais rápidas nos meios de produção. Assim, em médio prazo, esses trabalhadores precisarão de maior escolarização, seja para aperfeiçoar a educação num curso universitário, seja para fazer um curso profissionalizante.

No País há alguns poucos modelos, já em escala razoável, de bons programas de ensino médio, a exemplo das Escolas de Referência de Tempo Integral, em Pernambuco. Porém, diferentemente do pacto nacional que vem se estabelecendo pela alfabetização de crianças na idade certa, para melhorar o ensino médio, ainda faltam entendimento, cooperação, humildade e investimentos. É preciso estabelecer também um pacto pelo ensino médio, e o mais rápido possível!

 

Mozart Neves Ramos é membro do Conselho de Governança do Todos Pela Educação e do Conselho Nacional de Educação e professor da UFPE. Artigo publicado no Correio Braziliense de hoje (1º).

 

 

Educadores do Brasil: Paulo Freire 6 de agosto de 2009

Filed under: Educadores do Brasil — José Antonio Küller @ 7:17 pm
Tags: , , , , , , , , ,
 

 A Paulo Freire….

 

 

Peço licença para algumas coisas.
Primeiramente para desfraldar
este canto de amor publicamente…..

Sucede que só sei dizer amor
quando reparto o ramo azul de estrelas
que em meu peito floresce de menino…..

Peço licença para soletrar,
no alfabeto do sol pernambucano
a palavra ti-jo-lo, por exemplo,
e pode ver que dentro dela vivem
paredes, aconchegos e janelas,
e descobrir que todos os fonemas
são mágicos sinais que vão se abrindo
constelação de girassóis gerando
em círculos de amor que de repente
estalam como flor no chão da casa…..

 

Às vezes nem há casa: é só o chão.
Mas sobre o chão quem reina agora é um homem
diferente, que acaba de nascer:
porque unindo pedaços de palavras
aos poucos vai unindo argila e orvalho,
tristeza e pão, cambão e beija-flor,
e acaba por unir a própria vida
no seu peito partida e repartida
quando afinal descobre num clarão
que o mundo é seu também, que o seu trabalho
não é a pena que paga por ser homem,
mas um modo de amar – e de ajudar
o mundo a ser melhor….

Peço licença para avisar que, ao gosto de Jesus,
este homem renascido é um homem novo:
ele atravessa os campos espalhando
a boa-nova, e chama os companheiros
a pelejar no limpo, fronte a fronte,
contra o bicho de quatrocentos anos,
mas cujo fel espesso não resiste
a quarenta horas de total ternura…..

Peço licença para terminar
soletrando a canção de rebeldia
que existe nos fonemas da alegria:
canção de amor geral que eu vi crescer
nos olhos do homem que aprendeu a ler…..

 

Santiago do Chile,
primavera de 1964.
Thiago de Mello
In, Faz Escuro Mas Eu Canto, 1998
Editora Bertrand Brasil Ltda
Rio de Janeiro – RJ – Brasil
….

 

Paulo Freire: Veja pisa na bola de novo 6 de fevereiro de 2009

 

Em 1968, pela primeira vez, Paulo Freire e a Revista Veja se encontraram. A revista Veja foi criada em 1968 e, de lá para cá, tem aprofundado a sua opção pelos mais ricos. Em 1968, Paulo Freire vivia, exilado, no Chile. Logo depois, foi obrigado a abandonar também o Chile, novamente fugindo de uma revolução de extrema direita. Por aí, já se percebe que o primeiro encontro histórico foi, ao mesmo tempo, o início do distanciamento. 

 

O período de residência no Chile e o ano de 1968 foram muito produtivos na vida de Freire. Reproduzimos, a seguir,  parte de sua biografia, publicada no site do Centro Paulo Freire:

 

“No Chile escreveu seu primeiro livro publicado comercialmente: Educação como prática da liberdade, “uma revisão ampliada” de Educação e atualidade brasileira, a tese com que concorreu à cátedra de História e Filosofia da Educação, na Escola de Belas Artes da Universidade do Recife. Os originais em português da, Pedagogia do Oprimido, foram igualmente escritos no Chile, entre 1967 e 1868 e seriam publicados pela primeira vez em 1970: em inglês, nos Estados Unidos da América (Pedagogy of the oppresed), Nova York, Herder and Herder, e em português, com importante prefácio de Ernani Maria Fiori, Rio de Janeiro, Editora Paz e Terra (Cf. Gadotti, M., Organizador, 1996, p.262).

 

No Chile, foram ainda escritos alguns dos livros de Paulo Freire: Educação e conscientização: extensionsimo rural (em colaboração com Ernani Maria Fiori, José Luiz Fiori e Raul Veloso Farias), CIDOC, Cuernavaca, México, 1968; Contibución al proceso de conscientización del hombre en América Latina, Montevidéu, 1968; Acción cultural para la lidertad, ICIRA, Santiago, 1968; Extensión o comunicación? La conscientización en el medio rural, ICIRA, Santiago, 1969 (Cf. Gadotti, M., Organizador, 1996, p.260-62). Esses livros davam forma a seu discurso no Recife, inclusive ao discurso-base do “método Paulo Freire” e anunciavam sua obra prima: a Pedagogia do Oprimido”.

 

Recentemente, Paulo Freire e Veja voltaram a se encontrar. A iniciativa foi da revista que publicou um texto lamentável. Na edição de 20 de agosto de 2008, a revista Veja publicou a reportagem “O que estão ensinando a ele?” de autoria de Monica Weinberg e Camila Pereira. No meio da matéria, encontra-se a seguinte “pérola”:

 

“Muitos professores brasileiros se encantam com personagens que em classe mereceriam um tratamento mais crítico, como o guerrilheiro argentino Che Guevara, que na pesquisa aparece com 86% de citações positivas, 14% de neutras e zero, nenhum ponto negativo. Ou idolatram personagens arcanos sem contribuição efetiva à civilização ocidental, como o educador Paulo Freire, autor de um método de doutrinação esquerdista disfarçado de alfabetização. Entre os professores ouvidos na pesquisa, Freire goleia o físico teórico alemão Albert Einstein, talvez o maior gênio da história da humanidade. Paulo Freire 29 x 6 Einstein. Só isso já seria evidência suficiente de que se está diante de uma distorção gigantesca das prioridades educacionais dos senhores docentes, de uma deformação no espaço-tempo tão poderosa, que talvez ajude a explicar o fato de eles viverem no passado.”

 

Como não podia deixar de ser, o texto provocou a reação de educadores brasileiros. Das reações, selecionamos a da educadora Ana Maria de Araújo Freire:

“Como educadora, historiadora, ex-professora da PUC e da Cátedra Paulo Freire e viúva do maior educador brasileiro PAULO FREIRE — e um dos maiores de toda a história da humanidade –, quero registrar minha mais profunda indignação e repúdio ao tipo de jornalismo, que, a cada semana a revista VEJA oferece às pessoas ingênuas ou mal intencionadas de nosso país. Não a leio por princípio, mas ouço comentários sobre sua postura danosa através do jornalismo crítico. Não proclama sua opção em favor dos poderosos e endinheirados da direita, mas , camufladamente, age em nome do reacionarismo desta.

 

Esta vem sendo a constante desta revista desde longa data: enodoar pessoas as quais todos nós brasileiros deveríamos nos orgulhar. Paulo, que dedicou seus 75 anos de vida lutando por um Brasil melhor, mais bonito e mais justo, não é o único alvo deles. Nem esta é a primeira vez que o atacam. Quando da morte de meu marido, em 1997, o obituário da revista em questão não lamentou a sua morte, como fizeram todos os outros órgãos da imprensa escrita, falada e televisiva do mundo, apenas reproduziu parte de críticas anteriores a ele feitas.

 

A matéria publicada no n. 2074, de 20/08/08, conta, lamentavelmente com o apoio do filósofo Roberto Romano que escreve sobre ética, certamente em favor da ética do mercado, contra a ética da vida criada por Paulo. Esta não é, aliás, sua primeira investida sobre alguém que é conhecido no mundo por sua conduta ética verdadeiramente humanista.

 

Inadmissivelmente, a matéria é elaborada por duas mulheres, que, certamente para se sentirem e serem parceiras do “filósofo” e aceitas pelos neoliberais desvirtuam o papel do feminino na sociedade brasileira atual. Com linguagem grosseira, rasteira e irresponsável, elas se filiam à mesma linha de opção política do primeiro, falam em favor da ética do mercado, que tem como premissa miserabilizar os mais pobres e os mais fracos do mundo, embora para desgosto deles, estamos conseguindo, no Brasil, superar esse sonho macabro reacionário.

 

Superação realizada não só pela política federal de extinção da pobreza, mas , sobretudo pelo trabalho de meu marido – na qual esta política de distribuição da renda se baseou – que demonstrou ao mundo que todos e todas somos sujeitos da história e não apenas objeto dela. Nas 12 páginas, nas quais proliferam um civismo às avessas e a má apreensão da realidade, os participantes e as autoras da matéria dão continuidade às práticas autoritárias, fascistas, retrógradas da cata às bruxas dos anos 50 e da ótica de subversão encontrada em todo ato humanista no nefasto período da Ditadura Militar.

 

Para satisfazer parte da elite inescrupulosa e de uma classe média brasileira medíocre que tem a Veja como seu “Norte” e “Bíblia”, esta matéria revela quase tão somente temerem as idéias de um homem humilde, que conheceu a fome dos nordestinos, e que na sua altivez e dignidade restaurou a esperança no Brasil. Apavorada com o que Paulo plantou, com sacrifício e inteligência, a Veja quer torná-lo insignificante e os e as que a fazem vendendo a sua força de trabalho, pensam que podem a qualquer custo, eliminar do espaço escolar o que há de mais importante na educação das crianças, jovens e adultos: o pensar e a formação da cidadania de todas as pessoas de nosso país, independentemente de sua classe social, etnia, gênero, idade ou religião.

 

Querendo diminuí-lo e ofendê-lo, contraditoriamente a revista Veja nos dá o direito de concluir que os pais, alunos e educadores escutaram a voz de Paulo, a validando e praticando. Portanto, a sociedade brasileira está no caminho certo para a construção da autêntica democracia. Querendo diminuí-lo e ofendê-lo, contraditoriamente a revista Veja nos dá o direito de proclamar que Paulo Freire Vive!

 

São Paulo, 11 de setembro de 2008
Ana Maria Araújo Freire”.

 

Observação final (minha): A capa da edição de Pedagogia da Autonomia, que ilustra o texto, comemora 450.000 exemplares vendidos. Paulo Freire Vive!

 

Este artigo foi originalmente publicado em Arquivo68.

 

Curso Normal Superior 27 de junho de 2008

O excerto de projeto de Curso Normal Superior, apresentado a seguir, faz parte de um Projeto Institucional de Instituto Superior de Educação (ISE) não implementado, por questões estranhas ao projeto técnico.

 

Apresentação

“Se eu fosse montar um curso de educação, se estivesse em minhas mãos montar um curso de educação a partir daquilo que eu penso, tenho visto, orientado pesquisas e pesquisado, eu faria tudo do avesso. Absolutamente do avesso, e olha, eu aposto que daria certo”(1).

 

 As razões para a criação do Curso Normal Superior, com um currículo destinado à formação de professores para as primeiras quatro séries do Ensino Fundamental e com outro voltado para a formação de docentes para Educação Infantil, confundem-se com os motivos que levam à criação de um Instituto Superior de Educação.

 

Uma pesquisa sobre as necessidades quantitativas de educação inicial e continuada de professores para estes dois níveis da Educação Básica constatou, em 2001, a demanda de aproximadamente 236 mil professores para o Estado de São Paulo nos próximos 10 anos, assim distribuídos: 73 mil para a educação infantil; 90 mil para o ensino fundamental; 57 mil para a educação de jovens e adultos e 16 mil para o ensino profissional. Estimou-se em mais 60 mil professores de educação infantil a clientela potencial de programas de atualização e aperfeiçoamento em todo o Estado. A metade de todas essas quantias corresponderia à Região Metropolitana da Grande São Paulo.

 

Para além das necessidades quantitativas, existe um conjunto de razões de ordem qualitativa para justificar a necessidade de mudança radical na proposta pedagógica dos cursos destinados à formação dos docentes generalistas dedicados às quatro primeiras séries do Ensino Fundamental. As sérias deficiências observadas nesse nível de ensino podem ser o ponto de partida para a justificativa de um Curso Normal Superior inovador:

 

Abstract Painting series «Untitled», Gerhard Richter

Dados apresentados na Introdução dos Referenciais Nacionais para o Ensino Fundamental dramatizam ainda mais o quadro. Em 1990, apenas 19% dos alunos concluíam o ensino fundamental. Os que concluem esse nível de ensino demoram em média 11,2 anos para fazê-lo. Em cada série apenas 62% (1992) são promovidos para a seguinte”(2).

O quadro dramático das deficiências do Ensino Fundamental brasileiro não pode ser atribuído exclusivamente à formação inadequada dos professores generalistas que atuam nas quatro primeiras séries. No entanto, é certo que a ausência de oferta quantitativa de professores diplomados não é a principal responsável por esse quadro. Em 1994, apenas 10% dos professores em exercício não tinham a formação mínima exigida. Em relação ao dado, na Introdução aos Referenciais Curriculares Nacionais, observa-se:

(…) a má qualidade do ensino não se deve simplesmente à não-formação inicial de parte dos professores, resultando também da má qualidade da formação que tem sido ministrada. Este levantamento mostra a urgência de se atuar na formação inicial dos professores”.[3]

Além das necessidades quantitativas, acerbadas pelo disposto na Lei 9394/96 (4) e pelo Plano Nacional de Educação[5], existe então uma necessidade concreta de mudança qualitativa. Esta necessidade permanece mesmo no caso de abundante oferta quantitativa de cursos destinados à formação de professores. Sabe-se que a elasticidade da oferta de formação de professores ocorre no interior de um descuro quanto à qualidade dessa oferta.

Mais que um simples incremento do número de professores formados em nível superior, é necessária e urgente uma radical mudança curricular e metodológica nos cursos que visam a formação docente. É preciso romper com os atuais paradigmas e modelos institucionais de capacitação desses profissionais. Esta é a missão fundamental de um Instituto Superior de Educação (ISE). O presente projeto pedagógico inscreve-se na busca de dar forma e conteúdo a essa proposta de mudança qualitativa.

 

 

 PERFIL PROFISSIONAL DE SAÍDA

 

«Happy 50th. Honey», Cristiam Orfesco

Ao final do Curso Normal Superior – Ensino Fundamental, o concluinte terá condições de assumir as funções profissionais do professor generalista do Ensino Fundamental (quatro primeiras séries do Ensino Fundamental), apresentando, além das comuns a todo professor[6], as seguintes características:

·         Sabe aplicar diferentes métodos de alfabetização, sabe avaliar os pontos fortes e fracos de cada um para um efetivo letramento dos alunos, bem como suas respectivas concepções educacionais subjacentes, e é capaz de discutir com a equipe pedagógica da escola dando sua contribuição para que se faça a escolha mais acertada.

·         Domina e utiliza saberes constituídos das áreas do conhecimento previstas nas Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental (Matemática, Geografia, História, …) para estimular a curiosidade e a criatividade das crianças, deixando-as expressarem-se com liberdade, cultivando antes de tudo o prazer de aprender, criando-lhes oportunidades para que elas explorem, investiguem, elaborem hipóteses, comemorem conquistas e assumam desafios cada vez maiores.

·         Acompanha e dá apoio ao processo de desenvolvimento global (emocional, afetivo, cognitivo) da criança, estimulando sua passagem da heteronomia para a autonomia.

·         Mantém diálogo com os pais com a freqüência necessária à manutenção de uma parceria em prol do desenvolvimento e bem estar da criança, informando-os sempre, e claramente, sobre a natureza do trabalho educativo desenvolvido e dos resultados alcançados.

·         Acompanha o processo de socialização da criança, interferindo positivamente, com autoridade e segurança, na formulação de um código ético de convivência adequado à idade específica, estabelecendo limites claros e apenas os necessários à preservação do espaço de todos, mas nunca restringe a espontaneidade, a expressão individual e a alegria de conviver de alunos e professores.

·         Organiza e desenvolve atividades fora do espaço habitual do recinto escolar, criando oportunidades para novas e estimulantes experiências cognitivas e sociais.

·         Desenvolve com as crianças inúmeras atividades ligadas à arte que facilitem a livre expressão individual e o desabrochar de aptidões específicas: desenho e pintura, escultura, música, dança, teatro etc.

 

 

 

Princípios e Estrutura Curricular

 

poetisasonhadora.outubro/2004

O Curso Normal Superior terá uma duração de 2.800 horas distribuídas em um mínimo de três anos letivos, com no mínimo 200 dias letivos em cada um deles.

 

Nos três primeiros bimestres do primeiro ano será desenvolvido o Módulo I – Módulo Básico de Formação Pedagógica, com duração de 645 horas, que também funcionará como Programa Especial de Formação Pedagógica. Esta parte do percurso é comum a todas as formações. No último bimestre do primeiro ano será desenvolvido o Módulo II – Módulo Comum de Formação dos Professores Generalistas. Esse macro componente curricular terá a duração de 275 horas. Esta parte do percurso é comum ás duas alternativas curriculares do Curso Normal Superior: Educação Infantil e Educação Fundamental.

 

O segundo ano é destinado à formação específica (Módulo III) e à operação da Escola de Aplicação. Esse componente curricular terá a duração de 940 horas. No terceiro ano (Módulo IV), dar-se-á continuidade à formação específica. Neste ano, além da operação da Escola de Aplicação, os alunos do Curso Normal Superior – Educação Fundamental serão envolvidos no projeto Aplicação na Escola, atuando como consultores em atividades no interior de um sistema de ensino. Estão previstas 940 horas letivas nesse terceiro ano.

 

Além dessa estrutura curricular, o Projeto Institucional Pedagógico do Instituto Superior de Educação definiu um conjunto de princípios orientadores para a formação inicial de professores. Esses princípios também orientarão o desenho curricular do Curso Normal Superior – Ensino Fundamental. No entanto, em cada singular Projeto Pedagógico estes princípios ganham alguma especificidade. No Caso do Curso Normal Superior, temos:

 

1.      Da formação comum para a específica

SESC, Pantanal - Guia de Aves, foto Haroldo Palo Jr.

 

O desenvolvimento das competências necessárias e comuns a todos os professores precederá à específica. Este princípio confere ao ISE uma identidade como instituição centralmente preocupada com a formação para o magistério. O objetivo do ISE é a formação de professores e não a formação de especialistas ou técnicos que possam vir a ser professores.

 

Ao contrário da prática hoje usual, a colocação da formação comum dos professores no centro do projeto pedagógico é uma das características da mudança paradigmática a ser implementada. Como pode ser observado no desenho esquemático do ISE (ver post a ser publicado), um módulo comum centraliza todos os currículos das formações docentes e técnicas do Instituto Superior de Educação. Na concepção pedagógico-institucional do ISE, o Módulo I – Módulo Básico de Formação Pedagógica é, simultaneamente, o Programa Especial de Formação Pedagógica. Desta forma, a formação comum de todas as carreiras profissionais da área de educação é, ao mesmo tempo, a formação pedagógica mínima a ser exigida para a licenciatura de egressos do ensino superior.

 

As formas de sanar a aparente contradição da colocação desta formação comum e mínima no início e no final de trajetórias distintas de formação docente encontra-se no Projeto Pedagógico do Programa Especial de Formação Pedagógica (ver post específico), que, como Módulo I do Curso Normal Superior – Educação Fundamental, integra-se ao presente documento.

 

Dentro do Desenho do Curso Normal Superior – Ensino Fundamental, como pode ser notado no desenho esquemático do ISE e na estrutura descrita, a formação comum continuará sendo priorizada na relação com a formação específica. No presente caso, um módulo[7] de formação comum dos professores generalistas será compartilhado pelas duas alternativas curriculares do Curso Normal Superior – Ensino Fundamental e Educação Infantil.

 

 

 2.      Da ação para a reflexão e da reflexão para a ação

   “O percurso da formação básica e inicial de docentes será desenvolvidopartir da ação (prática, criativa, transformadora). A toda ação seguir-se-á momentos estruturados de reflexão. A reflexão deverá sempre resultar em uma ação renovada, mais rica e complexa. Essa ação melhorada dará início a um novo movimento de reflexão e transformação. A melhoria contínua da atuação docente é princípio inerente ao currículo(…)”(8).

 

Aldeia da Ponte -Portugal

 

No módulo, a prática docente é realizada através da operação de Programas Especiais de Educação Básica e/ou de Educação Profissional. No caso do Curso Normal Superior – Ensino Fundamental, a prática docente no Módulo I será realizada no interior da operação de Programas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) correspondentes às quatro primeiras séries do Ensino Fundamental.

 

O Projeto Pedagógico do Módulo I já mostra que a prática docente é, aqui, efetiva. Não se trata de estágios de observação ou de simulações de aulas. Os professores e alunos do ISE efetivamente responsabilizam-se pela condução de um processo educativo completo.

 

Em todo o Curso Normal Superior, incluindo o Módulo I, a prática docente não é entendida como a mera mediação do processo de aprendizagem em salas de aula. Ela inclui os momentos de planejamento e avaliação da atuação direta com os alunos, a participação na elaboração, execução e acompanhamento da proposta pedagógica da escola e uma incisiva atuação no entorno comunitário da escola. A função ampliada é o objeto da ação, da reflexão sobre ela e da melhoria contínua da ação docente.

 

 

 3.      A formação docente estará orientada para a constituição de competências

sonhos-virtuais.blogspot

 

Toda formação docente do ISE buscará a constituição das competências previstas nas Diretrizes. Estas competências serão consideradas em todos os currículos. Trata-se de competências necessárias a todo professor. A saber:

1. Competências referentes ao comprometimento com os valores inspiradores da sociedade democrática

(Neste e nos tópicos seguintes, deixamos de especificar as competências que podem ser encontradas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores)

2. Competências referentes à compreensão do papel social da escola

3. Competências referentes ao domínio dos conteúdos a serem socializados, de seus significados em diferentes contextos e de sua articulação interdisciplinar

4. Competências referentes ao domínio do conhecimento pedagógico

5. Competências referentes ao gerenciamento do próprio desenvolvimento profissional.[9]

 

Como competências necessárias a todo professor, a relação anterior orientará as definições mais específicas de competências feitas na organização curricular do Curso Normal Superior – Ensino Fundamental. A mesma relação de competências, estabelecida pelas Diretrizes Curriculares, já foi base de definição das competências do Módulo I, observada a sua característica de formação pedagógica mínima e comum a todos os docentes a serem formados pelo ISE.

Grafite, Pedro Moutinho, Moinho de Alburrica

 

 

 

 4.      Os projetos articulam o currículo

 

 A prática, entendida como o engajamento em uma atividade criativa e transformadora e orientada para a elaboração, execução, avaliação e sistematização dos resultados de projetos, constitui o cerne da proposta curricular e institucional do ISE e, conseqüentemente, do Curso Normal Superior – Ensino Fundamental.

 

São quatro projetos:

§ Projeto 1: Operação de programas especiais de educação básica

§ Projeto 2: Operação de Escola

§ Projeto 3: Aplicação na Escola

§ Projeto 4: Cidade Educativa

– Aprender a cidade

– Aprender na cidade

– Aprender com a cidade 1

– Aprender com a cidade 2

 

 

A função e o desenvolvimento do Projeto 1, que articula o currículo do Módulo I – Módulo Básico de Formação Pedagógica já foram detalhadamente descritos no Projeto Pedagógico do Programa Especial de Formação Pedagógica. No caso do Curso Normal Superior – Educação Fundamental, como já dito, o Programa Especial assume a função do Módulo I – Módulo Básico de Formação Pedagógica, regido pelo mesmo Projeto Pedagógico. O quadro abaixo apresenta um resumo da estrutura do Módulo I, para o caso do Curso Normal Superior – Educação Fundamental.

 

 

MÓDULO I: Módulo Básico de Formação Pedagógica

1º ano – 3 bimestres – 645horas

COMPONENTES CURRICULARES: núcleos

CONTEXUAL

INTEGRADOR (Prática/Projeto 1)

ESTRUTURAL

 

Competências Pedagógicas

 

 

Planejamento e Organização do Trabalho Docente ou Tutoria

 

Docência ou Tutoria do Projeto 1

 

Avaliação e Sistematização dos resultados do trabalho docente

 

Competências relativas às áreas do conhecimento (Educação Básica)

 

150 horas

 

100 horas

 

100 horas

 

100 horas

 

150 horas

 

PROJETOS ARTICULADORES:

 Projeto 1: Operação do Programa de Educação de Jovens e Adultos

Projeto 4 (articulador de todos os módulos): Cidade Educativa – aprender a cidade.

 

45 horas

           

 

O Projeto 2 envolve a operação das quatro primeiras séries de uma[10] Escola de Ensino Fundamental. Pretende-se que a Escola de Aplicação não seja criada especialmente para tal. Uma escola de Ensino Fundamental, situada próxima ao ISE, será selecionada para tanto. Como no caso do Projeto 1, trata-se também de operação efetiva das séries referidas. Em uma perspectiva estratégica, com a implementação da completa do Projeto Institucional Pedagógico do Instituto Superior de Educação, toda a escola será operada pelos professores e alunos do ISE. A escola escolhida, contudo, não deixará de pertencer à sua rede de ensino. Evita-se, assim, a criação de uma situação privilegiada e atípica e garante-se a vivência do processo educativo dentro das normas e procedimentos comuns a um sistema de ensino.

 

O Projeto 2 articula o currículo do Módulo II – Núcleo Comum de Formação de Professores Generalistas. O Módulo II terá a duração de um bimestre letivo (275 horas) e destina-se à preparação dos futuros professores para atuarem de forma integrada e multidisciplinar. O módulo está centrado no planejamento da operação da Escola de Aplicação (Ensino Fundamental – quatro primeiras séries) que será feita a partir do segundo ano letivo do Curso Normal Superior – Educação Fundamental. O quadro adiante sintetiza as informações sobre o Módulo.

 

MÓDULO II: Núcleo Comum de Formação de Professores Generalistas

1º ano – 4º bimestre – 275 horas

 

 

Desenvolvimento de competências docentes para a elaboração do Projeto Pedagógico e para o planejamento didático detalhado da operação da Escola de Ensino Fundamental

 

 

Estudo, análise, discussão e sis-tematização do Projeto Pedagógico da Escola de Ensino Fundamental.

 

Elaboração do Plano de Trabalho Docente (Primeiro Ciclo do Ensino Fundamental).

 

Estudo das Diretrizes e Parâmetros Curriculares do Ensino Fundamental.

 

Estudo das Diretrizes e Planos da Secretaria de Educação.

 

80 horas

 

100 horas

 

80 horas

 

PROJETO ARTICULADOR:

Projeto 2 – Operação de uma Escola de Ensino Fundamental (Primeiro e Segundo Ciclos)

Projeto 4 (articulador de todos os módulos): Cidade Educativa – Aprender na cidade.

15 horas

 

A partir do planejamento efetuado no Módulo II, o Projeto 2, enquanto operação efetiva da Escola de Ensino Fundamental articulará o currículo do Módulo III (Formação Específica). O módulo terá a duração de um ano letivo e de 940 horas. No Módulo III, alunos e professores do ISE assumirão a docência efetiva das duas primeiras séries do Ensino Fundamental (Primeiro Ciclo). O Projeto 2 articulará ainda o currículo do Módulo IV (também destinado à Formação Específica e com a mesma duração do Módulo III). Neste caso, o Segundo Ciclo do Ensino Fundamental (terceira e quarta séries) será o campo da prática e da aplicação. O quadro adiante apresenta a estrutura curricular do Módulo III.

 

MÓDULO III: Formação Específica

2º ano940 horas

 

Desenvolvimento das competências didático/ pedagógicas

 

 

Planejamento da operação de Escola de Ensino Fundamental

 

Operação de Escola de Ensino Fundamental (Primeiro Ciclo)

 

Avaliação da operação da Escola de Ensino Fundamental

 

Aprofundamento na área de especialização (Ensino Fundamental)

235 horas

100 horas

200 horas

100 horas

235 horas

 

PROJETOS ARTICULADORES:

 

Projeto 2. Operação de Escola ou Centro de Aplicação. Atuação no Primeiro Ciclo do Ensino Fundamental (1ª e 2ª séries)

 

Projeto 4 (articulador de todos os módulos): Cidade Educativa – Aprender com a cidade 1

70 horas

           

 

O Módulo IV terá uma dupla articulação. O currículo do módulo IV será também articulado pelo Projeto 3 – Aplicação na Escola. Distintamente do Projeto 2, que tem a escola como ambiente de aplicação, a Aplicação na Escola acontecerá em uma rede de ensino. No Projeto 3, trata-se de trabalhar em conjunto com os professores da rede as quatro primeiras séries do Ensino Fundamental. Trata-se de uma ação docente em parceria com os professores efetivos e com o objetivo de elevar a qualidade do Ensino Fundamental no entorno do ISE. A estrutura curricular do Módulo IV é adiante apresentada.

 

Módulo IV: Formação Específica

3º ano – 940 horas

 

Desenvolvimento das competências didáticas/ pedagógicas

 

 

Planejamento da operação da Escola de Aplicação (Segundo Ciclo do Ensino Fundamental)

 

Planejamento da Aplicação na Escola (Assessoria à Rede Municipal)

 

Operação da Escola de Aplicação (Segundo Ciclo)

 

Execução do Projeto 3: Aplicação na Escola.

 

Avaliação da operação da Escola de Aplicação

 

Avaliação da Aplicação na Escola

 

Aprofundamento na área de especialização (Ensino Fundamental)

 

235 horas

 

100 horas

 

200 horas

 

100 horas

 

235 horas

PROJETOS ARTICULADORES:

Projeto 2. Operação de Escola. Atuação no Segundo Ciclo do Ensino Fundamental (3ª e 4ª séries).

Projeto 3. Aplicação na Escola. Atuação na rede de ensino.

Projeto 4: (articulador de todos os módulos): Cidade Educativa – Aprender com a cidade 2

70 horas

 

O Projeto 4 não é relacionado apenas com a aplicação na rede de ensino. Ele diz respeito ao trabalho com o entorno comunitário das escolas dessa rede em uma perspectiva que transcende a de relação escola-comunidade. O projeto Cidade Educativa articulará a realização de todos os módulos do Curso Normal Superior – Educação Fundamental. As atividades diretamente relacionadas ao projeto Cidade Educativa terão uma duração de 200 horas, que serão distribuídas pelos 3 anos letivos. Corresponde às 200 (duzentas) horas para “outras formas de atividades acadêmico-científico-culturais”, previstas pela Resolução CNE/CP 2/02, de 19 de fevereiro de 2002[11].

 

A perspectiva de construção da Cidade Educativa orientará o desenvolvimento dos demais projetos e toda a ação educativa do Curso Normal Superior. No desenvolvimento do projeto, as quatro dimensões básicas da cidade educativa[12] serão consideradas:

·         Aprender a cidade: organizar, aprofundar e sistematizar o conhecimento da região onde será situado o ISE. A região será objeto da aprendizagem. Aprende-se a ler criticamente a cidade, a utilizá-la e a participar de sua construção. A articulação com os demais projetos é evidente quando a visão do espaço educativo é ampliada para além da sala de aula.

·         Aprender na cidade: nessa dimensão a região será vista como contexto e continente de agentes educativos. Aprende-se mais na cidade quando se potencializa e se adensa a trama de agentes educativos formais e informais pela articulação em torno de um projeto comum. Desta dimensão em diante a articulação com o Projeto 3 fica cada vez mais evidente ao pensarmos em uma escola e em uma rede escolar que transcendem os seus muros e tenham uma função transformadora.

·         Aprender com a cidade – 1 (a cidade como agente educativo incidental): a dimensão implica em tomar a região focal como agente educativo informal. “O meio urbano é um denso, mutante e diversificado emissor de impactos educativos”[13]. Trata-se aqui, de incluir essas emissões nos projetos educacionais dos agentes educativos formais e informais.

·         Aprender com a cidade – 2 (a cidade como agente educativo intencional): tornar intencional a dimensão educativa da cidade. Desenvolver um processo planejado e participativo em direção a um modelo de cidade ou de uma utopia urbana.

 

No caso do Curso Normal Superior – Educação Fundamental, a proposta pedagógica básica será centrada no conjunto das quatro dimensões. A aprendizagem se fará em função de projetos de ação criativa e transformadora dos espaços de vida, trabalho e convivência da região do entorno do ISE. Nesse fazer, as quatro dimensões da cidade educativa serão consideradas. A dimensão Aprender a Cidade será especialmente abordada em conexão com o Módulo I. A dimensão Aprender na cidade em conexão com o Módulo II. A dimensão Aprender a cidade 1, com o Módulo III e Aprender a cidade 2 com o Módulo IV.

 


[1] Saul, Ana Maria, in: Bernardo, Janete. Série de Entrevistas com Especialistas, São Paulo, CTE/SENAC, 2001, p. 11.

[2] Op. Cit.

[3] MEC/SEF. Introdução aos Referenciais Curriculares Nacionais, Brasília, MEC/SEF, 1997, pág. 19.

[4] A lei determina, em suas disposições transitórias, que após a Década da Educação (1996-2006) só sejam  admitidos  professores habilitados em nível superior.

[5] A Lei Federal n.º 10.172, de 09/01/2001, aprovou o Plano Nacional de Educação. O plano estimula a demanda de professores de Ensino Fundamental ao prever a garantia de ensino fundamental obrigatório de 8 anos a todas as crianças de 7 a 14 anos, assegurando o seu ingresso e permanência na escola e conclusão desse Ensino. Prevê, ainda, a garantia de ensino fundamental a todos os que não tiveram acesso na idade própria ou que não o concluíram. O incremento da oferta de Ensino Fundamental decorrente desses objetivos implica em aumento da demanda de professores habilitados em nível superior.

[6] Ver Projeto Pedagógico do Programa Especial de Formação Pedagógica / Módulo Básico de Formação Pedagógica.

[7] Módulo II – Núcleo Comum de Formação de Professores Generalistas.

[8] Projeto Institucional do ISE.

[9] O detalhamento das competências pode ser encontrada na Resolução CNE/CP 009/2001, de 8 de maio de 2001, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena.

[10] Ou mais, em função do número de futuros professores generalistas de Ensino Fundamental a serem formados.

[11]CNE. Resolução CNE/CP 2/2002. Diário Oficial da União, Brasília, 4 de março de 2002. Seção 1, p. 9. Institui a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de formação de professores de Educação Básica (artigo primeiro, item IV).

[12] Ver o texto de Jaime Colamer, La Ciudad Educadora: Conceptos, Estratégias y Acciones, apresentado em Seminário sobres Cidades Educadoras e que pode ser encontrado no site da Prefeitura de Porto Alegre (www.portoalegre.rs.gov.br ).

[13] Idem, ibid. p.18.

 

 
%d blogueiros gostam disto: