Germinal – Educação e Trabalho

Soluções criativas em Educação, Educação Profissional e Gestão do Conhecimento

Criando um blog 21 de maio de 2009

Jovem Aprendiz Rual de Santa Albetina (SP)

 

O texto apresentado a seguir é um excerto do Manaul do Instrutor da Oficina de Tecnologia da Informação, do Programa Jovem Aprendiz Rural.

 

O programa foi totalmente desenvolvido pela Germinal Consultoria para o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), Administração Regional de São Paulo.

 

Todos os Manuais do Instrutor e as Cartilhas dos Alunos forma desenvolvidos pela Germinal. Deles já postamos alguns excertos que podem ser acessados clicando-se aqui.

 

 

Excerto: Criando um blog

santa albetina3

Pergunte se todos sabem o que é um Blog. Explique rapidamente o que é e como funciona . Oriente-os para que entrem em dois ou três Blogs para conhecerem suas possibilidades e funcionamento. Se quiserem, podem interagir (fazer comentários) com alguns deles.

 

 

Observação importante
Observe que será feito o primeiro acesso orientado do grupo à Internet. É possível que durante a exploração livre da sessão anterior, outros acessos a blogs tenham acontecido. É importante então que você tenha programado, desde o início da Oficina, restrições ao acesso a sites não desejados.

 

 

 Tão logo esteja o Blog da turma criado (isso acontecerá muito rapidamente, no máximo em 10 ou 15minutos), todas as duplas poderão entrar e começar a primeira participação. Comece escrevendo algo sobre a visita do dia anterior.

 

 

 A partir de sua postagem, peça para que cada dupla escreva sobre algum fato ou incidente interessante que aconteceu durante a visita e publique no blog. Também são bem-vindos os comentários, as dicas e as opiniões. Deve também haver espaço para brincadeiras. Uma categoria destinada a isso poderá ser criada. Enfim, o Blog deverá ir se construindode acordo com o interesse de cada turma. Estimule continuamente a alimentação do Blog. Deixe bastante livre a forma de expressão e os assuntos veiculados.

 

Ao encerrar a atividade com o Blog, peça que saiam dele e avise que todos os dias poderão entrar para ler e escrever no Blog. Se houver participantes que tenham acesso à Internet fora do Programa de Aprendizagem, eles poderão entrar e escrever no Blog, em qualquer dia ou horário. Estimule essa prática. Estimule, especialmente, que os participantes usem o Blog para trocar informações sobre o grande desafio da Oficina, apresentado a seguir.

 

 

Lançando o grande desafio da Oficina
Faça uma apresentação solene do grande desafio da Oficina de Tecnologia da Informação: o projeto de criação e realização de uma revista eletrônica. O tema básico da revista eletrônica será o desenvolvimento sustentado e a agropecuária. Colocado como questão, o tema pode ser assim enunciado: Qual o papel da agropecuária no desenvolvimento sustentado?

   

Santa albetina2Em função dessa forma de funcionamento da oficina, todos os anos, são criados muitos blogs de turmas do Jovem Aprendiz Rural .

 

Colocamos, na coluna à direita, muitos links para os blogs criados até o ano de 2008.

 

Neste mês, começaram a aparecer na blogosfera os primeiros blogs das turmas de 2009. O primeiro que encontrei foi o da turma de Santa Albertina (SP). Para acessá-lo, clique aqui.

 

Competências básicas para o trabalho e para a vida: a experiência da Oficina de Comunicação Oral e Escrita no Programa de Aprendizagem Rural 13 de setembro de 2008

 

O Programa de Aprendizagem Rural, destinado aos jovens aprendizes, foi desenvolvido pela Germinal Consultoria para o SENAR de São Paulo. Busca desenvolver competências básicas para o trabalho, competências gerais para o trabalho rural e competências para o empreendedorismo. Para o desenvolvimento dessas competências, tem uma organização curricular composta por Projetos e Oficinas, como pode ser visto aqui. Para cada um desses componentes curriculares foi elaborado um manual para o coordenador docente, outro para o participante, de modo a propiciar um referencial para a ação docente e facilitar a integração e o treinamento dos professores do Programa.

 

Como na amostra da Oficina de Comunicação Oral e Escrita publicada no post anterior, o manual do coordenador docente contém sugestão para o desenvolvimento da Oficina, detalhada passo a passo. Os manuais estão desenhados de forma a promover a integração entre as diferentes unidades curriculares. Esta integração é feita pelo projeto que articula cada eixo temático ou dimensão do Programa. No caso da Oficina de Comunicação Oral e Escrita, Ser Pessoa é o eixo temático e o Projeto de Vida é o que articula o currículo do eixo.

 

Todos os eixos do Programa (Ser Pessoa, Ser cidadão, Ser Profissional, Ser Profissional da Agricultura e da Pecuária, Ser Empreendedor) são articulados pelo Projeto “Tornar uma Área Produtiva de Forma Sustentável”, que implica no trabalho em um terreno experimental. Assim, o trabalho concreto é a dimensão que integra todo o currículo. A forma como os conteúdos se integram através dos projetos pode ser vista claramente na quarta sessão de aprendizagem da Oficina, postada anteriormente.

 

Esses manuais já foram utilizados por um conjunto de coordenadores docentes do Programa de Aprendizagem Rural, em diferentes localidades do Estado de São Paulo. Posteriormente, em reunião de avaliação, os docentes relataram experiências com o desenvolvimento do Programa, em suas diferentes oficinas.

 

 

 

 

 

 

 

Resultados

 

 

 

 

 Os relatos dos resultados obtidos com a Oficina de Comunicação Oral e Escrita foram particularmente interessantes, e em alguns casos surpreendentes, porque iniciaram uma mudança positiva mais ampla na vida dos aprendizes.

 

Vários coordenadores docentes que utilizaram efetivamente as sugestões do manual, em diferentes localidades, comunicaram resultados similares, tais como:

 

  • Os jovens se envolveram,  e com prazer, nas atividades de expressão oral e escrita propostas;
  • Escrever e falar sobre si mesmo, seus planos, perspectivas e necessidades reais funcionou como um estímulo para a superação das dificuldades de expressão oral e escrita;
  • Escrever sobre as atividades do Projeto Articulador “Tornar uma Área Produtiva de Forma Sustentável” constituia um ato efetivo de comunicação, o que tornava motivadora a escrita.
  • A utilização intensiva da competência de ler e escrever foi uma experiência motivadora e importante para a continuação do aprendizado;
  • Coordenadores docentes receberam comunicações espontâneas de escolas regulares freqüentadas pelos aprendizes sobre progressos surpreendentes que os alunos haviam feito na disciplina Língua Portuguesa, após sua inserção no Programa de Aprendizagem Rural.
  • Alguns dos coordenadores docentes chegaram a relatar ter recebido avaliações das escolas traduzidas como “salto de desenvolvimento” dos alunos na comunicação escrita.
  • Outros receberam notícias sobre progressos pontuais importantes, reconhecidos pela escola regular, como, por exemplo, melhor compreensão da leitura e mais qualidade na comunicação escrita e, ainda, mais e melhor expressão oral.
  • Houve depoimentos com afirmativas de que alunos que não escreviam passaram a escrever. 

Comentários sobre a importância desses resultados para os aprendizes, na vida e no trabalho, no contexto da educação nacional hoje, são desnecessários por serem evidentes. Entretanto, pensar em como chegar a eles pode ser de grande valia.

O que a Oficina fez foi muito simples: proporcionou condições para que ocorressem experiências significativas de comunicação oral e escrita.

 

Quais foram essas condições? Entre outras, merecem destaque:

 

1. A experiência de comunicar através da escrita e da fala com envolvimento emocional sobre o conteúdo comunicado:

  • comunicando conteúdo relevante que diz respeito diretamente ao comunicador;
  • trocando idéias com os pares sobre essas comunicações pessoais;
  • fazendo continuamente auto-avaliação de desempenho nas experiências de comunicação e buscando superação.

2. A superação de dificuldades técnicas da escrita e da fala:

  • tirando lições a partir da reflexão sobre a própria experiência de comunicação oral e escrita;
  • comparando e discutindo suas lições com as lições das experiências dos outros;
  • buscando adicionalmente informações sobre a adequação à norma culta através da literatura e fazendo novas tentativas de comunicação, aplicando-as, com ganho de qualidade.
Salvador Dali, Person in the window
Salvador Dali, Person in the window

 

 O fato do aprendiz concluir a Oficina com a convicção pessoal de ser capaz de comunicar-se oralmente e por escrito, é outro resultado inestimável. Proporciona o impulso para continuar melhorando a capacidade de comunicação, qualidade imprescindível para o bem viver e para o desempenho profissional futuro.

 

 

 

Oficina de Comunicação Oral e Escrita 10 de setembro de 2008

 

 

O material apresentado neste post refere-se a uma sessão de aprendizagem da Oficina de Comunicação Oral e Escrita, Eixo I – Competências Básicas para o Trabalho,  dimensão Ser Pessoa,  do  Programa Jovem Aprendiz Rural.  O Programa foi totalmente desenvolvido pela Germinal Consultoria para o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) – Administração Regional do Estado de São Paulo, entre 2004 e 2006.

 

A primeira implementação do Jovem Aprendiz Rural aconteceu em 2006, em cinco cidades do Estado de São Paulo (Batatais, Jundiai, Itapetininga, Botucatu, São Manoel, Santa Fé do Sul e Ribeirão Bonito). Houve a ampliação, em 2007, para mais trinta e oito cidades do Estado, totalizando um atendimento de mil jovens. A partir de 2008, previa-se o atendimento a cerca de 100 cidades no Estado de São Paulo e para mais de 3.000 jovens entre 14 e 17 anos de idade.

 

O material apresentado a seguir foi editado de forma diferente da versão original.  O excerto deve ser encarado como uma amostra do trabalho que pode ser desenvolvido pela Germinal Consultoria.

 

 

Oficina de Comunicação Oral e Escrita

 

Aula 4/5 

 

Competências

 

Situação de Aprendizagem

 

Recursos

 

Tempo

Comunicar-se por escrito e redigir diferentes tipos de documentos (textos, planos, relatórios, formulários, etc.).

 

Localizar, entender e interpretar informações escritas em documentos e outros suportes de textos (manuais e rótulos de produtos, por exemplos).

 

Buscar e localizar informações escritas.

 

Ler e compreender informações escritas.

 

Interpretar corretamente informações escritas.

 

 

1. Recepção e recapitulação

Avaliações do dia anterior

20’

2. A Biografia do Futuro

Cartilha do Aprendiz

100’

 

INTERVALO

15’

3. A comunicação escrita: exigências e formatos

Cartilha do Aprendiz

90’

4. Avaliação do Dia

 

15’

 

         

 

I. Recepção e Recapitulação

Receba os aprendizes, cumprimentando-os pelo nome, como de costume. Aguarde que escolham uma cadeira para sentar, dentre as dispostas em semicírculo, previamente arrumadas e em quantidade idêntica ao do número de participantes. Inicie o dia dando retorno da avaliação do dia anterior, no formato de bilhete para o instrutor.

 

Comente o conteúdo de uma forma geral, sem personalizar suas observações. Comente os formatos de bilhetes que recebeu, aproveitando a oportunidade para informar os formatos mais usuais. Devolva as descrições corrigidas. Comente e esclareça os principais erros, sem personalizar os autores. Faça recomendações.

 

Devolva as descrições com a correção semântica e gramatical: coerência, organização adequada dos parágrafos, utilização adequada dos sinais de pontuação, correção da grafia, acentuação gráfica e flexão/concordância. Faça as recomendações que considerar mais importantes, a partir da sua correção, Principalmente reforce os procedimentos para a autocorreção, com utilização do dicionário e gramática. Lembre o quanto é importante apresentar um texto limpo e correto, especialmente no trabalho.

 

II. A Biografia do Futuro

 

Major Clanger, Sunset behind Astoria-Megler Bridge - Flickr

Major Clanger, Sunset behind Astoria-Megler Bridge - Flickr

Relaxamento e Imaginação ativa

 

Providencie um fundo musical suave e alegre (As Quatro Estações de Vivaldi, por exemplo). Oriente um relaxamento pedindo aos participantes para se posicionarem de forma confortável em seus lugares, fecharem os olhos e se concentrarem na respiração, inspirando e expirando profundamente. Peça para relaxarem pés, pernas tronco, ombros, nuca, face, pálpebras e testa, sempre respirando profundamente.

 

Depois, inicie um processo de imaginação ativa. Informe-os que eles estão com vinte e cinco anos (sempre na terceira pessoa do singular). Peça para se olharem com vinte e cinco. O corpo, a pele (que melhorou muito), os cabelos (que estão com outro visual).

 

Siga falando que faz uma linda manhã e eles estão se preparando para ir ao trabalho. Olham-se no espelho e se dão conta que o tempo passou depressa. Parece que outro dia mesmo estavam terminando o Programa de Aprendizagem Rural.

 

Você se lembra do “Projeto de Vida” que elaborou nessa ocasião? De lá para cá muita coisa mudou na sua vida. E o melhor é que você soube se adequar às circunstâncias, às oportunidades que foram surgindo. Teve muitas surpresas também, nesse período. Algumas ótimas. Sua vida afetiva virou de cabeça para baixo e ficou intensa, rica. É… parece que não tem do que reclamar. Bem, acho melhor você acabar de se arrumar, senão vai se atrasar para o trabalho.

 

Faça uma pequena pausa deixando apenas o som do fundo musical. Depois, devagar, peça para os jovens abrirem os olhos e tomarem contato com o ambiente.

 

 Biografia do futuro

 

Manuela Imar, Biografia de Luiza Neto Jorge,(92X73), óleo s/tela; Lisboa, 1990.

Manuela Imar, Biografia de Luiza Neto Jorge,(92X73), óleo s/tela; Lisboa, 1990.

Aproveitando o aquecimento da atividade anterior, informe que os aprendizes vão elaborar uma biografia do futuro. Distribua folhas de papel em branco. Peça para localizarem a orientação específica no Cartilha do Aprendiz e coloque-se à disposição para esclarecimentos.

 

 

Biografia do Futuro: Trabalho individual

 

Muita coisa já aconteceu na sua vida, desde que terminou o Programa de Aprendizagem Rural. Conte tudo o que aconteceu nesse período.

Escreva sobre sua vida desde o curso até o seu momento atual, com a idade de 25 anos.

Não se esqueça de abordar todos os aspectos da sua existência: profissional, educacional, familiar, afetivo, etc. Utilize a primeira pessoa do singular, escreva frases curtas.

 

Durante a redação, o silêncio deve ser total, com exceção da música de fundo que permanecerá audível até o encerramento da atividade.

 

Catar feijão

Depois de concluírem seus textos, solicite para os aprendizes localizarem, no Cartilha do Aprendiz, a poesia Catar Feijão, de João Cabral de Melo Neto e fazerem uma leitura silenciosa.

 

fuleiragem.typedad.com

fuleiragem.typedad.com

Texto de Apoio 8: Catar feijão

     
      Catar feijão se limita com escrever:
      joga-se os grãos na água do alguidar
      e as palavras na da folha de papel;
      e depois, joga-se fora o que boiar.
      Certo, toda palavra boiará no papel,
      água congelada, por chumbo seu verbo:
      pois para catar feijão, soprar nele,
      e jogar fora o leve e oco, palha e eco.

      Ora, nesse catar feijão, entra um risco:
      o de entre os grãos pesados entre
      um grão qualquer, pedra ou indigesto,
      um grão imastigável, de quebrar dente.
      Certo não, quanto ao catar palavras:
      a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
      obstrui a leitura fluviante, flutual,
      açula a atenção, isca-a com o risco.

 

Melo Neto, João Cabral. Obra Completa, Rio de Janeiro, Editora Nova Aguilar, 1999.
 

 

Extraia com os aprendizes as idéias da poesia, sobre a comparação entre catar feijão e escrever. A busca das palavras mais adequadas, a eliminação do que não encaixou bem, do que não deu um bom tom, o encontro da palavra que desperta o leitor… Fale sobre a importância do trabalho artesanal de construir um texto: o rascunho obrigatório, a leitura crítica – do próprio autor ou de outra pessoa – e as correções para fazer o texto definitivo, a consulta ao dicionário e à gramática.

 

A revisão, ou leitura crítica, feita por olhos estranhos, ajuda a detectar imprecisões e descobrir inúmeras possibilidades de melhorar o texto. Quando a revisão é feita pelo autor, convém aguardar um tempo para conseguir um distanciamento crítico. Isso ajuda a perceber mais os erros e as possibilidades de aprimorar o texto.

 

No trabalho nem sempre é possível ter esse tempo, então é interessante contar com a revisão de um colega.

 

Renoir - Les deux soeurs

Renoir - Les deux soeurs

 

Trabalho em duplas

 

Neste momento, os participantes devem escolher (e é importante que escolham realmente) seus pares, formando duplas, para dar prosseguimento ao trabalho de elaboração da biografia. Peça que eles localizem na Cartilha do Aprendiz a instrução para o trabalho em duplas. Coloque-se à disposição para esclarecimentos.

 

Biografia Futura: revisão compartilhada

 

a) Trocar as redações e fazer uma primeira leitura da biografia do colega silenciosamente, sem comentários ou interrupções.

b) Ler pela segunda vez, fazendo revisão. Assinalar, com um lápis, as partes que não entendeu completamente ou teve dificuldade inicial para entender e tudo o que considerar que precisa ser corrigido: coerência, organização dos parágrafos, sinais de pontuação, correção da grafia, acentuação gráfica e concordância.

c) Conversar sobre a biografia de cada um, uma de cada vez, cada um comunicando ao outro as partes assinaladas e explicando as razões.

d) Destrocar as redações, fazer individualmente a versão final da autobiografia futura.

 

Depois das duplas concluírem seus trabalhos, peça para que todos afixem suas biografias do futuro em lugar visível. Depois, faça a proposta de um pequeno intervalo.

 

 

IV. Comunicação escrita: exigências e formatos

 

 

Oriente os participantes para localizarem na Cartilha do Aprendiz um pequeno texto com o título Exigências do Texto Escrito.

 

 

Exigências do texto escrito

 

 Nunca é demais ressaltar a importância do rigor, da precisão e da objetividade em um texto escrito. Enquanto oralmente podemos nos valer de gestos, de expressões faciais, da entonação e do timbre da voz para transmitir o que sentimos, pensamos e julgamos, na escrita dependemos apenas das palavras.

Daí a necessidade de uma preocupação com a escolha das palavras e com a maneira de organizá-las na frase. Afinal, o destinatário, não estando presente no momento da elaboração da mensagem, não pode pedir esclarecimentos nem manifestar suas dúvidas. Assim não nos é dado escolher novas formas para expressar o que tínhamos em mente, como o faríamos se notássemos na expressão do interlocutor um ar de incompreensão ou de discordância.

 Por isso, não se admite, num texto escrito, ambigüidade, trechos confusos, escolha inadequada do vocabulário, termos desconexos, falta de nexo entre orações e parágrafos, incoerência na exposição de idéias. Afinal, um texto escrito pode ser relido, refeito, repensado, corrigido. E essa vantagem deve ser explorada ao máximo.

 

 Eduardo Martins – O Estado de S. Paulo, 28/11/91, retirado do site http://www.portrasdasletras.com.br

 

 

Girl Writing by Henriette Browne

Girl Writing" by Henriette Browne

 

Depois da leitura, comente cada um dos termos grifados no último parágrafo. Se possível, dê exemplos. Consulte o site indicado na nota.

 

Organize grupos de três ou quatro pessoas para escreverem textos em diferentes gêneros. Distribua entre os grupos as propostas de redação abaixo colocadas, também transcritas na Cartilha do Aprendiz.

 

Coloque-se à disposição de cada grupo para fazer esclarecimentos ou fornecer orientação.

 

 

 

 

1.   Escrever um comunicado a todos os colegas, pedindo colaboração em relação à assiduidade e pontualidade no trabalho com o terreno experimental para que alguns não fiquem sobrecarregados.

2.    Escrever uma carta ao coordenador do SENAR informando os primeiros progressos que os aprendizes já fizeram (ou não fizeram) no terreno experimental, através do projeto articulador: Tornar uma Área Produtiva de Forma Sustentável.

3.   Escrever um plano de trabalho específico a ser desenvolvido no terreno experimental através do projeto articulador.

4.    Escrever um relatório técnico para o instrutor da Oficina de Comunicação Oral e Escrita a respeito do trabalho já realizado no terreno experimental e o que falta ainda realizar.

5.   Escrever uma crônica sobre uma vivência no terreno experimental através do projeto articulador.

6.    Escrever três rótulos para recipientes que guardam produtos químicos. Criar um formulário para registrar todos os produtos químicos a serem utilizados no trabalho agrícola (no projeto articulador), inserindo nomenclatura, composição dos produtos, prazo de validade e disponibilidade de estoque.

7.   Escrever instruções para os procedimentos a serem adotados para a preparação do solo de uma horta.

8.   Escrever um bilhete para o coordenador do projeto articulador justificando a sua ausência em um trabalho coletivo.

 

Depois de concluídas, as redações em diferentes formatos deverão ser recolhidas por você. Você poderá permitir que os grupos que não tiverem conseguido terminar o trabalho o façam até a sessão seguinte, com o compromisso de entregar logo no início da sessão. Neste caso, estimule os aprendizes a buscarem informações para complementarem ou enriquecerem seus textos.

 

IV. Avaliação do Dia

Oriente os participantes para que pensem e falem uma frase que avalie a aprendizagem no dia de hoje.

 

Sobre essa Oficina, leia uma análise, clicando aqui.

 

 

Oficina de Recuperação de Áreas Degradadas 29 de junho de 2008

 

O material apresentado neste post refere-se a um excerto da oficina “Recuperação de Áreas Degradadas”,  do Programa Jovem Aprendiz Rural. O Programa foi desenvolvido para o SENAR, Administração Regional de São Paulo.  A Germinal Consultoria, sob supervisãso da equipe técnica do SENAR, desenvolveu todos os Manuais do Instrutor e as Cartilhas dos Alunos de 19 unidades didáticas (Oficinas e Projetos) do Programa. O excerto foi extraído do Manual do Instrutor. O presente material é uma amostra do trabalho que pode ser desenvolvido pela Germinal Consultoria.

 

Oficina de Recuperação de Áreas Degradadas

 

SESSÃO 4/7

 

Competências 

Situação de Aprendizagem 

Recursos 

Tempo 

 

Identificar matas ciliares para preservação.

 

 Recuperar matas ciliares.

 

Reflorestar e/ou recuperar áreas degradadas.

 

 

Roteiro de pesquisa em área recuperada

Cartilha do Aprendiz

20’

Reconhecimento da área reflorestada

Música Borzeguim / Cadernetas de Campo

90’

INTERVALO

15’

Expressando sentimentos

Cartilha

20’

Respondendo roteiros de pesquisa

Cartilha

40’

Iniciando projeto de recuperação de mata ciliar

Flip-chart

50’

Avaliação do dia

5’

 

A quarta sessão será realizada em uma área de mata ciliar já recuperada (ou em recuperação) por reflorestamento, previamente identificada.

 Roteiro de Pesquisa em área recuperada

Na chegada à área, reúna a turma e estimule o aprimoramento de um roteiro de pesquisa na área já recuperada ou em recuperação. Parta do seguinte esboço de roteiro, também incluído na Cartilha do Aprendiz.

 Discuta a adequação do esboço de roteiro enquanto apoio à exploração da área recuperada. Introduza as modificações indicadas pelo debate. Solicite que os aprendizes também modifiquem o roteiro em suas Cartilhas.

                              

               VARIÁVEIS

            

   RESULTADOS DA OBSERVAÇÃO

 

Condições do solo

 

Condições do ar

 

Condições do curso d’água

 

Vida animal

 

Processo utilizado

 

Espécies plantadas

 

Estágio atual de recuperação

 

 Reconhecimento da área reflorestada

Agro-Floresta - Negócios Ambientais - Reflorestamentos

Agro-Floresta – Negócios Ambientais – Reflorestamentos

Em seguida, realize o reconhecimento da área juntamente com os participantes. Desafie-os, através de perguntas provocadoras, a perceberem como a mata ciliar foi (ou está sendo) recuperada; qual o processo utilizado, que mudas foram plantadas e com quais funções ecossistêmicas.

Estimule os aprendizes a atentarem para as sensações e emoções durante o trajeto. Interrompa a visita, após 40 minutos. Solicite que ouçam a música Borzeguim (Borzeguim, música e letra de Antonio Carlos Jobim, disco Passarim, Polygram, 1987. Para a execução da música, use um aparelho de som portátil.), de Antonio Carlos Jobim. Os aprendizes podem acompanhar a audição com a leitura da letra disponível na Cartilha do Aprendiz.

  

 

Borzeguim

 

Borzeguim, deixa as fraldas ao vento
E vem dançar
E vem dançar
Hoje é sexta-feira de manhã
Hoje é sexta-feira
Deixa o mato crescer em paz
Deixa o mato crescer
Deixa o mato
Não quero fogo, quero água
(deixa o mato crescer em paz)
Não quero fogo, quero água
(deixa o mato crescer)
Hoje é sexta-feira da paixão sexta-feira santa
Todo dia é dia de perdão
Todo dia é dia santo
Todo santo dia
Ah, e vem João e vem Maria
Todo dia é dia de folia
Ah, e vem João e vem Maria
Todo dia é dia
O chão no chão
O pé na pedra
O pé no céu
Deixa o tatu-bola no lugar
Deixa a capivara atravessar
Deixa a anta cruzar o ribeirão
Deixa o índio vivo no sertão
Deixa o índio vivo nu
Deixa o índio vivo
Deixa o índio
Deixa, deixa
Escuta o mato crescendo em paz
Escuta o mato crescendo
Escuta o mato
Escuta
Escuta o vento cantando no arvoredo
Passarim passarão no passaredo
Deixa a índia criar seu curumim
Vá embora daqui coisa ruim
Some logo
Vá embora
Em nome de Deus é fruta do mato
Borzeguim deixa as fraldas ao vento
E vem dançar
E vem dançar
O jacú já tá velho na fruteira
O lagarto teiú tá na soleira
Uirassu foi rever a cordilheira
Gavião grande é bicho sem fronteira
Cutucurim
Gavião-zão
Gavião-ão
Caapora do mato é capitão
Ele é dono da mata e do sertão
Caapora do mato é guardião
É vigia da mata e do sertão
(Yauaretê, Jaguaretê)
Deixa a onça viva na floresta
Deixa o peixe n’água que é uma festa
Deixa o índio vivo
Deixa o índio
Deixa
Deixa
Dizem que o sertão vai virar mar
Diz que o mar vai virar sertão
Deixa o índio
Dizem que o mar vai virar sertão
Diz que o sertão vai virar mar
Deixa o índio
Deixa
Deixa

Após a audição, solicite que os participantes relacionem o que ouviram com o que observaram até então.

Dê continuidade à visita. Incentive, desde o início, que os aprendizes observem a vegetação e reconheçam espécies nativas que também se encontram na área de trabalho. Oriente-os a relacionarem as espécies coincidentes nas cadernetas de campo e ajude-os a nomeá-las quando necessário. Após a visita à área, faça a proposta de um pequeno intervalo.

Expressando sentimentos

Reúna novamente o grupo em semicírculo e solicite que cada um escreva algo na Cartilha do Aprendiz que expresse os sentimentos vivenciados durante a visita de reconhecimento à área recuperada. Quando você perceber que todos já terminaram de escrever, solicite que cada um  leia o que escreveu.

Registrando os resultados da pesquisa

Oriente os aprendizes a registrarem, usando o roteiro, os resultados da pesquisa em suas cartilhas, sistematizando os dados obtidos no decorrer da visita. Enquanto eles trabalham, você esclarece, individualmente, pontos que ficaram obscuros.

Iniciando projeto de recuperação de mata ciliar

 

 

 

CATI - Mata Ciliar

CATI – Mata Ciliar

 

Solicite aos aprendizes que se reúnam nos mesmos grupos e, a partir de dos itens listados como relevantes para a elaboração de um projeto de recuperação, retiradas do texto Recuperação de Áreas Degradadas, elaborem um projeto esquemático de plantio de mudas de mata ciliar para a área de trabalho.

 

 

Recuperação de áreas degradadas

A implantação de um programa de recuperação de uma área tem como objetivo minimizar ou eliminar os efeitos adversos decorrentes das intervenções e alterações ambientais inerentes ao processo construtivo e à operação do empreendimento, as quais são potencialmente geradoras de fenômenos indutores de impactos ambientais que manifestar-se-ão nas áreas de influência do empreendimento. Para um projeto de recuperação como este seria necessário avaliar alguns tópicos como o que seguem:

1.     A análise da(s) região (ões) fitogeográfica(s) em que estão localizadas as áreas a recuperar.

2.     Seleção, mensuração e definição do tipo de uso futuro da área a recuperar.

3.     Análise da vegetação ocorrente na região de localização das áreas a reabilitar.

4.     Análise topográfica da área a reabilitar.

5.     Análise físico-química do solo para plantio.

6.     Seleção das espécies vegetais a serem introduzidas.

7.     Aquisição/produção das mudas.

8.     Atividades de plantio.

9.     Atividades de manutenção dos plantios.

(Excerto do texto Recuperação de Áreas Degradadas, de Aparecida Rosa Ferla Salvador  e Jussara de Souza Miranda, disponível no site: http://www.sobrade.com.br/textos/trabalhos/recuperacao_de_areas_degradadas.htm, acesso em 18/01/2006.)

Para a realização do projeto, oriente os grupos para construirem um mapa da área de trabalho, incluindo a topografia do terreno, as eventuais áreas com cobertura vegetal, o curso d’água. No próprio mapa devem indicar, com números, o local e as espécies a serem plantadas.

Os participantes devem transferir estes números para a primeira coluna de uma tabela, que incluirá colunas destinadas ao registro da função ecossistêmica da espécie, assim como da relação dos cuidados necessários ao plantio e ao pós-plantio. A tabela é apresentada a seguir e também será incluída na Cartilha do Aprendiz.

 

                                     Mapa da Área

Número

Espécie

Função ecossistêmica

Cuidados necessários

Plantio

Pós-plantio 

  

 

 

 

 

  

 

 

 

 

  

 

 

 

 

  

 

 

 

 

  

 

 

 

 

  

 

 

 

 

Solicite aos grupos que não concluírem o trabalho em tempo que o façam até a próxima aula.

Avaliação

Solicite uma rápida avaliação do dia e encerre a aula.

 

OFICINA APRENDER A APRENDER 25 de junho de 2008

O material apresentado neste post refere-se a um excerto da oficina “Aprender a Aprender”,  do Programa Jovem Aprendiz Rural (Eixo I – Competências Básicas para o Trabalho – Dimensão Ser Pessoa). O Programa foi desenvolvido para o SENAR de São Paulo.  A Germinal Consultoria, sob supervisãso da equipe técnica do SENAR, desenvolveu todos os Manuais do Instrutor e as Cartilhas dos Alunos de 19 unidades didáticas (Oficinas e Projetos) do Programa. O excerto foi extraído do Manual do Instrutor. O presente material é uma amostra do trabalho que pode ser desenvolvido pela Germinal Consultoria.

 Oficina de Aprender a Aprender

SESSÃO 1/5

Competências

Situação de Aprendizagem

Recursos

Tempo

 

 

Observar, analisar e refletir sobre a atuação adequada do outro como meio de aprendizagem.

 

 

A partir da reflexão, extrair aprendizagem das próprias experiências positivas e, especialmente, das experiências malogradas.

 

Memórias de Aprender

1. Aquecimento: ser aprendiz hoje

Textos: Jardim da Infância e Pilares

30’

2. Refletindo sobre a experiência de vida.

CD, cartolina branca, lápis, giz ou caneta de cor.

90’

INTERVALO

15’

3, Mapas mentais do aprender

Mapas mentais desenhados

45’

Fazendo, observando, refletindo e aprendendo

4. Escravos de Jó

Latinhas com balas ou pedras ou caixas de fósforo

 

55’

5. Avaliação: a palavra do dia

 

5’

 

 

 

 

 

 

1. Aquecimento: ser aprendiz hoje

Receba os participantes na porta da sala. Cumprimente-os um a um, de acordo com o nível de convivência que tiver com o grupo. Procure chamar cada um pelo nome. Se for o seu primeiro contato com o grupo, apresente-se e procure saber o nome de cada um (Procure, durante toda a sessão, memorizar o nome de cada participante. Isso vai ser importante para atividades da segunda sessão). Solicite que escolham uma cadeira para sentar, dentre as dispostas em semicírculo, previamente arrumadas e em quantidade idêntica ao do número de participantes. Solicite que todos os participantes localizem na Cartilha do Aprendiz o Texto de Apoio 1: Jardim da Infância (Citado no livro “O Empresário Criativo”, de Roger Evans e Peter Russel, São Paulo, Editora Cultrix, pg.169.) e façam uma leitura individual silenciosa.

Alfredo Volpi, Bandeirinha, 1958, têmpera s/ tela, 44,2 x 22,1 cm

Alfredo Volpi, Bandeirinha, 1958, têmpera s/ tela, 44,2 x 22,1 cm

 

 

 

 

 

 

 

Texto de Apoio 1 – Jardim da Infância

 

Grande parte do que eu realmente precisava saber a respeito da vida, de como viver, do que fazer e de como ser, aprendi no jardim de infância. A sabedoria não estava no cume da montanha da faculdade, mas ali na caixa de areia da escola maternal.

Essas são as coisas que aprendi: compartilhe tudo; seja leal; não magoe as pessoas; recoloque as coisas no lugar onde as encontrou; limpe aquilo que sujar; não pegue o que não for seu; peça desculpas quando machucar alguém; lave as mãos antes de comer…

Biscoitos quentes e leite frio são bons para você; leve uma vida equilibrada; aprenda um pouco, pense um pouco, desenhe, pinte, cante, dance, brinque e trabalhe um pouco a cada dia; tire uma soneca todas as tardes; quando sair para o mundo, fique atento no trânsito; dê as mãos e mantenha-se unido; perceba a maravilha…

Pense como o mundo seria melhor se todos nós – o mundo inteiro – tivesse biscoito e leite por volta de três horas de todas as tardes e depois deitasse com suas mantas para tirar um cochilo, ou se tivéssemos uma política básica em nossa nação e em outras nações de sempre recolocar as coisas no lugar onde as encontramos e limpássemos as sujeiras que fizéssemos. E isto continua a ser verdade, não importa a idade: quando sair para o mundo, é melhor dar as mãos e manter-se unido. 

Robert Fulghum, in: Mason, J.G. O Dirigente Criativo, São Paulo, IBRASA, 1974.

Ao final da leitura, estimule os aprendizes a fazerem comentários sobre a compreensão que tiveram. Relacione no quadro as idéias mais importantes identificadas por eles no texto. Depois, rapidamente, apresente os pilares da educação contemporânea, propostos por Jacques Delors.

  

Texto de Apoio 2- Pilares da Educação Contemporânea

 

 Aprender a Conhecer – Aprender a ter prazer no ato de compreender, de descobrir, de construir e de reconstruir o conhecimento. Valorizar a curiosidade, a autonomia e a atenção. Aprender a pensar, a pensar o novo, a reinventar o pensar.
 Aprender a Fazer– Saber preparar-se tecnicamente para o trabalho. Aprender a trabalhar coletivamente, a ter iniciativa, a gostar de uma certa dose de risco, a ser intuitivo, a se comunicar, a resolver conflitos e a ser flexível. 
 Aprender a Conviver– Aprender a viver com os outros, a compreender os outros, a desenvolver a percepção da interdependência, a administrar conflitos, a participar de projetos comuns, a ter prazer no esforço comum. 
 Aprender a ser– Aprender a desenvolver a sensibilidade, o sentido ético e estético, a responsabilidade pessoal, o pensamento autônomo e crítico, a imaginação, a criatividade, a iniciativa. Aprender a ser pessoa, a desenvolver-se integralmente, não negligenciando nenhuma das suas potencialidades.(Ver em Delors, Jacques, Educação: Um Tesouro a Descobrir. Relatório da Comissão Internacional sobre a Educação Para o Século XXI, Bras

Solicite que os participantes classifiquem as aprendizagens citadas no texto “Jardim da Infância”, utilizando os pilares de Delors.

 
 

Observe que é possível defender que, dos quatro pilares, o texto privilegia dois deles. Na primeira relação de aprendizagens, iniciada com “compartilhe tudo”, o foco é no Aprender a Conviver. Na segunda relação (iniciada com “Biscoitos quentes e leite frio são bons para você”) o foco é no Aprender a Ser. Os pilares menos focados no texto são o Aprender a Fazer e o Aprender a Pensar, talvez por serem os pilares mais enfatizados em níveis mais avançados de estudo, aos quais o autor quis fazer um contraponto.

Note, porém, que existem várias classificações possíveis e que o esforço de classificação serve ao intuito de fixação dos conceitos e não deve ser prolongado até uma conclusão consensual.

 

2. Refletindo sobre a experiência de vida

 

Peça que cada participante  feche os olhos reflite sobre em que é bom ou sabe fazer. Depois peça que escolha a sua melhor qualidade ou o que sabe fazer melhor.

Escolhida a melhor qualidade, os participantes permanecem de olhos fechados. Agora, vão viajar no tempo. Na imaginação, vão retroceder na história de vida. Viajam em busca da origem e do desenvolvimento da qualidade escolhida. Vão localizar os momentos e as situações de vida que deram origem e promoveram o desenvolvimento da qualidade. 

Peça que os participantes, no ritmo de cada um, retornem ao ambiente de aprendizagem. Solicite que, lentamente, tomem contato com o corpo: pés, pernas, mão, braços, tronco, pescoço, cabeça, face… Que abram os olhos vagarosamente… Que se estiquem, que se espreguicem… Dê um tempo para que conversem com os colegas do lado.

Agora, divida os aprendizes em cinco grupos de trabalho. É interessante fazer isso de forma aleatória. Por exemplo, numere os participantes de um (1) a cinco (5), os que receberem o número 1 constituirão o Grupo Um, os que receberem o número 2 formarão o Grupo Dois e assim sucessivamente.

Nos grupos, os participantes irão trocar as suas vivências no exercício de imaginação anterior. Em especial, cada um relatará a qualidade escolhida e os caminhos do seu desenvolvimento. Alerte os grupos que a atitude dos que escutam deve ser de atenção e respeito. O que estiver falando não deve ser interrompido, nem julgado. Em sinal de respeito ao outro, não é um momento adequado para brincadeiras ou comentários desrespeitosos.

Observe e esteja atento aos pequenos grupos para garantir a postura de respeito e camaradagem necessária à apresentação de cada história individual. Esteja preparado para possíveis momentos de emoção.  Deixe o próprio grupo tratar deles. Só interfira se for necessário.

Quando em um grupo, todos concluírem suas falas, entregue ao grupo uma folha de cartolina branca e um conjunto de lápis e/ou caneta e/ou giz de cor. Solicite ao grupo que construa um “Mapa Mental”, como no modelo a seguir:

Ilustração 1: Mapa Mental

 

Peça para substituir a expressão “a fazer” por “como aprendemos”, bem como figuras e textos, ajustando-os à pergunta. Mantendo a pergunta, o grupo pode desenhar o mapa da forma mais criativa possível e com o número de respostas que julgar necessárias, não devendo ficar restrito às nove alternativas indicadas na figura. O mapa deve ser elaborado a partir dos relatos das experiências individuais de aprender. Antes da elaboração dos mapas, solicite que os participantes leiam o Texto de Apoio 3: ”Mapas Mentais” (veja em Mapas Mentais na Escola, de Virgílio Vasconcelos Vilela),  também inserido na  Cartilha do Aprendiz.

Texto de Apoio 2  

 

Mapas mentais

 

Mapas mentais são, antes de tudo, ferramentas de organização de pensamento, e têm muitas e variadas de aplicações pessoais e profissionais. Pela sua didática, vamos transcrever aqui a introdução disponível no site www.mapasmentais.com.br  e na apostila de introdução também acessível no site.

O primeiro mapa mental a gente nunca esquece

José Maria é um sujeito ocupado: é analista, professor, aluno, pai e tem um site. Ele costuma ter várias coisas para fazer, e gosta de registrá-las para não esquecer nada. Inicialmente, ele fazia uma lista simples, anotada em um papel qualquer:

– Lavar o carro

– Levar o carro para revisão

– Consertar vazamento da pia da cozinha

– Pagar a conta telefônica

– Tirar dinheiro

– Trocar a lâmpada do quarto

 

Depois, José Maria descobriu que ficava melhor agrupando os itens:

·                        Carro

     – Lavar

     – Levar para revisão

·                        Casa

     – Consertar vazamento da pia da cozinha

     – Trocar lâmpada do quarto

·                        Finanças

     – Pagar conta telefônica

     – Tirar dinheiro

Mas José Maria gostou mesmo quando achou um programa muito legal para fazer mapas mentais, e, depois de uma versão inicial e algumas mexidas, ele fez o seguinte para aquelas mesmas coisas a fazer:

 

E ele, que é analista, professor, aluno, pai e tem um site, usou os mapas de várias maneiras: para planejar aulas e apostilas, apresentar resumos para os alunos, elaborar relatórios e até para organizar melhor sua autocrítica, registrando os vários aspectos e enfoques possíveis. Convicto das vantagens, resolveu organizar as aplicações de mapas mentais também em um mapa, onde considerou cada uma de suas atividades e inseriu mais um tópico para a parte pessoal (veja próximo mapa mental).

 

Ao mostrar esse e outros mapas para as pessoas e alunos, José Maria logo descobriu que muitas tentavam olhar o mapa todo de uma vez, e “arrepiavam”. Mas ele ensinou-as a olhar no início apenas o título e um tópico de cada vez, e logo elas estavam gostando da coisa. Uma delas até comentou a vantagem de “quase não ter artigos e preposições nem blá-blá-blá, só idéias essenciais”.

Não satisfeito, José Maria queria ter para si uma visão bem clara e organizada dos benefícios de usar os mapas mentais, e fez o mapa a seguir. No primeiro nível, o dos tópicos principais, ele colocou os vários aspectos da vida beneficiados: trabalho, aprendizado, memorização e outros, e nos tópicos filhos os benefícios que já percebera. Ele destacou no mapa o que para ele é o mais importante na cadeia de benefícios: os efeitos pessoais que decorrem destes. E pregou o mapa mental em um local bem visível. (Ver texto completo e outras referências em: http://www.mapasmentais.com.br/.) 

 

 Esteja atento ao trabalho dos grupos no transcorrer da atividade.  Reoriente a atividade sempre que sentir que for necessário. Considere que os aprendizes estão enfrentando dois problemas simultâneos: sistematizar o que podem aprender a partir da experiência de cada um e trabalhar com a técnica de Mapas Mentais.

Quando um grupo concluir o seu Mapa Mental, solicite que ele seja fixado na frente da sala. Depois de fixado o Mapa Mental do grupo, os participantes daquele grupo podem sair para o Intervalo que terá uma duração variável, de acordo com o ritmo de cada grupo. O último grupo a sair terá 15 minutos de intervalo.

 3. Mapa Mental do Aprender

clip_image001No retorno do intervalo, peça que os grupos apresentem os seus participantes e os seus mapas mentais. Na apresentação dos grupos, solicite objetividade. Ao final de cada apresentação abra um breve espaço para o esclarecimento de dúvidas. O tempo de cada apresentação, incluindo a apresentação dos participantes e o esclarecimento de dúvidas não deve ultrapassar cinco (5) minutos.

Depois da apresentação dos grupos, relembre os quatro pilares da educação contemporânea: aprender a ser, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a conhecer. Desenhe o centro do Mapa Mental com o qual os aprendizes trabalharam. Coloque os pilares circundando o centro do Mapa Mental, como mostra a figura anterior. Observe que você pode utilizar outros símbolos para os pilares ou não utilizar símbolo algum.

 A partir desse centro de Mapa Mental, você coordenará um trabalho de síntese dos Mapas Mentais anteriormente elaborados pelos grupos e que estão fixados na frente da sala. Todos os aprendizes devem participar dessa síntese. Incentive a participação dos mais tímidos. A síntese deve ser um movimento rápido e não precisa ser exaustiva.

Ao final da síntese, peça que os aprendizes julguem o trabalho coletivamente elaborado. Solicite que eles percebam as ênfases e as ausências. Promova uma breve avaliação do que o grupo já sabe sobre o aprender e o que falta ainda a aprender.  

      

    

    4. Escravos de Jó

  Você vai convidar os aprendizes para participar de um jogo chamado Escravos de Jó, onde os participantes, sentados no chão, cantam a canção, a seguir. (A canção tem variações na letra. Alguns dos participantes podem conhecer outra versão. Um dos desafios do jogo é chegar a um consenso unânime sobre a letra da canção.)

 

Escravos de Jó

Jogavam caxangá,

Tira, bota,

Deixa ficar!

Guerreiros com guerreiros

Fazem zigue, zigue, zá.

Guerreiros com guerreiros

Fazem zigue, zigue, zá.

Ao mesmo tempo em que cantam, os participantes movem objetos (Podem ser latinhas de balas, caixas de fósforo, pedras de dominó… O importante é que o objeto produza ruído quando movimentado e, principalmente, quando toca o chão.)seguindo um ritmo determinado. Cada participante tem um objeto. Durante cada rodada de canto e movimento, o objeto que está na mão de cada participante deverá ser passado para o participante à sua direita. O texto de referência(Excerto de texto de João Batista Freire, em www.decorpointeiro.com.bracesso em 23/03/2005.), inserido no quadro abaixo acrescenta informações sobre o jogo.

 

 

 

Texto de referência 1: Escravos de Jó

 

Na sua forma mais tradicional, é uma brincadeira cantada, segundo a tradição, brincada por monges, e incorporada à cultura infantil. Os objetos, passados de mão em mão em uma roda de pessoas em volta de uma mesa ou sentadas no chão, giram sempre para a direita de quem está na roda. Enquanto passam o objeto, os participantes cantam uma canção.

Trata-se de uma prática que educa, entre outras coisas, no sentido da orientação espacial e temporal. Espacial pela direção com que deve ser passado o objeto; temporal porque a ação deve ser guiada por uma seqüência rítmica determinada.

 

Não é uma brincadeira fácil. Quanto maior for o número de integrantes da roda, mais difícil é coordenar os movimentos, porque não basta coordenar os próprios, mas, também, levar em consideração os movimentos de todos os demais.

 

Do ponto de vista social, a importância da brincadeira reside no fato de que cada um é responsável por todos os demais, de tal maneira que o erro de um implica no erro de todos. O êxito da brincadeira nunca é individual, mas coletivo. Trata-se, portanto, de um jogo cooperativo, como quase todos os jogos o são, porém, em alguns casos, bastante marcados por essa característica.

Muitas variações podem ser produzidas por quem orienta a brincadeira. Após certificar-se de que os praticantes já sabem realizar o jogo na forma tradicional, o orientador pode sugerir que o objeto seja passado da direita para a esquerda, por exemplo. Pode-se mudar tamanho, forma ou peso do objeto, e assim por diante.

Você perceberá que o jogo admite dois resultados. Se todos jogam corretamente, o movimento grupal é harmonioso e constante e os objetos fluem de forma ritimada entre os participantes. Se alguém erra, os objetos se acumulam em pontos específicos da roda de participantes. A probabilidade de erro será muito grande nas rodadas iniciais devido à falta de coordenação do grupo.

A cada erro, você deverá suspender a atividade e solicitar uma avaliação da situação pelos participantes. A causa do erro deve ser identificada e sugestões de mudanças serem formuladas pelos próprios aprendizes. Os participantes, em nova rodada do jogo, tentam implementar as mudanças. Novo erro, nova parada, nova avaliação, nova mudança. Depois do acerto do grupo, as rodadas em ritmo crescente são repetidas. Em qualquer momento do jogo, na ocorrência de erros, você deve repetir as paradas, as avaliações e as mudanças.

Dominadas as competências necessárias ao jogo (cantar a música, fazer os movimentos adequados, ajustar seu ritmo ao ritmo dos companheiros e da música, manter a concentração…), convide os aprendizes a experimentarem variações. A música pode deixar de ser cantada e passar a ser murmurada ou assoviada. Por fim, todos jogam silenciosamente, cantando mentalmente a música e o som dos objetos tocando ritmicamente o chão domina o ambiente.

Terminado o jogo, promova uma discussão sobre a experiência vivida. Na discussão deve ficar claro que os participantes viveram uma experiência de aprender a fazer associada à de aprender a conviver. As questões fundamentais que devem orientar a discussão são: como aprenderam a fazer (a cantar a música, as técnicas do jogo) e como aprenderam a conviver (a coordenar seus movimentos com os demais e cooperar com os outros na realização da tarefa comum).

 

Você deve registrar as conclusões da discussão modificando e alterando o Mapa Mental “Como Aprendemos?”, em construção. Informe que o Mapa Mental coletivo que foi desenvolvido nessa sessão será complementado nos próximos encontros. Solicite que um dos grupos ou participante passe-o a limpo e deixe-o preparado para receber novas contribuições nas próximas sessões da Oficina.

 

 5. Avaliação: a palavra do dia

Com uma palavra, escrita em torno do Mapa Mental “Como aprendemos?”, cada participante avalia o dia.

 

 

OFICINA DE TRABALHO EM EQUIPE 24 de junho de 2008

 

O material apresentado neste post refere-se a um excerto extraído do Manual do Instrutor da oficina “Trabalho em Equipe” (Eixo I, dimensão “SER PROFISSIONAL”) do Programa Jovem Aprendiz Rural. O Programa foi criado para o SENAR, Administração Regional de São Paulo. A Germinal Consultoria, sob supervisãso da equipe técnica do SENAR, desenvolveu todos os Manuais do Instrutor e as Cartilhas dos Alunos de 19 unidades didáticas (Oficinas e Projetos) do Programa. O excerto deve ser encarado como uma amostra do trabalho que pode ser desenvolvido pela Germinal Consultoria.

 

 I. INTRODUÇÃO

 

 

Alaska - Birds

 

Caro Instrutor

 
Este manual é uma orientação para o trabalho docente no desenvolvimento da Oficina de Trabalho em Equipe do Programa de Aprendizagem Rural do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional do Estado de São Paulo. A Oficina de Trabalho em Equipe está situada no Eixo I do Programa e está diretamente relacionada à dimensão educativa “Ser Profissional”. Nesse sentido, integra-se diretamente ao Projeto que articula o currículo destinado a essa dimensão educativa: Elaborar um Projeto Profissional.

Trabalhar em Equipe é, hoje, uma competência necessária ao exercício de praticamente todas as profissões.
Através do Projeto Articulador “Tornar uma Área Produtiva de Forma Sustentável”, a Oficina integra-se com as demais dimensões educativas do Programa: Ser Cidadão, Ser Pessoa, Ser um Profissional da Agricultura e da Pecuária e Ser um Empreendedor Rural.

A Oficina é composta de cinco aulas ou sessões presenciais de aprendizagem com a duração de 4 horas cada uma, totalizando 20 horas. Ela está didaticamente organizada para o desenvolvimento de competências. Isso implica, você sabe, no tratamento integrado da teoria (conhecimento), da prática (habilidades) e das disposições e posturas relacionadas ao desejo de bem fazer (atitudes). Os conhecimentos, habilidades e atitudes serão tratados em conjunto, de maneira integrada, na medida em que forem necessários para a constituição das competências.

A aprendizagem orientada por competências requer uma metodologia específica de trabalho. Requer, fundamentalmente, a atividade do aprendiz. O aprendiz deve atuar no interior de situações em que as competências em desenvolvimento são requeridas. Disso decorre que o envolvimento pleno do aprendiz nas situações de aprendizagem propostas é requisito essencial. As situações de aprendizagem, sempre que possível, devem ser estimulantes, envolventes e prazerosas.

Dentro dessa perspectiva, o presente manual apresenta: as competências a serem desenvolvidas na Oficina de Trabalho em Equipe; as propostas de situações de aprendizagem destinadas ao desenvolvimento dessas competências; a previsão dos recursos didáticos necessários e a estimativa do tempo demandado por cada situação de aprendizagem e atividades que a constituem.  

Na sugestão de situações de aprendizagem, proporcionar a inserção ativa do aluno no desenvolvimento das atividades foi um cuidado permanente. A mobilização das experiências e conhecimentos dos participantes foi sempre o ponto de partida das propostas de desenvolvimento das competências. Buscou-se valorizar a construção do conhecimento em detrimento da transmissão de informações descontextualizadas e sem sentido. A base, ou alicerce, ou ponto de partida para a construção do conhecimento será o conjunto das experiências e conhecimentos existentes no grupo de aprendizes.

No início de cada sessão de aprendizagem, a sua preocupação principal será sempre a mobilização e o aproveitamento desses conhecimentos e experiências. Você deve estar percebendo que o seu papel será o de orientador da aprendizagem. O seu papel será mais o de proporcionar as condições para aprendizagens plenas de sentido e menos o de ensinar.

Como sugestões que são, todas as situações de aprendizagem propostas a seguir podem ser suprimidas, substituídas, ou adequadas ao grupo específico de aprendizes com o qual você está trabalhando. O importante é que as competências previstas para a Oficina de Trabalho em Equipe sejam desenvolvidas e a perspectiva metodológica do Programa de Aprendizagem Rural seja mantida.

A intenção do caminho pedagógico, a seguir apresentado, é de ajudá-lo a proporcionar aos jovens participantes experiências significativas e fascinantes de aprendizagem integradas à vida e ao trabalho. Desejamos ardentemente que você consiga tal resultado e que essa experiência seja igualmente significativa para você.
Boa sorte!

 

II. COMPETÊNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS


Trabalhar em equipe, contribuindo efetivamente com o esforço grupal em direção aos resultados, demonstrando cooperação e solidariedade, envolvendo:

  • Participar como membro de um grupo de trabalho, contribuindo com os seus resultados.
  • Transmitir suas experiências e conhecimentos aos colegas.
  • Empenhar-se em convencer sobre o que considera mais adequado, útil ou produtivo no que diz respeito ao andamento dos processos de trabalho.
  • Negociar com o grupo, trocando idéias, fazendo acordos, resolvendo divergências.
  • Liderar o grupo.
  • Trabalhar bem com homens e mulheres de diversas origens.

 

 

 III. METODOLOGIA

Pet-friends - Bird

A Oficina de Trabalho em Equipe foi organizada tendo em vista o modelo de aprendizagem orientada para o desenvolvimento de competências. A metodologia e as estratégias de ensino-aprendizagem estarão orientadas no sentido de criar situações concretas ou simuladas em que as competências em desenvolvimento sejam requeridas, exercitadas e avaliadas. Para desenvolver a competência de liderar a equipe, por exemplo, é preciso criar situações onde o participante é solicitado a exercer a lidernça, refletir sobre sua conduta e modificá-la.

Além da situação de aprendizagem requerer a competência, ela deverá ser proposta em um contexto muito próximo ao do enfrentamento concreto dos problemas que demandam uma determinada competência. A competência é requerida para enfrentar os desafios e problemas cotidianos e inusitados da vida, da convivência em sociedade e do trabalho.  A situação de aprendizagem deve ser organizada de forma que os desafios e problemas pessoais, os de convivência social e os profissionais surjam no ambiente de aprendizagem de forma muito semelhante a como aparecem na vida, na sociedade e no trabalho.

O que irá separar fundamentalmente a situação de aprendizagem dos desafios reais da existência, do trabalho e da convivência é o fato de que, nela, a vivência é controlada e protegida. Nela, a conseqüência do erro ou do acerto é uma oportunidade de reflexão e de aprendizagem. A situação de aprendizagem deverá permitir o ensaio, a reflexão constante sobre a ação e a experimentação repetida.

Além dessas indicações mais gerais, serão observadas as seguintes orientações específicas no desenho das situações de aprendizagem:

  •  Na impossibilidade de vivência em situação real, serão utilizadas situações em que a vivência, o jogo e a simulação reproduzem as características das situações reais em que as competências são requeridas.
  • Sempre será valorizada a perspectiva de construção e reconstrução do conhecimento pelos participantes (individualmente ou em grupo).
  • Em todas as situações serão estimulados a ação autônoma dos educandos e o aprender a aprender, em detrimento de outras possibilidades centradas na transmissão e absorção de informações. Aprender a aprender requer a vivência de situações de aprendizagem autônomas.
  • As estratégias de ensino-aprendizagem serão organizadas em torno da atividade dos participantes, da reflexão crítica sobre a atividade e sobre os resultados alcançados. Quando não funcionarem, a revisão das atividades deve ser feita pelos próprios participantes.
  • Os fundamentos e os conhecimentos necessários para a reflexão sobre a ação e as mudanças nas atividades também serão obtidos pelos participantes, graças às iniciativas estimuladas e apoiadas pelos docentes, vistos como coordenadores de atividades.
  • A sala de aula será convertida em ambiente de aprendizagem. A tradicional sala de aula e seu visual clássico (cadeiras arrumadas uma atrás da outra) devem ser transformados em espaços e ambientes flexíveis, vivos e estimulantes de atividades e reuniões de trabalho dos participantes, apoiados pelos educadores.
  • A realidade externa, os seus espaços e suas organizações serão utilizados como laboratórios ou ambientes de aprendizagem;
  • Será explorado, ao máximo, o potencial pedagógico das atividades.
  • Será valorizada a diversidade de estratégias, sempre articuladas com os projetos em construção.

 

  

 

IV . DESENVOLVIMENTO

 

Oficina de Trabalho em Equipe

SESSÃO 4/5

Competências

Situação de Aprendizagem

Recursos

Tempo

Negociar com o grupo, trocando idéias, fazendo acordos, resolvendo divergências…

 

Participar como membro de um grupo de trabalho, contribuindo com os seus resultados.

 

Transmitir suas experiências e conhecimentos aos colegas.

 

Empenhar-se em convencer sobre o que considera mais adequado, útil ou produtivo.

Liderar o grupo.

Trabalhar bem com homens e mulheres de diversas origens.  

 

Breve recapitulação

 

10’

Aquecimento: Refazendo tudo

CD Refazenda. Manual do aprendiz

30’

Apresentação dos objetivos e metas de equipe

Registros da sessão anterior

30’

Estratégias e resultados – Globo Rural

 

Manual do Aprendiz. Câmera de vídeo (opcional)

50’

Intervalo

15

Apresentação da reportagem / Globo Rural

Câmera de vídeo (opcional)

 

30’

Avaliação do trabalho em equipe

 

 

60’

Para conseguir tornar-se um grupo eficaz é preciso…

Post-it

 

5’

Avaliação do dia

Papel sulfite

10’

 

Receba os participantes afetuosamente. Cumprimente-os, chamando cada um pelo seu nome. Como sempre, peça que escolham uma cadeira para sentar, dentre as dispostas em semicírculo, previamente arrumadas e em quantidade idêntica ao do número de participantes.

Breve recapitulação

Faça uma breve recapitulação da sessão anterior. Lembre que ainda falta o painel de apresentação dos objetivos grupais elaborados na sessão anterior. Apresente uma síntese das avaliações (aprendizagens importantes de um integrante de um grupo de trabalho) e comente seus resultados, sem personalizá-los.

Aquecimento: Refazendo tudo

Como aquecimento inespecífico, convide os participantes a ouvirem a música Refazenda, de Gilberto Gil. Peça para que localizem a letra no Manual do Aprendiz para acompanhar a audição.

Vídeo: Refazenda

 

Abacateiro com ninhos de abelha -www. apacatame.org.br

Gil declara que “Refazenda é rememoração do interior; do convívio com a natureza; reiteração do diálogo com ela e do aprendizado do seu ritmo”(Gilberto Gil: todas as letras / organização Carlos Rennó. – São Paulo: Companhia das Letras, 1996,  pág  168.).

Chame a atenção para a brincadeira com as palavras “Refazenda” e “Refazendo” que acaba por abrir outros significados. “Refazendo tudo” pode significar a possibilidade de mudança, de tudo ser recriado, reconstruído.

A seguir, convide os aprendizes a participarem de um rápido jogo (Jogo da roda invertida). O objetivo do jogo é vivenciar uma situação problema cuja solução depende da criatividade, da tomada de decisão por consenso e da cooperação de 100% do grupo. Coordene o jogo conforme as instruções a seguir.
 

 

Jogo da roda invertida

 

 

Procedimentos:

 

· Peça que os aprendizes façam uma roda de mãos dadas, com os rostos voltados para fora e as costas voltadas para dentro da roda.

· Apresente o desafio grupal: encontrar uma forma de virar a roda para dentro, sem que ninguém solte as mãos.

· O grupo fica com autonomia para vencer o desafio. Os componentes devem dar sugestões do que fazer e de como fazer para conseguir virar a roda. Os participantes do grupo decidem que sugestões eles devem experimentar.

·  A ação do jogo termina quando o grupo conseguir virar a roda.

 

 

Quando o grupo demora mais para vencer o desafio e faz mais tentativas o material para discussão é maior. Mas, de qualquer forma, este jogo fornece elementos para discutir o funcionamento do grupo nos aspectos relacionados à: participação, empenho individual e grupal para vencer o desafio, criatividade, abertura para novas e estranhas idéias, sem preconceito, tomada de decisão em grupo por consenso e, às vezes, conflito.

Tente aproveitar todas as oportunidades para discutir a criatividade no grupo de trabalho. A criatividade surge muitas vezes de situações de pressão ou de conflito. Outras vezes, a criatividade surge da busca permanente do homem de mudar para melhor. Daí surgem as tentativas de fazer diferente, de melhorar sempre, de pensar o novo, de enfrentar situações inéditas.

Explore, se possível, a tomada de decisão por consenso. Para alcançar o consenso, o grupo deve dar tempo a cada um de seus componentes para externar sua opinião livremente. Todos os participantes do grupo devem sentir que tiveram sua opinião compreendida e avaliada pelos demais. Assim, mesmo que diferente das deles, acatam e assumem a posição final do grupo.

Não se trata, portanto, de unanimidade de pensamento. Uma vez tomada a decisão por consenso, a execução do trabalho flui muito melhor porque todos sabem o que fazer e responsabilizam-se por isso. Procure identificar e apontar situações de consenso explícito ou implícito nas múltiplas decisões tomadas pelo grupo durante o jogo.

 

 
Apresentação dos objetivos e metas de equipe

M.C. Escher- Céu e Mar (1938)

M.C. Escher- Céu e Mar (1938)

Organize o painel de apresentação dos objetivos e metas das equipes do Desafio Grupal, que foram elaborados na sessão anterior a partir da sua missão e valores. Cada grupo apresenta seus objetivos elaborados e devidamente registrados nas transparências.

Solicite que todos observem, em cada apresentação, se todas as proposições constituem realmente objetivos da equipe de trabalho e se apontam para a realização da missão, sob a égide dos valores assumidos.

Essas definições são muito importantes para a eficácia do grupo. Todos os integrantes de um grupo precisam saber e participar da definição do desafio grupal (objetivos e metas). Como já visto, apenas assim todos se comprometem com os resultados. Só assim, todos direcionam os seus esforços e as suas contribuições na rota correta. Para conseguir isso, a comunicação clara é fundamental.

 

 

 

 Definindo Estratégias e Resultados – Globo Rural
 

Rafael - Detalhe da Madona da Capela Sistina (Roma / Itália)

Rafael - Detalhe da Madona da Capela Sistina (Roma / Itália)

 Prepare-se, pessoalmente, com alguma antecedência, para construir uma situação dramática. Faça uma comunicação dramática às equipes do Desafio Grupal, como representante da produção do programa Globo Rural, nos seguintes moldes:

 “Eu sou responsável pela pauta das reportagens do Globo Rural, da Rede Globo de Televisão. Soube que a equipe de ex-aprendizes do Programa de Aprendizagem Rural, do SENAR, que assumiu a responsabilidade pelo espaço do Projeto Articulador concluiu o seu trabalho e já entregou a responsabilidade pelo espaço.

A experiência que essa equipe desenvolveu e os resultados que conseguiu foram tão relevantes que chamaram a atenção das comunidades do meio rural. Houve um crescente interesse pelo trabalho desenvolvido pela equipe. O interesse foi tão grande que a produção do Globo Rural ficou interessada em fazer uma reportagem.

Decidiu-se que a reportagem deveria ser feita pelos próprios membros da equipe responsável pelos resultados. A própria equipe de aprendizes fará a apresentação de sua experiência de trabalho e dos resultados obtidos. Desta forma, a equipe deve preparar a sua reportagem, utilizando mais uma vez todo o seu talento e criatividade.

Todas as informações adicionais foram enviadas pela produção do Globo Rural de forma escrita. Qualquer esclarecimento adicional poderá ser obtido comigo mesmo, representante da produção do programa Globo Rural”.

 

 Observação: Entenda-se que o ator está falando com todas as equipes como se fossem uma.

 

Depois da comunicação dramática, distribua instruções impressas para todos os grupos que devem se reunir e começar a trabalhar. Estas instruções não estarão no manual do aprendiz. Coloque-se à disposição para esclarecimentos adicionais.

 

 

Globo Rural / Reportagem de Equipe de Aprendizes – Sugestão de Roteiro

 

 

Este roteiro é apenas uma sugestão. A equipe de aprendizes do Programa de Aprendizagem Rural está autorizada a fazer toda alteração que julgar necessária ou conveniente. Nosso representante estará à disposição da equipe para esclarecer, ajudar e fornecer os recursos necessários. De nossa parte, queremos apenas que a equipe prepare uma reportagem tão fascinante quanto foi a experiência desenvolvida no espaço cedido pelo SENAR. O roteiro a seguir pontua possíveis focos a serem abordados, mas a forma de abordagem ficará a cargo das equipes.

1. Chamada inicial – Os resultados: apresentar, sinteticamente, mas com emoção, os resultados obtidos através da experiência.

 

2. A equipe realizadora: apresentação individual através da maior contribuição que cada um deu à experiência e da maior aprendizagem que pessoalmente retirou dela.

 

3. A origem da experiência: apresentar as idéias que fundamentaram o desenvolvimento da experiência.

 

4. O desenvolvimento da experiência: como aconteceu

 

5. Os desafios: os principais desafios enfrentados.

 

6. Os resultados obtidos: apresentação de dados de avaliação de acordo com os critérios definidos com a situação problema.

 

7. Perspectivas futuras da equipe: o que pretende fazer em termos de trabalho e estudo.

 

As equipes preparam suas reportagens para serem apresentadas ao vivo, em painel. Estimule as equipes a manterem o contexto dramático da reportagem e a construírem o seu trabalho final da forma mais criativa possível.
Com a disponibilidade de uma câmera de vídeo, as reportagens poderão ser gravadas e apresentadas no vídeo. A câmera de vídeo também poderá ser utilizada na gravação do programa ao vivo. A música também poderá utilizada como fundo para as entrevistas e locuções. Os grupos estarão livres para formatarem suas reportagens. Procure fornecer os recursos necessários às produções das equipes.
Depois que todos os grupos estiverem com suas reportagens prontas para serem apresentadas e antes das apresentações, convide os participantes para um pequeno intervalo.

 
Apresentação (dramática) das reportagens/Globo Rural

Durante o intervalo, prepare o espaço para a apresentação dramática: espaço para a equipe em cena e para os expectadores. Na apresentação, os expectadores também serão atores. Devem simular que assistem à apresentação no vídeo, mesmo quando ela acontecer ao vivo. Combine a apresentação de todas as reportagens das equipes em seqüência, sem interrupções, para não quebrar a concentração.

 

Avaliação do trabalho em equipe

Gansos - Twiki do DCC/UFBA

Gansos - Twiki do DCC/UFBA

Peça às equipes que voltem a se reunir. Atribua a cada uma delas uma reportagem apresentada por uma outra equipe para avaliarem. Peça para que todas as equipes localizem a orientação de trabalho no Manual do Aprendiz. Coloque-se à disposição para esclarecimentos.

 

Avaliação do trabalho em equipe – Roteiro

 

 

Vocês devem escolher, de início, um coordenador do grupo. O coordenador terá a incumbência de orientar as atividades do grupo de forma que a tarefa seja concluída em 60 minutos.

 

Sobre a reportagem apresentada por outra equipe:

1. Ler novamente a proposta de trabalho da reportagem.

2. Levantar indicadores para avaliação.

3. Avaliar a reportagem apresentada pela equipe de acordo com os indicadores levantados.

4. Fazer outras observações que forem consideradas importantes sobre a reportagem.

5. O coordenador fará a apresentação da avaliação com o compromisso de respeitar a equipe autora do trabalho avaliado. Se o grupo preferir, poderá escolher um outro representante que assuma o mesmo compromisso.

 

Sobre a reportagem da própria equipe:

1. Os componentes da equipe ficaram satisfeitos com a própria reportagem? Citar os pontos fortes e os pontos fracos na opinião da equipe.

2. Como foi o trabalho de preparação? Citar os pontos fortes e os pontos fracos.

3. Atribuir notas para os seguintes quesitos do trabalho de grupo que acabaram de fazer:

·  Atendimento das necessidades individuais.

·  Orientação para a tarefa (produtividade).

·   Compromisso de todos os componentes (incluindo envolvimento no trabalho e participação efetiva).

·  Aceitação da diferença e do conflito de idéias.

·  A criatividade grupal.

·  Utilização do consenso na tomada de decisões.

 

 

Para conseguir tornar-se um grupo eficaz é preciso…

Antes de passar à avaliação do dia, distribua folhas de bloco de post-it para todos e peça para cada aprendiz pensar em toda a vivência desta sessão e escrever o que considera mais importante para um grupo conseguir ser eficaz.

Avaliação do dia

Nas equipes do Desafio Grupal, os aprendizes apontam formas de avaliar a concretização de seus objetivos e metas, por escrito, e entregam ao instrutor.

 

Projeto Articulador: tornar uma área produtiva de forma sustentável

 

O material apresentado neste post refere-se a um excerto do programa desenvolvido no Projeto Articulador: Tornar uma Área Produtiva de Forma Sustantável ,  do Programa Jovem Aprendiz Rural, desenvolvido para o SENAR – Administração Regional de São Paulo. O excerto foi extraído do Manual do Instrutor. A Germinal Consultoria, sob supervisãso da equipe técnica do SENAR, desenvolveu todos os Manuais do Instrutor e as Cartilhas dos Alunos de 19 unidades didáticas (Oficinas e Projetos). O excerto deve ser encarado como uma amostra do trabalho que pode ser desenvolvido pela Germinal. A edição original do Manual do Instrutor difere do excerto apresentado aqui.

 

Parte I: Planejar e Programar a Produção Agropecuária

Seticac/UFSC - agro

Seticac/UFSC - agro

Três meses antes do início da Parte I, o solo do terreno experimental já deverá ter sido analisado. No primeiro uso como terreno experimental da área, devem ser feitas as correções do solo, que exigem de dois a três meses de antecedência ao plantio. Material orgânico capaz de fertilizar um canteiro de flores de 4 metros quadrados deve estar disponível. Os materiais, equipamentos e implementos agrícolas previstos no Plano de Curso também devem estar disponíveis. Nesta parte, com duração de cinco (5) sessões de quatro (4) horas serão desenvolvidas as competências de planejar e programar a produção agropecuária, divididas nos seguintes elementos: 

  • Identificar mercados consumidores.
  • Definir culturas a serem plantadas e animais a serem criados
  • Definir área de plantio e criação.
  • Definir rotatividade de culturas.
  • Especificar o sistema de produção.
  • Definir o itinerário técnico
  • Definir tipo e quantidade de insumos agropecuários.

 

 

PROJETO ARTICULADOR: TORNAR UMA ÁREA PRODUTIVA DE FORMA SUSTENTÁVEL

       SESSÃO 1/5

Competências

Situações de aprendizagem

recursos

tempo

 

 

Planejar e programar a produção agropecuária.

Definir área de plantio e criação.

Definir culturas a serem plantadas e animais a serem criados.

 

 

 

Recepção dos participantes

Aquecimento inicial

Cartilha do Aprendiz

30”

Canteiro de flores coletivo

Cartilha do Aprendiz. Terreno experimental. Sementes de flores.

 

90’

INTERVALO

15’

Coletando amostras do solo do terreno experimental

Enxadões ou trados. Sacos ou caixas para amostra.

 

60’

Mapa provisório do uso do solo

 

Cartilha do Aprendiz, folhas de papel, lápis ou canetas coloridas.

 

30’

Finalizando e avaliando a sessão

Cartilha do Aprendiz

15’

 

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É necessário que os participantes levem a Cartilha do Aprendiz para o terreno experimental. Esta sessão deve ser realizada em uma sala próxima ao terreno experimental ou no próprio terreno experimental. Havendo a possibilidade do uso de uma sala, antes do início da sessão, usando o retroprojetor, deixe projetado em uma das paredes do ambiente, o poema de Cora Coralina: O Cântico da Terra. No caso de não haver, nas proximidades, uma sala disponível , a projeção do poema, pode ser substituída por uma leitura coletiva.

        

Texto de Apoio 1: O Cântico da Terra

 

Eu sou a terra, eu sou a vida.
Do meu barro primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore, veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.

Eu sou a fonte original de toda vida.
Sou o chão que se prende à tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
e certeza tranqüila ao teu esforço.

Sou a razão de tua vida.De mim vieste pela mão do Criador,
e a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e Paz.

Eu sou a grande Mãe Universal.
Tua filha, tua noiva e desposada.
A mulher e o ventre que fecundas.

A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.

E um dia bem distante
a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranqüilo dormirás.

Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
Cuidemos do ninho,
do gado e da tulha.
Fartura teremos
e donos de sítio
felizes seremos.

 

Juntamente com o coordenador do Programa, receba os participantes na porta da sala ou no terreno experimental. O coordenador deve apresentá-lo a cada um deles. Aproveite para entregar uma folha ou um cartão em branco a cada aprendiz. No papel ele deverá escrever o nome pelo qual gosta de ser chamado.

Escritos os nomes, os papéis devem ser fixados nas carteiras dos aprendizes ou no peito. O objetivo do crachá é permitir que, desde a primeira sessão, você chame cada participante pelo seu nome. Na sala, o seguinte texto deverá estar escrito no flip-chart ou em um cartaz. O mesmo texto pode ser encontrado no Manual do Aprendiz.

 

Borboleta - foto reproduzida do Blog "Faça sua Parte"

 

 

 

 “O desenvolvimento sustentável pretende combater a miséria humana sem repudiar a natureza ou desconsiderar as especificidades locais. Introduz o objetivo global de crescimento econômico e social duradouro, pensado com equidade e certeza científica, e que não dilapide o patrimônio natural das nações ou perturbe desastradamente os equilíbrios ecológicos” (Agenda 21, 1996).

 

 

 

 

Aquecimento Inicial

Não discuta os textos ainda. Solicite que todos abram a Cartilha do Aprendiz na página em que está localizada a letra de Passarim, música de Antonio Carlos Jobim . Com o aparelho de som da sala ou com um equipamento portátil, coloque para tocar a música, solicitando que os aprendizes acompanhem a audição lendo a letra da canção. 

 

 

 

Texto de Apoio 3: Passarim

Passarim quis pousar, não deu, voou
Porque o tiro partiu mas não pegou
Passarinho, me conta, então me diz:
Por que que eu também não fui feliz?
Me diz o que eu faço da paixão?
Que me devora o coração..
Que me devora o coração..
Que me maltrata o coração..
Que me maltrata o coração..E o mato que é bom, o fogo queimou
Cadê o fogo? A água apagou
E cadê a água? O boi bebeu
Cadê o amor? O gato comeu
E a cinza se espalhou
E a chuva carregou
Cadê meu amor que o vento levou?
(Passarim quis pousar, não deu, voou)

Passarim quis pousar, não deu, voou
Porque o tiro feriu mas não matou
Passarinho, me conta, então me diz:
Por que que eu também não fui feliz?
Cadê meu amor, minha canção?
Que me alegrava o coração..
Que me alegrava o coração..
Que iluminava o coração..
Que iluminava a escuridão..
Cadê meu caminho? A água levou
Cadê meu rastro? A chuva apagou
E a minha casa? O rio carregou
E o meu amor me abandonou
Voou, voou, voou
Voou, voou, voou
E passou o tempo e o vento levou
Passarim quis pousar, não deu, voou
Porque o tiro feriu mas não matou
Passarinho, me conta então, me diz:
Por que que eu também não fui feliz?
Cadê meu amor, minha canção?
Que me alegrava o coração..
Que me alegrava o coração..
Que iluminava o coração..
Que iluminava a escuridão..
E a luz da manhã? O dia queimou
Cadê o dia? Envelheceu
E a tarde caiu e o sol morreu
E de repente escureceu
E a lua, então, brilhou
Depois sumiu no breu
E ficou tão frio que amanheceu
(Passarim quis pousar, não deu, voou)
Passarim quis pousar não deu
Voou, voou, voou, voou, voou

Música de Antonio Carlos Jobim

 

 

 

 

Após a audição da música, estimule uma discussão dos participantes, solicitando que comparem os dois textos (conceito de desenvolvimento sustentável e letra de Borzeguim). O objetivo aqui é fixar o conceito de desenvolvimento sustentável. Uma conclusão definitiva da comparação não é necessária. Quando sentir que a discussão explorou as várias dimensões do conceito, passe para a próxima atividade.

Interrompa a discussão anterior num momento em que ela deixou de ser envolvente. Faça a projeção do segmento “Demônio Chorão’ do filme “Sonhos” de Akira Kurosawa.[4]

 

 

 

Solicite a atenção de todos para o filme. Ao final da projeção, abra espaço pra uma breve discussão. Interrompa-a depois de cinco minutos, mesmo sem ter havido uma conclusão.

 

Canteiro de flores

 

Claude Monet -

Claude Monet - The Artist's Garden at Giverny, 1900, Musee d'Orsay, Paris

 

Informe que, hoje, o grupo de aprendizagem vai conhecer o terreno experimental e fazer a primeira intervenção nele: plantar um pequeno canteiro de flores. Informe os participantes que eles têm, sobre a mesa, sementes de 30 espécies diferentes de flores[5]. Na seleção das espécies de flores é interessante escolher aquelas que possam ter uma função no equilíbrio ecológico do terreno experimental. As sementes estão identificadas por etiquetas feitas com Post-it. Cada participante deve escolher apenas uma espécie de flor.

 

Após a escolha, cada participante deve apresentar a sua flor e dizer o motivo de tê-la escolhido. Durante as falas, os participantes devem iniciar a construção do quadro a seguir. Ele deve ser completado até o fim do Programa de Aprendizagem Rural.

 

Tabela 5: Canteiro de  flores

Nome do Participante

Espécie Escolhida

Viva até …

Época(s) de florada(s)

Destino das Flores

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Aproveite o momento em que os participantes falam sobre suas escolhas e a tabela em construção como instrumentos para a memorização dos nomes. Associar o nome do participante à espécie de flor escolhida pode auxiliar nessa tarefa.

 

Informe aos participantes qual é o primeiro desafio da atividade do projeto: plantar a sua espécie de flor e mantê-la viva até o final do Programa, colher pelo menos uma florada e dar um destino nobre às flores colhidas.

 

Plantio

Andy Whorhol

Andy Warhol - Flowers

O plantio deve ser feito imediatamente. Para tanto, o grupo deve escolher o local do canteiro de flores. Deve preparar um ou mais canteiros, cuja área total não exceda 4 metros quadrados. A escolha do local, a preparação do solo, a divisão do espaço total, a distribuição das espécies, o plantio e os cuidados posteriores ao plantio devem ser feitos sem nenhuma interferência sua ou do coordenador. Mesmo que solicitado, não responda a perguntas, a não ser as relativas à qualidade do solo. Se perguntado, informe que o PH do solo já foi corrigido.

O momento é de diagnóstico dos conhecimentos e das competências já existentes no grupo. É momento também de verificar o nível de desenvolvimento das competências para o trabalho em equipe da turma. A observação da forma de tomada de decisão em grupo, em especial o nível de consenso nas decisões grupais, é importante para subsidiar um debate mais específico, a ser travado na Oficina de Trabalho em Equipe.

Após o plantio, cada participante deve identificar o seu espaço no canteiro com seu nome e o nome da espécie de flor por ele escolhida. Esse é outro momento que você deve aproveitar para memorizar o nome de cada aprendiz. A partir de agora procure chamar cada participante pelo seu nome. Em caso de dúvida, pergunte o nome do aprendiz a quem você vai se dirigir ou consulte o coordenador que conhece o grupo a mais tempo.

Logo depois do plantio, os participantes devem planejar os cuidados posteriores com o canteiro e, se necessário, transmitir e recomendar esses cuidados ao auxiliar responsável pelas atividades de manutenção do terreno experimental. Feito isso, convide os participantes para um breve intervalo.

 

 

Observação para o coordenador

 

 

O canteiro de flores pode ser visto como a expressão da alma coletiva do grupo e como a síntese do conhecimento previamente existente e a construir. Permite aplicar e resumir, em um pequeno espaço, todas as competências já existentes no grupo e todas as competências em processo de desenvolvimento. Quanto mais o canteiro for significativo, mais pleno de sentido, mais depositário da emoção e da afetividade do grupo, maior será a importância dele no desenvolvimento do projeto. Cada instrutor, segundo sua própria sensibilidade, em função das características do grupo, encontrará a forma de dotar de encanto e magia o pequeno pedaço de terra destinado às flores.

 

 

Esquema de retirada de Amostra de Solo de um terreno de baixada (amostra 1) e de meia encosta (amostr 2)

Coletando amostra do solo do terreno experimental

Logo depois do intervalo, informe que os participantes devem colher uma amostra para efetuar a análise do solo do terreno experimental. Na análise do solo, eles vão supor uma dimensão de 20 ha para o terreno. Assim, supondo o terreno experimental topograficamente homogêneo, a amostra final do terreno experimental deve resultar da coleta em 20 subamostras em diferentes pontos do terreno. (Na eventualidade do terreno experimental não ser topograficamente homogêneo, iniciar pelo mapeamento topográfico que pode estar conectado com a divisão do terreno segundo o provável uso.).

Antes da coleta, os participantes devem fazer uma divisão hipotética do terreno experimental, segundo a sua provável utilização. Ou seja:

  • 30% para olericultura, incluindo o canteiro de flores nesta parte do terreno.
  • 30% para cultura perene;
  • 30% para cultura anual (milho, feijão);
  • 8% para criação de pequenos animais (aves, coelhos);
  • 2% para minhocultura;

A partir daí, os participantes devem:

  • Definir os pontos de amostragem;
  • Coletar as subamostras;
  • Homogeneizar a(s) amostra(s),
  • Preparar a(s) amostra(s) para envio ao laboratório;
  • Identificar a(s) amostra(s).

Para facilitar o trabalho, a turma pode ser dividida em grupos depois de definidos os pontos de amostragem. Durante todas as operações, deixe que os aprendizes atuem segundo seu conhecimento anterior ou segundo sua intuição. No caso de procedimento incorreto, faça questões que levem o grupo à reflexão e a fazer propostas alternativas de ação. Continue o questionamento até que o procedimento sugerido seja cientificamente correto e/ou eficaz.

 Não dê respostas prontas. Não demonstre procedimentos. Faça com que o grupo pense. Estimule a experimentação de procedimentos alternativos sempre que exista a possibilidade de diferentes cursos de ação.

 

Mapa provisório do uso do solo

Nos mesmos grupos que atuaram na atividade anterior, baseando-se no modelo de mapa mental, aprendido na Oficina de Aprender a Aprender, os participantes vão elaborar um Mapa Provisório do Uso do Solo. Os grupos trabalharão com as variáveis presentes no desenho a seguir:

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 Os mapas, depois de concluídos, deverão ser copiados na Cartilha do Aprendiz de cada participante. Eles não serão discutidos nesta sessão. Deverão ser reservados para uso em sessão posterior.

 No entanto, você deverá verificar se não existem erros muito sérios em relação às culturas perenes, semiperenes e anuais consideradas adequadas ao terreno experimental. Essa informação será usada na próxima sessão para selecionar fontes de pesquisa para o levantamento dos sistemas de produção e levantamento de itinerários técnicos utilizados na região.

 

Finalizando e Avaliando a Sessão

 

http://fotos.sapo.pt/evacristal/pic/000k8rx4/s500x500

Reúna os aprendizes depois da elaboração dos mapas. Se você não tiver feito isso no início da sessão, promova uma leitura coletiva em estilo jogral do poema “Cântico da Terra”, de Cora Coralina. Após a leitura, incentive uma breve fala de cada participante sobre como vivenciou a sessão.

 

 

 
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