Germinal – Educação e Trabalho

Soluções criativas em Educação, Educação Profissional e Gestão do Conhecimento

Plano de Vida e carreira 26 de setembro de 2008

 

Esta é uma amostra do trabalho desenvolvido para o Trilha Jovem. A primeira versão do Projeto Trilha Jovem derivou de uma proposta curricular desenvolvida, em 2001, pela Germinal Consultoria para o Instituto de Hospitalidade (IH), de Salvador, na Bahia. Essa primeira versão foi alterada pelo IH nas primeiras implementações. Depois, a versão original e a inicialmente implementada foram fundidas na versão atual. A Germinal também contribuiu nesse trabalho. Por fim, a partir da crítica, sistematização, reformulação e ampliação dos planos de aula utilizados nas primeiras implementações, a Germinal criou as Referências para a Ação Docente, que são manuais que apresentam sugestão, passo a passo, de desenvolvimento de todas as unidades curriculares do Projeto. Para mais informações sobre o Trilha Jovem, clique aqui.

 

O texto a seguir é a referência para a ação docente no desenvolvimento de uma das Sessões de Aprendizagem do Plano de Vida e Carreira, projeto articulador do Eixo III – Construir um Plano de Vida e Careira – do Projeto Trilha Jovem. O excerto foi retirado das Referências para a Ação Docente, desenvolvidas pela Germinal e publicadas pelo Instituto de Hospitalidade. O texto não foi originalmente editado da forma como é apresentado aqui. Ele constitui apenas uma amostra do trabalho da Germinal na formatação de programas de educação básica para o trabalho.

 

Dois textos já publicados aqui no blog fundamentam a escolha do conteúdo e e a opção metodológica utilizada na aula apresentada e na unidade didática Projeto de Vida e Carreira. Para acessar o texto Reflexões em torno de uma Oficina de Apresentação Pessoal, clique aqui. Para acesso ao texto Como trabalhar metodologias na educação profissional, clique aqui.

 

 

Plano de Vida e Carreira

Sessão 1/7

Competências

Situação de Aprendizagem

Recursos

Tempo

 

Reconhecer os próprios valores e/ou pontos fortes.

 

Manter a auto-estima, ampliando continuamente qualidades e potencialidades.

 

1. Cenário e aquecimento.

TV, vídeo, câmera. Retroprojetor e transparência. Espelhos, caixa de papelão e cartazes. Som e música suave.

 

5’

2. A estética de si.

Texto de apoio. Câmera, vídeo e TV.

70’

3. Definindo estilo.

 

30’

4. Apresentação individual 1.

Som e música do jovem.

5’

INTERVALO

15’

5. Apresentação individual 2.

Som e música do jovem.

5’

6. Qual é o meu estilo de vida?

DVD, vídeo e Câmera de vídeo.

60’

 

7. Plano de Vida e Carreira.

Folhas de papel colorido A4. Capas de acetato transparente.

45’

8. Apresentação individual 3.

Som e música do jovem.

5’

         

 

Objetivos

1.      Promover a integração do grupo sob o tema Plano de Vida e Carreira.

2.      Mobilizar o grupo para a elaboração de um Plano de Vida e Carreira.

3.      Estabelecer a referência básica sobre a qual os planos serão construídos (estética de si).

4.      Iniciar o processo de autoconhecimento dos participantes.

5.      Apresentar uma proposta de projeto e aprimorá-la com a contribuição dos jovens.

 

 

 Descrição das situações de aprendizagem

 

1. Cenário e aquecimento

Antes do início e da entrada dos participantes, reduza a luz da sala, se possível. Coloque um fundo musical suave e que induza à reflexão (Adágio, de Abinoni, por exemplo. Ver uma gravação disponível em: KARAJAM, V.H. Karajan Forever. Hamburgo, Deutsche Grammophon, 2003.) Projete numa das paredes da sala o poema “Traduzir-se”, de Ferreira Gullar.

 

Free pictures - fog, trees, nature picture, by coba
Free pictures – fog, trees, nature picture, by coba

Texto de Apoio: Traduzir-se

 Uma parte de mim
 é todo mundo:
 outra parte é ninguém:
 fundo sem fundo.

 Uma parte de mim
 é multidão:
 outra parte estranheza
 e solidão.

 Uma parte de mim
 pesa, pondera:
 outra parte
 delira.

 Uma parte de mim
 almoça e janta:
 outra parte
 se espanta.

 Uma parte de mim
 é permanente:
 outra parte
 se sabe de repente.

 Uma parte de mim
 é só vertigem:
 outra parte,
 linguagem.

 Traduzir uma parte
 na outra parte
 – que é uma questão
 de vida ou morte –
 será arte?

Ferreira Gullar

 

 

 

Nas demais paredes, fixe espelhos de diversos tamanhos e em diferentes alturas, na maior quantidade possível.

Tiny Blue Opening in White Wall, Kazuya Akimoto Art Museum

 

Se não for possível conseguir espelhos de outra forma, pode-se solicitar aos jovens, também na aula 6/7 da oficina de Empreendedorismo (Eixo II), que tragam um espelho de suas casas, neste dia.  Se for difícil fixar os espelhos na parede, outras alternativas de distribuição dos espelhos pela sala podem ser experimentadas.    

 
 
 
 
 

 

 

 

 

 

 

Se possível, coloque uma câmara de vídeo, ligada e bem visível, repousando sobre uma mesa. O uso da câmera de vídeo enriquece a dinâmica e a discussão posterior, entretanto não é essencial para esta atividade.

 

Ponha, no centro da sala, uma caixa de papelão com a tampa aberta. A caixa deve ter, no fundo, um espelho. Fixe um cartaz na caixa ou ao lado dela. No cartaz deverá estar escrito: “Aqui está a melhor solução para os desafios da sua vida e para o seu sucesso profissional”.

 

Em uma parede da sala fixe um cartaz com os dizeres: Mural das Qualidades Humanas. Por fim, arrume as cadeiras em semicírculo, em torno da caixa.

 

Com a sala pronta, 5 minutos antes do horário previsto para o início da aula, coloque-se perto da porta para receber os participantes. Peça que os jovens entrem e tomem seus lugares. Informe que a aula logo vai começar. Passados cinco minutos da hora prevista, faça a luz retornar à sua intensidade normal.

santosdecasa.blogspot.pt

santosdecasa.blogspot.com

Apresente-se rapidamente à classe. Em pé, na frente da sala, diga que você também fez o exercício solicitado a todos. Revele aquela que você considera a sua qualidade humana fundamental. De forma bem sintética, descreva o acontecimento que, durante a sua vida, mais contribuiu para o desenvolvimento dessa qualidade. Por fim, coloque para tocar a música escolhida por você.

 

 

 

 

 

 2. A estética de si

Em painel, faça a distribuição do texto de apoio “Estética de Si”. Solicite uma leitura individual do texto.

 

 

O termo “em painel” indica a situação didática em que todos estão reunidos, preferencialmente em semicírculo e acontece uma atividade ou debate aberto coordenado pelo educador.

 

 Camille Claudel, A Valsa

 

 

 

 

Texto de apoio: ESTÉTICA DE SI

Muitas vezes nos pegamos pensando no que fazer com nossas vidas, Jaime, um garoto de 15 anos, estava num desses dias. Certa vez, passeando num shopping com os amigos, ganhou um folheto que dava direito a participar de uma promoção: uma leitura de mão inteiramente gratuita por uma cigana! Na brincadeira, Jaime foi até a tenda da cigana e ouviu tudo o que ela tinha a lhe dizer sobre sua vida. Depois daquilo, de vez em quando, pegava-se pensando na história: Será que existe mesmo um destino já traçado? Se existir, isso será bom ou ruim? E se não existir, o que será que me acontecerá? O que farei com a minha vida?

Na Antigüidade Clássica, os gregos usavam uma bela imagem para dizer o ser humano: cada um de nós é semelhante a um pequeno barco que deve atravessar um oceano. Devemos realizar nossa travessia no tempo. Somos seres temporais: nascemos e vamos morrer. A consciência da morte nos remete a nossa condição temporal. A vida se constitui nesse movimento incessante que nos atravessa desde o nascimento e continuará após nossa morte. Assim, a morte deve ser entendida como um acontecimento a mais nesse movimento que é a vida.

[….] Agimos no mundo movidos pelos desejos. Nossas atividades, racionais e físicas, estão sustentadas pelo desejo de nos tornarmos seres humanos. Apropriarmos do leme de nossas vidas e realizar a travessia é realizar uma ética fundada na estética: fazer da própria vida uma obra de arte.

A nós compete a tarefa artística de instaurar na vida a beleza. Para fazer da vida uma obra de arte, é necessário assumir a mesma posição do artista: ser criador. Mas as condições existentes em nossa sociedade se impõem como adversas à criatividade. […]

 

 

 

 

 

A ética como uma estética da existência

Uma ação ética fundada na produção da beleza não pode simplesmente deixar de lado essas condições adversas. Mas também não pode e não deve sucumbir a elas. Trata-se de encarar a vida como uma matéria-prima na qual vamos imprimindo as formas, esculpindo os contornos, tal como o escultor Michelangelo em sua pedra de mármore. A vida é nosso mármore, devemos esculpi-lo, criar um estilo, uma forma de viver, um jeito de ser feliz e, assim, afirmar a beleza. Dar forma à vida é a tarefa ética que nos compete como seres humanos. Nisso exercemos nossa condição de liberdade. Somos livres para fazer de nossas vidas uma obra de arte. Instaurar a beleza com todas as suas múltiplas formas. […]

 

O estilo e a singularidade de cada um

Dar forma à vida é criar um estilo. A origem etimológica da palavra estilo atesta essa dimensão artística que estamos querendo imprimir à ética. No latim, o termo stilu designa um instrumento com ponteira de osso, de chifre, de madeira ou de metal, usado para escrever sobre a camada de cera das tábuas, e com uma extremidade em forma de espátula para anular os erros gráficos. […]

O estilo é, então, um compromisso entre as duas práticas possíveis: o uso da ponta para escrever e o uso da espátula para apagar. Um instrumento que nos possibilita escrever nossos desejos sobre a tábua áspera do mundo e também esquecer os erros e seguir adiante nessa travessia temporal. Nietzsche dizia que só o esquecimento pode nos aproximar da felicidade. Escrever é aqui entendido como a capacidade de abandonar os ressentimentos e projetar-se em direção ao desconhecido, criando o futuro com as próprias mãos.

Para transformar a vida em obra de arte é necessário agir como o artista: apoderar-se do estilo e inscrever seu desejo na matéria do mundo. Neste ponto, podemos identificar o sentido da palavra estilo, tal como é utilizada nas artes plásticas: o conjunto de elementos capazes de imprimir graus de valor às criações artísticas pelo emprego de meios apropriados de expressão, tendo em vista a produção estética. […]

Fernando Pessoa, o grande poeta da língua portuguesa, escreveu: “Navegar é preciso, viver não é preciso”. Não há precisão nesta vida. Nada é certo, tudo é incerto. Então, navegar é preciso. Se as contingências desta vida se impõem como limite de nossas vontades, então, é preciso navegar. Se a vida deveria ser bem melhor do que é, então, é preciso navegar. Fazer da vida uma obra de arte é nossa direção. Alçar âncoras e navegar é a exigência ética fundamental.

 

Excertos retirados de Gallo, S. (coordenador). Ética e cidadania – Caminhos da filosofia. Campinas, Papirus Editora, 1998, p.95.

 

 
 
 
Quando cerca de 50% dos participantes já tiverem terminado, interrompa a leitura. Neste momento, a maioria dos jovens já deve estar próxima do fim do texto. Informe aos que não terminaram a leitura que não serão prejudicados. A leitura da última parte do texto vai ser retomada logo a seguir.
 
 
 

 

Dance of Life, Kazuya Akimoto Art Museum

 

 

Aumente o volume do aparelho de som. Solicite que os jovens façam uma exploração silenciosa do cenário. Peça que circulem pela sala e observem tudo. Fale para dar uma atenção especial ao poema projetado, aos espelhos e à caixa no centro do círculo de cadeiras.  Grave em vídeo a movimentação e reação dos participantes, se possível.

 

Interrompa a cena quando a concentração diminuir e as primeiras manifestações de crítica e análise da ação começarem. Estando todos novamente sentados, incentive os comentários sobre a vivência. Cada jovem deve manifestar as suas sensações ao enfrentar a experiência, especialmente em relação ao espelho no fundo da caixa. Depois deixe livre a conversa. Quando ela começar a concentrar-se em apenas alguns participantes, projete a gravação da cena.

 

Depois da projeção, promova uma rodada de falas onde a palavra é passada apenas aos que ainda não se manifestaram. Na ausência de gravação, passe diretamente para a rodada de falas. Ao término dela, inicie uma discussão orientada para uma comparação entre o poema (“Traduzir-se”) e a vivência.

 

 3. Definindo Estilo

Em painel, solicite um voluntário para fazer, em voz alta, uma leitura do primeiro parágrafo da última parte do texto “Estética de Si” (A ética como uma estética da existência). Promova uma discussão para uma exploração coletiva da compreensão desse parágrafo. Oriente a discussão não deixando que ela se desvie do tema.

 

Quando esgotada a compreensão do primeiro parágrafo, passe para a leitura do segundo, que inicia o sub-tópico: O estilo e a singularidade de cada um. Repita a solicitação de um voluntário para fazer a leitura em voz alta. Incentive a interpretação do grupo, intervindo na discussão com intensidade menor que a usada no primeiro parágrafo.

 

Repita o mesmo procedimento para o terceiro, quarto e quinto parágrafos. Ao fim da discussão, registre a definição de estilo na lousa.

 

 

Estilo = conjunto de elementos capazes de imprimir graus de valor às criações artísticas pelo emprego de meios apropriados de expressão, tendo em vista a produção estética.

 

 

 

Anime uma discussão sobre o conceito proposto e análise da sua aplicação ao estilo de vida, usando as seguintes igualdades, também registradas na lousa, em que os termos marcados com o ponto de interrogação são preenchidos mediante contribuições dos jovens.

 

Criações estéticas = vidas

Elementos capazes de imprimir valor à vida =  ?

Ou elementos capazes de transformar a vida em uma obra de arte =

·         ?

·         ?

·         ?

·         ?

 

 

 4. Apresentação individual 1

 

PEMBA - noite de luar na praia do Wimbe - Moçambique

PEMBA - noite de luar na praia do Wimbe - Moçambique

 

 

Em painel, antes do intervalo, promova a apresentação da primeira música escolhida por um dos jovens (dinâmica da música do participante). Os jovens, a cada oportunidade, por iniciativa individual, definem a ordem de apresentação. Antes de colocar sua música para tocar, o jovem revela o que considera a sua melhor qualidade e fala sobre o acontecimento da sua vida que foi fundamental no desenvolvimento dessa qualidade.

 
 

 

 

 

 

 

 

Como já foi observado na orientação para essa atividade, a fala pode ser eventualmente suprimida por opção do jovem. Mantida a versão mais dramática, a fala e a audição da própria música deverá ser em pé e na frente de todo o grupo.  Depois da audição da música, fixe duas tarjetas, uma com o nome do participante e outra com sua principal qualidade, lado a lado, abaixo do cartaz fixado na parede, iniciando o Mural das Qualidades Humanas daquela classe.

 

 

5. Apresentação individual 2

 Depois do intervalo, solicite a apresentação por um segundo jovem da sua música e de seu episódio de desenvolvimento da qualidade pessoal. Repita, nessa e nas demais apresentações individuais, o procedimento da primeira apresentação.

 

 

6. Qual é o meu estilo de vida?

 Inicie a situação de aprendizagem projetando o vídeo Por Acaso Gullar (Direção de Rodrigo Bittencourt e Marta Resende. Rio de Janeiro: Atitudes Produções, 2006. 1 vídeo (10 min), son., color. Disponível em: http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=4849 ).

 

Promova, depois, uma breve discussão do filme e dos atributos que conferem valor à vida de Gullar. Interrompa a discussão em um momento apropriado e solicite que, em cerca de 5 minutos, cada um se prepare para uma fala de 1 minuto (no máximo), sobre o seu estilo de vida ou sobre o que confere valor à sua vida, hoje.

 

Terminado o preparo, defina uma ordem para uma rodada de apresentações individuais: cada jovem diz o seu nome e verbaliza a fala preparada. Grave em vídeo a apresentação de cada jovem, se possível. No caso da gravação ser possível, o vídeo resultante pode ser editado e, eventualmente, usado na programação do evento de inserção profissional previsto para o final do programa Trilha Jovem.

 

7. Plano de vida e carreira 

 Ainda em painel, apresente as competências a serem desenvolvidas pela atividade de projeto.

Blossoming Almond Branch in a Glass with a Book - Van Gogh

 

Anuncie que, para o desenvolvimento das competências, será desenvolvido um projeto. Apresente a proposta do projeto a ser desenvolvido: cada jovem irá produzir um livro de arte, denominado: “Minha Vida, Minha Carreira”.

 

O livro será construído a partir do registro e da ilustração das atividades realizadas em sala de aula ou desenvolvidas autonomamente pelo jovem. O livro terá como função didática: o registro do Plano de Vida e Carreira; o registro dos exercícios desenvolvidos em sala (relacionados com a elaboração do Plano de Vida e Carreira) e constituir-se como objeto de identificação e apresentação de cada jovem.

 

 Cada livro deve ser uma obra de arte que apresenta e ilustra a construção de uma proposta de transformação da vida do autor em outra obra de arte. Para o trabalho, cada jovem contará com 30 folhas de papel A4 colorido e duas capas de acetato transparente. As capas poderão ser ilustradas e outros materiais poderão ser utilizados para compor a capa. O livro deverá ter um mínimo de 25 páginas. Os livros serão expostos no evento de inserção profissional, no encerramento do Trilha Jovem.

 

 Promova a discussão, adaptação e aprimoramento da proposta do projeto pela classe. Registre a versão final do projeto que será executado. Finalize a discussão da proposta de projeto, distribuindo o material necessário (folhas e capas) para os jovens.

 

Primeiras folhas do livro: Faça a sugestão para a(s) página(s) do livro que pode(m) representar a Aula 1/7: uma folha ilustrada que contenha o nome do jovem, a sua principal qualidade, uma breve descrição do acontecimento vital que a impulsionou e a letra da música escolhida. Ao final do programa, o Mural das Qualidades Humanas poderá ser o conteúdo de outra página.Observe, por fim, que as páginas não precisam ser organizadas na mesma seqüência das aulas, não precisam registrar passo a passo as suas atividades e nem ficar restritas ao conteúdo delas.

 

 Atenção: na seqüência dos planos, em vários momentos, sugere-se a inclusão de conteúdos no livro “Minha Vida, Minha carreira” e a utilização de suas páginas como recurso. Observe-se em geral, porém, que a decisão sobre a inclusão de conteúdos e sobre a utilização de suas páginas é, em última instância, do jovem.

Log Book: Apresente a proposta do Log Book para o Eixo III. Diferentemente dos outros Eixos, todos os participantes deverão registrar as atividades e redigir o Log Book, todos os dias. Para tanto, cada jovem receberá 30 folhas de papel sulfite para redigir o seu Log Book. A cada dia, um dos jovens será sorteado para fazer a leitura do seu relato da aula anterior.

  

 8. Apresentação individual 3 

 Solicite a apresentação, pelo terceiro jovem, de sua música, sua qualidade e seu acontecimento. Dê continuidade à construção do Mural das Qualidades Humanas.

 

Observações:

1.      Solicite que os jovens tragam, para a próxima aula, fotos e outras recordações que possam ilustrar uma linha do tempo da vida de cada um.

2.      Solicite aos jovens que ainda não fizeram a apresentação de sua música, que deixem a gravação da música na sala de aula ou a tragam em todas as aulas posteriores de PVC. 

 

 

Instrumentos e critérios de avaliação

§     Apresentações individuais de músicas.

§     Observações, sensações e relações estabelecidas a partir da atividade Estética de si.

§     Relação de atributos que conferem valor à vida.

§     Estilos de vida apresentados pelos jovens.

§     Melhorias efetuadas na proposta do Plano de Vida e Carreira.

 

 
 
 
 

 

 

 

Programa Educação para o Trabalho – PET 29 de junho de 2008

 

O Programa de Educação para o Trabalho (PET) foi desenvolvido pelo SENAC/ SP e implementado, na sua forma atual, em 1996. É “voltado ao desenvolvimento de jovens, especialmente daqueles com limitadas oportunidades de acesso aos bens tecnológicos que possibilitam a apropriação do conhecimento, o domínio de competências, bem como de contato e convívio com padrões estéticos requisitados por um mercado de trabalho exigente e seletivo, inflexível a justificativas de natureza sociopolítica” (José Luiz Gaeta Paixão. Introdução do Programa de Educação para o Trabalho. São Paulo, SENAC, 1996).

 

Sucesso em resultados e parcerias, o Programa Educação para o Trabalho (PET), até 2002, tinha capacitado mais de 20.000 jovens de baixa renda para a inserção no mercado de trabalho. Em 1999, O SENAC já tinha  recebido, da Câmara Americana do Comércio, o Prêmio Eco 99 na categoria Especial do Júri, pela realização do Programa Educação para o Trabalho, em prol da cidadania.

 

GERMINAL participou da concepção do Núcleo Central do PET e da capacitação de todos os docentes (cerca de 1.000) envolvidos na implementação inicial do Programa. Desenvolveu também uma versão alternativa ao Plano de Curso original do Programa, o manual do Núcleo Central e todos os manuais das Estações de Trabalho dessa versão alternativa. Tal versão, por um conjunto de circunstâncias, acabou não sendo implementada, pelo menos em sua totalidade.

 

Ainda em 2008, o Programa Educação para o Trabalho continua a ser  implementado. No site do SENAC SP você pode encontrar mais informações sobre o Programa e sobre a forma como hoje ele continua a ser desenvolvido.

 

Na Internet existem inúmeras páginas que fazem referência ao PET. Os links a seguir dão acesso a alguns exemplos.  Observe-se que as fotos, são outras formas de acesso a links que falam do Programa. Embora pertinentes ao PET,  não se referem e não foram necessariamente publicadas junto aos textos.

 

Compostagem - Programa Educação para o Trabalho - São Carlos

Compostagem - Programa Educação para o Trabalho - São Carlos

1. Gilberto Dimenstain, na Folha de São Paulo, informa: “O Programa Educação para o Trabalho (PET) do Senac nasceu em 1996 a partir de uma pesquisa para verificar as reais necessidades do jovem ao entrar no mercado de trabalho. “Com isso, pudemos formatar o programa para incluir as competências básicas para o mercado, como relações interpessoais, auto estima e autonomia,” relata Maria Tânia Bueno, coordenadora do programa para o Estado de São Paulo.

Durante seis meses, adolescentes de baixa renda entre 14 e 18 anos, aprendem a cuidar da saúde, da aparência pessoal, recebem noções de alimentação, informática, transações comerciais, atendimento ao cliente, simulam um processo seletivo e passam dez dias vivenciando situações de trabalho em empresas de verdade. Desde 1997 o programa já formou 14 mil jovens, a um custo, bancado pelo Senac e empresas parceiras, de R$ 720 por aluno. Destes, 6.600 estão empregados.”

 

 

Prática do PET em Santa Fé do Sul

2.  No site da Prefeitura de Limeira, está registrado:

“Em Limeira, interior de São Paulo, o Programa Educação Para o Trabalho entrou, recentemente, para o orçamento do município, tornando-se política pública pela primeira vez no Brasil. Desenvolvido pelo Senac de São Paulo desde 1996, o Programa tem por objetivo capacitar adolescentes, visando sua inserção no mundo do trabalho. Durante o curso, os jovens aprendem Informática, conceitos de Saúde, Comunicação, Atendimento ao Cliente, entre outros. Ao final do programa, eles são encaminhados para um rápido estágio em empresas privadas, para que se familiarizem com o ambiente de trabalho. Desde sua implantação, o Programa Educação Para o Trabalho atendeu cerca de 35 mil jovens em todo o Estado. Estima-se que, seis meses após a conclusão do curso, 40% deles consigam ingressar no mercado de trabalho”.

 

 

3. A Tribuna Catarinenese diz:  “A regional de Santa Catarina do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) está desenvolvendo em parceria com as entidades públicas e privadas o Programa de Educação Profissional (PET). A iniciativa consiste na realização de curso preparatório na área comercial voltado aos adolescentes entre 15 e 18 anos com baixa renda, com objetivo de inserção no mercado de trabalho, graças ao patrocínio de empresas e pessoas físicas que fazem a “adoção” de adolescentes.
 
 
4. O Senac São João promove formaturas do Peti e do PET:  Na terça-feira, 4 de abril, o Senac São João da Boa Vista formou sua 16ª turma do Programa de Educação para o Trabalho (PET) e a primeira do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). Ao todo, foram 134 alunos com idades entre 12 e 18 anos. O evento aconteceu na Sociedade Esportiva Sanjoanense, às 19h30, com a presença do prefeito da cidade Nélson Mancini, do gerente do Senac Luiz Afonso Fuganti Jaria, da diretora da Promoção Social Ofélia Chiari, além de outras autoridades e empresários locais.
 
 

5. Mais recentemene o Portal Setor 3  Informa:  “Mais de 120 jovens, de 15 a 24 anos, deram um novo passo rumo a sua vida profissional e ingresso no mercado de trabalho ao concluírem o Programa de Educação para o Trabalho, desenvolvido em São Paulo, numa parceria inédita entre a Coca-Cola Femsa, Senac e Governo do Estado. O programa, que visa desenvolver capacidades empreendedoras nos jovens, contou com cinco turmas que, durante seis meses, participaram de diversas atividades desenvolvidas no Parque Estadual Fontes do Ipiranga, zona Sul da capital paulista. 

O Senac desenvolve o Programa de Educação para o Trabalho há cerca de 10 anos e, de acordo com Sérgio de Oliveira e Silva, técnico de Desenvolvimento Profissional da instituição, o projeto teve origem após a constatação das dificuldades que jovens tinham em ingressar e permanecer no mundo do trabalho. Até agora, a metodologia já foi transmitida para mais de 100 mil meninos e meninas. No momento estão em andamento 72 turmas no Estado de São Paulo e 41 na capital.”

 

Projeto de ecologia - Programa Educação para o Trabalho - São Carlos (SP)

6. Encontra-se também, na internet, blogs editados por alunos e professores do Programa. O blog de São Carlos (SP) por exemplo, informa: “Atento à crescente oferta para os chamados trabalhos inteligentes, o Senac aborda durante as aulas questões como percepção crítica, iniciativa, discernimento e criatividade para a busca e a geração de novas soluções.

 

 

 

 

Amostras de uma versão alternativa do PET

Em outros posts, pubicamos excertos de uma versão alternativa do Programa de Educação para o Trabalho (PET), elaborada pela GERMINAL, que não chegou a ser implementada, pelo menos na forma que é ali apresentada. Os excertos devem ser encarados como amostras do trabalho que pode ser desenvolvido pela Germinal.

A versão alternativa é composta por um Núcleo Central e por Estações de Trabalho destinadas ao tratamento de áreas específicas do Setor de Comércio e Serviços. Dela já publicamos os seguintes excertos:

  • Estrutura e Objetivos para a Versão Alternativa (extraída do Manual do Núcleo Central)
  • Amostra I: Exemplo de uma Sessão de Aprendizagem (extraído do Manual da Estação de Trabalho de Organização e Administração
  • Amostra  II: Exemplo de mais uma Sessão de Aprendizagem (extraído do Manual da Estação de Trabalho de Organização e Estética de Ambientes
  • Amostra III: Exemplo de outra Sessão de Aprendizagem (extraído do Manual da Estação de Trabalho de Saúde)  
 

Prevenção também se ensina (I) 24 de junho de 2008

 

Um dos trabalhos de capacitação de educadores e de estudos e pesquisas da Germinal Consultoria foi desenvolvido para o projeto “Prevenção também se ensina” da Secretaria  de Educação de São Paulo e coordenado pela FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação). O trabalho envolveu o desenvolvimento de uma sistemática de avaliação para o projeto “Prevenção Também se Ensina” e a realização da avaliação do projeto em dois anos consecutivos (1996 e 1997). No portal da FDE, o Projeto é, em 2008,  assim apresentado:

 

O projeto Prevenção Também se Ensina, coordenado pela SEE – Secretaria de Estado da Educação, é executado pela FDE – Fundação para o Desenvolvimento da Educação em escolas da rede pública estadual de ensino desde 1996. A iniciativa é voltada à  promoção da cidadania saudável e à redução da vulnerabilidade da comunidade escolar à gravidez na adolescência, ao uso indevido de drogas e às DST/Aids.

A iniciativa abrange todas as escolas das 91 Diretorias de Ensino do Estado, beneficiando alunos dos ensinos Fundamental e Médio. Entre seus objetivos está a viabilização na rede estadual de ensino de um projeto de educação continuada que propicie condições para o desenvolvimento da auto-estima dos alunos e do senso de responsabilidade sobre a saúde individual e coletiva, promovendo a redução do abuso de drogas e a conscientização sobre as complicações relacionadas à gravidez na adolescência e sobre as DST/Aids.

Para atingir seus objetivos, o Prevenção Também se Ensina: capacita educadores das Diretorias de Ensino para assessorar, acompanhar e avaliar a implantação de projetos relacionados aos temas da iniciativa; capacita educadores das unidades escolares, dando condições para implantarem projetos de prevenção no âmbito da comunidade escolar; dota as escolas e Oficinas Pedagógicas de materiais didáticos específicos, de forma a viabilizar a implantação dos projetos de prevenção; e cria espaços comunitários informais para discussão e reflexão de temas pertinentes ao projeto, envolvendo centros de saúde, ONGs, associações comunitárias e outras entidades que desenvolvam ações de prevenção e tratamento na região.”

 

A partir de uma entrevista com o coordenador do projeto: Nivaldo Leal Santos, o site Ao Mestre com Carinho, afirma: “A independência das escolas foi proposital, a fim de dar ao projeto um caráter de permanência. Não é uma ação isolada que acontece em uma determinada época do ano letivo, mas um hábito incorporado que envolve mudanças de postura dos professores frente às questões sexo e drogas. De todas as maneiras, é bom saber que Prevenção Também se Ensina já atingiu 71% da rede escolar, 2.700.000 alunos e se expande e consolida cada vez mais, graças ao emprenho dos educadores nele envolvidos e à intenção de educar os adolescentes de forma completa, qualificando suas decisões frente à vida e aos problemas que ao longo dela encontrarão”.

 

O Projeto Letramento Digital 20 de junho de 2008

 

 

 Neste post estão publicados excertos do Plano de Curso do Projeto Letramento Digital. O Projeto é uma iniciativa do Senac Rio e da Germinal Consultoria, em parceria. Destina-se à inclusão digital de pessoas com dificuldade de leitura e escrita. O texto a seguir é um excerto do livro Letramento Digital, de José Antonio Küller e Natalia F. Rodrigo, publicado pela Editora Senac Rio (2006). O excerto foi editado de forma diversa da originalmente publicada no livro.

 

 

   INTRODUÇÃO

 

Ilustração de Maraina Massarani

Mariana Massarani - Ilustação do Livro Navegar é Preciso

A inclusão digital da população com dificuldade de leitura e escrita é um desafio metodológico.

Em geral, as propostas de inclusão digital utilizam métodos que pressupõe o ler e escrever com um mínimo de desenvoltura. Assim, a população alvo do Projeto se defronta, no interior das propostas usuais de inclusão digital, uma forma sutil de exclusão: a didática. O seu fracasso no domínio da tecnologia deriva da proposta pedagógica dos programas de iniciação à informática, centrada na leitura e na escrita, e não de sua incapacidade de dominar os comandos que lhe dariam acesso aos recursos e benefícios da nova tecnologia.

O primeiro levantamento do INAF, em 2001, indicou que, na população brasileira, cerca de 70% dos que estão incluídos no nível 1 de alfabetismo tem entre um e quatro anos de escolaridade.

A inclusão digital da população com escolaridade entre um e quatro anos e o desenvolvimento da capacidade de ler e escrever dessa população são os objetivos centrais do Projeto Letramento Digital.

O projeto se justifica pela ausência de qualquer outro programa de inclusão digital especificamente destinado a esta população. Uma população que é constituída por cerca de quarenta milhões de brasileiros. Destes, segundo o INAF, apenas 4% usam de alguma forma o computador.

Cantinho virtual da educação - ilustração

No desenho metodológico do projeto Letramento Digital, buscou-se superar a dificuldade de leitura e escrita e transformá-la de empecilho em objeto de desenvolvimento educacional. Procurou-se favorecer uma aproximação à informática em que a leitura e a escrita fluentes não fossem requisitos, mas competências a serem desenvolvidas simultânea e sinergicamente ao domínio das competências de navegação e operação de aplicativos.

Procurou-se, além disso, que o interesse no domínio da informática fosse instrumento de uma nova aproximação da leitura e da escrita, que facilitasse a superação da sensação de incompetência e de traumas derivados de mal sucedidas experiências escolares anteriores. O objetivo de recuperar a auto-estima e a vontade de voltar a estudar dos participantes esteve presente desde as formulações iniciais do projeto.

         

AS COMPETÊNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS

Professor - ilustração de "A Nossa Escola"

           

  • Navegar, sem receio, por um sistema operacional.
  • Utilizar o ambiente da Internet para melhoria da comunicação e da interação social.
  • Utilizar as principais ferramentas de um editor de textos na criação de documentos eletrônicos.
  • Produzir pequenos textos adequados aos seus destinatários e aos assuntos e objetivos propostos.
  • Interpretar textos com complexidade equivalente aos das notícias sobre o cotidiano de um jornal.
  • Dominar ferramentas que possibilitem a continuidade da aprendizagem digital e o aprimoramento da produção e interpretação de textos.

 

 A METODOLOGIA

Pipa e casal - misterangel.wordpress.com

A proposta pedagógica do Projeto Letramento Digital funda-se nas perspectivas de construção do conhecimento e no desenvolvimento de competências. Uma e outra perspectiva exigem a atividade criadora do educando como centro do processo de aprendizagem.

Assim, o desenho metodológico do Projeto está orientado no sentido de criar situações concretas ou simuladas em que as competências em desenvolvimento e o conhecimento em construção sejam requeridos, exercitados e avaliados.

Para desenvolver a competência de navegar por um sistema operacional e construir o conhecimento correlato, por exemplo, é preciso criar situações onde o participante é solicitado a enfrentar desafios de navegação, buscar referências para superá-los, refletir sobre suas tentativas de solução e continuamente aprimorá-las.

O uso do termo letramento dá mais nitidez ao contorno do desenho metodológico do Projeto. A palavra letramento, quando utilizada no contexto da aprendizagem da leitura e da escrita, refere-se não a capacidade de converter signos escritos em orais ou vice-versa, mas ao domínio das habilidades, atitudes e conhecimentos necessários ao uso efetivo e competente da leitura e da escrita nas práticas sociais que as requerem e no cotidiano das pessoas (Magda Soares).

A competência manifesta-se no desempenho concreto. Ela é requerida para enfrentar os desafios e problemas cotidianos e inusitados da vida, da convivência em sociedade e do trabalho. Assim, para o letramento digital, para desenvolver a capacidade do uso efetivo do computador (também da leitura e da escrita), as situações de aprendizagem devem ser propostas de forma que os desafios desse uso surjam no ambiente de aprendizagem de forma muito semelhante de como aparecem ou podem aparecer no cotidiano, na vivência social e no trabalho.

 

               DESAFIOS, PROBLEMAS, PROJETO

Época - Época na Educação - Monte a sua Revista (capa)

A metodologia circunscreve, então, um contexto de problemas, desafios, tarefas e projetos em que as competências em desenvolvimento serão constantemente requeridas.

Posto o desafio, tarefa, projeto ou problema, os participantes são estimulados à busca da solução a partir de referências também buscadas por eles. Primeiro, no contexto do grupo mais imediato. Depois em recursos disponíveis no próprio computador, inclusive no software que foi desenvolvido especialmente para o Projeto. Depois, mais além.

Definida e experimentada a solução, os educandos são instados a criticá-la, a revê-la, a melhorá-la. Desafio ou problema, busca de referências, geração da solução, atividade, reflexão sobre a atividade e reformulação da ação são, assim, os passos metodológicos fundamentais usados em Letramento Digital.

Os desafios e atividades decorrentes são enfeixados por um projeto. Dando sentido aos desafios iniciais e articulando os posteriores, será proposto o projeto de edição de uma revista eletrônica pelo grupo de aprendizes. A revista eletrônica versará sobre os saberes existentes no grupo de aprendizes. A revista será o espaço para a expressão do saber individual e coletivo dos aprendizes. A idéia da revista foi, depois proposta para outros usos e contextos, como mostra o fascículo 4 (Monte sua Revista) da revista Época na Educação (ver figura e em: http://epoca.globo.com/educacao/). Continua novo e, provavelmente, inédito o público para o qual o projeto é proposto e o contéudo da revista.

Cada participante terá, na revista, uma coluna onde falará sobre o que mais conhece e o que mais sabe fazer.  Iniciada depois de 40% do percurso do Projeto, a revista será o desafio fundamental que exigirá todas as competências em construção e desenvolvimento.

Para a prática da metodologia, os participantes precisam acreditar nas suas potencialidades e envolver-se com a busca, a troca, a criação, a experimentação, a reflexão e o crescimento que pavimentam o percurso do enfrentamento do desafio e que resulta na construção do conhecimento e na atuação cada vez mais competente. Para tanto, a proximidade e o envolvimento do participante com o desafio, o problema, a tarefa ou com o projeto é fundamental.

 

 A ESTRUTURA

Flor da Paixão, baixaja.com.br

Flor da Paixão, baixaja.com.br

       

Letramento Digital terá a duração de setenta e cinco (75) horas, divididas em vinte e cinco (25) sessões de três (3) horas. Estará organizado em torno de um projeto que funcionará como eixo articulador das situações e atividades de aprendizagem: a criação de uma revista eletrônica sobre os saberes dos membros do grupo de aprendizagem.

O conjunto das sessões estará dividido em cinco (5) grandes etapas: Nutrir, Partilhar, Agir, Refletir, Criar. Cada etapa terá cinco (5) sessões de sprendizagem, com a duração de três (3) horas cada uma. Inspiradas nos impulsos humanos fundamentais identificados por Jung, as etapas envolvem estímulos, referências, ambientações e elementos simbólicos ligados a impulsos que afetam o comportamento de todo o humano.

Em cada etapa, usam-se referências simbólicas ao impulso privilegiado.   As referências simbólicas são veiculadas por atividades, músicas, textos (especialmente os poéticos) e imagens. Através do uso intensivo de símbolos procura-se criar um ambiente sucessivamente propício à assimilação, à troca, à atividade, à reflexão e à criatividade.

 Nutrir

Nesta primeira etapa, um conjunto de problemas, desafios, atividades e situações de aprendizagem estarão organizados em torno da busca e descoberta individual e do domínio das capacidades básicas necessárias para efetuar operações simples.

 Compartilhar

Nesta etapa, os problemas, desafios, atividades e situações de aprendizagem proporcionarão o compartilhar das aprendizagens da etapa anterior, alinhando o grupo em relação às aprendizagens da primeira etapa. Além disso, através da busca coletiva e do intercâmbio, o ampliar da capacidade de manusear o computador.

 Agir (atividade)

Nesta etapa, os problemas, desafios, atividades e situações de aprendizagem proporcionarão a consolidação das aprendizagens das etapas anteriores e o alinhamento do grupo em relação às aprendizagens da primeira etapa e da segunda etapa.  Além disso, através do projeto central (Revista Eletrônica), facilitar a ampliação da capacidade de transferir textos, refazer operações, formatar textos e gerenciar mensagens.

 Refletir

Além da consolidação das aprendizagens anteriores, esta etapa será concentrada na revisão dos textos da Revista Eletrônica que foram elaborados na etapa anterior. Dar-se-á especial ênfase à melhoria, ampliação e correção dos textos.

 Criar

Nesta etapa os textos da revista serão articulados, ilustrados e recriados a partir de pesquisa na Internet ou outras formas de acesso à informação e, por fim, a revista será editada. O ambiente de informática será totalmente aberto.

 

OS RECURSOS DE ENSINO/APRENDIZAGEM

Para ao atendimento simultâneo dos objetivos de inclusão digital, desenvolvimento das competências de ler e escrever e de retorno aos estudos, foi necessário um desenho metodológico inovador e o desenvolvimento de recursos didáticos de suporte, adaptados à metodologia e à diversidade dos objetivos em jogo.

Foi criado um Software específico para possibilitar que todas as atividades didáticas fossem desenvolvidas e controladas com o uso do computador, considerado como o recurso didático fundamental.

Além do controle do ambiente de informática, o software inclui um Livro Eletrônico de Leitura, contendo os textos que serão utilizados no projeto; DICIONÁRIOS de vários tipos; e um recurso de Ajuda, contendo a versão eletrônica de um Livro de Informática, denominado Navegar é Preciso, que depois será distribuído para os participantes em forma impressa.

O software também inclui um arquivo de imagens onde estarão disponíveis, em formato eletrônico, os Painéis que ambientarão o espaço de aprendizagem, caracterizando as diferentes etapas do Projeto. Uma pasta com Jogos para o desenvolvimento das competências de ler e escrever e para exercitar o manuseio do mouse. Finalmente, o software inclui o BATE-PAPO, um chat para troca de mensagens on line.

 

Capa do Livro Navegar é Preciso - ilustração de Mariana Massarani

                                                                          

 

 

O livro Navegar é Preciso

 

Para os participantes foi escrito um livro didático, denominado Navegar é Preciso, de Marcelo Brum de Azevedo e José Antonio Küller, com ilustrações de Mariana Massarani, publicado pela Editora Senac Rio. O livro apóia a busca autônoma de conhecimento pelos participantes, além de ser instrumento no desenvolvimento da competência de leitura.

 

 

 

 

 

                                                                                                        

  O livro Letramento Digital

Capa do livro Letramento Digital

O conjunto dos recursos criados para o Projeto é complementado pelo livro do docente, denominado Letramento Digital, de José Antonio Küller e Natalia F. Rodrigo, publicado pela Editora Senac Rio. Ele é um manual de operação. Destina-se a orientar a ação das instituições parceiras e dos futuros coordenadores (docentes) na implementação do Projeto.

Para uso das instituições parceiras, o livro define e especifica as competências que serão desenvolvidas, descreve a metodologia utilizada, apresenta a estrutura curricular, indica a infra-estrutura necessária, especifica a configuração dos equipamentos de informática e apresenta a perspectiva de avaliação do Projeto.

O cerne do livro Letramento Digital, no entanto, interessa especialmente ao docente que será o coordenador das atividades de aprendizagem. Trata-se da descrição de uma proposta de desenvolvimento das atividades educacionais do Projeto, etapa a etapa, sessão de aprendizagem a sessão de aprendizagem (aula a aula), passo a passo. Um roteiro de orientação das atividades docentes dentro do ambiente de aprendizagem, do início ao fim do Projeto.

As definições pedagógicas fundamentais, os recursos criados e o roteiro foram testados entre 2003 e 2005 em inúmeros grupos e em diversificadas circunstâncias. Em todas elas, o Projeto mostrou-se eficaz na inclusão digital, no aprimoramento da capacidade de leitura e escrita e no incentivo à continuidade de estudos.

As falhas observadas nos grupos experimentais e nas versões originais foram sistematicamente registradas. Esses registros orientaram reformulações e substituições de atividades de aprendizagem que foram consideradas menos adequadas. Este trabalho de revisão deu origem às definições pedagógicas e ao roteiro ora apresentados.

O roteiro incluído no livro está redigido no formato de uma peça de teatro. A escolha não foi aleatória ou por motivo de sofisticação de estilo. O formato foi escolhido por suas ressonâncias simbólicas.

O teatro evoca um ambiente criativo e requer a criatividade de todos os envolvidos na produção do espetáculo teatral. A peça escrita pelo dramaturgo é interpretada criativamente pelo diretor de cena, pelos atores, cenógrafos, iluminadores… Embora a orientação dada pelo texto original possibilite o reconhecimento da obra teatral, cada espetáculo singular é o resultado da criatividade de seus realizadores na relação com um público específico. Neste sentido, cada montagem e cada espetáculo são únicos e irreproduzíveis.

Ao adotar o formato do drama, espera-se que efeito similar ao do teatro seja obtido em cada implementação do Projeto Letramento Digital. O roteiro, embora detalhado e específico, deve ser uma orientação básica que provoque e estimule a criatividade de indivíduos, instituições e grupos autônomos e independentes de realizadores.

O livro Letramento Digital, desta forma, cumpre um papel decisivo na estratégia de difusão do Projeto Letramento Digital. A sua ambição é proporcionar, articulando o conjunto de recursos didáticos, todas as informações e orientações que possibilitem que uma organização, grupo ou pessoa possa, independentemente de orientação ou vinculação institucional, reproduzir o Projeto em qualquer local do país que disponha dos recursos e dos equipamentos de informática que são fundamentais no seu desenvolvimento.

 

 O CONTROLE DO AMBIENTE DE INFORMÁTICA

Núcleo Avançado de Educação do Senac Minas - ABRH/MG

Núcleo Avançado de Educação do Senac Minas - ABRH/MG

Para possibilitar que o enfrentamento autônomo dos desafios e possibilitar a coordenação do grupo por um único docente, foi necessário controlar o ambiente de informática. A exploração livre dos inumeráveis recursos do computador pode resultar em uma navegação errática e inútil para efeito de aprendizagem. A complexidade pode tolher a busca e a iniciativa.

Para evitar esses efeitos, o software controla o sistema operacional. Ele reduz as possibilidades de navegação às que são úteis no enfrentamento dos desafios de cada sessão ou etapa.

Inicialmente, o ambiente de aprendizagem, no computador, é altamente controlado. Na medida em que as sessões de aprendizagem vão se sucedendo ele vai sendo liberado. Ao final, o controle é exercido apenas como forma de manter acesso ao ambiente inicialmente criado, às pastas de arquivos do Projeto e às pastas de arquivos criadas pelos participantes no momento inicial.

 

 Se você estiver interessado, clique nos links para ver a Amostra I ou a Amostra II de Sessão de Aprendizagem do Projeto Letramento Digital

 

 
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