Germinal – Educação e Trabalho

Soluções criativas em Educação, Educação Profissional e Gestão do Conhecimento

Capacitação de Multiplicadores de Programa de Certificação da Qualidade Profissional para o Setor do Turismo – Plano de curso 26 de agosto de 2008

O material apresentado neste post refere-se à estrutura de um programa de Capacitação de Multiplicadores, elaborado pela Germinal para o Instituto de Hospitalidade. Posteriormente, serão publicados dois exemplos de sessões de aprendizagem, com a descrição detalhada do seu desenvolvimento.

 

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 Apresentação

 

O Curso de Capacitação de Multiplicadores objetiva formar educadores capazes de operar com o Programa de Certificação da Qualidade Profissional e disseminá-lo. O Programa de Certificação é mantido pelo Sistema Brasileiro de Certificação da Qualidade Profissional para o Setor de Turismo, através do Instituto da Hospitalidade (BA). Foi desenvolvido para avaliar, desenvolver e certificar a competência prática de pessoas no trabalho. Visa melhorar a qualidade dos serviços e aumentar a competitividade do setor. Está fundado em uma perspectiva de desenvolvimento sustentável do turismo.

 

A Capacitação de Multiplicadores estimula e prepara para a utilização (em ações educativas) das Normas Nacionais, das Orientações para Aprendizagem e Processo de Avaliação e Certificação de profissionais desenvolvidos pelo Programa de Certificação.

 

O Curso é destinado a supervisores de primeira linha e a profissionais de nível gerencial do Setor de Turismo, responsáveis pelo desenvolvimento de uma equipe de trabalho. Atende também egressos de cursos de nível técnico e de nível superior na área de Turismo e Hotelaria, interessados em uma especialização em avaliação e educação profissional. É apropriado para professores universitários ou de educação profissional e para consultores envolvidos na tarefa de desenvolvimento de recursos humanos, na empresa e/ou na escola.

 

O Curso de Capacitação de Multiplicadores está fundamentado em instrumentos do Programa de Certificação da Qualidade Profissional. Baseia-se na Norma Nacional (NIH-43: 2001) e nas Orientações de Aprendizagem (OA-NIH-43: 2001) formuladas para a certificação e a educação profissional do Instrutor da Qualidade Profissional no Local de Trabalho. Leva em consideração a Norma Nacional (NIH-42: 2001) e as Orientações de Aprendizagem (AO-NIH-42) formuladas para o Instrutor da Qualidade Profissional no Meio Educacional. Utiliza ainda, como referência, uma Metodologia de Desenvolvimento de Competências no Trabalho, desenvolvida pelo Instituto de Hospitalidade (MDCT/IH: 2002).

 

Ao usar essas referências, o Curso de Capacitação de Multiplicadores facilita aos participantes a certificação como Instrutor da Qualidade Profissional. Possibilita, também, que os participantes atuem como consultores no desenvolvimento da qualidade profissional e estimuladores de processos de melhoria da qualidade e de promoção da excelência em serviços nas organizações em que atuam ou prestam serviços.

 

 

 

Perfil Profissional de Conclusão

 

Mondrian - Tableau nº 2 / Composition nº V

Mondrian - Tableau nº 2 / Composition nº V

O Multiplicador do Programa de Certificação da Qualidade Profissional para o Setor de Turismo terá um perfil profissional similar ao do Instrutor da Qualidade Profissional, com ênfase no perfil do Instrutor que Atua no Local de Trabalho. Deverá demonstrar, ao final do curso, as seguintes competências extraídas dos resultados previstos para os Instrutores da Qualidade Profissional nas Normas Nacionais do Programa de Certificação:

 

            Elaborar programas de capacitação de profissionais – o que pode incluir diagnosticar necessidades do ambiente de trabalho e defasagem de capacitação; identificar aspectos da cultura organizacional e competências necessárias para o aprimoramento profissional de indivíduos e de grupos; identificar oportunidades de desenvolvimento das pessoas e de seus potenciais; identificar evidências no mercado e necessidades de melhoria profissional; propor ações e meios de aprendizagem;

 

            Promover ações de capacitação no trabalho – o que pode incluir sensibilizar e mobilizar pessoas e grupos para a aprendizagem; viabilizar estratégias e logística para capacitação; sugerir métodos, recursos e ambientes dentro da educação flexível; participar da elaboração de programa de capacitação no trabalho; promover a formação de substitutos e de novos integrantes; estimular a capacidade crítica e criativa; identificar critério e indicador de mensuração de resultados; estimular o autodesenvolvimento e a evolução profissional; estimular a criatividade para solução de problemas;

 

            Estimular melhorias dos padrões de qualidade – o que pode incluir buscar referências de padrões de qualidade de produtos e serviços e de desempenho profissional; estimular a percepção sobre o estágio de desenvolvimento e possibilidades de crescimento, promover o desempenho profissional dentro dos padrões estabelecidos; estimular melhorias contínuas em ambientes de trabalho;

 

            Acompanhar e mensurar resultados – o que pode incluir analisar indicadores de desempenho dos programas de capacitação, índices de qualidade e produtividade, indicadores do grau de satisfação do cliente;

 

            Comunicar-se eficientemente – o que pode incluir comunicar-se de forma objetiva; certificar-se de que a informação foi compreendida; utilizar os termos mais usuais do conteúdo apresentado;

 

            Disseminar a ética e a postura profissional – o que pode incluir preservar a segurança e bem estar dos participantes; manter discrição com informações e situações; lidar com situações constrangedoras; informar sobre comportamentos éticos e posturas profissionais;

 

            Atuar como multiplicador da qualidade profissional pelo processo de certificação por competência – o que pode incluir divulgar a importância da certificação por competência; sensibilizar e motivar para o desenvolvimento de competências; acompanhar tendência de mercado em relação à qualificação profissional; utilizar as normas do Sistema Brasileiro de Certificação da Qualidade Profissional para o Setor de Turismo e as respectivas orientações para aprendizagem; sinalizar ao IH e outras instituições competentes as alterações para revisão das Normas Nacionais;

 

            Valorizar o turismo e a qualidade profissional – o que pode incluir informar sobre a importância e o impacto do turismo no desenvolvimento local e da comunidade; valorizar o papel do profissional neste contexto; valorizar a ação integrada e o impacto de serviço para a satisfação do cliente; identificar e manter redes de contato; preservar identidade cultural e recurso ambiental; divulgar referências de destaque no turismo; divulgar a cultura da hospitalidade e de sistemas de gestão da qualidade.

 

            Atuar como formador de opinião e articulador entre os agentes presentes na sociedade – o que pode incluir participar de propostas e envolver a participação de instituições de ensino, governo, empresários, trabalhadores e comunidade; divulgar experiências significativas; articular com segmentos do turismo em ação integrada.

 

 

Gráfico da Distribuição das Competências pelas Sessões de Aprendizagem

 

A tabela a seguir mostra a distribuição do trabalho de constituição de competências específicas entre as sessões de aprendizagem. Estão previstas 10 sessões de aprendizagem, com a duração de 4 horas cada uma.

 

 

COMPETÊNCIA ESPECÍFICA

 

SESSÃO

 

1

 

2

 

3

 

4

 

5

 

6

 

7

 

8

 

9

 

10

Discutir, tomar posição e agir coerentemente em relação aos problemas, necessidades e alternativas de desenvolvimento do turismo brasileiro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Traduzir as atuais e potenciais demandas dos clientes de serviços turísticos em requisitos de atendimento e de prestação de serviço.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Traduzir os requisitos de atendimento e de prestação de serviços em necessidades de qualidade e de desenvolvimento profissional.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Identificar necessidades de desenvolvimento profissional, decorrentes de uma cultura organizacional específica.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Apoiar a auto-avaliação dos profissionais como forma de conscientização sobre padrões de qualidade profissional, carências e potencialidades.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Construir o perfil de competências da equipe de profissionais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Estabelecer metas e firmar compromissos de aprendizagem, individuais e grupais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Identificar oportunidades de desenvolvimento das pessoas no ambiente de trabalho.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Selecionar, as estratégias e processos de constituição e desenvolvimento de competências.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Elaborar, executar e avaliar o Plano de Desenvolvimento de Competências no Trabalho (PDCT).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Elaborar planos detalhados para situações de aprendizagem, formais ou em serviço,

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Selecionar e prover subsídios variados, adequados a diferentes necessidades de aprendizagem dos profissionais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Atuar como mediador da situação de aprendizagem em processos de constituição e desenvolvimento de competências.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Acompanhar e avaliar continuamente os processos de capacitação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Apontar os efeitos do processo de capacitação na melhoria da qualidade dos serviços e na satisfação dos clientes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Apontar, aos responsáveis, outras condições que interferem diretamente na qualidade dos serviços prestados.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Estimular a definição conjunta de novos padrões e metas de resultados mais desafiadores.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Construir e utilizar estratégias para valorizar e marcar sempre a evolução e os ganhos de qualidade profissional obtidos pela equipe.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Planejar e encaminhar o processo de certificação, programando todas as ações requeridas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Propor estratégias de difusão do Programa de Certificação da Qualidade Profissional para o Setor de Turismo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 Indicações Metodológicas

 

Alice Bodanzky, Frank Baral, Isabel Adler - Metodologia Visual - madeira e metal
A.Bodanzky, F.Baral, I.Adler, Metodologia Visual – madeira e metal

Para o desenvolvimento do Curso de Multiplicadores do Programa de Certificação da Qualidade Profissional serão adotadas, sempre que possível, as seguintes indicações metodológicas:

 

     Atividades, desafios e problemas

Toda situação de aprendizagem partirá de uma atividade, desafio ou problema que o coordenador (orientador de aprendizagem, monitor, instrutor) irá propor a pequenos grupos ou ao grupo total de participantes. Tais atividades, problemas ou desafios devem estar relacionados às competências a serem constituídas.

 

      Pesquisa e busca individual e coletiva de desenvolvimento

As atividades, os desafios e os problemas desencadearão a troca e a busca individual e coletiva dos conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias à constituição das competências. Assim, a constituição das competências ocorrerá no mesmo e sinérgico movimento de construção dos conhecimentos, de aquisição das habilidades e apropriação das atitudes.

 

Referências e experiências dos educandos

As atividades, problemas e desafios propiciarão uma mobilização e atualização dos conhecimentos, habilidades e atitudes já presentes no educando ou no grupo. Suscitarão a troca e o compartilhar dos saberes já presentes no grupo de educandos. Na situação grupal, a troca antecederá ou, pelo menos, será simultânea à busca e à construção de conhecimentos, habilidades e atitudes novas e distantes da experiência grupal.

 

Vivências de situações reais

A troca, o compartilhar, a busca e/ou a pesquisa suscitada a partir das atividades, dos desafios e dos problemas propostos pelo coordenador, sempre que possível, envolverão o grupo ou o indivíduo em processo de aprendizagem em situações reais do cotidiano profissional do instrutor ou multiplicador. Neste sentido, o ambiente mais propício para enfrentar o desafio ou para solucionar o problema proposto é o próprio local de trabalho onde as competências em constituição são requeridas.

 

Utilização do princípio da simetria invertida

Os Multiplicadores serão desenvolvidos no mesmo ambiente e na mesma situação em que irão exercer muitas das competências que serão constituídas: o ambiente e a situação de aprendizagem. Assim, todas as vivências no ambiente de aprendizagem ou dele decorrentes (mesmo as falhas do coordenador) serão utilizadas como oportunidade de aprendizagem.

 

Diferenciação das situações

A competência revela-se na capacidade de fazer frente a situações não usuais e inesperadas do cotidiano profissional. Então, o próprio ambiente de aprendizagem será variado e estimulante. Ao enfrentar o desafio ou solucionar o problema, os grupos e os participantes individualmente defrontar-se-ão com ambientes diferentes e situações inusitadas.

 

Explicitação dos resultados

Para cada atividade, problema ou desafio proposto, os resultados a serem obtidos devem ser claramente explícitos. As situações de aprendizagem devem claramente facilitar os resultados esperados. Tais resultados devem ser, ainda, claramente referenciados às competências a serem constituídas.

 

Situações contínuas de auto-avaliação

O desenho dos processos individuais e grupais de constituição das competências deve prever contínuas situações de auto-avaliação. Tais situações devem ser individuais e/ou coletivas em função da natureza do desafio ou do problema proposto. Os resultados claramente definidos de início e sempre referenciados às competências a serem constituídas orientarão essas situações de auto-avaliação.

 

Autonomia e espírito de equipe

As situações de aprendizagem suscitadas pelas atividades e pelos problemas e desafios, sempre que possível, combinarão momentos de trabalho individual e momentos em trabalho em equipe. Em uma situação ou outra, no entanto, a autonomia na busca da aprendizagem e a busca coletiva de soluções sempre serão estimuladas.

 

Estímulo a soluções criativas

Seja na proposta da atividade, do problema ou do desafio, seja na definição dos resultados, seja no desenho das situações de aprendizagem, o trabalho sempre será orientado para a busca de soluções criativas, entendidas como a procura de novos, mais produtivos e encantadores modos de prestação de serviços.

 

 

Organização do Programa

 

Paul Klee - Remembrance of a Garden
Paul Klee – Remembrance of a Garden

O Curso de Capacitação de Multiplicadores do Programa de Certificação da Qualidade Profissional será desenvolvido em duas etapas. A primeira parte será a distância e consistirá em um trabalho de leitura individual de textos de referência. A segunda parte será presencial, com a duração de 40 horas, em grupos de 15 a 30 participantes.

 

 

Conteúdo da Primeira Etapa (a distância)

 

Informações Básicas sobre Turismo.

 

Informações Básicas sobre o Programa de Certificação da Qualidade Profissional.

 

Observação: A orientação para o desenvolvimento dessa primeira parte encontra-se em documento à parte.

 

 

Organização da Parte Presencial do Curso

 

A parte presencial do Programa está organizada em 10 sessões aprendizagem, com a duração de 4 horas cada uma. O trabalho em torno das competências está assim dividido:

 

Sessões 1: Capacitação Profissional no Setor de Turismo

 

Sessão 2: Capacitação e Certificação Profissional para o Setor de Turismo.

 

Sessão 3: Diagnóstico da Qualidade Profissional

 

Sessão 4: Iniciando o Planejamento da Constituição e Desenvolvimento de Competências

 

Sessão 5: Planejamento da Constituição e Desenvolvimento de Competências (PDCT)

 

Sessão 6: Planejamento de Sessões Grupais e do Treinamento no Posto de Trabalho.

 

Sessão 7: Mediação de Sessões Formais

 

Sessão 8: Mediação da Aprendizagem e Melhoria da Qualidade

 

Sessão 9: Mediação e Avaliação do Treinamento no Posto de Trabalho

 

Sessão 10: Estratégias de Multiplicação do Programa de Certificação da Qualidade Profissional

 

 

Proposta pedagógica e plano estratégico (pequenas cidades) 18 de agosto de 2008

 

 

 

PROPOSTA DE CONSULTORIA

 

 1. Proponente

Germinal Consultoria

 

 2. Clientes potenciais:

Prefeituras de pequenas cidades (até 10.000 habitantes) do Estado de São Paulo, cujos resultados no IDEP e na Prova Brasil ficaram abaixo da média estadual.

 

 

 3. Objeto

Capacitação de gestores, professores e pessoal de apoio da Educação Infantil e da Educação Fundamental do município.

 

 

 4. Justificativa

A proposta é justificada pela necessidade de elevar o índice do IDEP do Município e as médias dos resultados em Português e Matemática, que ficaram abaixo da média das escolas municipais do Estado de São Paulo, nas últimas avaliações.

 

 

5. Objetivos

  • Iniciar um processo individual e coletivo de desenvolvimento continuado das competências docentes.
  • Envolver os educadores municipais em um projeto participativo de desenvolvimento pessoal e coletivo, rumo à melhoria da qualidade da educação municipal .
  • Elaborar de forma participativa uma proposta pedagógica e projeto pedagógico estratégico para elevar os índices qualitativos e quantitativos da educação proporcionada pelo município.
  • Iniciar a discussão da viabilidade e de encaminhamento de um projeto de construção da cidade educativa.

 

6. Estratégia de Consultoria

A estratégia de consultoria e de desenvolvimento dos educadores do município será centrada no processo de construção coletiva e participativa de uma proposta pedagógica e de um plano estratégico para a educação do município.

A construção da Proposta Pedagógica e do Projeto Estratégico será efetuada em sete (7) passos fundamentais:

 

A. Primeiro Seminário: sensibilização, fundamentação e organização

Passo inicial do processo, o Seminário será desenvolvido em duas edições: uma para a os educadores da Educação Infantil e a outra para os educadores do Ensino Fundamental[1]. Terá a duração de 24 horas e a seguinte organização básica:

Primeiro dia (8 horas): estabelecer as referências pedagógicas e organizacionais para um diagnóstico da educação municipal. Elaborar um primeiro diagnóstico do município, tendo como horizonte os desafios:

  • Elevar os índices de aprovação na Prova Brasil de ? (número abaixo da média estadual) em 2007 para 94% em 2009 (acima da média estadual).
  • Elevar os resultados médios da Prova Brasil, em 2009. Em português, de Y para 183,03. Em matemática, de Z para 202,27. As letras representam resultados abaixo da média estadual e os números representam os resultados médios das escolas municipais do Estado de São Paulo, em 2007.
  • Elevar o IDEB do município de X para 5,0, em 2011.

Os dois primeiros desafios serão lançados aos educadores do Ensino Fundamental e o último para todos.

Segundo e terceiro dia (12 horas): efetuar uma análise fundamentada das possibilidades de transformação da educação no município, tendo como perspectiva e como horizonte utópico a concepção de cidade educadora ou educativa.

Terceiro dia (4 horas): concluir o diagnóstico e estabelecer o roteiro, a organização e o cronograma de trabalho para a elaboração da proposta pedagógica e do projeto estratégico.

 

B. Pequenos Grupos de Trabalho: em direção à autonomia pedagógica

Atividade de pequenos grupos, conforme roteiro e organização estabelecida para discussão e redação de segmentos da proposta pedagógica e do projeto estratégico. Os grupos trabalharão, conforme organização discutida, entre o Primeiro Seminário e o Segundo Seminário. Poderão contar com consultoria a distância, sempre que necessário.

 

C. Segundo Seminário: em direção à proposta e ao projeto

Duas edições (Educação Infantil e Ensino Fundamental) de um encontro para apresentação, discussão e sistematização dos textos resultantes do trabalho dos pequenos grupos. O encontro terá a duração de 8 horas.

 

D. Trabalho de Consultoria I: reunindo os elementos

A partir dos textos, apresentações, discussões e sistematização do segundo seminário, a consultoria (Germinal) articula e redige a primeira versão da proposta pedagógica e do projeto estratégico.

 

E. Trabalho de Pequenos Grupos: novo exercício de autonomia pedagógica

A primeira versão da Proposta Pedagógica e do Plano Estratégico é analisada pelos mesmos grupos que se reuniram no segundo passo.

 

F. Terceiro Seminário: rumo ao futuro

Em um encontro de oito horas, envolvendo todos os educadores do município, as análises dos pequenos grupos são apresentadas, discutidas e sistematizadas. Propostas de acréscimos, supressões e transformação são feitas e discutidas. Um consenso mínimo é estabelecido.

 

G. Trabalho de Consultoria II: aparando arestas

A partir e obedecendo as conclusões do Terceiro Seminário, a Germinal redige a versão final da Proposta Pedagógica e do Projeto Estratégico. A proposta é submetida aos gestores municipais, melhorada(se necessário e sem ferir as conclusões do Terceiro Seminário) e implementada.

 

 7. Previsão de tempo e cronograma de Consultoria:

 

ATIVIDADES

Carga horária

SEMANAS

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Primeiro Seminário

48 horas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pequenos grupos de Trabalho

12 horas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Segundo Seminário

16 horas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Trabalho de Consultoria I

50 horas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Terceiro Seminário

8 horas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Trabalho de Consultoria II

26 horas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

TOTAL

160 h.

   Dois meses e meio de trabalho

 

Observação:

1. A primeira semana do cronograma é contada a partir da assinatura do contrato.

 

8. Produtos de Consultoria

  • Proposta Pedagógica da Educação Infantil
  • Proposta Pedagógica do Ensino Fundamental.
  • Projeto Estratégico da Educação Infantil e do Ensino Fundamental


[1] Chamamos de educadores todos os envolvidos no processo educacional, incluindo o pessoal de apoio.

 

Curso Normal Superior – Educação Infantil 27 de junho de 2008

 

O excerto de projeto de Curso Normal Superior – Educação Infantil, apresentado a seguir, faz parte de um Projeto Institucional de Instituto Superior de Educação (ISE) não implementado, por questões estranhas ao projeto técnico. A Germinal foi responsável pela redação do projeto. Seu desenho surgiu em resposta a uma norma que  implicaria em uma transformação radical no modo de formar novos professores. Mas isso não se deu. A norma foi contornada. O recuo normativo tornou a opção pelos Institutos Superiores de Educação menos atrativa.

 

INTRODUÇÃO

O atendimento de crianças de 0 a 6 anos em estabelecimentos públicos e privados tem uma história de 150 anos no Brasil. O crescimento do atendimento é expressivo a partir da década de 60. Na faixa de 0 a 3 anos, com um marco histórico de forte viés assistencialista, o atendimento foi-se concentrando em estabelecimentos denominados creches, que sempre tiveram uma acentuada tendência de priorizar o cuidado e a guarda das crianças em detrimento de uma proposta educativa mais sistemática. O atendimento institucional da criança de 3 a 6 anos, por outro lado, foi-se concentrando preferencialmente na pré-escola, mais demandada pelas classes média e alta, com visíveis tendências de antecipação da escolaridade. 

 

A educação infantil, em creches e pré-escolas, no Brasil, passa a ser direito da criança e dever do estado a partir da constituição de 1988[1]. O reconhecimento legal da necessidade de ações institucionais e escolares para a educação infantil deriva de um conjunto de razões. São cada vez freqüentes as evidências científicas da importância do período de 0 a 6 anos na constituição de uma base psicofísica fundamental para o desenvolvimento da escolaridade posterior. O crescente ingresso da mulher na força de trabalho e as transformações na organização e na estrutura das famílias requerem alternativas à educação infantil que antes era proporcionada exclusivamente no lar. As mudanças urbanas destruíram importantes espaços de convivência infantil que existiam no passado. As rápidas mudanças tecnológicas da sociedade contemporânea criam necessidades educacionais cada vez mais complexas, dificultado o seu atendimento exclusivamente no seio da família.

 

Seguindo a Constituição de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional[2] (Lei 9394/96) estabelece, pela primeira vez da história da educação do Brasil, que a Educação Infantil de 0 aos 6 anos é a primeira etapa da Educação Básica e a ela se integra. Decorrentes da LDB, as Diretrizes Curriculares da Educação Infantil regulam a elaboração das propostas pedagógicas das creches e pré-escolas no atendimento educacional das crianças de 0 a 6 anos[3].

 

Devido ao escasso histórico de regulação institucional de creches e pré-escolas, foi necessário ainda o Parecer CEB 04/00 de 16 de fevereiro de 2000, definindo as Diretrizes Operacionais para a Educação Infantil. As Diretrizes Operacionais regulam a inserção das creches e pré-escolas nos sistemas de ensino, integrando-as preferencialmente nos sistemas municipais de ensino. O Parecer regula também a formação de professores e outros profissionais para o trabalho nas instituições de Educação Infantil. Ao fazê-lo, afirma:

“Todas as instituições de educação infantil, qualquer que seja sua caracterização, terão o prazo até 2007 para ter todos o seus professores com pelo menos, o curso normal de nível médio. Dentro do mesmo prazo, será também exigida a escolaridade de ensino médio, admitindo-se como mínimo o ensino fundamental, para outros profissionais[4].”

 

O Parecer parece incidir em erro não intencional[5]. Ele mesmo fixa uma data, certamente relacionada à Década da Educação prevista no artigo 87 das Disposições Transitórias da LDB, que diz:

§ 4º. Até o fim da Década da Educação somente serão admitidos professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço. 

         

 Assim, até 2007, tendo em vista o disposto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, só serão admitidos professores de Educação Infantil com formação superior, no caso, em Cursos Normais Superiores. Em função da determinação legal, o levantamento diagnóstico elaborado para fundamentar a proposta do Instituto Superior de Educação (ISE) – prevê a necessidade de elevação ao nível superior de 30.000 professores que já atuam na Educação Infantil, na cidade de São Paulo, até 2007.

 

Ainda na tentativa de dimensionar as necessidades quantitativas de formação de professores para a Educação Infantil, é interessante notar a afirmação contida no diagnóstico da Educação Infantil feita no Plano Nacional de Educação:

“Estimativas precárias indicavam, até alguns anos atrás, um número de 1.400.000 crianças atendidas na faixa de 0 a 3 anos. A Sinopse Estatística da Educação Básica reuniu dados de 1998 sobre a creche, indicando um atendimento de 381.804 crianças, em idades que variam de menos de 4 a mais de 9 anos. São dados incompletos, mesmo porque só agora as creches começam a registrar-se nos órgãos de cadastro educacional. Qualquer número, no entanto, será uma quantidade muito pequena diante da magnitude do segmento populacional de 0 a 3 anos, constituído de 12 milhões de crianças (Plano Nacional de Educação, 2000. p26)”

 

A partir do diagnóstico, o Plano Nacional de Educação fixa um conjunto de metas. Entre elas:

 “Ampliar a oferta de educação infantil de forma a atender, em cinco anos, a 30% da população de até 3 anos de idade e 60% da população de 4 e 6 anos (ou 4 e 5 anos) e, até o final da década, alcançar a meta de 50% das crianças de 0 a 3 anos e 80% das de 4 e 5 anos”.[7]

 

Entre outras conseqüências, a meta implica em incluir, em 10 anos, no mínimo 4.800.000 crianças de 3 anos ou menos na Educação Infantil, atendidas em creches. Supondo-se uma média (exagerada) de 20 crianças por professor, só para atendimento da meta referente às crianças de até 3 anos, será necessária a formação de 240.000 novos professores de Educação Infantil nos próximos 10 anos[8]. A necessidade quantitativa de formação de novos professores de Educação Infantil é inquestionável.

 

Para além das necessidades quantitativas, o Projeto Institucional-Pedagógico do ISE apresenta um conjunto de razões de ordem qualitativa para justificar a necessidade de mudança radical na proposta pedagógica dos cursos destinados à formação dos docentes, de forma geral. As necessidades qualitativas específicas de formação de docentes em nível superior para a Educação Infantil estão relacionadas às necessárias mudanças a serem implementadas neste nível da Educação Básica e as conseqüentes necessidades de profissionalização do pessoal que presta este serviço educativo. Nas Diretrizes para  a Educação Infantil, o mesmo Plano Nacional de Educação afirma:

“A educação infantil é a primeira etapa da Educação Básica. Ela estabelece as bases da personalidade humana, da inteligência, da vida emocional, da socialização. As primeiras experiências da vida são as que marcam mais profundamente a pessoa. Quando positivas, tendem a reforçar, ao longo da vida, as atitudes de autoconfiança, de cooperação, solidariedade, responsabilidade. As ciências que se debruçaram sobre a criança nos últimos cinqüenta anos, investigando como se processa o seu desenvolvimento, coincidem em afirmar a importância dos primeiros anos de vida para o desenvolvimento e aprendizagem posteriores. E têm oferecido grande suporte para a educação formular seus propósitos e atuação a partir do nascimento. A pedagogia mesma vem acumulando considerável experiência e reflexão sobre sua prática nesse campo e definindo os procedimentos mais adequados para oferecer às crianças interessantes, desafiantes e enriquecedoras oportunidades de desenvolvimento e aprendizagem. A educação infantil inaugura a educação da pessoa”[9].

 

No entanto, dados veiculados pelo próprio Plano Nacional de Educação permite constatar que cerca de 14% dos professores de educação infantil possuem apenas o Ensino Fundamental. Outros 66% têm uma formação de nível médio. Apenas 20% deles cursaram o ensino superior. A formação em nível superior, em si, não garante a constituição de competências para a “inauguração da educação da pessoa”. No entanto:

a) a informalidade das iniciativas anteriores de atendimento educacional das crianças pequenas;

b) a ausência anterior de uma formação específica para este nível de ensino;

c) a necessidade de imprimir uma forte e competente marca educacional à prestação do serviço e as demandas sociais crescentes para as creches e pré-escolas,

recomendam uma formação de profissionais e professores de Educação Infantil pelo menos tão complexa e completa quanto a dos demais níveis de ensino.

 

tecnocientista.info/Imagens
tecnocientista.info/Imagens

 

PERFIL PROFISSIONAL DE SAÍDA

Ao final do Curso Normal Superior – Educação Infantil o concluinte terá condições de assumir as funções profissionais do professor generalista de Educação Infantil, apresentando, além das comuns a todo professor[10], as seguintes características:

  • Ajusta seu cuidado e suas atividades educacionais às características e necessidades específicas  das diferentes fases de desenvolvimento de crianças de 0 a 6 anos.
  • Auxilia o desenvolvimento das capacidades de ser e conviver das crianças, a partir da apropriação de conhecimentos sobre si mesmo e o outro e sobre a realidade social e cultural; e do desenvolvimento das capacidades e potencialidades corporais, afetivas, emocionais, éticas e estéticas na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis[11].
  • Cuida com carinho e orienta os cuidados individuais com a higiene, a segurança, a alimentação e o bem-estar das crianças, respeitando as necessidades, o estágio de desenvolvimento e a singularidade de cada uma delas, mantendo uma atmosfera afetiva e prazeirosa de relacionamento interpessoal com seus alunos.
  • Organiza o tempo e o espaço de vivência e convivência infantil, ajustando-os às necessidades da faixa etária e potencializando o seu efeito educativo.
  • Compartilha, com freqüência, informações sobre a evolução grupal e individual com os pais e responsáveis, estabelecendo com eles uma relação de parceria para o desenvolvimento e continuidade do trabalho educativo. 
  • Formula, com a equipe da escola, uma concepção de educação e ensino, compatível com os avanços dos estudos sobre a criança pequena, com a evolução da educação infantil e com as experiências de trabalho desenvolvidas na escola, que irá orientar com clareza todas as suas ações, ficando apto a esclarecer os pais e outros profissionais sobre a concepção de educação adotada e os resultados obtidos.
  • Realiza seu trabalho cotidiano baseando-se em pensamentos, valores e normas, métodos de trabalho e recursos inspirados na concepção de educação e ensino da equipe.
  • Busca sistematicamente conhecer outras concepções educacionais e outras experiências de educação infantil desenvolvidas em outros contextos e, eventualmente, aproveita aspectos que venham contribuir com a sua própria experiência.
  • Considera o contexto sociocultural e familiar de seus alunos ao programar e desenvolver ações educativas grupais e individuais, identificando necessidades especiais.
  • Cria múltiplas oportunidades de exploração e de aprendizagem expontânea, preservando e estimulando a curiosidade e criatividade próprias dos primeiros anos de vida.
  • Desenvolve estratégias de aproximação das crianças com a natureza, aproveitando seu potencial exploratório, desenvolvendo a observação, o respeito à natureza e o interesse por questões de preservação ecológica e ambiental.
  • Respeita e apoia aptidões, gostos e interesses individuais.
  • Acompanha e apóia o processo de desenvolvimento global (físico, emocional, afetivo, cognitivo) da criança, estimulando sua passagem da heteronomia para a autonomia.
  • Orienta e acompanha o processo de socialização das crianças, estabelecendo com elas regras e limites claros , construindo código ético de comportamento a partir das experiências grupais, de acordo com a faixa etária.

 

Princípios e Estrutura Curricular para a Formação do Professor Generalista de Educação Infantil

La grotte, Miquel Barceló

Nos três primeiros bimestres do primeiro ano será desenvolvido o Módulo I – Módulo Básico de Formação Pedagógica, com duração de 645 horas, que também funcionará como Programa Especial de Formação Pedagógica. Esta parte do percurso é comum a todas as formações docentes.

 

No último bimestre do primeiro ano será desenvolvido o Módulo II – Módulo Comum de Formação dos Professores Generalistas. Esse macro componente curricular terá a duração de 275 horas. Esta parte do percurso é comum às duas alternativas curriculares do Curso Normal Superior: Educação Infantil e Ensino Fundamental.

 

O segundo ano é destinado à formação específica (Módulo III) e ao projeto de operação de uma creche. Este componente curricular terá a duração de 940 horas. No terceiro ano (Módulo IV), dar-se-á continuidade à formação específica. Neste ano, além da operação de uma pré-escola, os alunos do Curso Normal Superior – Educação Infantil serão envolvidos no projeto Aplicação na Escola, atuando como consultores em atividades no interior de um sistema de ensino, especialmente em atividades de orientação e assessoria a unidades e instituições de Educação Infantil. Estão previstas 940 horas letivas nesse terceiro ano.

 

Além dessa estrutura curricular, o Projeto Institucional Pedagógico do Instituto Superior de Educação definiu um conjunto de princípios orientadores para a formação inicial de professores. Esses princípios também orientarão o desenho curricular do Curso Normal Superior – Educação Infantil. No entanto, em cada singular Projeto Pedagógico estes princípios ganham alguma especificidade. No Caso do Curso Normal Superior, temos:

 

1.      Da formação comum para a específica

(Ver mesmo item no Projeto do Curso Normal Superior)

 

2.      Da ação para a reflexão e da reflexão para a ação

 

 

“O percurso da formação básica e inicial de docentes será desenvolvido a partir da ação (prática, criativa, transformadora). A toda ação seguir-se-á momentos estruturados de reflexão. A reflexão deverá sempre resultar em uma ação renovada, mais rica e complexa. Essa ação melhorada dará início a um novo movimento de reflexão e transformação. A melhoria contínua da atuação docente é princípio inerente ao currículo(…).

 

Já no Módulo I – Módulo Básico de Formação Pedagógica, a ação, vista como prática docente, centraliza o desenho curricular (ver o Anexo 2). No módulo, a prática docente é realizada através da operação de Programas Especiais de Educação Básica e/ou de Educação Profissional. No caso do Curso Normal Superior – Educação Infantil, a prática docente no Módulo I será realizada no interior da operação de Programas de Educação de Jovens e Adultos (EJA)[13] correspondentes às quatro primeiras séries do Ensino Fundamental. O Projeto Pedagógico do Módulo I já mostra que a prática docente é, aqui, efetiva. Não se trata de estágios de observação ou de simulações de aulas. Os professores e alunos do ISE efetivamente responsabilizam-se pela condução de um processo educativo completo.

 

Em todo o Curso Normal Superior, incluindo o Módulo I, a prática docente não é entendida como a mera mediação do processo de aprendizagem em salas de aula. Ela inclui os momentos de planejamento e avaliação da atuação direta com os alunos, a participação na elaboração, execução e acompanhamento da proposta pedagógica da creche ou pré-escola e uma incisiva atuação no entorno comunitário da creche ou pré-escola. A função ampliada é o objeto da ação, da reflexão sobre ela e da melhoria contínua da ação docente.

 

 3. A formação docente estará orientada para a constituição de competências

 Finisterra/Photo Thomas
Finisterra/Photo Thomas

 

(Ver mesmo item no projeto de Curso Normal Superior)

 

4. Os projetos articulam o currículo

A prática, entendida como o engajamento em uma atividade criativa e transformadora e orientada para a elaboração, execução, avaliação e sistematização dos resultados de projetos, constitui o cerne da proposta curricular e institucional do ISE e, conseqüentemente,  do Curso Normal Superior – Educação Infantil. São quatro projetos:

§ Projeto 1:  Operação de programas especiais de educação básica

§ Projeto 2: Operação de Escola

§ Projeto 3: Aplicação na Escola

§ Projeto 4: Cidade Educativa

–  Aprender a cidade-  Aprender na cidade-  Aprender com a cidade 1-  Aprender com a cidade 2

 

A função e o desenvolvimento do Projeto 1, que articula o currículo do Módulo I – Módulo Básico de Formação Pedagógica já foram detalhadamente descritos no Projeto Pedagógico do Programa Especial de Formação Pedagógica. No caso do Curso Normal Superior – Educação Infantil, como já dito, o Programa Especial assume a função do Módulo I – Módulo Básico de Formação Pedagógica, regido pelo mesmo Projeto Pedagógico. O quadro abaixo apresenta um resumo da estrutura do Módulo I, para o caso do Curso Normal Superior – Educação Infantil.

 

 MÓDULO I:  Módulo Básico de Formação Pedagógica 
1º ano – 3 bimestres – 645horas 
COMPONENTES CURRICULARES: núcleos 
CONTEXUAL  INTEGRADOR (Prática/Projeto 1) ESTRUTURAL

 

Competências Pedagógicas

 

 

Planejamento e

Organização  do Trabalho Docente ou Tutoria

 

Docência ou

Tutoria do

Projeto 1

 

Avaliação e Sistematização dos resultados do trabalho docente

 

Competências relativas às áreas do conhecimento (Educação Básica)

 150 horas  100 horas  100 horas  100 horas  150 horas
 PROJETOS ARTICULADORES: 

 

Projeto 1: Operação do Programa de Educação de Jovens e Adultos

 

Projeto 4 (articulador de todos os módulos): Cidade Educativa – aprender a cidade.  45 horas
           

 

 

kids playing
kids playing

 O Projeto 2 envolve a operação de uma creche. Pretende-se que a creche não seja criada especialmente para funcionar como instância de aplicação. Uma creche próxima ao ISE será selecionada para tanto. Como no caso do Projeto 1, trata-se também de operação efetiva. A creche será operada pelos professores e alunos do ISE. A creche escolhida, contudo, não deixará de pertencer à rede de ensino. Evita-se, assim, a criação de uma situação privilegiada e atípica e garante-se a vivência do processo educativo dentro das normas e procedimentos comuns a um sistema de ensino.

 O Projeto 2 articula o currículo do Módulo II – Núcleo Comum de Formação de Professores Generalistas. O Módulo II terá a duração de um bimestre letivo (275 horas) e está centrado no planejamento da operação da creche que será feita a partir do segundo ano letivo do Curso Normal Superior – Educação Infantil. O quadro adiante sintetiza as informações sobre o Módulo.

 

 

MÓDULO II: Núcleo Comum de Formação de Professores Generalistas

 

1º ano – 4º bimestre – 275 horas

 

 

Desenvolvimento de competências docentes  para a elaboração do Projeto Pedagógico e para o planejamento didático detalhado da operação de uma Creche.

 

 

Estudo, análise, discussão e sistematização do Projeto Pedagógico de uma Creche.

 

Elaboração do Plano de Trabalho  Docente (Creche – Crianças de 0 a 3 anos).

 

Estudo das Diretrizes Curriculares Nacionais e dos Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Básica e Educação Infantil.

 

Estudo das Diretrizes e Planos da Secretaria de Educação

 

80 horas

 

100 horas

 

80 horas

 PROJETO ARTICULADOR:Projeto 2 – Operação de uma creche
 Projeto 4 (articulador de todos os módulos): Cidade Educativa – Aprender na cidade.  15 horas 
       

 

A partir do planejamento efetuado no Módulo II, o Projeto 2, enquanto operação efetiva da creche, articulará o currículo do Módulo III (Formação Específica). O módulo terá a duração de um ano letivo e de 940 horas. O Projeto 2 articulará ainda o currículo do Módulo IV (também destinado à Formação Específica e com a mesma duração do Módulo III). Neste caso, a pré-escola será o campo da prática e da aplicação. O quadro adiante apresenta a estrutura curricular do Módulo III.

 

MÓDULO III: Formação Específica

 

2º ano – 940 horas

 

Desenvolvimento das competências didático/ pedagógicas

 

 

Planejamento da operação da creche

 

Operação da creche

 

Avaliação da operação da creche

 

Aprofundamento na área de especialização (Educação Infantil)

 235 horas  100 horas  200 horas  100 horas  235 horas
 PROJETOS ARTICULADORES: 

Projeto 2. Operação de Creche (atendendo crianças de 0 a 3 anos de idade)

 

Projeto 4 (articulador de todos os módulos) : Cidade Educativa – Aprender com a cidade 1 70 horas
           

 

O Módulo IV terá uma dupla articulação. O currículo do módulo IV será também articulado pelo Projeto 3 – Aplicação na Escola. Distintamente do Projeto 2, que tem a creche e a pré-escola como ambientes de aplicação, a Aplicação na Escola acontecerá em uma rede de ensino. No caso do Normal Superior – Educação Infantil ela acontecerá na rede de creches e pré-escolas vinculadas à Secretaria de Educação do local onde estará situado o ISE. No Projeto 3, trata-se de trabalhar em conjunto com os professores de Educação Infantil da rede. Trata-se de uma ação docente em parceria com os professores efetivos e com o objetivo de elevar a qualidade da Educação Infantil no entorno do ISE. A estrutura curricular do Módulo IV é adiante apresentada.

 

Módulo IV: Formação Específica

 

3º ano – 940 horas

 

Desenvolvimento das competências didáticas/ pedagógicas

 

 

Planejamento da operação da pré-escola

Planejamento da Aplicação na Escola (Assessoria à Rede Municipal)

 

Operação da pré-escola

 

Execução do Projeto 3: Aplicação na Escola.

 

Avaliação da operação da Escola de Aplicação (pré-escola)

 

Avaliação da Aplicação na Escola

 

Aprofundamento na área de especialização (Educação Infantil)

 235 horas  100 horas  200 horas  100 horas  235 horas
PROJETOS ARTICULADORES:
Projeto 2. Operação da Pré-escola.Projeto 3. Aplicação na Escola. Atuação no Sistema de Ensino

 

Projeto 4 (articulador de todos os módulos): Cidade Educativa – Aprender com a cidade 2 70 horas

 

Sakuras
Sakuras

 O Projeto 4 não se relaciona apenas com a aplicação na rede de ensino. Ele diz respeito ao trabalho com o entorno comunitário das instituições de educação infantil em uma perspectiva que transcende a de relação escola-comunidade. O projeto Cidade Educativa articulará a realização de todos os módulos do Curso Normal Superior – Educação Infantil. As atividades diretamente relacionadas ao projeto Cidade Educativa terão uma duração de 200 horas, que serão distribuídas pelos 3 anos letivos. Corresponde às 200 (duzentas) horas para “outras formas de atividades acadêmico-científico-culturais”, previstas pela Resolução CNE/CP 2/02, de 19 de fevereiro de 2002 [14].

 

A perspectiva de construção da Cidade Educativa orientará o desenvolvimento dos demais projetos e toda a ação educativa do Curso Normal Superior. No desenvolvimento do projeto, as quatro dimensões básicas da cidade educativa[15] serão consideradas:

· Aprender a cidade: organizar, aprofundar e sistematizar o conhecimento da região onde será situado o ISE. A região será objeto da aprendizagem. Aprende-se a ler criticamente a cidade, a utilizá-la e a participar de sua construção. A articulação com os demais projetos é evidente quando a visão do espaço educativo é ampliada para além dos muros da instituição de educação infantil.

· Aprender na cidade: nesta dimensão, a região será vista como contexto e continente de agentes educativos. Aprende-se mais na cidade quando se potencializa e se adensa a trama de agentes educativos formais e informais pela articulação em torno de um projeto comum. Desta dimensão em diante a articulação com o Projeto 3 fica cada vez mais evidente ao pensarmos em uma escola e em uma rede escolar que transcendem os seus muros e tenham uma função transformadora.

· Aprender com a cidade – 1 (a cidade como agente educativo incidental): a dimensão implica em tomar a região focal como agente educativo informal. “O meio urbano é um denso, mutante e diversificado emissor de impactos educativos”[16]. Trata-se, aqui, de incluir essas emissões nos projetos educacionais dos agentes educativos formais e informais.

· Aprender com a cidade – 2 (a cidade como agente educativo intencional): tornar intencional a dimensão educativa da cidade. Desenvolver um processo planejado e participativo em direção a um modelo de cidade ou de uma utopia urbana.

No caso do Curso Normal Superior – Educação Infantil, a proposta pedagógica básica será centrada no conjunto das quatro dimensões. A aprendizagem far-se-á em função de projetos de ação criativa e transformadora dos espaços de vida, trabalho e, principalmente, de convivência da região do entorno do ISE. Neste fazer, as quatro dimensões da cidade educativa serão consideradas. A dimensão Aprender a Cidade será especialmente abordada em conexão com o Módulo I. A dimensão Aprender na cidade em conexão com o Módulo II. A dimensão Aprender a cidade 1, com o Módulo III e Aprender a cidade 2 com o Módulo IV.


[1] Artigo 208 – IV – “O dever do Estado com a educação será efetivado mediante garantia de: (…) atendimento em creche e pré-escola às crianças de 0 a 6 anos de idade.

[2] O artigo quarto, inciso V, atribui aos municípios a incumbência de oferecer Educação Infantil em creches e pré-escolas. O destaque é nosso.

[3] Parecer CNE/CEB 22/98 e Resolução CNE/CEB 01/99 de 7 de abril de 1999.

[4] Parecer CNE/CEB 04/00 in:  www. mec.gov.br/cne/ftp/PCB/PCB004v03.doc  

[5] O Parecer só cita a exceção e não a regra. A regra, inscrita no artigo 62 da LDB diz: “A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.”

[6] Marchesan, Nelson (relator). Plano Nacional de Educação, Brasília, Coordenação de Publicações da Câmara dos Deputados, 2000, p.26. O Plano Nacional de Educação pode ser consultado através da Home-page do MEC: http://www.mec.gov.br .

[7] Plano Nacional de Educação, op.cit., p.42.

[8] Memória de cálculo: 50% de 12.000.000 = 6.000.000 – 1.200.000 (crianças já atendidas) = 4.800.000 / 20 = 240.000.

[9] Plano Nacional de Educação, p.35.

[10] Ver Projeto Pedagógico do Programa Especial de Formação Pedagógica / Módulo Básico de Formação Pedagógica (Anexo II).

[11] Ver: MEC/ Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil,  Brasília, 1998, p23

[12] Projeto Institucional do ISE, documento já citado.

[13] A prática docente prevista visa desenvolver as competências básicas e comuns a todos os professores de Educação Básica. Ao incidir sobre o Ensino Fundamental proporciona inserir os objetivos da Educação Infantil em uma visão longitudinal dos objetivos da Educação Básica.

[14]CNE. Resolução CNE/CP 2/2002. Diário Oficial da União, Brasília, 4 de março de 2002. Seção 1, p. 9. Institui a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de formação de professores de Educação Básica (artigo primeiro, item IV).

[15] Ver o texto de Jaime Colamer, La Ciudad Educadora: Conceptos, Estratégias y Acciones, apresentado em Seminário sobres Cidades Educadoras e que pode ser encontrado no site da Prefeitura de Porto Alegre (www.portoalegre.rs.gov.br ).

 

[16] Idem, ibid. p.18.

 

 
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