Germinal – Educação e Trabalho

Soluções criativas em Educação, Educação Profissional e Gestão do Conhecimento

Programa Educação para o Trabalho: Novas Conexões 10 de setembro de 2010

O site do Senac São Paulo veicula as seguintes informações sobre o Programa Educação para o Trabalho – Novas Conexões:


header image

O que é?
Trata-se uma tecnologia social desenvolvida para contribuir com a inclusão de jovens socialmente desfavorecidos, por meio do desenvolvimento de competências que ampliem as possibilidades de inserção no mundo do trabalho, geração de renda e participação na sociedade.


Suas estratégias fundamentais são a criação de um blog, a construção de um plano de desenvolvimento profissional ou de negócios e o desenvolvimento de um plano de ação na comunidade, visando a conectividade, a formação integral do aluno, a participação em sua comunidade e a inclusão social.

Fundamenta-se ainda na tecnologia para aquisição de uma cultura livre e globalizada, na participação social e política, na metodologia de redes – como forma de conexão do jovem com o mundo –, no pensamento sistêmico e na construção de uma cultura empreendedora, possibilitando oportunidades de realizações e, consequentemente, o desenvolvimento do capital humano e a geração de renda.

Histórico
Em 1996, o Senac São Paulo, preocupado com a inclusão de jovens e as reduzidas possibilidades de ingresso e permanência no mundo do trabalho, desenvolveu como uma de suas ações sociais, o Programa Educação para o Trabalho. Essa ação educacional logo passou a ser adotada por outras empresas e organizações parceiras, também mobilizadas para contribuir com o futuro dos jovens de suas comunidades.

Mais do que o desenvolvimento de competências técnicas específicas, o Programa dedica-se a trabalhar nos participantes as competências básicas e gerais para o mundo do trabalho e para a formação do cidadão. Ao longo de sua existência, o Senac sempre primou pela constante busca da inovação tecnológica e educacional, procurando acompanhar e trazer para os seus programas as tendências do mundo do trabalho e da sociedade, assim como as necessidades e inquietações dos jovens.

Em sua 3ª edição, realizada em 2008, o Programa recebeu em seu título o complemento “Novas Conexões”, considerando as tendências atuais e futuras que apontam para uma nova forma de conviver e se relacionar diante do mundo globalizado.


Resultados
O Programa já capacitou mais de 40 mil alunos e, atualmente, é desenvolvido em diversas regiões do Estado de São Paulo, englobando cerca de 53 municípios. A meta para 2009 é atender 4.500 jovens.

Em pesquisa publicada em junho de 2008, constatou-se que, após um ano de conclusão do curso, 57% dos jovens estão trabalhando; 76,9% deles assalariados com carteira assinada, 64% há mais de 6 meses no mesmo emprego, 49% no comércio e 37,4% em empresas de grande porte.

Estes dados indicam que o Programa obtém, entre as alternativas similares, um dos mais altos índices de inserção de jovens no mundo do trabalho, sendo avaliado positivamente por todos os públicos envolvidos.


As fotos publicadas aqui foram extraídas de alguns blogs dentre as centenas de blogs oriundos no Programa Educação Para o Trabalho – Novas Conexões disponíveis na Internet. Para mais informações sobre o Progama, clique aqui.


A GERMINAL participou da concepção do Núcleo Central do PET original e da capacitação de todos os docentes (cerca de 1.000) envolvidos na implementação das 100 turmas iniciais do Programa. Desenvolveu também uma versão alternativa ao Plano de Curso original do Programa, o manual do Núcleo Central e todos os manuais das Estações de Trabalho dessa versão alternativa. Tal versão, por um conjunto de circunstâncias, acabou não sendo implementada, pelo menos em sua totalidade.

Em outros posts, pubicamos excertos dessa versão alternativa. Os excertos devem ser encarados como amostras do trabalho que pode ser desenvolvido pela Germinal.  A versão alternativa é composta por um Núcleo Central e por Estações de Trabalho destinadas ao tratamento de áreas específicas do Setor de Comércio e Serviços. Dela já publicamos os seguintes excertos:

Amostra I: Exemplo de uma Sessão de Aprendizagem (extraído do Manual da Estação de Trabalho de Organização e Administração

Amostra  II: Exemplo de mais uma Sessão de Aprendizagem (extraído do Manual da Estação de Trabalho de Organização e Estética de Ambientes)

Amostra III: Exemplo de outra Sessão de Aprendizagem (extraído do Manual da Estação de Trabalho de Saúde)

 

Maria Nilde Mascellani 24 de fevereiro de 2009

 

Este texto, release de Maria Nilde Mascellani – foi lido na inauguração do Ciep em Americana que levou seu nome, em 11 agosto 2007. O texto foi reproduzido do blog Vocacional: ontem, hoje e sempre na mente, onde outras informações sobre os Ginásios Vocacionais podem ser encontradas.


videof3af36599d2b

 

Principal figura ligada aos Ginásios Vocacionais, a professora e pedagoga Maria Nilde Mascellani nasceu em São Paulo a 03 de abril de 1931.

 

Filha do dentista Dr Tito Mascellani, descendente de imigrantes italianos, e da dona-de-casa Margarida Swoboda Mascellani, de origem austríaca, Maria Nilde tinha mais três irmãos. Estudou a partir da 2ª série ginasial, atual 6º série, na Escola Estadual Padre Anchieta no Brás, bairro onde a família morava.

 

Foi na adolescência que os primeiros sinais da doença que a acompanharia durante toda a sua vida se manifestaram. Vítima de reumatismo deformante, quando adulta caminhava com dificuldade, sentia muitas dores e só suportava as crises a base de analgésicos. Essa terrível enfermidade, no entanto, não impediu que Maria Nilde dedicasse toda sua energia para o problema da educação e suas alternativas, tornando-se uma das maiores educadoras que o Brasil já teve.Concluído o ginásio, seguiu o Curso Normal (Curso de Formação de Professores) na mesma escola, o Padre Anchieta. No ano de sua formatura como professora primária, ingressou no curso de Pedagogia da Universidade de São Paulo. Foi aluna e depois se tornou muito amiga do professor Florestan Fernandes, seu mestre e inspirador.

Como professora de Educação, lecionou em escolas públicas do Estado. Foi trabalhar no Instituto de Educação da pequena cidade paulista de Socorro, e em 1959, faz parte da equipe das Classes Experimentais de Socorro que, fundamentadas na linha pedagógica da Escola de Sévres (França), viriam a ser a semente do Sistema de Ensino Vocacional.

 

Luciano Carvalho, secretário da Educação do Estado de São Paulo na época, formou uma comissão de educadores para elaborar um projeto piloto de educação que levasse em conta a vocação do aluno e abrisse as portas da escola para a comunidade e suas aspirações. Maria Nilde Mascellani foi um dos nomes chamados para fazer parte da montagem do S.E.V. (Serviço de Ensino Vocacional) e após sua criação em 1961, tornou-se sua coordenadora, ficando no cargo até o ano de sua extinção, em 1969.

 

O S.E.V. constituiu-se como um órgão especializado, diretamente subordinado ao Gabinete do Secretário da Educação do Estado. Foram instaladas seis unidades em todo Estado. A unidade da capital começou a funcionar em 1962, bem como as unidades da cidade de Americana (zona industrializada) e Batatais (zona agrícola). Em 1963, instalaram-se as unidades de Rio Claro (centro ferroviário), Barretos (zona agropecuária) e, em 1968, entrou em funcionamento a unidade de São Caetano do Sul. Todas ofereciam o então 1º ciclo do ensino secundário (de quatro anos) em período integral. A partir de 1967, instalou-se na unidade da capital, Oswaldo Aranha,o ensino médio de 2º grau e o curso noturno que atendia aos jovens trabalhadores do bairro com escolaridade tardia. Nos seus oito anos de existência, as Escolas Vocacionais desenvolveram-se em termos estrutural-administrativos e conceituais.

 

Os Ginásios Vocacionais continham uma proposta pedagógica revolucionária que utilizava estratégias de integração curricular, como os estudos do meio e os projetos de intervenção na comunidade e planejamento curricular através da pesquisa junto à comunidade. Na construção do currículo, procurava-se trazer a realidade social para o interior da escola.Os GVs foram definidos como escolas comunitárias instaladas a partir de sondagens das características culturais e socioeconômicas da localidade.

 

Procuravam executar programas de interesses comuns com outras instituições, particularmente outras escolas primárias e secundárias. Suas linhas diretrizes na condução da prática pedagógica eram a apreensão integrada do conhecimento, o valor do trabalho em grupo, o desenvolvimento de condições de maturidade intelectual e social, o exercício consciente do trabalho, a definição de opções de estudo e ocupações, a disposição para atuação no próprio meio e a descoberta da responsabilidade social.

 

A área de maior peso era a de Estudos Sociais, que incluía noções de História, Geografia, Economia, Sociologia e Antropologia. Uma ou outra dessas disciplinas poderia ser explorada mais profundamente, dependendo da unidade em estudo. A partir dos Estudos Sociais desenvolvia-se um sistema de relações com as demais áreas: Português, Matemática, Ciências, Física, Biologia, Economia Doméstica, Artes Industriais, Práticas Comerciais e Agrícolas, Artes Plásticas e Educação Musical e, conforme o tipo de situação-problema, seriam obtidos diferentes esquemas integratórios.

 

Esse currículo integrado exigia, para sua execução, a ação articulada de professores, funcionários e demais técnicos.

 

O processo de avaliação nessas escolas também era considerado inovador: substituía as notas por conceitos. Os alunos se auto-avaliavam em relação aos objetivos, aos métodos e estratégias, conteúdos e atitudes. Atribuíam a seu próprio desempenho um conceito que era levado aos Conselhos de Classe e aí eram discutidos.

 

GV de Batatais

Implantada em um momento de intenso debate político e desenvolvida em grande parte sob o regime militar, a experiência do Serviço de Ensino Vocacional foi constantemente objeto de controvérsias, sabotagens e, por fim de aberta repressão. Maria Nilde sofreu muitas pressões como coordenadora do S.E.V. Em 1965, por exemplo, no governo Adhemar de Barros, o S.E.V. recebia inúmeros pedidos de contratação de professores e técnicos e de vagas para alunos que não tinham passado pelo processo de seleção. Diante da resistência em atender esses pedidos, o S.E.V. começou a receber ameaças de corte de verbas e de demissões de funcionários não comissionados. A primeira grande crise, conhecida dentro do S.E.V. como a “crise de 65”, aconteceu diante da negativa de matricular um candidato a aluno que era filho de um funcionário de confiança do secretário de Educação, e que não tinha passado no processo de seleção no Oswaldo Aranha. Esta atitude causou o afastamento de Maria Nilde da coordenação do S.E.V e da diretora administrativa do Ginásio Vocacional Oswaldo Aranha.

 

Esta intervenção mobilizou todos os professores e funcionários da rede de Ensino Vocacional e das Associações de Pais e Amigos do Vocacional, órgãos de representação dos pais de alunos que tinham grande envolvimento com a escola.

 

Houve muita mobilização, assembléias na capital e no interior. O envolvimento de pais, professores, pessoas representativas da comunidade e com a grande imprensa dando cobertura ao movimento, fez com que o governo voltasse atrás e reconduzisse, através de um decreto, Maria Nilde ao cargo de coordenadora e nomeasse Joel Martins e Lygia Furquim Sim como diretores do Oswaldo Aranha.

 

Aula de economia doméstica

GV de Batatais

 

 

 

O último período de vida do Ensino Vocacional coincidiu com o endurecimento do regime ditatorial. Com a criação do Ato lnstitucional n° 5, o governo adquiria armas para reprimir as liberdades democráticas. No Ensino Vocacional isso significou a prisão de orientadores, professores e alunos, e a invasão policial-militar em ação conjugada para todos os Ginásios Vocacionais no dia 12 de dezembro de 1969. Vários professores e funcionários foram detidos. Em janeiro de 1970, Maria Nilde foi aposentada com base no AI-5.

 

Impedida de trabalhar pela ditadura, Maria Nilde, juntamente com alguns ex-companheiros de serviço público, também perseguidos pelo regime militar, criou a Equipe RENOV, entidade de assessoria, projetos, pesquisa e plane­jamento de ação comunitária e educacional, com atuação na defesa dos direitos humanos e dos per­seguidos políticos do regime militar. O RENOV (Relações Educacionais e do Trabalho), foi a alternativa encontrada para, a partir da área privada, continuar formando educadores, jovens de grupos populares e outros. Em janeiro de 74, o RENOV foi invadido por policiais militares e Maria Nilde e seus companheiros foram presos por cerca de um mês.

 

Levada para o SEDES pela psicóloga Lélia Vizanni, sua amiga desde a juventude, Maria Nilde logo abriu seu espaço dentro da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Criou um centro educacional e se tornou professora de psicologia educacional. Professora da PUC a partir de 1970, orientou teses de inúmeros alunos, deixando para segundo plano, a sua própria tese de doutorado. Em toda a sua carreira como pedagoga, trabalhou com Educação Popular em programas educacionais, formais ou informais, para a população de baixa renda excluída da escola. Colaborava com os programas educacionais da CNBB desde 62. A partir de 1972, esta colaboração se dá por intermédio do RENOV. Neste mesmo ano, implantou um programa para mulheres de baixa renda na Favela Buraco Quente junto à paróquia Nossa Senhora do Guadalupe, no Campo Belo, e prestou assessoria ao projeto Educacional junto a Favela do Jaguaré, também na capital.

 

Em 1995, a Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) procurou algumas instituições de ensino e pesquisa (PUC-SP, UFRJ, UNICAMP, CEFET-SP) para estabelecer uma parceria com o objetivo de estruturar, inicialmente no âmbito estadual e posteriormente no nacional, um amplo projeto de qualificação profissional para metalúrgicos e ex-metalúrgicos, Era o projeto INTEGRAR. A principal idealizadora deste programa foi a professora Maria Nilde Mascellani (PUC-SP). Ela conseguiu reunir sindicalistas, intelectuais, professores e trabalhadores e juntos, montaram um currículo formado por disciplinas básicas e técnicas que estavam relacionadas à experiência dos alunos (o saber acumulado) e à comunidade da qual faziam parte. Nestes anos todos, foram realizados vários cursos para trabalhadores desempregados, empregados e dirigentes sindicais sempre articulando o diálogo entre o mundo do trabalho, a certificação em nível de ensino fundamental, médio e de extensão e a ação concreta para a transformação social.

 

Maria Nilde não se casou e nem teve filhos. Em 19 de dezembro de 1999, vítima de um infarto fulminante, morreu aos 68 anos em São Paulo, interrompendo uma trajetória marcada pela honestidade intelectual, sensibilidade aos pro­blemas do ensino e coragem. Finalmente, acabara de defender na Faculdade de Educação da USP, no dia nove do mesmo mês, sua tese de doutorado Uma Pedagogia para o Trabalhador: o Ensino Vocacional como base para uma proposta pedagógica de capacitação profissional de trabalhadores desempregados (Programa Integrar CNM/CUT), que versava sobre duas de suas realizações: o Ensino Vocacional e a Pedagogia do Programa Inte­grar, da Confederação Nacional dos Metalúrgicos.

 

O trabalho de Maria Nilde faz parte da história da educação brasileira desde os anos 60 e sua proposta de ensino vocacional como base da capacitação de trabalhadores, realizada no projeto Integrar, resgata uma dívida social sem ter assumido uma forma assistencialista.

 

PROJETO DE PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO TURISMO (PDS) 6 de agosto de 2008

 

 

Esta é uma amostra do trabalho desenvolvido para o Projeto Trilha Jovem. O Projeto Trilha Jovem é uma inicitiva de capacitação para o turismo de jovens oriundos de famílias de baixa renda. A primeira versão do Projeto derivou de uma proposta curricular desenvolvida, em 2001, pela Germinal Consultoria para o Instituto de Hospitalidade (IH), de Salvador, na Bahia. Essa primeira versão foi alterada pelo IH nas primeiras implementações. Depois, a versão original e a inicialmente implementada foram fundidas na versão atual. A Germinal também contribuiu nesse trabalho. Por fim, a partir da crítica, sistematização, reformulação e ampliação dos planos de aula utilizados nas primeiras implementações, a Germinal criou as Referências para a Ação Docente, que são manuais que apresentam sugestão, passo a passo, de desenvolvimento de todas as unidades curriculares do Projeto Trilha Jovem, que hoje já está implementado em 10 destinos turísticos do Brasil.

 

 

O texto a seguir é a referência para a ação docente no desenvolvimento de uma das Sessões de Aprendizagem do Projeto de Promoção do Desenvolvimento Sustentável do Turismo, do Eixo I, do programa Trilha Jovem. O excerto foi retirado das Referências para a Ação Docente, desenvolvidas pela Germinal e publicadas pelo Instituto de Hospitalidade. O texto não foi originalmente editado da forma como é apresentado aqui. Para mais informações sobre o Trilha Jovem, clique aqui.

 

 

 

Projeto de Promoção do Desenvolvimento Sustentável do Turismo (PDS)

Aula 1/6

Competências

Situação de Aprendizagem

Recursos

Tempo

 

Diagnosticar os principais problemas de áreas selecionadas de intervenção, tendo como referência o desenvolvimento sustentável do destino turístico.

Elaborar projetos de promoção do desenvolvimento sustentável do turismo, definindo metas e estratégias de intervenção e prevendo os recursos necessários.

 

1. Aquecendo.

Diário de Bordo. Vídeo e TV.

30’

2. Construindo um roteiro de projeto.

Proposta de roteiro. Laboratório de informática.

30’

3. Formação dos grupos para o desenvolvimento dos projetos.

 

30’

INTERVALO

15’

4. Definindo um roteiro de pesquisa e planejando o diagnóstico.

Proposta de roteiro. Laboratório de informática.

60’

5. Apresentando os roteiros e planejamentos.

 

60’

6. Preparando a saída a campo.

 

15’

 

 

 Objetivos

1. Formar equipes para o desenvolvimento de projetos.

2. Promover a construção de um roteiro para elaboração de projetos de promoção de desenvolvimento sustentável do turismo.

3. Orientar a construção de um roteiro de pesquisa.

4. Orientar a elaboração do planejamento de um diagnóstico, enquanto fase de construção de um projeto.

 

Descrição das Situações de Aprendizagem

 

1. Aquecendo

Tkachev Alexei , Sergey Alexei «Summer», 1991, oil on canvas

Tkachev Alexei , Sergey Alexei «Summer», 1991, oil on canvas
Faça uma recepção individual
e amigável aos participantes. Convide-os a escolher seus lugares no semicírculo previamente preparado com o número exato de cadeiras a serem ocupadas. Quando estiverem todos sentados, dê-lhes as boas vindas e apresente-se pelo nome, se ainda não conhecer a classe, em painel (O termo “em painel” indica a situação didática em que todos os participantes estão reunidos em semicírculo e acontece uma atividade ou um debate aberto, coordenado pelo educador).
 
Observação: A atenção pessoal, desde o primeiro momento, contribui para criar um clima amigável, descontraído e solidário, importante e necessário para o desenvolvimento de um projeto que requer a participação ativa de todos em todos os momentos.
 
 
Diário de Bordo

Identifique o responsável pelo Diário de Bordo. Solicite silêncio e atenção para a leitura do texto do relator. Após a conclusão, o atual responsável pelo Diário de Bordo escolhe o novo relator, encarregado do relatório do dia e que será lido na próxima aula.

 

Competências e objetivos

Apresente as competências específicas que serão constituídas através do Projeto Desenvolvimento Sustentável do Turismo. Depois, apresente os objetivos do dia de trabalho que se inicia.

 

Projeção de documentário: “Ó Xente, pois não”

Almoço do trolha, 1946/50, Óleo sobre tela, 120x150cm, Júlio Pomar, Expressionismo Abstracto
Almoço do trolha, 1946/50, Óleo sobre tela, 120x150cm, Júlio Pomar

Anuncie a projeção do documentário “Ó Xente, pois não!” (Direção de Joaquim de Assis. Rio de Janeiro: Produtora Zodíaco / FASE. 1983. 1 videocassete (25 min), VHS/NTSC, son., color).

Dê algumas referências sobre o filme no sentido de criar expectativa e estimular a atenção do expectador. Informe, por exemplo, que o documentário é sobre uma comunidade camponesa no agreste de Pernambuco e sua árdua luta pela sobrevivência. É reconhecido pela sua qualidade como obra cinematográfica.

Informe, ainda, que as imagens do filme são muito bonitas, mas que a fala é muito importante. Peça que todos mantenham a concentração durante a projeção para entenderem a fala das pessoas da comunidade retratada no filme.

 Antes de iniciar a exibição, solicite que cada jovem escolha e registre a fala mais bonita do documentário.

 

 Após o filme: impressões e debate

Após a apresentação do documentário, aguarde alguns instantes para que cada um escolha a fala que considerou mais bonita, a que mais gostou ou a que mais o sensibilizou. Organize uma rodada de falas: um a um, os jovens dizem a fala mais bela. Ao final, você revela a frase que escolheu.

Estimule, a partir deste momento, comentários sobre o filme. Deixe que expressem espontaneamente suas impressões, num primeiro momento. Depois, oriente os comentários em torno do projeto do açude, da caixa para emergências, do projeto da vassoura, enfim de todas as estratégias que aquela comunidade encontrou para resolver seus próprios problemas. Chame atenção para o processo de tomada de decisões e de planejamento adotados pela comunidade antes de empreender uma ação. (A descrição dos processos é introduzida pela fala: “quando a gente tem que decidir…”. )

Não deixe de destacar a natureza das relações interpessoais da comunidade, essencialmente solidárias e cooperativas, importantes para o desenvolvimento de qualquer projeto coletivo. Por fim, finalize apontando as ações comunitárias apresentadas no filme como exemplos de medidas que transformam a realidade social, sem depender do poder público. É sobre essa possibilidade de transformação que será desenvolvido o Projeto de Promoção do Desenvolvimento Sustentável do Turismo.

 

 

2. Construindo um roteiro de projeto 

Em Linha Reta

 

Apresente como um passo preliminar na elaboração do Projeto, a definição de um roteiro de projeto: um conjunto de itens que devem ser pensados antes de iniciar o processo de intervenção na realidade.

Lance perguntas: que coisas vocês devem prever antes da execução do projeto? E durante a execução? E depois? Deixando essas perguntas no ar, promova o deslocamento do grupo para o laboratório de informática.

 

No laboratório de informática

Apresente uma proposta de estrutura de projeto, como o exemplo colocado a seguir.

Texto de Apoio 1: ESTRUTURA DE PROJETO

 

1. Justificativa (Qual a razão de ser da realização do projeto: problema identificado ou desafio proposto ou oportunidade de melhoria identificada).

2. Resultados a serem obtidos ou metas a serem alcançadas (ou solução de problema identificado ou superação do desafio proposto e/ou o aproveitamento de oportunidade almejada, ou seja, a modificação que será proposta pelo projeto e que será visível após a sua realização).

3. Ações a serem empreendidas para a obtenção dos resultados / metas.

4. Detalhamento das ações (passos).

6. Cronograma de realização (distribuição das ações e dos passos no tempo).

5. Recursos necessários (para o desenvolvimento das ações).

6. Previsão das formas de avaliação (como saber se os resultados foram atingidos).

7. Execução do projeto

8. Acompanhamento da execução e definição de ações de correção, ajuste ou melhoramento.

9. Avaliação final.

10. Divulgação dos resultados.

 

Em duplas

Organize duplas de participantes e coloque em análise a estrutura de projeto apresentada. Este trabalho proporcionará a experiência de pensar um projeto desde o início de sua elaboração: a construção de um roteiro para seguir. A dupla deverá ter o roteiro proposto na tela de seu computador, em formato Word. Deve concluir se esse roteiro é adequado e/ou se precisa de modificações e quais alterações e/ou acréscimos seriam necessários. As alterações devem ser feitas no documento disponível para cada dupla.

 

Em painel

As duplas apresentam seus roteiros alternativos, ou ratificam o roteiro sugerido. Coordene a definição e o registro eletrônico da estrutura de projeto a ser adotada por todos os grupos, de preferência obtendo uma decisão de consenso. Conclua com um comentário sobre a importância desse trabalho preliminar, sempre necessário na elaboração de qualquer projeto. Lembre que podem encontrar modelos diferentes de projeto na Internet. O grupo pode retornar à sala de aula para a próxima atividade.

 

Observação: Note que esta atividade deverá ser desenvolvida com agilidade e ritmo. A previsão é que seja concluída em 30 minutos, portanto é necessário controlar o tempo de cada passo.

 

 

3. Formação dos grupos para o desenvolvimento dos projetos

Recorde os atrativos turísticos selecionados para possíveis projetos de intervenção, na oficina de Turismo e suas Dimensões. (Se você não acompanhou o desenvolvimento dessa oficina, deverá informar-se preliminarmente sobre os atrativos turísticos selecionados para os projetos de intervenção. É importante que, como responsável pelo Projeto, você tenha as informações completas do trabalho já realizado). Esclareça os jovens que justamente esses atrativos turísticos selecionados é que serão os campos de desenvolvimento de projetos de promoção do desenvolvimento sustentável do turismo, que eles próprios realizarão a partir de agora.

 

A Formação dos grupos de projeto

Arcangelo Ianelli

Arcangelo Ianelli

Este momento é estrategicamente importante porque serão formados os grupos que irão assumir a realização dos vários projetos (quatro, em princípio) de Promoção do Desenvolvimento Sustentável do Turismo. As mesmas pessoas permanecerão juntas do início até a conclusão do projeto. Trata-se de um trabalho de fôlego que vai exigir grupos integrados, motivados e operantes.

O cuidado com o funcionamento desses grupos começa com sua formação. Na formação dos grupos leve em conta as expectativas e necessidades dos jovens, considerando preferências em relação: ao foco do projeto (atrativo turístico), aos companheiros de trabalho e às facilidades e dificuldades de locomoção e de realização dos encontros, etc.

Diante dos atrativos turísticos selecionados para intervenção e registrados no quadro, explore cada um dos focos de projeto marcando os desafios a serem vencidos. Peça para os alunos expressarem suas preferências em relação ao foco de projeto inscrevendo-se para trabalhar em um dos quatro atrativos turísticos. É provável que alguns pareçam mais atraentes, o que provocará a inscrição de muitas pessoas num mesmo atrativo. Nesse caso, será preciso que você coordene um processo de negociação para obter um arranjo de modo a formar quatro grupos numericamente semelhantes.

Contudo, é importante que esse processo de negociação resulte num consenso sobre a distribuição dos grupos de forma que todos fiquem satisfeitos e motivados para enfrentar o desafio relacionado ao seu projeto. 

 

Identidade do grupo

A primeira (e rápida) reunião será dedicada à criação da identidade do grupo. Peça a cada um deles escolher um canto da sala para ser o seu espaço de trabalho. Será nesse local que o grupo sempre vai se reunir para trabalhar. Cada grupo deverá criar para si mesmo: um nome; um símbolo; uma primeira definição de papéis para seus integrantes. A partir daí, confeccionará um cartaz com o nome, outro com o desenho do símbolo escolhido e outro com a lista de seus integrantes e respectivos papéis.

Cada grupo apresenta seu nome, símbolo e definição de papéis. Depois, afixa seus cartazes no respectivo canto. Assim, personalizado, aquele espaço se tornará o território do grupo. A definição de papéis poderá ser reformulada ou aperfeiçoada ao longo do trabalho para atender novas necessidades. 

Como dinâmica de ativação, após o intervalo, peça para os grupos se reunirem por 5 ou 10 minutos e criarem um “grito de guerra” (O grito de guerra pode envolver conteúdo e forma. O conteúdo será expresso por uma palavra ou uma frase ou um slogan ou simplesmente por um som que represente a força e união do grupo. A forma é a maneira que o grupo encontra para expressar o conteúdo: em uníssono,  abraçados em círculo, fazendo um determinado gesto, etc.). A seguir, um a um, os grupos expressam seus gritos de guerra.

 

 

4. Definindo um roteiro de pesquisa e planejando o diagnóstico

O diagnóstico visa conhecer em profundidade a problemática relacionada ao atrativo turístico que será alvo dos projetos. É um passo necessário para as primeiras definições e tomadas de decisões em relação ao planejamento. Requer uma investigação, uma pesquisa. A delimitação do tema da pesquisa é uma oportunidade para os grupos pensarem preliminarmente em seus projetos porque farão algumas indagações sobre o foco a ser trabalhado. Converse com os jovens sobre isso, introduzindo a atividade de preparação da pesquisa.

“É preciso explorar a problemática envolvida e elaborar algumas hipóteses sobre ela. Em alguns casos, o tema selecionado é muito amplo e será preciso delimitá-lo melhor. Em outros, o problema formulado pelo grupo é muito específico, merecendo a busca de outros problemas a ele relacionados. As hipóteses sobre o assunto investigado serão formuladas a partir do conhecimento prévio do grupo sobre o assunto, da sua percepção e da sua análise da realidade. Como o próprio nome diz, são apenas hipóteses. Somente a pesquisa e o estudo poderão dizer se o que se pensou – a hipótese – é real ou não, ou seja, se ela tem comprovação empírica ou não”  (MONTENEGRO, F.; RIBEIRO, V.M. (EDIT.). Nossa Escola pesquisa sua opinião: manual do professor. São Paulo: Global, 2002,  p. 57).

Os grupos se reúnem para preparar a sua pesquisa sobre o atrativo turístico. As questões do quadro, a seguir, poderão orientar a atividade.

 

 

A) Para realizar o roteiro de pesquisa, os grupos deverão iniciar o trabalho com uma reflexão, seguindo as questões (MONTENEGRO, F.; RIBEIRO, V.M. (EDIT.). Nossa Escola pesquisa sua opinião: manual do professor. São Paulo: Global, 2002,  p. 57. ) abaixo colocadas:

  • O que queremos saber a respeito do atrativo turístico, foco do projeto que vamos criar?
  • O que já sabemos sobre o assunto (atrativo turístico), seja no âmbito local, seja em termos de informações de terceiros ou de referências mais amplas?
  • Quais as dúvidas que pretendemos esclarecer com a realização dessa pesquisa?
  • Que hipóteses nós temos sobre a problemática relacionada ao atrativo turístico?
  • Diferentes tipos de pessoas têm opiniões diferentes sobre essa problemática?
  • Quais são os diferentes ângulos do problema ou os subtemas relacionados ao tema principal?
  • O que será feito com os resultados desta pesquisa?

B) A partir das respostas dadas às questões acima, os grupos deverão fazer um roteiro de pesquisa de campo, listando o que é interessante ou possível conhecer e as questões a serem feitas em relação a cada tópico de investigação considerado interessante.

 

 

Depois de elaborado o roteiro da pesquisa, os grupos devem planejar a realização da pesquisa, incluindo: definição do período de realização, locomoção até o local, número de pessoas a serem pesquisadas, recursos necessários e outros detalhes logísticos a serem previstos, antecipando os problemas práticos a serem resolvidos para a realização da pesquisa.

Os grupos devem digitar e editar os roteiros e planejamentos para apresentarem  em painel.

 

5. Apresentando roteiros e planejamentos

 

De volta à sala, cada grupo irá apresentar seu roteiro e planejamento de pesquisa. Todos os demais grupos podem sugerir aperfeiçoamentos nos roteiros e planos. For fim, retifique e faça as indicações de melhoria que você (educador) julgar cabíveis.

 

 

 

6. Preparando a saída a campo (em pequenos grupos)

Os grupos voltam a se reunir mais uma vez para discutir as observações feitas em painel e fazer as mudanças necessárias no roteiro e no planejamento da pesquisa.

 

 Instrumentos e Critérios de Avaiação

  1.  Alterações adequadas no roteiro de projetos.
  2. Adequação dos roteiros de pesquisa criados.
  3. Coerência externa dos roteiros e planejamentos de pesquisa (adequação ao público, ao local, aos recursos e ao tempo disponível).
 

 
%d blogueiros gostam disto: