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Escolas têm dificuldades para aplicar projetos do Ensino Médio Inovador 9 de janeiro de 2012

Filed under: ensino médio — José Antonio Küller @ 8:07 pm
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Reproduzimos aqui artigo originalmente publicado no Observatório da Educação da Ação Educativa.

Base para as novas diretrizes curriculares nacionais para o ensino médio, programa está parado na Paraíba; em algumas escolas, resume-se à aplicação de simulados do Enem.

Do Observatório da Educação
Qua, 25 de Maio de 2011

Criado pelo Ministério da Educação (MEC) em 2009, o programa Ensino Médio Inovador (EMI) serviu de base para as novas diretrizes curriculares para esta etapa da educação básica, aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação no início deste mês. (leia aqui entrevista com o conselheiro José Fernandes Lima sobre o tema).

O documento propõe uma nova identidade para o ensino médio pela adoção de quatro dimensões integradoras do currículo – trabalho, ciência, tecnologia e cultura –, mesmos eixos dispostos no programa.

Inicialmente, o EMI abrangia 100 escolas – hoje já está presente em 355. O Observatório da Educação consultou escolas de diferentes regiões do país que desenvolvem projetos de EMI e constatou que, ainda que consideradas importantes, as experiências se distanciam da proposta inicial do MEC. Em algumas das escolas consultadas, sequer há turmas formadas.

O EMI foi criado para servir de apoio para a promoção de inovações pedagógicas nas escolas públicas estaduais e federais, com o foco no currículo e na comunidade escolar (veja aqui a proposta do EMI feita pelo MEC e acesse também a minuta elaborada pelo CNE com recomendações ao ministério).

Entre os 18 estados que já implantaram o projeto, apenas sete assinaram convênio com o MEC para receber os recursos necessários para a capacitação pedagógica dos professores e para remunerar os docentes que ampliarem sua jornada de trabalho.

Em geral, as escolas introduzem aulas realizadas no contraturno, de reforço escolar ou oficinas relacionadas a temáticas como gravidez na adolescência.

Em Eirunepé (AM) a coordenadora pedagógica de uma escola participante do programa explica que o Ensino Médio Inovador tem participação de todos os professores e alunos da unidade de ensino. Neste segundo ano de vigência, são oferecidos “projetos de leitura, utilização do laboratório de ciências e matemática, aulas de higiene e saúde, e simulado do Enem”, dentre outros (leia mais detalhes sobre o andamento do programa em outras partes do país).

Na Paraíba, apesar de terem realizado viagens de estudo e compras de equipamentos previstas, as escolas não implantaram o EMI em sala de aula. Segundo funcionários de duas escolas do Estado, o programa não pôde avançar porque a secretaria estadual de educação não autorizou gratificação para os professores que teriam a sua jornada de trabalho ampliada e não deu as capacitações e outras orientações para o início do EMI nas escolas.

A secretaria de educação afirma que o programa, no Estado, está parado devido às turbulências políticas locais (a Paraíba teve três governadores em quatro anos) e ao MEC, que não repassou as verbas destinadas ao governo estadual.

A adesão ao programa ainda não resultou em atividade em salas de aula de escolas no Paraná. De acordo com uma coordenadora pedagógica responsável pela elaboração dos três projetos enviados pela escola à Secretaria Estadual de Educação e, por consequência, ao MEC, “o programa não começou ainda”. Ela diz ter participado de uma atividade de formação e recebido os recursos previstos, mas “os projetos não voltaram”.

Nos três casos, trata-se de propostas pedagógicas para o contra-turno. “Um projeto é de astronomia, foi desenvolvido pelo professor de física; outro é de fontes históricas; e há um de ensino da literatura, com construção de blogues”, conta a professora. No entanto, a escola aguarda “resposta da Secretaria de Educação do Paraná para saber qual desses três projetos foi o aprovado para fazer as matrículas”. Assim, ela recebeu repasse para os projetos, mas ainda não sabe quais poderão ser implantados.

O programa

Segundo o MEC, o EMI tem cinco pontos centrais: um acréscimo na carga horária do ensino médio de 200 horas a cada ano; oferecer ao aluno a possibilidade de escolher 20% grade curricular, dentro das atividades oferecidas pela escola; ênfase a atividades práticas e experimentais, como viagens, aulas práticas, laboratórios e oficinas; valorizar a leitura; e garantir formação cultural ao estudante.

O EMI é voltado para o ensino médio regular não profissional, e sua implementação se deu por uma ação articulada entre União e estados, que participam por meio da adesão voluntária. Às secretarias estaduais de educação cabe a articulação com as escolas e elaborar um plano de ação pedagógica.

Os recursos são oriundos do governo federal, que repassa às escolas pelo Programa Dinheiro Direto na Escola, após a aprovação dos Planos de Ações Pedagógicas apresentados pelas secretarias estaduais de educação.

Uma parte dessa verba é destinada para a melhoria da infraestrutura das escolas selecionadas para o EMI e para viagens de estudantes a lugares como museus, exposições etc. O governo estadual seria responsável pela capacitação pedagógica dos professores e pelo pagamento da gratificação dos professores.

Diretrizes e programa se inserem em um contexto de crise e ausência de sentido no ensino médio, expressas pela queda nas matrículas nesta etapa; falta de professores em áreas como química, física e biologia; desempenho considerado insatisfatório dos estudantes em exames como o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB); e desigualdade no acesso, dentre outros problemas.

De acordo com o relatório As desigualdades na Escolarização no Brasil, do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), apenas 51% dos jovens de 15 a 17 anos cursam o ensino médio. “Entre os mais ricos, eles são 78%”. Já entre os 20% mais pobres, 32%. (confira aqui a versão on-line da publicação Em Questão 6 – O ensino médio no Brasil, escrita por Nora Rut Krawczyk – Professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas).

Na época de sua formulação, o então diretor de concepções e orientações curriculares para educação básica, Carlos Artexes Simões, afirmou em entrevista ao Observatório da Educação que a proposta era “focar na discussão da organização curricular do ensino médio, discutir a política não só das condições, mas também a política articulada de União e estados sobre a organização curricular do ensino médio”.

Nesse sentido, trata-se de inovação “não do marco legal, mas de apoio a experiências que estão sendo desenvolvidas, de indicadores e de proposições no currículo”.

Para Marise Ramos, professora do Instituto de Educação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, “a ideia de inovação do programa não é boa em vários sentidos”, pois não se deve associar a novidade a algo necessariamente bom. “Pode não ser, principalmente quando o que é novo descarta questões ou experiências tradicionais, consolidadas e importantes”.

Além disso, ela questiona a lógica de que “o jovem não se interessa pela escola e que temos de torná-la mais interessante. Acho um senso comum falso, usado inclusive nos argumentos dos governos” (leia aqui a entrevista completa).

Procurada pelo Observatório por meio do MEC, a diretora de Concepções e Orientações Curriculares para a Educação Básica da pasta, Jaqueline Moll, não retornou.

 

Revista Nova Escola e Os Protótipos Curriculares de Ensino Médio 13 de outubro de 2011

Marilza Regattieri. Foto: Carol de GóesA revista Nova Escola – Gestão Escolar, de agosto/setembro de 2011, publica uma longa matéria sobre o currículo do Ensino Médio. A matéria inclui uma  entrevista com Marilza Regattieri da UNESCO. Na entrevista, Marilza fala sobre os Protótipos Curriculares de Ensino Médio e de Ensino Médio Integrado, sobre os quais já escrevemos aqui. Transcrevemos abaixo um excerto da entrevista de Marilza:

Como funciona o protótipo de Ensino Médio de formação geral, criado pela Unesco em parceria com o MEC?


MARILZA Ele segue o modelo-padrão das escolas públicas brasileiras: três anos de duração e carga horária anual de 800 horas. O diferencial, porém, é que o currículo tem um núcleo de preparação básica para o trabalho e demais práticas sociais, que ocupa 25% do tempo letivo (200 horas anuais) e consiste num trabalho interdisciplinar que envolve todos os professores e estudantes de uma mesma série. Esse grupo irá desenvolver um projeto focado em atividades de pesquisa e trabalho tendo, para cada ano do Ensino Médio, um tema norteador – no primeiro, escola e moradia como ambientes de aprendizagem, no segundo, ação comunitária, e no terceiro, vida e sociedade. Essa formação curricular considera as áreas de conhecimento – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias – e a matriz de competências e habilidades do novo Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). Leva em conta ainda o que chamamos de dimensões articuladoras do projeto – Ciência, Cultura, Tecnologia e Trabalho.

A íntegra da matéria pode ser lida clicando aqui.

 

Ritos de Passagem 31 de agosto de 2011

O artigo de Jerônimo Lima, que reproduzimos a seguir, também pode ser encontrado no ScribdO artigo é curto. Por isso, decidimos publicá-lo na íntegra.

O autor faz um uso muito interessante de conceitos que também utilizamos em nosso livro Ritos de Passagem – Gerenciando Pessoas para a Qualidade. Inclusive, o artigo cita esse livro como uma de suas referências principais.

 

RITOS DE PASSAGEM CORPORATIVA

 

Jerônimo Lima,

jeronimo@institutoamanha.com.br

No final de 1989, participei, nos EUA, de um treinamento com Stephen Covey sobre “liderança baseada em princípios”. Desde aquela época, a cada entrada de ano, renovo meu Plano Estratégico Pessoal, revendo os resultados que consegui, analisando minha coerência com os valores pessoais que decidi seguir e reavaliando meus fracassos. Este é o meu “rito de passagem“ para o ano novo.

Um rito designa deferentes atos ou comportamentos, individuais ou coletivos, que seguem regras destinadas a serem repetidas de acordo com um esquema previamente determinado. No latim ritus, o termo significa uma cerimônia religiosa – ou todo ato profano com significação social. Em um sentido mais restrito, “rito” diz respeito às diversas formas cerimoniais com que o homem tentou dominar poderes sobrenaturais ou ocultos para alcançar seus propósitos. O rito se distingue do costume por ser um tipo de ação não atrelada aos fatos empíricos. Por isso, a idéia de rito sempre nos traz um clima de mistério e de desafio.

Um rito de passagem é uma manifestação de expectativa de transformação que nos levará a uma realidade possivelmente melhor. O simbolismo dos ritos evoca metáforas úteis para essa idéia de transição, de passagem, de transformação de um estado para outro. Chama-se isto de “renovação”.

Eu percebo que os esforços implícitos no meu rito de passagem provocam em mim uma tensão – pelo intenso envolvimento que tenho com minha missão. A cada rito, primeiramente medesestabilizo ante meus fracassos. Mas depois reflito sobre eles para entender os motivos pelos quais não atingi meus objetivos. E então fico exultante quando descubro o que posso fazer no próximo ano para tornar minha existência ainda mais feliz.

Essa viagem em torno da qual os planos são revistos, e que visa à evolução naquilo que fazemos, é o que os administradores chamam hoje de “aprendizado”, importando uma expressão típica da Pedagogia.

Em seu livro “Ritos de Passagem“, José Antonio Kuller ensina: “nos mitos, o fim da viagem é, em última instância, a transformação do personagem que dela participa. No sentido simbólico, as etapas, provas e barreiras especiais são colocadas no caminho do viajante”. A forma de superação desses obstáculos configura ritos de passagem. E a purificação obtida durante a etapa impulsiona o viajante e o fortalece para a travessia. E a travessia, finalmente, remete a outra viagem.

O principal rito de passagem que caracteriza a transformação de uma empresa mediana em uma empresa excelente ocorre quando as pessoas que nela trabalham começam a partilhar os mesmos valores e métodos de fazer negócios; os mesmos padrões de comportamento são praticados em todos os níveis hierárquicos; e metas são alinhadas, mesmo em ambientes pluralistas, criando motivação e lealdade superiores. Assim, como receita de sucesso, percebe-se que é preciso ser inflexível em relação aos valores centrais da cultura corporativa. E ser flexível em relação à maioria das práticas no que diz respeito a outros valores.

Para que este rito de passagem se viabilize, é preciso estimular a adaptabilidade da cultura em relação às mudanças que se verificam no macroambiente. Isso só é possível com uma liderança forte, mas não autoritária ou repressora sobre as iniciativas das pessoas que desejam realmente contribuir.

Em uma empresa, a cultura é perpetuada por vários ritos e rituais que, repletos de simbolismo e emoção, irmanam as pessoas em torno dos ideais que são comuns a elas. Por isso, quando bem conduzidos, esses eventos se transformam em poderosos catalisadores de energia e da motivação dos envolvidos – trazendo à forca coletiva um poder revitalizador.

 

Nas antigas comunidades indígenas, alguns ritos, como o da celebração da colheita e o da passagem dos jovens da adolescência para a idade adulta, eram cultuados e transmitidos de geração para geração. No ambiente empresarial, os ritos mais importantes são os de ingresso à empresa e de iniciação nela, os ritos de hierarquia e poder, os de celebrações e festas e os de saída, demissão e aposentadoria.

Na tentativa de revalorizar a cultura, todo evento ritualístico deve ser balizado pelo enfoque da gestão da cultura, de modo a reforçá-la. Quando os valores culturais são trabalhados na comunidade interna, a organização demonstra “aprendizado”.

Neste início de ano, se você quer começar bem, buscando tornar sua empresa uma “organização que aprende”, identifique um elenco de eventos que combinem com os novos valores culturais que a comunidade pretende instaurar. Em um aspecto mais amplo, sirva de instrumento para a solidificação de uma cultura de alto desempenho. E parta para a definição daquelas práticas de gestão que vão modelar o trabalho das pessoas – para que queiram se tornar as melhores do mundo naquilo que fazem.

EM BUSCA DO SABER PROFUNDO

Para aprofundar seus conceitos nos temas abordados neste artigo, sugiro uma pesquisa àsseguintes fontes de referência:

Ritos de Passagem, de José Antonio Küller, ed. Senac.

Passagens: Crises Previsíveis da Vida Adulta, de Gail Sheehy, ed. Francisco Alves.

Novas Passagens, de Gail Sheehy, ed. Rocco.

Ritos e Rituais Contemporâneos, de Martine Segalen, ed. FGV.

Gestão da Cultura Corporativa, de Sílvio Luiz Johann, ed. Saraiva.

A Cultura Corporativa e o Desempenho Empresarial, de John Kotter e James Heskett, ed. Makron.

 

Dinâmica: conversando sobre turismo 31 de maio de 2011

Distribua cópias impressas da letra da música “Aquarela Brasileira”[1], de Silas de Oliveira, e convide o grupo para uma audição. Estando todos atentos, dê início à execução em volume alto, ou o mais alto que o ambiente permitir. Durante a audição, se for possível, faça uma projeção de fotos de pontos turísticos de diferentes estados, iniciando a projeção no exato momento em que começa a ser cantada a segunda estrofe: “Passeando pelas cercanias do Amazonas (…)”.

Texto de Apoio 1: Aquarela brasileira[2]

Vejam esta maravilha de cenário
É um episódio relicário
Que o artista num sonho genial
Escolheu para este carnaval
E o asfalto como passarela

Será a tela
Do Brasil em forma de aquarela
Passeando pelas cercanias do Amazonas
Conheci vastos seringais

No Pará, a ilha de Marajó
E a velha cabana do Timbó
Caminhando ainda um pouco mais
Deparei com lindos coqueirais
Estava no Ceará, terra de Irapoã
De Iracema e Tupã

Fiquei radiante de alegria
Quando cheguei à Bahia
Bahia de Castro Alves, do acarajé
Das noites de magia do candomblé
Depois de atravessar as matas do Ipu

Assisti em Pernambuco
À festa do frevo e do maracatu
Brasília tem o seu destaque
Na arte, na beleza e arquitetura
Feitiço de garoa pela serra

São Paulo engrandece a nossa terra
Do leste por todo o centroeste
Tudo é belo e tem lindo matiz
O Rio dos sambas e batucadas
De malandros e mulatas
De requebros febris
Brasil, essas nossas verdes matas
Cachoeiras e cascatas
De colorido sutil
E este lindo céu azul de anil
Emolduram em aquarela o meu Brasil
Lá rá rá rá ráLá lá lá lá ia

Ao final da audição, estimule comentários sobre a música  e sobre o potencial turístico brasileiro, o crescimento das atividades econômicas relacionadas com turismo e as oportunidades de trabalho decorrentes.

 

Locais de Origem e seus atrativos

Apontado com uma régua, desenhe no chão da sala um mapa imaginário do Brasil[3], fazendo com que os participantes acompanhem o traçado. Depois, peça para os jovens se levantarem e se posicionarem no mapa imaginário de acordo com sua origem. Lembre que, mesmo que nascidos no local onde se encontram, eles deverão considerar como origem o lugar do Brasil de onde vieram seus pais. Posicione-se também no mapa de acordo com seu local de origem.

Em pé, distribuídos de acordo com o local de origem, após ligeira preparação, os participantes apresentam o local de sua origem, tratando-o como destino turístico e ressaltando seus atrativos.

Cada participante poderá responder na apresentação de sua origem:

  • § Qual é a sua origem?
  • § Por que vale a pena conhecer esse lugar? (Responder como se estivesse divulgando o lugar como destino turístico, mais ou menos como a música apresenta os diferentes lugares do Brasil).

Antes de iniciar a apresentação dos lugares de origem, aguarde alguns minutos para que todos organizem mentalmente a própria fala. A fala deve ser clara, concisa e estimulante para os ouvintes.

Inicie você mesmo a rodada de apresentações, falando do local de sua origem de forma clara e estimulante, dando o tom que julgar mais conveniente para a atividade do grupo neste momento (tornando-a emocionante ou descontraída e bem-humorada, por exemplos). Após a apresentação do último participante, o grupo retorna ao semicírculo.


[1] Existem inúmeras gravações desta música disponíveis no mercado, com diferentes intérpretes como, por exemplo, Martinho da Vila e Fernanda Abreu. Escolha uma delas.

[2] OLIVEIRA, Silas de. Aquarela do Brasil. Disponível em <http://redeglobo.globo.com/RJTV/0,19125,TJD0-990-13210,00.html>. Consulta em: 14 ago. 2006.

[3] Se perceber que o grupo todo tem sua origem relacionada a diferentes lugares dentro do próprio Estado onde está sendo realizado o Programa, você pode optar por fazer o desenho do mapa imaginário do Estado e não do Brasil.

 

CNE aprova diretrizes que flexibilizam ensino médio 7 de maio de 2011

Filed under: Acontece,ensino médio — José Antonio Küller @ 2:25 pm
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O site Último Segundo publicou a seguinte notícia sobre o ensino médio:

Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou nesta quarta novas diretrizes para o ensino médio. A resolução vai dar liberdade a escolas e sistemas de ensino para que montem a grade curricular mais interessante aos alunos com ênfase em trabalho, ciência e tecnologia e cultura. Emendas serão feitas ao texto original, mas segundo a assessoria do órgão elas apenas esclarecem pontos e não alteram o conteúdo.

A expectativa é que as novas diretrizes criem diversidade de projetos que atraiam os jovens em instituições públicas e privadas. Uma escola pode ter um projeto político pedagógico que enfatiza música, outra física, outra comunicação e o que mais a equipe achar que a comunidade precisa. “Cada escola ou sistema está liberado para dar mais tempo a uma ou outra área sem se prender a cargas horárias. Tem que ensinar matemática, português e outros conteúdos sim, mas pode ser dentro de um projeto sobre o que for melhor para a comunidade, pode ser uma hora ou 200 horas”, explicou o relator da proposta, José Fernandes de Lima. O texto segue agora para homologação do ministro da Educação, Fernando Haddad e deve ser publicado em algumas semanas.

Para ver a notícia completa clique aqui.

Leia também:
 

Secretários estaduais apoiaram proposta do CNE que pede flexibilização de currículo e ênfase em trabalho, ciência e cultura 31 de março de 2011

Matéria de Cinthia Rodrigues, publicada no iG São Paulo, em  30/03/201, informa:

As diretrizes brasileiras para o Ensino Médio, em vigor desde 1998, devem ser substituídas nas próximas semanas. Conforme adiantou o iG, o novo texto vai enfatizar que não há uma grade currícular fixa para a etapa e incentivar que cada escola ou rede monte o próprio currículo com ênfase em trabalho, ou em ciência e tecnologia ou em cultura.

A proposta está em estudo pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) há 8 meses e aguardava um retorno das secretarias de educação estaduais – responsáveis por mais de 90% das matrículas desta etapa – que receberam o documento após a posse dos novos titulares da pasta, em janeiro. Nesta quarta-feira, o projeto foi apresentado pelo relator, José Fernandes de Lima, em reunião do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed) que ocorre em Palmas, no Tocantins.

“Com algumas sugestões de mudança de redação, eles aprovaram a essência do projeto”, diz Lima. “Há um consenso de que é preciso mudar algo para tornar esta fase mais atrativa para o adolescente.” O ensino médio tem os piores indicadores de aprendizado e conclusão da educação brasileira: apenas metade dos matriculados concluí os estudos e 10% aprende o que seria o mínimo adequado segundo as expectativas vigentes.

Veja o restante da matéria clicando aqui.

 

Um novo Ensino Médio para romper as desigualdades 3 de março de 2011

Artigo de Mozart Neves Ramos, conselheiro do Todos Pela Educação, comenta os problemas do Ensino Médio brasileiro

* MOZART NEVES RAMOS, ESPECIAL PARA A FOLHA

A desigualdade e sua face educacional são fatos, infelizmente, tolerados no Brasil. No ensino médio, ela toma proporções acentuadas, como pode ser observado pela análise de resultados de avaliações de desempenho dos estudantes.
De acordo com o relatório “De Olho nas Metas”, do movimento Todos Pela Educação, apenas metade dos jovens de 19 anos têm o ensino médio concluído.

Deles, somente 11% conseguiram aprender o conteúdo mínimo em matemática, e 29%, em português. Por ser a etapa final da Educação básica, o ensino médio carrega as carências e as ineficiências das etapas anteriores. Falhas na alfabetização, no acesso à escola, no aprendizado durante o ensino fundamental e na conclusão das séries têm impactos preocupantes sobre as estatísticas. Sem enfrentar essas questões não é possível esperar que os brasileiros tenham acesso a Educação de qualidade.

Além disso, o ensino médio sofre com um excesso de disciplinas e há pouca clareza sobre o que o país espera dos alunos nesse nível. Existem algumas iniciativas para dar outro rumo à etapa final da Educação básica, como o Ensino Médio Inovador.

Proposto pelo MEC (Ministério da Educação), em consonância com o CNE (Conselho Nacional de Educação), ele pretende proporcionar ao estudante uma melhor articulação entre os diferentes saberes, alinhar a teoria à prática e promover atividades que estimulem o espírito empreendedor dos jovens.

É uma tentativa de instigar os alunos a desenvolver gosto pelos estudos e, ao mesmo tempo, de serem respeitados em sua diversidade cultural. Nesse cenário, a escola deve prepará-los para a vida e para que possam romper com as desigualdades sociais, por meio de oportunidades educacionais, culturais e profissionais.

O ensino médio demanda nova organização das disciplinas e dos conteúdos e requer que eles estejam articulados com o trabalho, a ciência, a tecnologia e a cultura. Só assim a Educação poderá cumprir o papel de ser uma política compensatória para as disparidades do Brasil.

* MOZART NEVES RAMOS é conselheiro do Todos Pela Educação e membro do Conselho Nacional de Educação.

Fonte: Folha de São Paulo (SP), 28 de fevereiro de 2011.

 

Ensino médio inovador 28 de fevereiro de 2011

Filed under: ensino médio — José Antonio Küller @ 3:10 pm
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O Conselho Nacional da Educação vai, nos próximos dias, aprovar e publicar as novas diretrizes curriculares do ensino médio. O Programa Ensino Médio Inovador será uma das inspirações das novas diretrizes. O vídeo abaixo postado veicula informações sobre uma escola de Pernambuco que adotou o Programa. Qual sua opinião sobre a proposta?

 

 

Sobre os fins da educação: uma resposta 22 de outubro de 2010

Meu amigo Jarbas Novelino Barato, em seu Boteco Escola, em um post denominado Fins da Educação, me provocou. Fez uma crítica aos educadores que aderiram à chamada Pedagogia das Competências. Eu estou entre eles, segundo Jarbas.

A parte mais incisiva da crítica diz:

O movimento das competências volta-se para o mercado ou, quando mais ampliado, para a sociedade. Mas, não cuida de aspectos essenciais de como formar seres humanos melhores, mais felizes, mais capazes de fruirem cultura e arte. Ou seja, a pedagogia das competências tem um horizonte dominado por interesses da eficiência social. Com ela, a educação humanista, preocupada com formação cultural justificada por seus próprios méritos, fica esquecida ou secundarizada.

Sem questionar a minha discutível inclusão entre os que “embarcaram na pedagogia das competências“, nos comentários ao post, respondi:

Como fui provocado nominalmente cabe uma pronta resposta, embora incompleta.

A sua crítica tem uma fragilidade básica: a falta de uma definição do conceito de competência. Como o termo é polissêmico, cada um o usa de acordo com suas convicções.

No meu caso, por exemplo, o uso do conceito permite que eu afirme como competências os seguintes enunciados:

Apreciar uma obra de arte.
Elaborar uma crítica musical.
Definir e perseguir um projeto de vida.
Definir e observar um código de ética.

Veja que, asssim, parte da crítica esvanece. Ou, não? Bem, acho que a continuidade da discussão fica para aquele simpósio que aguardamos com ansiedade.


No entanto, faltou dizer que outra abordagem é possível mesmo na educação profissional, onde o risco de orientação para o mercado e para a eficiência social é maior. Na página Uma introdução a um projeto para a formação continuada de docentes, que acabamos de postar, essa posibilidade de abordagem alternativa é demonstrada. Clique aqui para acessar a página.

 

Info UNESCO e parceiros lançam Biblioteca Digital Mundial 13 de abril de 2009

O site da UNESCO veicula a seguinte notícia:

Paris, 8/4/2009 – A UNESCO e 32 instituições parceiras lançam no próximo dia 21, na sede da Organização, em Paris, a Biblioteca Digital Mundial, uma página na internet que oferece materiais culturais únicos de bibliotecas e arquivos de todo o mundo. A página da web incluirá manuscritos, mapas, livros, filmes e gravações raras, além de impressões e fotografias. Ela fornecerá acesso público e gratuito, sem restrições a esse material.

O lançamento será feito em recepção que contará com a presença do Diretor-Geral da UNESCO, Koichiro Matsuura, e do bibliotecário do Congresso Americano, James H. Billington. Diretores de instituições parceiras também apresentarão o projeto a embaixadores, ministros, representantes e convidados especiais que participam da reunião semi-anual do Conselho Executivo da UNESCO.

A proposta para a criação da Biblioteca Digital Mundial (BDM) foi feita a UNESCO pela primeira vez por Billington, em 2005, quando o bibliotecário ressaltou que o projeto poderia “reunir pessoas através da celebração da singularidade e profundidade de culturas diferentes em um único esforço global”. Além de promover um entendimento internacional, o projeto tem o objetivo de ampliar o volume e a variedade do conteúdo cultural na Internet e fornecer recursos para educadores, acadêmicos e público em geral,reduzindo a divisão digital entre países por meio da capacitação em países parceiros.

A BDM funcionará em árabe, chinês, inglês, francês, português, russo e espanhol, com conteúdo em vários outros idiomas. As ferramentas de busca facilitarão explorações transversais temporais e sobre cultura na página. Descrições de cada item e vídeos elaboradas por curadores especializados contextualizarão os conteúdos com o objetivo de provocar a curiosidade dos usuários e incentivar estudantes e público em gerala saberem mais sobre o patrimônio cultural de diferentes países.

Desenvolvida por uma equipe da Biblioteca do Congresso, a BDM contou com a assistência técnica da Biblioteca Alexandrina de Alexandria, no Egito. Outras instituições que contribuíram com conteúdos e expertise incluem bibliotecas nacionais e instituições culturais e educacionais do Brasil, Egito, China, França, Iraque, Israel, Japão, Mali, México, Marrocos, Países Baixos, Qatar, Federação Russa, Arábia Saudita, Sérvia, Eslováquia, Suécia, Uganda, Reino Unido e Estados Unidos.

Os conteúdos que serão exibidos na Biblioteca Digital incluem imagens de ossos de oráculos e epitáfios cedidas pela Biblioteca Nacional da China; manuscritos científicos árabes da Biblioteca e Arquivo Nacionais do Egito; fotos históricas da América Latina fornecidas pela Biblioteca Nacional do Brasil; o Hyakumanto Darani, publicação do ano 764 cedida pela Biblioteca Nacional do Japão; a famosa “Bíblia do Demônio” do século XIII, da Biblioteca Nacional da Suécia; e trabalhos de caligrafia árabe, persa e turca de coleções da Biblioteca do Congresso dos EUA.

 

 
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