Germinal – Educação e Trabalho

Soluções criativas em Educação, Educação Profissional e Gestão do Conhecimento

PRECE 13 de agosto de 2012

Reproduzimos hoje um posta já publicado no Blog Aprender com Poesia. O texto trata do uso do poema Prece, de Fernando Pessoa, em situações de aprendizagem criativa.

O poema Prece foi musicado por André Luiz Oliveira, juntamente com alguns dos outros poemas do livro Mensagem, de Fernando Pessoa, incluindo Padrão, já publicado neste blog.

Em situações ou dinâmicas de aprendizagem na empresa ou na escola, pode-se  optar por usar a música na interpretação de Gilberto Gil, disponível no CD Mensagem.

O poema Prece fala da possibilidade humana de renascimento, sempre presente, ainda que a situação esteja distante dos tempos áureos. Aponta a chama da vida como a condição única para novas viagens, novos projetos, novas distâncias a percorrer.

Uma leitura ou a audição da música com o acompanhamento do texto do poema é bastante pertinente nas situações de aprendizagem em que é necessário um estímulo para a mudança. Quando a descrença, ou desesperança, ameaça comprometer o desenvolvimento de uma proposta de trabalho, o poema Prece dá o toque certo e aponta o caminho para a conquista da distância possível: a que seja nossa!

O poema tem sido inserido em  dinâmicas de aprendizagem criadas pela Germinal Consultoria, para uso em empresas, escolas e órgãos públicos.

    PRECE                                       

  Fernando Pessoa

Senhor, a noite veio e a alma é vil.

Tanta foi a tormenta e a vontade!

Restam-nos hoje, no silêncio hostil,

O mar universal e a saudade.

Mas a chama, que a vida em nós criou,

Se ainda há vida ainda não é finda.

O frio morto em cinzas a ocultou:

A mão do vento pode ergue-la ainda.

Dá o sopro, a aragem, – ou desgraça ou ânsia –

Com que a chama do esforço se remoça,

E outra vez conquistemos a Distância –

Do mar ou outra, mas que seja nossa!

Ouça o poema musicado e interpretado por André Luiz Oliveira.

Se preferir ouvir Prece na voz de Gilberto Gil, clique no link abaixo:

http://leaoramos.blogspot.com/2007/01/fernando-pessoa-gilberto-gil-em-prece.html

 

Dinâmica: Circuito dos Cantos 17 de outubro de 2011

Apresentação

Esta é uma dinâmica proposta a um grupo de professores de educação profissional, dentro de um programa de formação continuada desses docentes. A dinâmica, usada já no começo do curso, objetiva dar início a um processo de desenvolvimento da capacidade de elaborar planejamentos de ensino-aprendizagem com foco no desenvolvimento de competências.

I. Introdução

Em um cartaz, que será colocado no centro da sala, é apresentada uma competência a ser desenvolvida

Em cartazes colocados em cada um dos cantos da sala estão escritas as tarefas. Para o desenvolvimento da competência, prever: (1) Ações; (2) Conhecimentos, Habilidades e Atitudes/ Bases tecnológicas / Eixos Temáticos (3) Situações de aprendizagem / Atividades / Estratégias de aprendizagem; (4) Avaliação / Indicadores de avaliação / Indicadores de desempenho.

A turma é dividida em quatro grupos. Os grupos devem se formar por afinidades percebidas na criação do poema, que foi elaborado pelo grupo já na primeira hora do curso. Cada grupo deve se dirigir para um canto. O coordenador apresenta o cartaz em que a competência está escrita. Uma vez lançado o desafio, o cartaz é colocado no centro da sala.

II. Primeiro movimento: “Tempestade de idéias” 

Cada participante deve, sem censura, produzir o maior número possível de idéias que resolvam o problema implicado no desafio. Durante 15 minutos, os integrantes do grupo, usando tarjetas, devem indicar as condições necessárias para o desenvolvimento da competência, de acordo com o tema de cada grupo. As tarjetas devem ser fixadas nos cantos. Música para o início e depois para o fundo: Bach: Chorus 1 – Saint Matthew Passion – BWV 244.

III. Segundo Movimento: Análise.

Os grupos mudam de canto (caminhando para a esquerda). O coordenador distribui a poesia “Ou isto ou aquilo”, de Cecília Meireles, para ser lida por todos, sob a forma de jogral. Cada verso poderá ser lido por um grupo. O quinto verso de cada série pode ser lido por todos. Após a leitura, os grupos trabalham sobre as sugestões que foram registradas em tarjetas pelos participantes do grupo que ocupou aquele canto anteriormente. O coordenador pede que selecionem as situações de aprendizagem organizando-as em três colunas, logo abaixo de três tarjetas onde está escrito: AS REPETIDAS, AS ADEQUADAS, AS INADEQUADAS[1]. Música de fundo: Outono (Vivaldi)

IV. Terceiro movimento: Classificação/ordenação

Os grupos mudam novamente de canto e no mesmo sentido da mudança anterior. O coordenador projeta o vídeo “Aprendre a Aprendre”. Após a apresentação do vídeo, sem discutí-lo, os grupos trabalharão sobre a coluna AS ADEQUADAS, organizada pelo grupo que anteriormente ocupou aquele canto. O grupo organizará as situações de aprendizagem da coluna AS ADEQUADAS segundo uma ordem por ele definida: pode ser da mais adequada, colocada no alto da coluna, para a menos adequada ou, então, em uma ordem de desenvolvimento (para as Ações, por exemplo). Música de fundo: Adagieto da Sinfonia Nº 5 de Mahler.

V. Quarto movimento: Avaliação e Transformação.

Os grupos voltam a mudar de canto, no mesmo sentido. Os participantes ouvem, antes de iniciarem o trabalho, a música Ciranda da Bailarina, cuja letra é distribuída previamente para os participantes, cada grupo vai avaliar o painel resultante das intervenções dos grupos que anteriormente passaram por aquele canto. De acordo com a avaliação, os grupos alteram o painel, mexendo em todas as colunas e tarjetas que considerem impropriamente colocadas. Terminadas a avaliação e a reformulação, ainda nos cantos, os grupos apresentam , em 5 minutos, as suas conclusões para os demais. Música de Fundo: Lacrimosa de Mozart.

VI. Quinto movimento: Contraposição

Os grupos mudam novamente de canto, ainda no mesmo sentido. Com este movimento, cada grupo retorna ao seu ponto de origem. O coordenador apresenta e discute rapidamente uma transparência sobre o trabalho por competências. Baseados na discussão da transparência, em 10 minutos, cada grupo verifica e critica o resultado do trabalho dos demais grupos sobre a sua produção inicial de idéias e anota sugestões de mudanças. Em painel, cada grupo apresenta suas sugestões de mudança, negociando-as com os demais grupos. Nesse momento, além do grupo que está expondo, todos poderão contribuir com intervenções para crítica e enriquecimento.



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Dinâmica: conversando sobre turismo 31 de maio de 2011

Distribua cópias impressas da letra da música “Aquarela Brasileira”[1], de Silas de Oliveira, e convide o grupo para uma audição. Estando todos atentos, dê início à execução em volume alto, ou o mais alto que o ambiente permitir. Durante a audição, se for possível, faça uma projeção de fotos de pontos turísticos de diferentes estados, iniciando a projeção no exato momento em que começa a ser cantada a segunda estrofe: “Passeando pelas cercanias do Amazonas (…)”.

Texto de Apoio 1: Aquarela brasileira[2]

Vejam esta maravilha de cenário
É um episódio relicário
Que o artista num sonho genial
Escolheu para este carnaval
E o asfalto como passarela

Será a tela
Do Brasil em forma de aquarela
Passeando pelas cercanias do Amazonas
Conheci vastos seringais

No Pará, a ilha de Marajó
E a velha cabana do Timbó
Caminhando ainda um pouco mais
Deparei com lindos coqueirais
Estava no Ceará, terra de Irapoã
De Iracema e Tupã

Fiquei radiante de alegria
Quando cheguei à Bahia
Bahia de Castro Alves, do acarajé
Das noites de magia do candomblé
Depois de atravessar as matas do Ipu

Assisti em Pernambuco
À festa do frevo e do maracatu
Brasília tem o seu destaque
Na arte, na beleza e arquitetura
Feitiço de garoa pela serra

São Paulo engrandece a nossa terra
Do leste por todo o centroeste
Tudo é belo e tem lindo matiz
O Rio dos sambas e batucadas
De malandros e mulatas
De requebros febris
Brasil, essas nossas verdes matas
Cachoeiras e cascatas
De colorido sutil
E este lindo céu azul de anil
Emolduram em aquarela o meu Brasil
Lá rá rá rá ráLá lá lá lá ia

Ao final da audição, estimule comentários sobre a música  e sobre o potencial turístico brasileiro, o crescimento das atividades econômicas relacionadas com turismo e as oportunidades de trabalho decorrentes.

 

Locais de Origem e seus atrativos

Apontado com uma régua, desenhe no chão da sala um mapa imaginário do Brasil[3], fazendo com que os participantes acompanhem o traçado. Depois, peça para os jovens se levantarem e se posicionarem no mapa imaginário de acordo com sua origem. Lembre que, mesmo que nascidos no local onde se encontram, eles deverão considerar como origem o lugar do Brasil de onde vieram seus pais. Posicione-se também no mapa de acordo com seu local de origem.

Em pé, distribuídos de acordo com o local de origem, após ligeira preparação, os participantes apresentam o local de sua origem, tratando-o como destino turístico e ressaltando seus atrativos.

Cada participante poderá responder na apresentação de sua origem:

  • § Qual é a sua origem?
  • § Por que vale a pena conhecer esse lugar? (Responder como se estivesse divulgando o lugar como destino turístico, mais ou menos como a música apresenta os diferentes lugares do Brasil).

Antes de iniciar a apresentação dos lugares de origem, aguarde alguns minutos para que todos organizem mentalmente a própria fala. A fala deve ser clara, concisa e estimulante para os ouvintes.

Inicie você mesmo a rodada de apresentações, falando do local de sua origem de forma clara e estimulante, dando o tom que julgar mais conveniente para a atividade do grupo neste momento (tornando-a emocionante ou descontraída e bem-humorada, por exemplos). Após a apresentação do último participante, o grupo retorna ao semicírculo.


[1] Existem inúmeras gravações desta música disponíveis no mercado, com diferentes intérpretes como, por exemplo, Martinho da Vila e Fernanda Abreu. Escolha uma delas.

[2] OLIVEIRA, Silas de. Aquarela do Brasil. Disponível em <http://redeglobo.globo.com/RJTV/0,19125,TJD0-990-13210,00.html>. Consulta em: 14 ago. 2006.

[3] Se perceber que o grupo todo tem sua origem relacionada a diferentes lugares dentro do próprio Estado onde está sendo realizado o Programa, você pode optar por fazer o desenho do mapa imaginário do Estado e não do Brasil.

 

Dinâmica: a velhinha, o caçador e o leão 18 de maio de 2011

O coordenador abre um espaço livre na sala e solicita que todos fiquem em pé. Divide a turma em 2 grupos e explica que cada grupo deverá escolher (mantendo segredo) um personagem: caçador, velhinha ou leão. Esclarece que o caçador atira e mata o leão, o leão come a velhinha e a velhinha bate (com sua bengala) no caçador.

Cada grupo combina, em sigilo, afastado e de costas para o outro, qual será o seu personagem (velhinha, caçador ou leão).

Posicionados frente a frente, ao sinal do coordenador (um,dois, três, JAAAAÁ !!!), os dois subgrupos avançam com ímpeto, um contra o outro, ao mesmo tempo e com todas as pessoas do grupo representando o personagem escolhido: o grupo que representa a velhinha avança mancando, levantando e batendo com a bengala imaginária; o leão ruge e estica as garras das patas da frente em direção à caça; o caçador avança mirando e atirando com a espingarda.

Em cada confronto, o grupo da velhinha vence o do caçador, o do caçador vence o grupo do leão e o do leão vence o da velhinha. O grupo que vencer mais vezes em três confrontos ganha o jogo.

 

Dinâmica: Anúncio Classificado 17 de maio de 2011

Distribua papel sulfite e canetas coloridas para todos.

Em 10 minutos e silenciosamente, cada participante deverá criar um Anúncio Classificado, como os que aparecem nos jornais, oferecendo algum produto ou serviço. Quanto mais atraente e criativo o anúncio, tanto melhor.

O anúncio tem o objetivo fazer a divulgação da própria pessoa por intermédio de um produto ou serviço com o qual ela se identifica (exemplos: fazer doces, plantar flores, consertar carros, fazer algum tipo de artesanato, desenhar, escrever poesia, etc.). Ninguém deve escrever o próprio nome. Os anúncios não devem ser mostrados nem comentados enquanto estão sendo criados.

Depois de pronto, cada pessoa mantém o seu anúncio em sigilo. Isto é importante. Quando todos concluírem, peça que cada um afixe o seu classificado na parede, em lugar visível e previamente determinado. Então, em pé, todos fazem um exame e apreciação dos classificados. As reações serão provavelmente de surpresa com a criatividade natural das pessoas e de curiosidade sobre a autoria dos anúncios.

A seguir, solicite um número de voluntários igual ao número de grupos de trabalho que você queira constituir. Cada voluntário será o líder de um dos grupos. Os líderes devem  escolher os participantes de seu seu grupo de trabalho através dos classificados. Cada líder escolhe apenas um classificado de cada vez. O autor desse classificado fará parte do seu futuro grupo. A cada escolha, o líder retira o classificado da parede, lê o texto em voz alta e pergunta quem é o autor. O autor será seu colega de grupo para o próximo trabalho. As situações de escolha vão se repetindo até que os subgrupos estejam formados.

Durante essas escolhas, leituras e revelações mantenha um ritmo ágil, para a dinâmica seguir interessante até o fim e ficar dentro do tempo previsto. Depois de afixados os classificados, a atividade não deverá levar mais do que 15 minutos.

 

Dinâmica de encerramento: liberdade, liberdade. 25 de abril de 2011

Filed under: Dinâmicas escolhidas — José Antonio Küller @ 8:48 pm
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Citei, em Arquivo68, outro blog que ajudo a editar, no post Das variações e limitações da memória 2, a peça teatral Liberdade, Liberdade, de Millor Fernandes e Flávio Rangel.

Dela, duas cenas me acompanham ainda hoje: a primeira e a última. Na primeira montagem da peça, em um momento da primeira cena, Paulo Autran diz:

“Sou apenas um homem de teatro. Sempre fui e sempre serei um homem de teatro. Quem é capaz de dedicar toda a sua vida à humanidade e à paixão existentes nesses metros de tablado, esse é um homem de teatro. Nós achamos que é preciso cantar (no fundo, os acordes da Marcha da Quarta-feira de Cinzas). Por isso

‘Operário do canto, me apresento

sem marca ou cicatriz, limpas as mãos,

minha alma limpa, a face descoberta,

aberto o peito, e – expresso documento –

a palavra conforme o pensamento.

Fui chamado a cantar e para tanto

há um mar de som no búzio de meu canto.

Trabalho à noite e sem revezamentos.

Se há mais quem cante cantaremos juntos;

sem se tornar com isso menos pura,

a voz sobe uma oitava na mistura.

Não canto onde não seja a boca livre,

onde não haja ouvidos limpos e almas

afeitas a escutar sem preconceito.

Para enganar o tempo – ou distrair

criaturas já de si tão mal atentas,

não canto.

Canto apenas quando dança,

nos olhos dos que me ouvem, a esperança.”

Os versos são um excerto de Profissão do Poeta, poema de Geir Campos.

Acredito que se possa dizer da tarefa de educar o mesmo que é dito em Liberdade, Liberdade a respeito do ator e, no poema, do poeta. Até hoje, quando vou iniciar um curso, repito mentalmente as palavras: “Operário do canto…”. É, para mim, também sempre presente uma analogia entre a sala de aula e “os poucos metros de tablado” e as conseqüências similares de uma vida dedicada, com paixão, a esses particulares espaços de ação.

A cena final de Liberdade, Liberdade também é marcante. Dela, fiz uma adaptação para fins didáticos. Uso essa adaptação como uma cerimônia de conclusão de curso. Ela está reproduzida a seguir.

Começo dizendo:

 
“A última palavra é a palavra do poeta; a última palavra é a que fica.
 
A última palavra de Hamlet:
O resto é silêncio.
 
A última palavra de Júlio César:
Até tu, Brutus?
 
A última palavra de Jesus Cristo:
Meu pai, meu pai, por que me abandonaste?
 
A última palavra de Goethe:
Mais luz!
 
A última palavra de Booth, assassino de Lincoln:
Inútil, inútil…
 
E a última palavra de Prometeu:
Resisto!”
 
A última palavra de Y (nome de um participante).
 
O participante diz sua última palavra.
 
A última palavra de X (nome de outro participante). A cena anterior se repete, com X dizendo sua última palavra.
 
A última palavra de N (nome do último participante). A cena se repete.
 
Por fim, digo a minha última palavra e encerro o curso.
 
 Até a última palavra de Prometeu, o texto é de Liberdade Liberdade.

Não é em todo o final de curso que promovo essa cerimônia de encerramento. Reservo-a para aqueles cursos que efetivamente foram espaço para vivências profundas e oportunidade de aprendizagens muito significativas. Não sei se por isso ou pela força da cena, o momento é sempre emocionante. Tão emocionante quanto foi viver a cena final, quando a assisti pela primeira vez.

 

Escravos de Jó 6 de abril de 2011

Convide os alunos para participarem de um jogo chamado Escravos de Jó, onde os jogadores, sentados no chão, cantam a seguinte canção[1]:

Escravos de Jó

Jogavam caxangá,

Tira, bota,

Deixa ficar!

Guerreiros com guerreiros

Fazem zigue, zigue, zá.

Guerreiros com guerreiros

Fazem zigue, zigue, zá.

Ao mesmo tempo em que cantam, os participantes movem objetos[2] seguindo um ritmo determinado. Cada participante tem um objeto. Durante cada rodada de canto, o objeto que está na mão de cada participante deverá ser passado para o participante à sua direita, com movimentos e sequência ditados pelos versos da canção.

Você perceberá que o jogo admite dois resultados. Se todos jogam corretamente, o movimento grupal é harmonioso e constante e os objetos fluem ritmicamente entre os participantes. Se alguém erra, os objetos se acumulam em pontos específicos da roda de participantes. A probabilidade de erro será muito grande nas rodadas iniciais devido à falta de coordenação do grupo.

A cada erro, você deverá suspender a atividade e solicitar uma avaliação da situação pelos participantes. A causa do erro deve ser identificada e sugestões de mudanças serem formuladas pelos próprios aprendizes. Os participantes, em nova rodada do jogo, tentam implementar as mudanças. Novo erro, nova parada, nova avaliação, nova mudança. Depois do acerto do grupo, as rodadas em ritmo crescente são repetidas. Em qualquer momento do jogo, na ocorrência de erros, você deve repetir as paradas, as avaliações e as mudanças.

Dominadas as competências necessárias ao jogo (cantar a música, fazer os movimentos adequados, ajustar seu ritmo ao ritmo dos companheiros e da música, manter a concentração…), convide os alunos a experimentarem variações do mesmo. A música pode deixar de ser cantada e passar a ser murmurada ou assoviada. Por fim, todos jogam silenciosamente, cantando mentalmente a música e o som dos objetos tocando ritmicamente o chão domina o ambiente.

Terminado o jogo promova uma discussão sobre a experiência vivida. Na discussão deve ficar claro que os participantes viveram uma experiência de aprender a fazer associada à de aprender a conviver. A questões fundamentais que devem orientar a discussão são: como aprenderam a fazer (a cantar a música, as técnicas do jogo) e como aprenderam a conviver (a coordenar seus movimentos com os demais e cooperar com os outros na realização da tarefa comum).


[1] A canção tem variações na letra. Alguns dos participantes podem conhecer outra versão. Um dos desafios do jogo é chegar a um consenso unânime sobre a letra da canção.

[2] Podem ser latinhas de balas, caixas de fósforo, pedras de dominó… O importante é que o objeto produza ruído quando movimentado e, principalmente, quando toca o chão.

 

Dinâmica: Coreografia 22 de março de 2011

A dinâmica Coreografia pode ser utilizada no início de um programa de treinamento (curso, encontro) para diagnóstico inicial sobre o tema do curso e levantamento de expectativas dos participantes. O exemplo abaixo foi retirado de um programa de desenvolvimento de equipes de alto desempenho.

Proposta

Inicie a situação de aprendizagem colocando como música de fundo o Bolero, de Ravel. Depois apresente à classe o seguinte desafio: fazer, em subgrupos, uma representação em três tempos:

  • Como é, hoje, o trabalho em equipe no local de trabalho (organização/empresa/departamento)?
  • Como deve ser o treinamento (curso, seminário, encontro) para que o trabalho em equipe mude para melhor?
  • Como deve ser o trabalho em equipe depois que o treinamento terminar?

Isso significa fazer uma representação sintética do diagnóstico do funcionamento das equipes e das expectativas presentes no subgrupo em relação ao desenvolvimento do curso que se inicia e em relação aos seus resultados. A representação deverá ser feita através de expressão corporal e movimentos rítmicos, da forma mais bela (plástica) e expressiva possível. A palavra não deve ser utilizada. O som pode ser usado. A música que dará ritmo à apresentação será o Bolero, que poderá ser ouvido no fundo.

Preparação

Organize os subgrupos ao acaso. Os subgrupos deverão criar e ensaiar a coreografia em pé para que possam manter a mobilidade e agilidade necessária e concluir o trabalho em torno de 10 minutos.  Estimule e oriente o trabalho circulando pelos grupos. Não deixe que os grupos fujam da experiência e da possibilidade de criação. Estimule a superação. Observe que a coreografia é diferente da mímica. Não se trata de dizer por gestos o que poderia ser dito com palavras. Trata-se de produzir uma forma simbólica de representação. O movimento é uma linguagem específica.

Apresentação

Concluída a preparação, todos ainda em pé, o primeiro subgrupo se apresenta. Terminada a apresentação do grupo, todos os participantes, inclusive os do subgrupo protagonista, replicam a coreografia. Depois, o segundo subgrupo se apresenta e assim sucessivamente. Durante cada apresentação, aumente o volume da música de fundo e transforme-o no tema musical da apresentação.

Análise

Ao final da última apresentação, retorne com os participantes ao semicírculo para análise e julgamento dos trabalhos. Uma a uma as coreografias serão analisadas pelos grupos que não as criaram. Eles devem dizer qual diagnóstico e quais expectativas podem ser extraídas da representação, sem considerar as intenções do grupo que a criou. Em seguida, o grupo criador revela a intenção implícita nos movimentos. Ao final de cada análise, promova um confronto entre as interpretações do público com as intenções do grupo criador e apresentador. Conclua com uma síntese do diagnóstico inicial e das expectativas presentes no grupo, tanto em relação ao treinamento como em relação ao desempenho ideal das equipes.

 

 

Dinâmica: andando em oito 17 de março de 2011

Filed under: Dinâmicas escolhidas — José Antonio Küller @ 7:24 pm
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Andando em oito é uma dinâmica que objetiva a formação de pequenos grupos ao acaso. O processo é o seguinte:

O educador solicita que todos os participantes andem pela sala. Ao andar, todos devem traçar com os pés um imaginário número 8, colocando um pé atrás do outro, cuidadosamente, de forma que o oito fique bem desenhado. Ao fim do traçado, ele deve ser sempre reiniciado.

Quando todos estiverem andando em oito, o educador informa as regras.

Todos andando em oito, de repente, o educador grita: ‘2 a 2’. Neste momento, todos os participantes deverão agrupar-se em pares. Quem ficar sobrando deverá pagar um ‘mico’ (cantar, dançar, recitar uma poesia…). Depois, todos recomeçam a andar em 8, até que o educador grite: ‘3 a 3’. Os participantes agrupam-se em grupos de 3 pessoas, simultaneamente e imediatamente à voz de comando. Da mesma forma que antes, o(s) participante(s) que ficarem sobrando deverão pagar um ‘mico’.

Esse processo de andar em oito e agrupamento repentino e simultâneo deverá repetir-se até que se chegue ao número desejado de participantes por subgrupo, momento em que se interrompe o jogo, passando à atividade principal para a qual foram organizados os subgrupos.

 

Dinâmica: usando a comunicação não-verbal no trabalho 6 de outubro de 2010

Organize pequenos grupos e faça a eles uma proposta de trabalho: montar um videoclipe em que as três possibilidades de comunicação não-verbal no trabalho (equipe/equipe, cliente/cliente, cliente/equipe)  estejam integradas. Ao som de uma música previamente escolhida, cada grupo deverá criar uma cena em que uma comunicação empática, tranqüila e multi-expressiva é estabelecida entre a equipe de trabalho e os clientes. O videoclipe deve envolver:

  • a escolha da música[1];
  • apresentação do cenário;
  • a equipe se comunica de forma-não verbal;
  • o cliente expressa suas necessidades de forma não-verbal;
  • a equipe entende e atende às necessidades do cliente e comunica-se com ele de forma não-verbal.

Faça sugestões aos grupos de utilizar, na criação dos videoclipes, diferentes gêneros teatrais: drama, comédia, suspense, etc.

 

 

Refletindo sobre a comunicação não-verbal

Em painel, coordene a apresentação dos videoclipes. Combine com os grupos apresentações sucessivas, sem intervalo ou dispersão. Consiga o compromisso do público (grupos que não se apresentam no momento) em assistir atentamente todos os trabalhos e registrar tudo o que parecer significativo.

Após a apresentação dos videoclipes, proponha a análise dos trabalhos, referenciada nos objstivos educacionais previstos. Faça perguntas aos observadores, em relação a cada trabalho em foco. Faça também os seus comentários e sintetize a contribuição de cada trabalho apresentado. Não se esqueça de valorizar a criatividade e o empenho de fazer bem feito.


[1] Leve para a sala de aula, neste dia, uma série de CDs contendo um repertório musical diversificado e, se possível, relacionado ao tema.

 

 
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