Germinal – Educação e Trabalho

Soluções criativas em Educação, Educação Profissional e Gestão do Conhecimento

A formação de professores está em crise 5 de setembro de 2012

O Jornal da Ciência, órgão da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), publica um artigo sobre a crise brasileira de formação de professores, do qual destacamos os seguintes parágrafos:

Esta é hoje a situação do Brasil que, no tocante à formação dos seus professores, enfrenta uma tríplice crise: uma crise de quantidade, uma crise de qualidade e uma crise sistêmica. Apesar dos recentes esforços em âmbito federal, essas crises se agravam e ameaçam desestabilizar a imagem de futuro preconizada nos grandes projetos nacionais para as próximas décadas.

A crise de quantidade manifesta-se em todas as disciplinas da educação básica e em todas as regiões do país. Para registro: não há uma única disciplina em que o número de professores com formação específica (por exemplo, professor de matemática formado em matemática) seja igual ou superior à demanda. Em algumas disciplinas, a crise de quantidade é especialmente grave. Em física, por exemplo, o país forma cerca de 1.900 professores/ano. A demanda atual é de cerca de 60.000. Esta situação, idêntica à da química, da sociologia e da filosofia, ridiculariza o projeto de futuro para o país.

Para ter acesso ao artigo completo, clique aqui.

 

Novo currículo do ensino médio poderá ser inspirado no Enem 20 de agosto de 2012

Com texto de Amanda Cieglinski, a Agência Brasil, em  17/08/2012, publicou a seguinte matéria:

Após a divulgação dos resultados insuficientes das escolas de ensino médio na última edição do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o Ministério da Educação (MEC) planeja uma modernização do currículo, propondo a integração das diversas disciplinas em grandes áreas. A inspiração deverá vir do próprio Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que organiza as matrizes curriculares em quatro grandes grupos: linguagens, matemática, ciências humanas e da natureza. Essa é a divisão que segue a prova, diferentemente do modelo tradicional por disciplinas como química, português, matemática e biologia.

O debate não é novo: no ano passado, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou as novas diretrizes curriculares do ensino médio que propõem uma flexibilização do formato atual. O diagnóstico é que o currículo do ensino médio é muito inchado – em média são 13 disciplinas – o que, na avaliação do secretário de Educação Básica do MEC, César Callegari, prejudica a aprendizagem. “O Enem é uma referência importante, mas não é o currículo, ele avalia o currículo. Mas ele traz novidades que têm sido bem assimiladas pelas escolas”, diz o secretário.

De acordo com Callegari, a ideia é propor uma complementação às diretrizes aprovadas pelo CNE, organizando as diferentes disciplinas em grandes áreas. “O que tem que ficar claro é que não estamos propondo a eliminação de disciplinas, mas a integração articulada dos componentes curriculares do ensino médio nas quatro áreas do conhecimento em vez do fracionamento que ocorre hoje”, explica.

Na próxima semana, o ministro Aloizio Mercadante se reúne com os secretários de Educação com o objetivo de discutir os caminhos para articular a mudança. Uma providência já foi tomada para induzir essa modernização dos currículos. Segundo Callegari, a próxima compra de livros didáticos para o ensino médio dará prioridade a obras que estejam organizadas nesse formato. O edital já está sendo preparado. O MEC tem um programa que distribui os livros para todas as escolas e a próxima remessa será para o ano letivo de 2015 – as obras são renovadas a cada três anos.

Para o secretário de Educação do Espírito Santo, Klinger Barbosa Alves, uma das explicações para os maus resultados da etapa em diferentes indicadores, além do Ideb, está na própria estrutura organizacional do ensino médio que se baseia na preparação para o vestibular e tem pouca atratividade para o projeto de vida do adolescente.

“A visão de que o ensino médio serve para formar pessoas para ingressar na universidade não se aplica à realidade de muitos. Os jovens têm necessidades econômicas e sociais diferentes. Existe uma pressão para que parte dos jovens ingresse no mercado de trabalho e aí o curso superior entra como uma segunda possibilidade” explica Alves, que é vice-presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed).

O secretário do Espírito Santo, um dos estados em que a nota do Ideb caiu de 2009 para 2011, defende um modelo de ensino médio que dialogue com as diferentes necessidades dos estudantes e inclua também a preparação para o mundo do trabalho, já que para muitos o ingresso na universidade pode não estar na lista de prioridades.

Para que a escola possa abranger essa formação diversificada – que inclua a aprendizagem dos componentes curriculares, a articulação com o mundo do trabalho e a formação cidadã –, Callegari defende que é indispensável a ampliação do número de horas que o estudante permanece na escola, caminhando para o modelo de tempo integral.

“Temos consciência de que os conteúdos e as habilidades que os estudantes precisam desenvolver não cabem mais em um formato estreito de três ou quatro horas de aula por dia. É assim [com ensino em tempo integral] que os países com um bom nível de qualidade do ensino fazem”, diz.

Em relação à matéria,  os seguintes comentários são pertinentes:

1. Há muito tempo o currículo do Ensino Médio é orientado para preparação para os Exames Vestibulares. Ter o Enem como referência para organização do currículo do Ensino Médio é um avanço. Entretanto, tendo em vista as funções que o Enem vem assumindo, a exclusiva orientação do Ensino Médio para a preparação para os exames de acesso ao Ensino Superior poderá ser mantida.

2 A simples organização do currículo em áreas do conhecimento poderá não superar a perspectiva propedêutica e conteudista do atual Ensino Médio. Na Matriz de Habilidades e Competências do Enem é perceptível a divisão disciplinar. Assim, o currículo dividido por disciplinas pode sobreviver oculto pelas áreas, como já tem acontecido nos útimos 12 anos.

3. É preciso que o Ensino Médio também prepare para o trabalho. Para tanto, é necessário prever e destinar tempos e espaços à preparação básica parao trabalho. è sempre bom lembrar que a preparação básica para o trabalho é um dos objetivos previstos em lei. Sem um componente curricular especificamente destiando a esse fim, é improvável que esse objetivo seja conseguido só através de uma simples soma das disciplinas em quatro áreas do conhecimento, nenhum delas preocupada com o trabalho e outras práticas sociais.

4. Não basta ampliara a carga horária do Ensino Médio. Isso pode ampliar o problema antes de resolvê-lo. É precisso revolucionar a organização e o funcionamento currícular. Em trabalho da UNESCO: Protótipos Curriculares para o Ensino Médio e para o Ensino Médio Integrado,  foi desenhada uma orientação curricular em que um Núcleo de Preparação Básica para o Trabalho é proposto como um componente curricular articulador das quatro áreas de conhecimento, dando sentido e função prática imediata aos connecimentos construídos dentro das áreas. Para esse Núcleo é destinado 25 % das aulas. Para conhecer melhor a proposta da UNESCO, clique aqui.

 

MEC vai propor a fusão de disciplinas do ensino médio 17 de agosto de 2012

Em reportagem de  FÁBIO TAKAHASHI , a Folha de São Paulo,  de 16/08/2012, publicou a seguinte notícia:

O Ministério da Educação prepara um novo currículo do ensino médio em que as atuais 13 disciplinas sejam distribuídas em apenas quatro áreas (ciências humanas, ciências da natureza, linguagem e matemática).

A mudança prevê que alunos de escolas públicas e privadas passem a ter, em vez de aulas específicas de biologia, física e química, atividades que integrem estes conteúdos (em ciências da natureza).

A proposta deve ser fechada ainda neste ano e encaminhada para discussão no Conselho Nacional de Educação, conforme a Folha informou ontem. Se aprovada, vai se tornar diretriz para todo o país. Para o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, os alunos passarão a receber os conteúdos de forma mais integrada, o que facilita a compreensão do que é ensinado.

O aluno não vai ter mais a dispersão de disciplinas`, afirmou Mercadante ontem, em entrevista à Folha.

Outra vantagem, diz, é que os professores poderão se fixar em uma escola. Um docente de física, em vez de ensinar a disciplina em três colégios, por exemplo, fará parte do grupo de ciências da natureza em uma única escola. Ainda não está definida, porém, como será a distribuição dos docentes nas áreas.

A mudança curricular é uma resposta da pasta à baixa qualidade do ensino médio, especialmente o da rede pública, que concentra 88% das matrículas do país. Dados do ministério mostram que, em geral, alunos das públicas estão mais de três anos defasados em relação aos das particulares. Educadores ouvidos pela reportagem afirmaram que a proposta do governo é interessante, mas a implementação é difícil, uma vez que os professores foram formados nas disciplinas específicas. O secretário da Educação Básica do ministério, Cesar Callegari, diz que os dados do ensino médio forçam a aceleração nas mudanças, mas afirma que o processo será negociado com os Estados, responsáveis pelas escolas.

Já a formação docente, afirma, será articulada com universidades e Capes (órgão da União responsável pela área). Uma mudança mais imediata deverá ocorrer no material didático. Na compra que deve começar neste ano, a pasta procurará também livros que trabalhem as quatro áreas do conhecimento. Organização semelhante foi sugerida em 2009, quando o governo anunciou que mandaria verbas a escolas que alterassem seus currículos. O projeto, porém, era de caráter experimental.

Em relação à notícia, alguns comentários:

1. Não é necessária nenhuma normatização adicional do Conselho Nacional da Educação. As atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio permitem inciativas como as anunciadas, especialmente o tratamento do conteúdo por àreas de conhecimento (Linguagens, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Matemática).

2. Não é necessário nehum esforço adicional de qualificação em relação aos conteùdos curriculares de Ciências da Natureza. É um despropósito que um formado em Física, Química ou Biologia, não domine o conteúdo de Ciêncis da Natureza do Ensino Médio. Aliás, se esse conteúdo é pertinente à Educação Básica ele deveria ser de domínio de todo concluinte do Ensino Médio. O mesmo pode ser dito para o caso da área de Matemática e Ciências Humanas. Talvez haja alguma dificuldade em Linguagens, que reune conteúdos muito diversificados, como Lingua Portuguesa, Língua Estangeira e Educação Física).

3. A questão fundamenta é superar o tratamento disciplinara do currículo, quer no Ensino Médio, quer na formação de professores. Essa mudança ameaça interesses estabelecidos muito arraigados e fortemente defendidos.

4. Já existem propostas curriculares consistentes para solucionar os problemas apontados na matéria. Uma delas foi desenvolvida pela UNESCO. Trata-se dos Protótipos Curriculares para o Ensino Médio e para o Ensino Médio Integrado. Um Resumo Executivo desse projeto pode ser encontrado clicando aqui.

 

CRISE DE AUDIÊNCIA DO ENSINO MÉDIO OU FARSA IDEOLÓGICA? UMA RESPOSTA 19 de dezembro de 2011

No útimo post , fiz uma promessa: escrever as razões das minhas discordâncias com o artigo Crise de Audiência do Ensino Médio uma Farsa Ideológica?  de Westerley A. Santos, que publiquei. Cumpro a promessa neste post.

Discordo da afirmação básica do artigo que está posta  logo no início do texto. Westeley afirma:

Começou uma Campanha ideológica nacional para fins mercadológicos contra o Ensino Médio Público.  A idéia é destruir o formato atual em que ele está estruturado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação- (LDB/ 9.394/96), que o estrutura em bases humanísticas de formação do cidadão para colocar no lugar, um ensino de formação técnica de mão de obra jovem e barata para o empresariado. Usando a rede escolar do Estado e jogando a fatura deste investimento nas costas da sociedade.

A estratégia é a de sempre, alegar uma CRISE no Ensino Médio Público e apontar os Professores como principais culpados pela suposta “crise”.     

Em primeiro lugar, discordo que o ensino médio atual está estruturado em bases humanísticas. A realidade do ensino médio atual, independentemente do que preconiza a lei, é  a do enciclopedismo, a da fragmentação curricular em disciplinas estanques, a de uma memorização de conteúdos destituidos de sentido, cuja única finalidade é a de servir para a preparação para os vestibulares que dão acesso ao ensino superior.

Em segundo lugar, a crise não é apenas alegada, como afirma Westeley, ela é real. Para lembrar, apresento alguns dados que não foram retirados de nenhum manual de manipulação das massas pelas mídias. São dados que emergem da situação atual da educação brasileira e do Ensino Médio, em especial:

• Quase metade dos desempregados brasileiros tem menos de 25 anos.
• 53,1% dos jovens se encontra fora das salas de aula.
• Mais de quatro milhões de jovens não estudam, não trabalham e não procuram trabalho.
• Muitos não estudam por puro desinteresse.
• Apenas 40% dos jovens de baixa renda estudam. Deles, 75% em série não correspondente à faixa etária.
• Apenas 13,6% dos jovens de 18 a 24 anos frequentam a universidade.
• Apenas 10% dos que concluem o ensino médio aprendem o que deveriam aprender.
• 68  milhões de jovens e adultos trabalhadores brasileiros com 15 anos e mais não concluíram o ensino fundamental.
Em apenas uma coisa concordo com Westeley: os professores não são os principais culpados dessa crise. Também um certo tipo de pensamento pedagógico brasileiro não é único, nem o principal culpado. Esse pensamento é conservador,  mas se veste de esquerda. Desqualifica qualquer proposta de mudança chamando-a de neoliberal ou de a serviço do capitalismo internacional. Enquanto isso, o ensino médio, na realidade da sala de aula, nunca e em nada muda. Continua com a mesma proposta pedagógica e o mesmo conteúdo educativo de quando quase inultilmente o cursei, há mais de quarenta anos atrás.

 

Rio Grande do Sul vai mudar ensino médio 10 de outubro de 2011

 

O portal IG São Paulo, em texto de  Cinthia Rodrigues, no dia 08/10/2008, publicou a seguinte notícia:

 

 

A partir do ano que vem, escolas no Estado terão menos tempo de aulas exclusivas de uma disciplina e mais para projetos integrados

A partir de 2012, os estudantes do 1º ano do ensino médio na rede pública do Rio Grande do Sul deixarão de ter a tradicional divisão das aulas em química, física, biologia, história, geografia, sociologia, filosofia, língua, língua estrangeira, educação física e matemática. No lugar entrarão projetos temáticos interdisciplinares que contemplem as mesmas quatro áreas de conhecimento cobradas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): linguagens, matemática, ciências humanas e ciências da natureza e as respectivas tecnologias.

A proposta apresentada em setembro pela Secretaria Estadual de Educação gaúcha ainda passa por debate com a rede durante este mês, mas a mudança é certa. “Todas as 1.053 escolas vão mudar em 2012”, garante a assessora do ensino médio do Departamento Pedagógico, Vera Maria Ferreira. Este ano, o Conselho Nacional de Educação (CNE) votou uma nova diretriz para o ensino médio que segue linha similar, mas a proposta aguarda homologação do ministro da Educação, Fernando Haddad.
A proposta também é congruente com os Protótipos Curriculares de Ensino Médio e de Ensino Médio Integrado, desenvolvidos pela UNESCO. Para ter acesso ao texto integral da matéria, clique aqui.
 

Formação de professores será entrave para implantação do novo modelo de ensino médio? 6 de maio de 2009

 

Meti Handmade School – Anna Heringer Arquitecture.

 

 Em post anterior, em que comentamos a nova proposta curricular para o ensino médio, prevíamos um conjunto de dificuldades e reações. O texto do Portal UOL Educação, de 05/05/2009, que reproduzimos abaixo, parece ser a primeira reação da burocracia escolar.

 

 Ela se atém a um dos pilares que sutenta a imobilidade do Ensino Médio, que identificamos em Ensino Médio, um problema insolúvel: o sistema de formação de professores. Sobre esse tema publicaremos um artigo brevemente.

 

A foto que ilustra este post foi incluída por nós. Ela mostra uma bela sala de aula, ocupada por crianças pequenas e adequada à cultura local. Que espaços escolares seriam adequados às áreas temáticas do novo currículo do Ensino Médio e ajustado ao unverso cultural da nossa juventude?

 

Para ler mais sobre Arquitetura e Educação, acesse: https://germinai.wordpress.com/category/arquitetura-escolar/.

 

Da Agência Brasil

A principal dificuldade que os Estados vão enfrentar na reforma
curricular do ensino médio, proposta pelo MEC (Ministério da
Educação), será a falta de professores preparados para atender o
novo modelo, avalia a presidente do Conselho Nacional de
Secretários de Educação (Consed), Maria Auxiliadora Seabra. “A
proposta é interessante em algumas medidas. O ensino médio passa
por uma crise de identidade, hoje, com um amontoado de
disciplinas”,
afirma.

 

 A presidente do Consed diz que, muitas vezes, o professor não
está ainda preparado nem para atender ao atual modelo. Ela
acredita que será necessário um grande esforço das universidades
para atender a formação dos profissionais de ensino em grandes
áreas do conhecimento.

 

“O professor formado em biologia às vezes não domina nem todo
aquele conteúdo, como poderá dar aulas de outras áreas?

 

Precisamos de um esforço conjunto porque as universidades ainda
resistem muito a esse modelo mais amplo de formação”, disse.
O Consed vai montar um grupo de trabalho para debater o projeto
apresentado pelo MEC. Um dos pontos que precisa de maior
discussão, segundo Auxiliadora, é o repasse de verbas do
ministérios para apoiar os projetos em cada estado
.

 

 A princípio, o ministério garantiu verba extra para as cem
escolas que tiveram as piores notas no Enem (Exame Nacional do
Ensino Médio). “Essa questão precisa ser dimensionada. Para a
gente avaliar a eficácia desse novo modelo, ele teria que
funcionar tanto em boas escolas, como em escolas com problemas”,
afirmou.

 

O CNE (Conselho Nacional de Educação) vai realizar audiências
públicas para discutir o novo modelo de ensino médio. O processo
deve ser concluído até julho. Depois dessa etapa, o ministério
começará as negociações com os estados.

 

Amanda Cieglinski

 

Ensino Médio: MEC quer trocar matérias por áreas temáticas 4 de maio de 2009

 

 

Nude Descending a Starcase - Marcel Duchamp

 

 

 

 

 

 

Em posts anteriores (Ensino Médio, um problema insolúvel?; O Currículo Imutável do Ensino Médio; Ninguém aprende samba no colégio, infelizmente), começamos a discutir a necessidade e as dificuldades de mudanças no Ensino Médio.

 

Em Ensino Médio um Problema Insolúvel? procuramos as causas das dificuldades para mudanças no ensino médio. Chegamos a identificar quatro causas fundamentais: O currículo imutável, o sistema de formação dos professores, a facilidade de operação administrativa do atual currículo e o pensamento pedagógico dominante no Brasil.

 

Dessas causas, até agora tratamos da primeira: o currículo. Em O currículo Imutável do Ensino Médio afirmamos que o currículo enciclopédico e fragmentado em disciplinas (matérias) é uma das causas, ao mesmo tempo, da baixa qualidade do ensino médio e de sua estabilidade perversa.

 

A constatação não é nova. Tentativas de mudanças também não. Parece que mais uma delas encontra-se em curso. Notícia de hoje (4/05/2009), no caderno Cotidiano, do jornal Folha de São Paulo, informa que o MEC e o Conselho Nacional de Educação pretendem mudar o currículo do Ensino Médio. Para facilitar o acesso e o comentário, postamos a seguir o texto completo da reportagem.

 

 

 

“A intenção é eliminar a atual divisão do conteúdo em 12 disciplinas no ensino médio e criar quatro grupos mais amplos. Proposta será discutida hoje pelo Conselho Nacional de Educação; União planeja incentivos financeiros para obter adesão dos Estados.

FÁBIO TAKAHASHI
 
DA REPORTAGEM LOCAL


O Ministério da Educação pretende acabar com a divisão por disciplinas presente no atual currículo do ensino médio, o antigo colegial. A proposta do governo é distribuir o conteúdo das atuais 12 matérias em quatro grupos mais amplos (línguas; matemática; humanas; e exatas e biológicas).

 
Na visão do MEC, hoje o currículo é muito fragmentado e o aluno não vê aplicabilidade no programa ministrado, o que reduz o interesse do jovem pela escola e a qualidade do ensino.


A mudança ocorrerá por meio de incentivo financeiro e técnico do MEC aos Estados (responsáveis pela etapa), pois a União não pode impor o sistema. O Conselho Nacional de Educação aprecia a proposta hoje e amanhã e deve aprová-la em junho (rito obrigatório).


O novo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que deverá substituir o vestibular das universidades federais, será outro indutor, pois também não terá divisão por disciplinas.


Liberdade
Segundo a proposta, as escolas terão liberdade para organizar seus currículos, desde que sigam as diretrizes federais e uma base comum. Poderão decidir a forma de distribuição dos conteúdos das disciplinas nos grupos e também o foco do programa (trabalho, ciência, tecnologia ou cultura).

Assim, espera-se que o ensino seja mais ajustado às necessidades dos estudantes.


O antigo colegial é considerado pelo governo como a etapa mais problemática do sistema educacional. Resultados do Enem mostram que 60% dos alunos do país estudam em escolas abaixo da média nacional.
O governo Lula pretende que já no ano que vem, último ano da gestão, algumas redes adotem o programa, de forma experimental. No médio prazo, espera que esteja no país todo.


“A ideia é não oferecer mais um currículo enciclopédico, com 12 disciplinas, em que os meninos dominam pouco a leitura, o entorno, a vida prática”, disse a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar.
Está previsto também o aumento da carga horária (de 2.400 horas para 3.000 horas, acréscimo de 25%).


“A mudança é positiva. Hoje, as disciplinas não conversam entre si”, afirmou Mozart Neves, membro do Conselho Nacional de Educação e presidente-executivo do movimento Todos pela Educação.


“A análise de uma folha de árvore, por exemplo, pode envolver conhecimentos de biologia, química e física. O aluno pode ver sentido no que está aprendendo”, disse Neves.


A implementação, no entanto, será complexa, diz o educador. “Precisa reorganizar espaços das escolas e, o que é mais difícil, mudar a cabeça do professor. Eles foram preparados para ensinar em disciplinas. Vai exigir muito treinamento.”


O MEC afirma que neste momento trabalha apenas o desenho conceitual. Não há definição de detalhes da implementação ou dos custos.


O relator do processo no conselho, Francisco Cordão, disse que dará parecer favorável. “Talvez seja preciso alguns ajustes. Mas é uma boa ideia. Hoje o aluno não vê motivo para fazer o ensino médio.”

 

Sofia Kisselov / curriculum

Sofia Kisselov / curriculum

 

A proposta é muito interesante. Concentrar o currículo em áreas temáticas pode facilitar arranjos curriculares mais criativos e integrados.

 

No entanto, nos post já publicados e nos a publicar, defendemos a tese que a imutabilidade do ensino médio é decorrência de um conjunto articulado de quatro causas fundamentais. Tratar apenas uma das causas sem tocar nas demais pode resultar em fracasso, como antes já aconteceu.

 

Além da reação coorporativa dos atuais professores das várias disciplinas, é esperável a reação das universidades. A mudança curricular implicaria necessariamente em mudanças nas atuais licenciaturas em direção à formação de professores mais generalistas. Sem mudanças no sistema de formação de professores a mudança curricular do Ensino Médio poderá ser inócua.

 

É esperável também a reação da burocracia escolar. A operação administrativa de secretarias de educação e escolas será mais complexa com as mudanças no currículo atual. Escolas e sistemas escolares precisariam estar dispostos a abandonar suas práticas tayloristas/fordistas e avançar em direção a modelos administrativos mais modernos. Os burocratas alojados em escolas e sistemas escolares estariam dispostos a embarcar em um processo radical de mudança administrativa? O “incentivo financeiro e técnico do MEC aos Estados” será suficiente para induzir a mudança?

 

 Por fim, resta esperar a reação do pensamento pedagógico dominante. Ele é em grande parte oriundo das universidades, comprometido com o atual sistema de formação de professores. Com argumentos variados e muitas vezes ideológicos (no sentido marxista da palavra), frequentemente disfarçado de vanguarda, ele tem reagido a todas as propostas de mudanças feitas nos últimos 40 anos. Que excertos do pensamento de Marx ou de Gramsci vão ser utilizados como anátema da nova iniciativa?

 

O Currículo Imutável do Ensino Médio 4 de março de 2009

 

Em artigo anterior – Ensino Médio, um problema insolúvel propusemo-nos a identificar as quatro causas fundamentais que fazem com que o Ensino Médio não mude. Escolhemos quatro grandes pilares de manutenção do status quo do Ensino Médio: o currículo (dividido em disciplinas), o sistema de formação de professores, a facilidade de operação administrativa,  o pensamento pedagógico dominante. Neste post vamos tratar da primeira causa: o currículo.

 

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Arthur Dove, Roof Tops, 1943

 Há muito tempo, o currículo escolar brasileiro é constituído por disciplinas estanques. As diciplinas são uma réplica, na escola, da divisão social do trabalho e do saber. Derivados dessa divisão, os recortes dos campos de conhecimento espelham-se, no currículo, na forma das disciplinas. Essas, na prática escolar efetiva, dão origem às grades curriculares e às grades de horários escolares que aprisionam e restringem a liberdade. Impedem a criatividade e a inovação curricular.

 

Arthur Dove, Sand Barge, 1930

 Por ser longa, não vamos aqui acompanhar a história da construção das prisões curriculares brasileiras. Ela pode, inclusive, ser extraída do conjunto das sucessivas regulamentações da educação nacional. Delas, vamos nos deter apenas nas últimas. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996) inclui o Ensino Médio na Educação Básica. Em relação ao currículo da Educação Básica (Capítulo II), na Sessão I, definiu:

 

Art. 26º. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela.

     
§ 1º. Os currículos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, o estudo  da língua portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil. 

   
§ 2º. O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos.

     
§ 3º. A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos.

     
§ 4º. O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e européia.

     
§ 5º. Na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente, a partir da quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das possibilidades da instituição.

 

Em relação ao ensino médio, na Sessão IV, complementou:

Art. 36. O currículo do ensino médio observará o disposto na Seção I deste Capítulo e as seguintes diretrizes:

        I – destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da ciência, das letras e das artes; o processo histórico de transformação da sociedade e da cultura; a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania;

        II – adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa dos estudantes;

        III – será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das disponibilidades da instituição.

IV – serão incluídas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias em todas as séries do ensino médio. (Incluído pela Lei nº 11.684, de 2008)

 

Para simplificar, não vamos considerar o que na lei é dito sobre a preparação básica para o trabalho e sobre a habilitação profissional em nível médio.

 

Dos textos anteriormente citados, observem que o artigo 26 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional evita usar a palavra disciplina, talvez em atenção às pesadas críticas ao modelo curricular então e hoje prevalecente. O avanço, no entanto, é tímido. Sob a capa das palavras estudo, conhecimento, componente curricular e ensino, as disciplinas mal se disfarçam.

 

Arthur Dove, Morning Sun, 1935

Arthur Dove, Morning Sun, 1935

O disfarce é abandonado quase por completo nas normas complementares. O Parecer Nº 04/98, de 29/01/1998 e a Resolução Nº 02/98, de 07/04/1998, ao definirem os Parâmetros e Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental, preconizam:

 

IV- Em todas as escolas, deverá ser garantida a igualdade de acesso dos alunos a uma Base Nacional Comum, de maneira a legitimar a unidade e a qualidade da ação pedagógica na diversidade nacional; a Base Nacional Comum e sua Parte Diversificada deverão integrar-se em torno do paradigma curricular, que visa estabelecer a relação entre a Educação Fundamental com:

(…)

 b) as Áreas de Conhecimento de:

1. Língua Portuguesa;

2. Língua Materna (para populações indígenas e migrantes);

3. Matemática;

4. Ciências;

5. Geografia;

6. História;

7. Língua Estrangeira;

8. Educação Artística;

9. Educação Física;

10. Educação Religiosa (na forma do art. 33 da LDB).

 

Arthur Dove, Willows, 1939

Arthur Dove, Willows, 1939

Pronto. Temos o currículo composto por recortes do conhecimento (Áreas), por disciplinas, de volta. No caso do Ensino Médio, a manutenção é mais explícita. Se os incisos I e II do artigo 36 mantém o disfarce já observado no artigo 26, os demais incisos lançam tais disfarces no lixo. Definem áreas de conhecimento como disciplinas e, mais do que isso, como disciplinas obrigatórias.

 

 

No entanto, em um movimento aparentemente oposto ao do Parecer Nº 04/98, o Parecer Nº 15/98, de 01/06/1998,  que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, critica o currículo fragmentado em disciplinas estanques. Propõe um currículo orgânico. Define três grandes áreas curriculares e competências básicas integradoras do esforço educativo em cada área. 

 

Selecionamos dois parágrafos do Parecer:

“A reforma curricular do Ensino Médio estabelece a divisão do conhecimento escolar em áreas, uma vez que entende os conhecimentos cada vez mais imbricados aos conhecedores, seja no campo técnico-científico, seja no âmbito do cotidiano da vida social. A organização em três áreas – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias – tem como base a reunião daqueles conhecimentos que compartilham objetos de estudo e, portanto, mais facilmente se comunicam, criando condições para que a prática escolar se desenvolva numa perspectiva de interdisciplinaridade.”

 

A interdisciplinaridade deve ir além da mera justaposição de disciplinas e, ao mesmo tempo, evitar a diluição delas em generalidades. De fato, será principalmente na possibilidade de relacionar as disciplinas em atividades ou projetos de estudo, pesquisa e ação, que a interdisciplinaridade poderá ser uma prática pedagógica e didática adequada aos objetivos do Ensino Médio.”

 

Arthur Dove, Square on the Pond, 1942

Arthur Dove, Square on the Pond, 1942

Do primeiro parágrafo  é possível constatar que o mesmo movimento que cria as áreas, reforça a organização disciplinar do currículo. As áreas são criadas para facilitar a interdisciplinaridade. Óbvio que, na soma dos dizeres dos artigos da lei e do Parecer 15/98, o currículo do Ensino Médio terá uma organização disciplinar.

 

 

Ousaríamos ir além. A soma dos artigos e dos pareceres, debalde todo o discurso que os ornamenta, induz e torna quase obrigatória uma organização disciplinar do currículo. Para autonomia da escola, resta a operação dos esquemas de interdisciplinaridade. Esses esquemas quase nunca são previstos ou implementados.

 

 

A indução da organização disciplinar do currículo, a tradição escolar, a divisão disciplinar do conteúdo dos mais importantes exames vestibulares de acesso ao ensino superior e a facilidade administrativa (grade de horários) de operar  um currículo segmentado em disciplinas estanques (ver artigo posterior) vão tornar estéril toda a teorização e discussão sobre inovação da organização curricular. Muda a lei e a prática escolar permanece a mesma.

 

 

A permanência do “currículo loteamento” facilita e reforça a permanência da prática escolar de transmissão dos conteúdos abrigados sobre os rótulos disciplinares. Na prática do Ensino Médio, repetindo uma longa tradição, um único método de ensino é amplamente conhecido e dominado pelos professores: a transmissão do conteúdo previsto para aquela série e disciplina via texto e, especialmente, fala do professor.

 

 

A organização curícular não muda e, junto com ela, tudo o mais se repete.

 

Ensino Médio, um problema insolúvel? 27 de fevereiro de 2009

 

Revisitando as páginas de “A Construção do Pensamento e da Linguagem”, de L. S. Vigotski (São Paulo, Editora Martins Fontes, 2001), três marcantes parágrafos chamaram-me a atenção. São dois parágrafos curtos e outro um pouco mais longo. A ver:

 

O pensador - Auguste Rodin

O pensador - Auguste Rodin

1. “(…) onde o meio não cria os problemas correspondentes, não apresenta novas exigências, não motiva nem estimula com novos objetivos o desenvolvimento do intelecto, o pensamento do adolescente não desenvolve todas as potencialidades que efetivamente contém, não atinge as formas superiores ou chega a elas com extremo atraso” (p. 171).

 

2. “A formação de conceitos surge sempre no processo de solução de algum problema que se coloca para o pensamento do adolescente. Só como resultado da solução desse problema surge o conceito” (p. 237).

 

3. Não menos que a investigação teórica, a experiência pedagógica nos ensina que o ensino direto de conceitos sempre se mostra impossível e pedagogicamente estéril. O professor que envereda por esse caminho costuma não conseguir senão uma assimilação vazia de palavras, um verbalismo puro e simples que estimula e imita a existência dos respectivos conceitos na criança mas, na prática, esconde o vazio. Em tais casos, a criança não assimila o conceito mas a palavra, capta mais de memória que de pensamento e sente-se impotente diante de qualquer tentativa de emprego consciente do conhecimento assimilado. No fundo, esse método de ensino de conceitos é a falha principal do rejeitado método puramente escolástico de ensino, que substitui a apreensão do conhecimento vivo pela apreensão de esquemas verbais mortos e vazios” (p. 247).

 

Vigotski diz que o método puramente escolástico de ensino é rejeitado. Não no Brasil. Aqui é a prática pedagógica corrente, principalmente na escola pública e no Ensino Médio. Dos dois primeiros parágrafos, podemos concluir que estamos impedindo a nossa juventude de desenvolver todas as suas potencialidades e de atingir ou chegar muito atrasada às formas superiores de pensamento. Estamos emburrecendo a nossa juventude.

 

A crítica e a constatação não são novas. O que surprende é a tremenda força de resistência à mudança de nossa escola. Convivo com os problemas da educação brasileira há quarenta anos. Repassando esse tempo todo, resta a sensação de que nada mudou.

 

A invencível resistência à mudança de nossa escola, me fez lembrar um poema de João Cabral de Melo Neto: “O Número Quatro”. Ele diz:

 

O número quatro feito coisa

ou a coisa pelo quatro quadrada,

seja espaço, quadrúpede, mesa,

está racional em suas patas;

está plantada, à margem e acima

de tudo o que tentar abalá-la,

imóvel ao vento, terremotos,

no mar maré ou no mar ressaca.

Só o tempo que ama o ímpar instável

pode contra essa coisa ao passá-la:

mas a roda, criatura do tempo,

é uma coisa em quatro, desgastada.


João Cabral de Melo Neto, O Número Quatro. In: João Cabral, Museu de Tudo. Rio de Janeiro, José Olympio Editora, 1976, p.54.

Inspirado no poema, me propus a identificar as quatro causas fundamentais que fazem com que o Ensino Médio esteja “plantado à margem e acima de tudo o que tentar abalá-lo”. Depois de talvez ainda insuficiente reflexão, escolhi quatro grandes pilares de manutenção de nosso “quadrado” Ensino Médio: o currículo (dividido em disciplinas), o sistema de formação de professores, a facilidade de operação administrativa,  o pensamento pedagógico dominante.

 

Esses quatro pilares estão intimamente relacionados. Eles se reforçam mutuamente criando o espaço, a mesa, o quadrúpede do nosso Ensino Médio. Eles não atendem às necessidades de desenvolvimento intelectual e afetivo de nossos adolescentes. Eles atendem a uma racionalidade dominante. Em uma sequência de artigos posteriores vamos abordar cada um desses pilares e as interrelações entre eles. Se fôlego sobrar, vamos discutir como desgastá-los, rumo à roda da mudança e da melhoria contínua.

 

 
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