Germinal – Educação e Trabalho

Soluções criativas em Educação, Educação Profissional e Gestão do Conhecimento

Um novo professor para um novo mundo 19 de março de 2012

O vídeo que postamos a seguir é sobre o Curso de Pós-graduação em Docência da Educação Profissional. O vídeo foi produzido pelo Departamento de Nacional do SENAC que também desenvolveu o curso. O curso de especialização é desenvolvido a distância. A Germinal Consultoria apoiou o desenvolvimento do projeto pedagógico e demais etapas de elaboração do curso. Atualmente, o curso atende aos professores de todos os Departamentos Regionais do SENAC. Uma versão destinada a todos os professores de educação profissional interessados está sendo desenvolvida.

No site do CINTEFOR, o vídeo pode ser visto com legendas em espanhol e inglês. Para acessar clique em: http://www.oitcinterfor.org/videos/new-teacher-new-world-senac-brazil ou em http://www.oitcinterfor.org/videos/nuevo-profesor-mundo-nuevo-senac-brasil.

 

 

CRISE DE AUDIÊNCIA DO ENSINO MÉDIO OU FARSA IDEOLÓGICA? 6 de dezembro de 2011

Recebemos do professor e filósofo Westerley A. Santos um longo comentário feito em relação a um post sobre a crise do Ensino Médio, que acabamos de publicar. Como o tema é atual e de muito interesse, resolvemos dar destaque ao texto. Transformamos o comentário em post. Isso não significa que concordamos com a tese que ele apresenta. Em próximo artigo, vamos manifestar as discordâncias que temos. Por ora, apenas reproduzimos o comentário.

Começou uma Campanha ideológica nacional para fins mercadológicos contra o Ensino Médio Público.  A idéia é destruir o formato atual em que ele está estruturado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação- (LDB/ 9.394/96), que o estrutura em bases humanísticas de formação do cidadão para colocar no lugar, um ensino de formação técnica de mão de obra jovem e barata para o empresariado. Usando a rede escolar do Estado e jogando a fatura deste investimento nas costas da sociedade.

A estratégia é a de sempre, alegar uma CRISE no Ensino Médio Público e apontar os Professores como principais culpados pela suposta “crise”. De quebra, a campanha veiculada na mídia, principalmente pela internet, tenta justificar a adoção de processos meritocráticos de avaliação dos professores, com punições para os piores e premiações para os melhores – (uma forma de manter os salários baixos para o magistério).

Assim, está delineado o mais novo plano de ataque neoliberal à educação e aos professores. Após a manipulação midiática da sociedade e acordo com autoridades políticas e de escolas particulares, o com próximo passo certamente será uma proposta de solução para o “problema”, que nesta altura já está pronta, qual seja: mudança no currículo para atender as necessidades de mão de obra qualificada de um empresariado que não quer investir seus recursos em capacitação de seu quadro funcional, passando a responsabilidade para o Estado e a fatura para a sociedade. Sem aumento de salário para os professores, é claro!

Tudo isso, sob a velha bandeira ideológica de melhorar o Ensino. Mas, que na verdade, trata-se da mais nova investida do plano neoliberal de interesse empresarial, agora na educação.

Esta campanha é uma estratégia de manipulação das massas pela mídia, estudada e elencada pelo filósofo norte americano Noam Chomsky. Em seu estudo o filósofo apresenta “10 estratégias de manipulação das massas através da mídia”. Desta lista pelo menos cinco estratégias estão sendo utilizadas diretamente nesta campanha de destruição do Ensino médio. Vejam algumas: (destaque para a nº 7)

2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES. Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO. Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO. Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE. Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossível para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.

9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE. Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução! Pois bem! Estas afirmações não são meras ilações ou pressentimentos de um visionário diabólico. – Antes fossem! São fatos, constatações, informações anunciadas em alto e bom som, há um público de aproximadamente 500 pessoas da área da Educação de todo o Brasil, com toda pompa de um seminário Empresarial realizado em São Paulo (17/11), com a apresentação dos signatários e do subsecretário de assuntos estratégicos da Presidência da República, representando o Ministério da Educação- MEC.

Trata-se do primeiro instrumento a ser utilizado para ampla divulgação e campanha que já começou por meio midiático nacional com publicações semanais de artigos e fascículos de uma pesquisa quantitativa (ver site http://WWW.cenpec.org.br/biblioteca/educacao/estudos-e-pesquisas/a-crise-na-audiencia-no-ensino-medio) para convencer a população e autoridades, de que há uma crise no ensino médio.

A pesquisa foi elaborada em 2010 pelo IBOP- (instituto Paulo Montenegro), a pedido do Instituto Unibanco e durou aproximadamente dois meses com observações em 36 turmas do Ensino Médio de 18 escolas, de três grandes centros metropolitanos, não informados. (possivelmente MG, RS e SP)

Segundo anunciado no seminário em São Paulo, o objetivo da pesquisa foi descobrir as causas da evasão e do baixo rendimento dos alunos do Ensino Médio, mas, ao fim, responsabiliza o professor (conforme a estratégia de manipulação nº 9, acima) pelo suposto problema, chamado de “Crise de audiência do Ensino Médio”. (conforme  estratégia de Manipulação nº 2, acima)

Para mostrar a verdadeira intenção desta campanha ideológica publicarei em breve uma análise crítica completa da pesquisa para expor os absurdos e equívocos anunciados. Minha intenção é demonstrar a manipulação que há por trás da idéia de “crise do Ensino Médio”, analisando criticamente o processo, demonstrando a invalidade da pesquisa, os erros das proposições e das premissas usadas, os erros conceituais, de paradigma, de concepções de tempo em educação, de aula, escola ensino e aprendizagem.

Demonstrarei que não há crise no Ensino Médio, há sim um plano de manipulação implantado para transformá-lo em fábrica de capacitação técnica de baixo nível para os interesses empresariais/neoliberais.

Demonstrarei o que está por trás do ataque de responsabilização e culpabilidade do professor,  e ao fim, apresentarei uma investigação sobre a real intenção política e econômica que motivou e motiva a pesquisa e a campanha de destruição do Ensino Médio Público nas bases humanistas atuais.

Será uma longa jornada, mas necessária para esclarecer, alertar e oferecer à sociedade, aos professores, sindicatos e defensores da Educação, a possibilidade do contraditório, necessário a uma reflexão crítica verdadeira. Mostrando que não há crise no Ensino Médio brasileiro, desvelando ao mesmo tempo, as verdades ocultas subjacentes a esta campanha ideológica que tenta desqualificar professores e o Ensino, para fins e interesses meramente empresariais/neoliberais/mercadológicos em detrimento a formação para a cidadania e para  construção de uma consciência crítica com base nos valores mais humanos para a vida em uma sociedade complexa.  Aguardem!                     

                   Prof./Filósofo – Westerley A. Santos

 

Dinâmica: Circuito dos Cantos 17 de outubro de 2011

Apresentação

Esta é uma dinâmica proposta a um grupo de professores de educação profissional, dentro de um programa de formação continuada desses docentes. A dinâmica, usada já no começo do curso, objetiva dar início a um processo de desenvolvimento da capacidade de elaborar planejamentos de ensino-aprendizagem com foco no desenvolvimento de competências.

I. Introdução

Em um cartaz, que será colocado no centro da sala, é apresentada uma competência a ser desenvolvida

Em cartazes colocados em cada um dos cantos da sala estão escritas as tarefas. Para o desenvolvimento da competência, prever: (1) Ações; (2) Conhecimentos, Habilidades e Atitudes/ Bases tecnológicas / Eixos Temáticos (3) Situações de aprendizagem / Atividades / Estratégias de aprendizagem; (4) Avaliação / Indicadores de avaliação / Indicadores de desempenho.

A turma é dividida em quatro grupos. Os grupos devem se formar por afinidades percebidas na criação do poema, que foi elaborado pelo grupo já na primeira hora do curso. Cada grupo deve se dirigir para um canto. O coordenador apresenta o cartaz em que a competência está escrita. Uma vez lançado o desafio, o cartaz é colocado no centro da sala.

II. Primeiro movimento: “Tempestade de idéias” 

Cada participante deve, sem censura, produzir o maior número possível de idéias que resolvam o problema implicado no desafio. Durante 15 minutos, os integrantes do grupo, usando tarjetas, devem indicar as condições necessárias para o desenvolvimento da competência, de acordo com o tema de cada grupo. As tarjetas devem ser fixadas nos cantos. Música para o início e depois para o fundo: Bach: Chorus 1 – Saint Matthew Passion – BWV 244.

III. Segundo Movimento: Análise.

Os grupos mudam de canto (caminhando para a esquerda). O coordenador distribui a poesia “Ou isto ou aquilo”, de Cecília Meireles, para ser lida por todos, sob a forma de jogral. Cada verso poderá ser lido por um grupo. O quinto verso de cada série pode ser lido por todos. Após a leitura, os grupos trabalham sobre as sugestões que foram registradas em tarjetas pelos participantes do grupo que ocupou aquele canto anteriormente. O coordenador pede que selecionem as situações de aprendizagem organizando-as em três colunas, logo abaixo de três tarjetas onde está escrito: AS REPETIDAS, AS ADEQUADAS, AS INADEQUADAS[1]. Música de fundo: Outono (Vivaldi)

IV. Terceiro movimento: Classificação/ordenação

Os grupos mudam novamente de canto e no mesmo sentido da mudança anterior. O coordenador projeta o vídeo “Aprendre a Aprendre”. Após a apresentação do vídeo, sem discutí-lo, os grupos trabalharão sobre a coluna AS ADEQUADAS, organizada pelo grupo que anteriormente ocupou aquele canto. O grupo organizará as situações de aprendizagem da coluna AS ADEQUADAS segundo uma ordem por ele definida: pode ser da mais adequada, colocada no alto da coluna, para a menos adequada ou, então, em uma ordem de desenvolvimento (para as Ações, por exemplo). Música de fundo: Adagieto da Sinfonia Nº 5 de Mahler.

V. Quarto movimento: Avaliação e Transformação.

Os grupos voltam a mudar de canto, no mesmo sentido. Os participantes ouvem, antes de iniciarem o trabalho, a música Ciranda da Bailarina, cuja letra é distribuída previamente para os participantes, cada grupo vai avaliar o painel resultante das intervenções dos grupos que anteriormente passaram por aquele canto. De acordo com a avaliação, os grupos alteram o painel, mexendo em todas as colunas e tarjetas que considerem impropriamente colocadas. Terminadas a avaliação e a reformulação, ainda nos cantos, os grupos apresentam , em 5 minutos, as suas conclusões para os demais. Música de Fundo: Lacrimosa de Mozart.

VI. Quinto movimento: Contraposição

Os grupos mudam novamente de canto, ainda no mesmo sentido. Com este movimento, cada grupo retorna ao seu ponto de origem. O coordenador apresenta e discute rapidamente uma transparência sobre o trabalho por competências. Baseados na discussão da transparência, em 10 minutos, cada grupo verifica e critica o resultado do trabalho dos demais grupos sobre a sua produção inicial de idéias e anota sugestões de mudanças. Em painel, cada grupo apresenta suas sugestões de mudança, negociando-as com os demais grupos. Nesse momento, além do grupo que está expondo, todos poderão contribuir com intervenções para crítica e enriquecimento.



.

 

O PROCESSO DE PROJETO DE ARQUITETURA ESCOLAR NO ESTADO DE SÃO PAULO E AS POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO. 4 de outubro de 2011

 Continuamos a receber de nossos leitores textos sobre as relações entre Arquitetura e Educação. Desta feita, a contribuição veio de Monica Sanches da Academia de Engenharia e Arquitetura. Com o mesmo título deste post, o texto é uma produção conjunta de  Doris Catherine Cornelie Knatz Kowaltowski : Arquiteta, PhD, Prof. do Departamento de Arquitetura e Construção UNICAMP – e-mail:doris@fec.unicamp.br e de Marcella Savioli Deliberador: Arquiteta, Mestre, UNICAMP – e-mail: marcelladeliberador@yahoo.com.br . A seguir, apresentamos o resumo do texto e uma de suas ilustrações:

clip_image004

RESUMO

A qualidade da educação vem sendo constantemente questionada através das avaliações de desempenho aplicadas junto aos alunos das escolas públicas. Observa-se a necessidade de uma atuação multidisciplinar que vislumbre a melhoria da qualidade de ensino de forma geral, o que significa incluir a participação do profissional de arquitetura, responsável pelas definições das características físicas do ambiente escolar. O objetivo desse trabalho é abordar aspectos relativos à qualidade do espaço escolar e das questões inerentes ao processo de projeto das escolas públicas do Estado de São Paulo. A metodologia utilizada envolveu a sistematização das informações disponíveis na literatura relativas à qualidade do espaço escolar com ênfase nas áreas livres. Observou-se que na prática de projeto as relações entre espaços internos e externos são ignoradas, desde o programa de necessidades, onde os ambientes aparecem apenas descritos com relação às suas dimensões físicas. Descreve-se o pátio como um espaço limitado às suas dimensões físicas e não entendido como um conceito ampliado de uso educacional das áreas livres. Esses pátios são áreas que incorporam as atividades de lazer, além das atividades pedagógicas que impliquem na necessidade de espaços externos, dada a ausência da relação desses com os espaços das salas de aula.  A partir do estudo bibliográfico, propôs-se o esquema do processo de projeto de referência. Propôs-se também esquema do processo de projeto da Fundação para o Desenvolvimento Escolar, a partir da metodologia que a Fundação promove. Realizou-se uma pesquisa de campo que fundamentou o desenvolvimento de um terceiro esquema chamado de processo de projeto enriquecido, que incorpora as etapas do processo de referência consideradas possíveis de serem aplicadas na realidade atual da FDE. Esse estudo também demonstrou a pouca discussão existente acerca dos espaços livres, ou mesmo do típico pátio escolar. As implantações das escolas são desenvolvidas enfocando a acomodação dos ambientes do programa dentro dos terrenos exíguos e da promoção de um acesso adequado que traz uma mínima relação urbana ao projeto, dando pouca atenção às relações dos espaços internos e externos.  Faltam atuações direcionadas à qualidade da paisagem e o projeto de espaços de apoio e lazer, que enriqueçam a experiência educacional.

Palavras-chave: arquitetura escolar, parâmetros de projeto e processo de projeto.

O texto completo está publicado em páginas. Ele pode ser acessado através do menu disponível na coluna à direita ou clicando aqui.

 

 
%d blogueiros gostam disto: