Germinal – Educação e Trabalho

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Colégios da elite do Enem têm poucas turmas e fazem vestibulinho 23 de novembro de 2012

Texto de Tatiana Klix, publicado no iG Último Segundo, em 23/11/2012.

A estratégia adotada pelo Objetivo Colégio Integrado de São Paulo há três anos se concretizou como uma receita de sucesso para garantir um lugar na elite das escolas de ensino médio brasileiras, segundo a nota dos alunos concluintes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Entre os 10 colégios com melhores médias nas provas objetivas em 2011 , nove são particulares, pelo menos seis promovem seleções com seus alunos e sete atendem a um grupo de menos de 100 estudantes privilegiados. No topo, a escola paulistana encabeça a lista com uma turma de 42 alunos de rendimento excepcional, escolhidos a dedo no Sistema Objetivo para entrar em escola separada, amplamente promovida em ações publicitárias.

A polêmica prática não é replicada na íntegra nos outros colégios particulares top 10 do Enem 2011 – Elite Vale do Aço (MG), Bernoulli Lourdes´(MG), Vértice (SP), Ari de Sá Cavalcante (CE), Dom Barreto (PI), Integrado de Mogi das Cruzes Objetivo, Santo Antônio (MG) e São Bento (RJ) -, mas quase. São responsáveis pelas médias acima de 700 de nove escolas apenas 795 estudantes, dos mais de 550 mil concluintes do ensino médio que representam 10.076 instituições incluídas no levantamento do Ministério da Educação divulgado nesta quinta-feira, dia 22. Entre as 10 líderes, há apenas uma escola federal, o Colégio Aplicação da Universidade Federal de Viçosa, de Minas Gerais.

A escola com a segunda melhor média aparece nessa elite pela primeira vez, por uma explicação bem simples: é também a primeira vez que forma uma turma de terceiro ano. O Colégio Elite de Ipatinga é novo, criado por três irmãos da cidade que se formaram no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e voltaram para casa com o objetivo de oferecer preparação de alto nível para os jovens da região entrarem mas melhores universidades do País. E conseguiram. A partir de experiências do sistema Elite em outras cidades e estratégias como boa formação de professores, a escola tem entre as características que garantiram seu sucesso a pré-seleção de alunos para a única turma com 30 vagas disponível para as três séries da última etapa escolar do ensino básico.

“Para entrar na escola, tem um processo seletivo, porque temos turmas reduzidas”, explica André Castro, coordenador pedagógico do Elite Vale do Aço. “A proximidade com alunos e professores possível em uma escola pequena é um diferencial”, completa.

Também fazem algum tipo de vestibulinho para escolher seus alunos o colégio Bernoulli, em Belo Horizonte, que ainda tem uma unidade separada apenas para alunos do terceiro ano do ensino médio e de cursos pré-vestibular, o Santo Antônio, da mesma cidade, o Ari de Sá Cavalcante, em Fortaleza, e o São Bento, no Rio de Janeiro.

Os dois colégios da capital mineira do grupo são os únicos que registraram no Enem no ano passado mais de 100 alunos participantes – 217 do Bernoulli e 239 do Santo Antônio. “São 6 turmas do 3º ano, um total de 283 alunos”, diz o diretor do geral e pedagógico Frei Jacir de Freitas Faria, que estranhou a divulgação do número de participantes abaixo do esperado no Santo Antonio.

Nas outras escolas particulares com médias superiores a 700, o número de alunos concluintes não passou de 89 (Instituto Dom Barreto). Além do Elite, também oferecem apenas uma turma a unidade do Objetivo de Mogi das Cruzes, no interior paulista, que teve 34 alunos no Enem 2011. O Vertice, da capital de São Paulo, tem duas turmas de terceiro ano, das quais fizeram o exame 48 alunos. No Ari de Sá, 47 estudantes são responsáveis pelo excelente resultado, e no São Bento, 52. “Estatisticamente, isso pode ser uma vantagem”, diz Adilson Garcia, diretor do Colégio Vertice, que tradicionalmente aparece entre os primeiros do ranking.

Turma dos inteligentes

O Colégio Integrado Objetivo assumiu a dianteira do ranking do Enem pela primeira vez este ano. Criado em 2009, no ranking daquele ano o colégio que abriga alunos superinteligentes, medalhistas de olimpíadas do conhecimento e até considerados superdotados, conseguiu ocupar o segundo lugar após decisão judicial . Em 2010, a escola ficou em terceiro lugar.

Ainda antes da divulgação dos dados de 2011, o Colégio Etapa, de São Paulo, acusou através de cartazes em suas unidades e pelas redes sociais o Objetivo de praticar embuste, através de ação publicitária. O concorrente questiona folhetos distribuídos pelo Objetivo, como o disponível no site http://www.portalobjetivo.com.br/noticias.asp?id=3781 , em que a frase “Sistema Objetivo 1º Lugar no Enem” é destacada no topo do anúncio. Apenas abaixo, dentro de um mapa do Brasil, aparece: “Colégio Objetivo Integrado 1º lugar no Enem; Em toda a capital de São Paulo; Em todo o estado paulista; nas provas das quatro áreas do conhecimento, em todo o Brasil”.

*Colaborou André Carvalho

 

Alunos da USP vindos da rede pública enfrentam dificuldades 13 de abril de 2012

Filed under: Ensino superior — José Antonio Küller @ 12:48 pm
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Por Victor Francisco Ferreira – victor.francisco.ferreira@usp.br Publicado em 17/outubro/2011 | Editoria : Educação | Imprimir Imprimir |

Alunos ingressantes na USP oriundos de escolas públicas enfrentam diversas dificuldades na universidade. As principais delas são o gerenciamento do tempo, as avaliações aplicadas e os conteúdos das aulas, considerados por eles como muito mais complexos do que a base oferecida no cursinho ou na escola os preparou para encontrar na universidade. Outros fatores são dificuldades de relacionamento entre os alunos, que deriva da falta de espaços para socialização em algumas unidades, e o distanciamento da relação entre alunos e professores.

Para ler a notícia completa clique aqui. Além do que é dito no artigo, a foto que ilustra a matéria pode ajudar a explicar a causa do problema.

 

Novos resultados do ENEM = Velhas conclusões 12 de setembro de 2011

Em outro texto já discutimos os motivos para a boa classificação das escolas no ENEM. Consideramos que o fator fundamental para o sucesso são os alunos que essas escolas abrigam e não necessariamente as suas propostas pedagógicas ou a qualidade de ensino que proporcionam.

As escolas são melhor classificadas no Enem porque são freqüentadas pelos alunos com melhor formação inicial. As escolas particulares selecionam os melhores alunos especialmente através de critérios sócioeconômicos. Os alunos que conseguem pagar o valor de suas mensalidades são aqueles que também têm mais acesso aos bens socioculturais e uma formação  de base que facilita percorrer os áridos caminhos de aprendizagem do ensino médio. Os alunos das escolas públicas melhor classificadas passam por uma seleção concorrida (vestibulinho) antes do início do ensino médio.

Em, ENEM 2010: ESCOLAS EM DESTAQUE,   uma série de comentários sobre os resultados por escolas no Enem 2010, o UOL Educação, reúne um conjunto de comentários sobre as médias obtidas pelas escolas a partir dos resultados de seus alunos. Dessa série de artigos destacamos alguns excertos. Eles revelam que as melhores escolas de ensino médio são aquelas que conseguem recrutar os melhores alunos. Não são necessariamente aquelas que ofertam ou proporcionam o melhor ensino.

Melhor nota no Enem 2010, colégio carioca investe em “fundamental forte e com disciplina”

Como outras escolas que figuram entre as melhores, segundo a média total do Enem por escola, o público é seleto — há exame para admissão na instituição. Existe, ainda, outra peneira: a mensalidade varia de R$1.900 a R$2.100 e não há programas de bolsa de estudos para ingressantes.

Melhor escola pública do país tem vestibulinho, professores com mestrado e funciona na UFV

Os alunos do Coluni-UFV passam por uma seleção em que a concorrência se aproxima de dez interessados por vaga. Assim, os escolhidos já chegam com melhor “bagagem inicial”. As instalações, como laboratórios, são boas e 80% dos professores são contratados em regime de dedicação exclusiva (e são pagos acima da média das escolas públcias por isso).

Segunda melhor no país no Enem por escola, particular do Piauí tem 30 alunos para cada vaga

Com mensalidade de R$ 695 para o ensino médio, a concorrência no Dom Barreto chega a 30 candidatos para cada vaga — processo que é realizado anualmente por meio de provas e entrevista.

O valor mensal desembolsado pelos responsáveis é baixo, se comparado com os quase R$ 3.000 da escola com maior nota no Enem, o Colégio Vértice de São Paulo. No entanto, o investimento supera bastante o que o governo considerou o mínimo a ser investido por aluno — em 2011, um aluno do ensino médio no Estado do Piauí será de R$ 2.066,46 durante o ano todo.

Melhor colégio de SP no Enem por escola “estuda” o aluno antes de aceitar matrícula

 Mesmo sem vestibular, não é tão fácil estudar no colégio. As vagas para a educação infantil (a partir de três anos) e para o fundamental 1 são preenchidas por ordem de chegada, após reuniões com os diretores e visitas monitoradas pela escola. Para ingressar no fundamental 2 ou no ensino médio, as exigências aumentam: “Damos prioridade para famílias que já tenham outras crianças na escola e para pais ou mães que já foram nossos alunos”, explica Garcia. Alunos que não preencham essas condições são convidados a passar um dia no colégio, quando serão avaliadas as formas como eles registram as aulas e fazem os exercícios, além dos materiais que utilizam nas outras escolas.

De acordo com Garcia, se mesmo após estas etapas a dúvida sobre a aceitação do aluno persistir, é pedido que o interessado faça uma redação e exercícios de matemática. Se for aceito, o aluno ainda terá que pagar a quantia de R$ 2.998 por mês.

Melhor pública de São Paulo no Enem por escola, Etec é “escolha do aluno”

A Etec São Paulo seleciona seus alunos por meio de um vestibulinho aplicado pelo Centro Paula Souza. São oferecidas 200 vagas para o ensino médio. Na última seleção, foram recebidas 1.506 inscrições – uma relação de 7,53 candidatos para cada vaga. “Termina sendo um privilégio estudar aqui, você acaba fazendo uma seleção meritória dos alunos com o vestibulinho”, disse Araújo.

 

O ENEM e a classificação das escolas públicas 20 de julho de 2010

 

A imprensa tem divulgado várias relações de melhores escolas de ensino Médio do país, tendo como referência o ENEM de 2009. Uma delas é o ranking das “melhores” escolas públicas do país ou, melhor dizendo, das melhores classificadas no dito exame. A relação a seguir apresenta as 50 escolas públicas melhor classificadas no ENEM:

P EST. CIDADE                                                 INSTITUIÇÃO REDE ENEM
1 MG Viçosa COLÉGIO DE APLICACAO DA UFV – COLUNI Federal 734,66
2 RJ Rio de Janeiro INSTITUTO DE APLICAÇÃO FERNANDO R DA SILVEIRA CAP-UERJ Estadual 722,58
3 PR Curitiba UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Federal 717,79
4 RJ Rio de Janeiro ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM VENÂNCIO Federal 715,35
5 SP São Paulo INSTITUTO FEDERAL DE EDUCACAO CIÊNCIA E TECNÓLOGIA DE SAO PAULO Federal 707,22
6 PE Recife COLÉGIO DE APLICACAO DO CE DA UFPE Federal 706,34
7 MS Campo Grande COLÉGIO MILITAR DE CAMPO GRANDE Federal 704,30
8 RS Santa Maria COLÉGIO POLITÉCNICO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE STA MARIA Federal 697,16
9 MG Barbacena ESCOLA PREPARATÓRIA DE CADETES DO AR Federal 692,24
10 BA Salvador COLÉGIO MILITAR DE SALVADOR Federal 692,09
11 BA Simões Filho INSTITUTO FEDERAL DE EDUCACAO CIENCIA E TECNÓLOGIA DA BAHIA Federal 690,08
12 MG Juiz de Fora COLEGIO TÉCNICO UNIVERSITÁRIO Federal 688,95
 13 RJ Rio de Janeiro COLÉGIO PEDRO II Federal 688,69
14 MG Belo Horizonte CENTRO FEDERAL DE EDUCACÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS – BH Federal 686,84
15 SP São Paulo ESCOLA TÉCNICA DE SÃO PAULO Estadual 686,18
16 MG Juiz de Fora COLÉGIO MILITAR DE JUIZ DE FORA Federal 686,07
17 MG Belo Horizonte COLÉGIO MILITAR DE BELO HORIZONTE Federal 685,92
18 RJ Rio de Janeiro INSTITUTO FEDERAL DE EDUCACÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO DE JANEIRO CAMPUS MARACANA Federal 685,67
19 RJ Rio de Janeiro COLÉGIO DE APLICAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Federal 685,53
20 RN Mossoró INSTITUTO FEDERAL DE EDUCACÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RN CAMPUS MOSSORO Federal 684,67
21 SP Cubatão INSTITUTO FEDERAL DE EDUCACÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SAO PAULO – CAMPUS CUBATAO Federal 683,46
22 BA Salvador INSTITUTO FEDERAL DE EDUCACÃO CIENCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA Federal 682,55
23 CE Fortaleza CENTRO FEDERAL TECNOLÓGICO DO CEARA CEFET Federal 681,55
24 RJ Rio de Janeiro CEFET CELSO SUCKOW DA FONSECA Federal 680,94
25 CE Juazeiro do Norte CENTRO FEDERAL DE EDUCACÃO TECNOLÓGICA DO CEARÁ Federal 680,79
26 RJ Rio de Janeiro COLÉGIO PEDRO II UNIDADE HUMAITÁ II Federal 680,19
27 SP Guaratinguetá COLÉGIO TÉCNICO E INDUSTRIAL DA UNESP Estadual 679,64
28 SP Mogi das Cruzes ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PRESIDENTE VARGAS Estadual 679,64
29 MA São Luís INSTITUTO FEDERAL DE EDUCACAO CIENCIA E TECNOLOGIA DO MARANHAO CAMPUS SAO LUIS-MONTE CASTELO Federal 677,47
30 RJ Rio de Janeiro COLÉGIO MILITAR DO RIO DE JANEIRO Federal 675,72
31 ES Vitória IFES-CAMPUS DE VITÓRIA Federal 675,43
32 RJ Niterói COLÉGIO PEDRO II UNIDADE ESCOLAR DESCENTRALIZADA DE NITEROI Federal 674,83
33 SP Osvaldo Cruz ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL AMIM JUNDI Estadual 674,06
34 DF Brasília COLÉGIO  MILITAR DE BRASILIA Federal 673,73
35 RN Natal INSTUTO FEDERAL DE EDUCACAO CIENCIA E TECNOLOGIA DO RN – CAMPUS NATAL-CENTRAL Federal 672,91
36 MG Belo Horizonte COLTEC-COLÉGIO TÉCNICO DO CENTRO PEDAGÓGICO DA UFMG Federal 672,50
37 SP Lorena COLÉGIO TÉCNICO DE LORENA Estadual 672,39
38 SP Paulínia ESCOLA TÉCNICA DE PAULINIA Municipal 671,18
39 PR Curitiba COLÉGIO MILITAR DE CURITIBA Federal 668,99
40 RJ Rio de Janeiro COLÉGIO PEDRO II – UNID REALENGO Federal 668,52
41 PR Pato Branco UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANA Federal 667,74
42 BA Barreiras CEFET BA UNED BARREIRAS Federal 667,25
43 MG Divinópolis CEFET-MG-UNED DIVINOPOLIS Federal 667,20
44 RS Porto Alegre COLÉGIO MILITAR DE PORTO ALEGRE Federal 667,06
45 SP Bauru COLÉGIO TÉCNICO INDUSTRIAL PROF ISAAC PORTAL ROLDAN UNESP Estadual 665,67
46 SP Campinas COLÉGIO TÉCNICO DA UNICAMP Estadual 665,55
47 SP Rio Claro ESCOLA TÈCNICA ESTADUAL ARMANDO BAYEUX DA SILVA Estadual 665,51
48 RJ Nova Iguaçu CEFET – RJ UNED – NOVA IGUACU Federal 664,38
49 SP São Paulo ESCOLA TÈCNICA ESTADUAL PROFESSOR BASILIDES DE GODOY Estadual 664,11
50 RJ Rio de Janeiro COLEGIO PEDRO II-UNIDADE ESCOLAR SAO CRISTOVAO III Federal 663,99

A esmagadora maioria das escolas da relação é técnica. O Colégio Pedro II, tradicional escola secundária do Rio de Janeiro, e os colégios de aplicação vinculados a universidades públicas são as exceções.

Em outro texto já discutimos os motivos para a boa classificação das escolas no ENEM. Consideramos que o fator fundamental para o sucesso são os alunos que essas escolas abrigam e não necessariamente as suas propostas pedagógicas ou a qualidade de ensino que proporcionam.

As escolas são melhor classificadas no Enem porque são freqüentadas pelos alunos com melhor formação inicial. As escolas particulares selecionam os melhores alunos especialmente através de critérios sócioeconômicos. Os alunos que conseguem pagar o valor de suas mensalidades são aqueles que também têm mais acesso aos bens socioculturais e uma formação  de base que facilita percorrer os áridos caminhos de aprendizagem do ensino médio. Os alunos das escolas públicas melhor classificadas passam por uma seleção concorrida (vestibulinho) antes do início do ensino médio. Isso é especialmente verdadeiro para as escolas técnicas federais.

Mas a relação anterior inclui escolas cuja classificação não é necessariamente explicada pela seleção prévia de seus alunos. Não temos informações sobre a concorrência inicial para ingresso nos colégios militares e nas escolas técnicas estaduais situadas em cidades médias, especialmente as do Estado de São Paulo. Mas imaginamos que ela não é tão grande a ponto de explicar a classificação dessas escolas entre as “50 mais”.

A partir desses casos, é interessante propor e pesquisar outra variável explicativa: essas escolas são bem classificadas porque são técnicas. Ou seja, o conteúdo do ensino médio, que é comumente alheio ao cotidiano dos jovens, passa a fazer sentido na medida em que, nessas escolas, se associa a um saber prático e a um fazer correspondente. O interesse despertado por esse fazer se amplia de forma abranger os conteúdos disciplinares de educação geral, que, de outra forma, são abstratos e sem interesse porque apartados das questões concretas da vida, do trabalho e do exercício da cidadania.

 

Educadores do Brasil – Paschoal Lemme 1 de dezembro de 2009

O texto a seguir foi extraído do Programa de Estudos e Documentação Educação e Sociedade da Universidade Federal do Rio de Janeiro, arquivo Paschoal Lemme.

Paschoal Lemme, 1978

Paschoal Lemme nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 12 de novembro de 1904 e faleceu na mesma cidade em 14 de janeiro de 1997. Filho de Antônio Lemme e de D. Maria do Nascimento Paes, ambos brasileiros naturalizados. Casou-se em 1927 com D. Carolina de Barros e Vasconcelos, professora normalista, sua companheira por mais de meio século. O casal teve seis filhos.

Paschoal aprendeu a ler e a escrever com a mãe que usava a velha cartilha de Thomaz Galhardo. Fez o primário em escolas públicas do bairro do Méier. Na última delas, depois denominada Escola Profissional Visconde de Cairu, aproximou-se do Diretor, professor Teófilo Moreira da Costa que revolucionou os métodos de ensino e a disciplina. Esse professor exerceu forte influência no espírito de Paschoal, levando-o a optar pela profissão de educador. Em 1919, ingressou na escola normal, diplomando-se em 1923. No ano seguinte, foi nomeado professor adjunto do município, indo trabalhar em escola da zona rural carioca. Simultaneamente, a partir de 1925, após obter os certificados dos exames preparatórios no Colégio Pedro II, foi aprovado no vestibular da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, matriculando-se no Curso de Engenharia Civil que freqüentou até a 3ª série.

Em 1926, ingressou na Associação Brasileira de Educação, fundada em 1924, nas salas dessa Escola, por professores de seu corpo docente como Heitor Lira, Francisco Venâncio Filho, Mário de Britto e Edgar Sussekind de Mendonça, aos quais se ligou, desfrutando de sua convivência. A convite do Professor Teófilo, começou a ensinar Matemática Elementar na Escola Visconde de Cairu. Em junho de 1928, passou a integrar a equipe de Fernando de Azevedo que empreendia grande reforma do ensino no Distrito Federal, no cargo de assistente da Subdiretoria Técnica, dirigida por Jonatas Serrano, acumulando mais tarde com a função de Oficial de Gabinete e assumindo gradativamente responsabilidades maiores. Ao mesmo tempo, lecionava Matemática e era vice-diretor da Escola de Comércio Amaro Cavalcanti.

Fundou em 1931 o Instituto Brasileiro de Educação, visando à experimentação pedagógica e à aplicação de novos métodos de ensino. Participa das atividades da Associação Brasileira de Educação (ABE) integrando seu Conselho Diretor. Foi um dos principais articuladores do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova que seria publicado em 1932, bem como das Conferências Nacionais de Educação promovidas pela ABE, tendo sido relator de várias delas. Ainda em 1931, retorna à Diretoria de Instrução, depois Secretaria de Educação, incorporando-se à equipe de Anísio Teixeira que implementava um programa de grandes transformações educacionais no Distrito Federal. Em 1932, foi efetivado como professor de escolas técnicas secundárias do município do Rio de Janeiro. Lecionou História e Filosofia da Educação na Escola Normal de Niterói e no Instituto de Educação do Rio de Janeiro. Trabalhou como inspetor de ensino de 1933 a 1937.

Assumiu em 27 de janeiro de 1936 a Superintendência de Educação de Adultos do Distrito Federal, permanecendo no cargo até 14 de fevereiro de 1936, menos de um mês, quando foi preso sob a acusação de ministrar curso de orientação marxista para operários da União Trabalhista. Ficou na prisão durante um ano e quatro meses, junto com outros intelectuais, por suas idéias políticas, no ambiente das perseguições após a Intentona Comunista. Em 1938, foi aprovado em concurso para técnico de educação, indo integrar o quadro de profissionais do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, sob a direção de Lourenço Filho, onde chefiou as seções de “Documentação e Intercâmbio” e de “Inquéritos e Pesquisas”. Em 1939 participou dos Cursos “Critical Problem in Secundary Education”, promovido pela Universidade da Pensylvania no Rio de Janeiro e “Public School Administration and Social Interpretate”, na Universidade de Michigan. Esteve também na União Soviética em viagem de observação do sistema educacional.

Cabe ressaltar que, nos idos de 1933 e 1934, Paschoal Lemme já havia feito opção clara pelas teses fundamentais da Filosofia Marxista, sobretudo em seus aspectos humanísticos, contra a exploração do homem pelo homem, tendo sido, a rigor, o primeiro educador marxista brasileiro.

Seu pensamento pedagógico é marcadamente progressista, tendo sido defensor do ensino público universal, gratuito e obrigatório, como responsabilidade básica do Estado. Sua tese central é a de que não existe educação democrática e não ser numa sociedade democrática.

Foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem Nacional de Mérito Educativo (1993) e com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal Fluminense (1995) assim como pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

 

O que faz um colégio ser bom no ENEM? 12 de novembro de 2009

 

Em post anterior, discutindo uma tabela publicada no jornal Folha de São Paulo em: Melhores colégios tem até 50 candidatos por vaga, concluímos  que os colégios são bem colocados porque selecionam os melhores alunos já no início do Ensino Médio. A seleção se faz por meio de exames de admissão e/ou através da condição sócio-econômica dos candidatos. Os colégios são tão bons quanto os alunos que os frequentam.

 

Em outro post, Resultados do ENEM e Mudanças no Ensino Médio , perseguindo a relação entre a inovação na arquitetura escolar e os resultados do ENEM, fizemos uma busca no google/imagens e nos sites dos 10 colégios mais bem classificados no Brasil, tendo como referência o ENEM de 2008. Constatamos que eles não inovam na arquitetura escolar e que provavelmente também não são inovadores na metodologia de ensino que adotam.

 

Usando os mesmos recursos de pesquisa vamos investigar os 10 “melhores” colégios paulistas. Nesta busca, estamos tentendo responder à seguinte pergunta: os colégios paulistas mais bem classificados no ENEM inovam na arquitetura escolar ou na metodologia que adotam,

 

Inicialmente, estudamos os dois primeiros colocados: Vértice e Bandeirantes. Neste post vamos investigar os colégios classificados em terceiro e quarto lugares: O Colégio Móbile e o CEFET/SP, hoje IFSP (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia).

 

Colégio Móbile

Apresentamos abaixo o que de mais significativo encontramos no Colégio Móbile sobre arquitetura escolar e e metodologia de ensino.

 

Externamente, o prédio do Colégio Móbile é  muito bonito. O prédio do Ensino Médio foi projetado pelo arquiteto Paulo Sofhia e premiado na III Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo.

 

O projeto pedagógico é tratado de forma mais extensiva do que o comum dos projetos de escolas particulares. Entretanto, sobre metodologia ele é meio evasivo. O textos citados abaixo, retirados do site do colégio, são os mais representativos que encontramos sobre metodologia e sobre a arquitetura esolar interna.

 

“Crianças e adolescentes se convertem em sujeitos ativos do processo de aprendizagem quando despertados para o prazer e a responsabilidade de aprender. Essa atitude participativa é o ponto de partida indispensável para desenvolver a capacidade de pensar, de discriminar valores, de cooperar, de ter a habilidade de se adaptar às novas exigências do grupo e do meio.”

 

“O conceito básico das salas de aula é o de sala-ambiente. Os alunos – e não os professores – mudam de espaço, conforme o horário de cada série. Isso possibilitará que cada sala tenha a melhor estrutura para o ensino das disciplinas. Da mesma forma, as disciplinas de Química, Física e Biologia têm seus próprios laboratórios, com aproximadamente 100 metros quadrados de área cada um. A sala de Informática com equipamentos modernos, uma sala de artes, um teatro, uma biblioteca multimídia e uma quadra poliesportiva completam os recursos disponíveis para o aluno do Ensino Médio.”

 

As fotos a seguir mostram dois desses ambientes.

 

Observe que este primeiro, na foto ao lado, não está organizado de forma a estimular a referida atitude participativa.

 

 

 

 

 

Uma  segunda foto de uma  dessas salas ambientes mostra um arranjo físico mais compatível com a atitude participativa prevista na proposta pedagógica do Colégio.

Não vimos fotos de salas convencionais ou pelo menos fotos de salas denominadas assim.

 

No entanto, a foto com o professor conversando com o aluno, também extraída do site, mostra um arranjo (em auditório) convencional e deixa uma dúvida. Não seriam todas as salas de aula convencionais organizadas dessa maneira.

 

 

IFSP (unidade da capital)

Ao contrário das escolas privadas, a única escola pública na lista dos dez colégios mais bem classificados no ENEM, em seu site, não dá muita importância às fotos. Assim, não temos foto de sala de aula a mostrar. A pequisa de imagens no Google também não permitiu identificar fotos que fossem de salas de aula da antiga Escola Técnica Federal de São Paulo.

 

Também ao contrário das escolas particulares, o site dedica 15 páginas de texto à proposta pedagógica da instituição de ensino. É a primeira vez que vemos textos claros e detalhados sobre a metodologia de ensino proposta. Como exemplo:

“Assim, o estudante é estimulado, via rotineiras e diversificadas metodologias problematizadoras, mediadas pelo outro e pela cultura, aprende a ser, aprende a conviver, aprende a fazer e aprende a aprender.

Esse paradigma de aprendizagem se ancora também nos pressupostos vygotskyanos, quer por considerar o aprendizado como um processo eminentemente social, quer por ressaltar a influência da cultura e das relações sociais na formação dos processos mentais superiores.

Opondo-se às teorias inatistas e ambientalistas, crê num sujeito histórico interferente e produtivo, onde:
– A consciência nasce da atividade prática e é construída pela interação homem-mundo, mudando de acordo com as mudanças sociais.
– A interação sujeito-objeto é mediada pelo uso de signos.
– A internalização dos signos desenvolve as funções mentais superiores.
– A apropriação do conhecimento se dá por um processo ativo do indivíduo em suas relações de trocas com o meio e o outro.
– A aprendizagem é processo social, caracterizada pelas multi inter-relações entre o sujeito e o meio.
– A linguagem no interior dos grupos é básica por exercer a função mediadora, ampliando as relações sociais e da apreensão da experiência humano- social.”

 

Na ausência de fotos, postamos uma tabela que resume a infra-estrutura do IFSP (unidade da capital):

NFRA-ESTRUTURA FÍSICA – UNIDADE SÃO PAULO
Ambientes Didáticos Quantidade
Salas de Aula Tradicionais 59
Auditório 03
Salas de Projeção 05
Biblioteca Multi-Área 01
Laboratórios de Informática Integrados em Rede Internet 16
Salas de Desenho 07
Laboratórios de Física, Química e Biologia 06
Laboratórios de Geografia e Redação 06
Laboratórios de Construção Civil 08
Laboratórios de Eletrotécnica 07
Laboratórios de Eletrônica e Telecomunicações 07
Laboratórios de Mecânica: 10
Laboratórios de Automação 04
Célula de Manufatura 01
Oficinas de Praticas Profissionais de Eletrônica, Eletrotécnica e Telecomunicações. 03
Oficinas de Produção Mecânica de Tornearia, Frenagem, Retificadora e Maquinas Especiais 04
Oficinas de Produção Mecânica de Soldas Elétricas e Oxiacetileno 02
Laboratórios de Turismo 01
Laboratório de Educação Musical 01
Ateliê de Artes 01
Estúdio de Rádio e TV 01
Pista de Atletismo 01
Campo de Futebol 01
Quadras Poli – Esportivas  

 

Observe-se que a tabela informa a existência de 59 salas tradicionais. Quase apostamos que elas estão, na maior parte do tempo, no formato de auditório. Somadas ao auditório propriamente dito e às 5 salas de projeção temos  um total de 65 salas em formato de auditório. As demais, ao todo 88, certamente não estão organizadas assim.

 

Pela primeira vez encontramos um colégio, dentre os que vão bem no ENEM, que valoriza a metodologia ativa e que tem a maioria das salas de aula organizadas em formatos não-tradicionais.

 

Poderíamos concluir que metodologias e espaços mais modernos de ensino não são incompatíveis com o sucesso no ENEM. Infelizmente nos lembramos a tempo que, nos exames seletivos para o ingresso IFSP, concorrem 50 candidatos por uma vaga. Também nos recordamos que a mensalidade no Ensino Médio do Móbile supera os R$ 1.700,00. Isso repesenta muito mais que o salário médio no Brasil.

 

De fato o ENEM não discrimina nem seleciona. Quanto ele acontece na vida escolar da população estudantil brasileira a seleção já foi feita.

 

Ensino Médio, um problema insolúvel? 27 de fevereiro de 2009

 

Revisitando as páginas de “A Construção do Pensamento e da Linguagem”, de L. S. Vigotski (São Paulo, Editora Martins Fontes, 2001), três marcantes parágrafos chamaram-me a atenção. São dois parágrafos curtos e outro um pouco mais longo. A ver:

 

O pensador - Auguste Rodin

O pensador - Auguste Rodin

1. “(…) onde o meio não cria os problemas correspondentes, não apresenta novas exigências, não motiva nem estimula com novos objetivos o desenvolvimento do intelecto, o pensamento do adolescente não desenvolve todas as potencialidades que efetivamente contém, não atinge as formas superiores ou chega a elas com extremo atraso” (p. 171).

 

2. “A formação de conceitos surge sempre no processo de solução de algum problema que se coloca para o pensamento do adolescente. Só como resultado da solução desse problema surge o conceito” (p. 237).

 

3. Não menos que a investigação teórica, a experiência pedagógica nos ensina que o ensino direto de conceitos sempre se mostra impossível e pedagogicamente estéril. O professor que envereda por esse caminho costuma não conseguir senão uma assimilação vazia de palavras, um verbalismo puro e simples que estimula e imita a existência dos respectivos conceitos na criança mas, na prática, esconde o vazio. Em tais casos, a criança não assimila o conceito mas a palavra, capta mais de memória que de pensamento e sente-se impotente diante de qualquer tentativa de emprego consciente do conhecimento assimilado. No fundo, esse método de ensino de conceitos é a falha principal do rejeitado método puramente escolástico de ensino, que substitui a apreensão do conhecimento vivo pela apreensão de esquemas verbais mortos e vazios” (p. 247).

 

Vigotski diz que o método puramente escolástico de ensino é rejeitado. Não no Brasil. Aqui é a prática pedagógica corrente, principalmente na escola pública e no Ensino Médio. Dos dois primeiros parágrafos, podemos concluir que estamos impedindo a nossa juventude de desenvolver todas as suas potencialidades e de atingir ou chegar muito atrasada às formas superiores de pensamento. Estamos emburrecendo a nossa juventude.

 

A crítica e a constatação não são novas. O que surprende é a tremenda força de resistência à mudança de nossa escola. Convivo com os problemas da educação brasileira há quarenta anos. Repassando esse tempo todo, resta a sensação de que nada mudou.

 

A invencível resistência à mudança de nossa escola, me fez lembrar um poema de João Cabral de Melo Neto: “O Número Quatro”. Ele diz:

 

O número quatro feito coisa

ou a coisa pelo quatro quadrada,

seja espaço, quadrúpede, mesa,

está racional em suas patas;

está plantada, à margem e acima

de tudo o que tentar abalá-la,

imóvel ao vento, terremotos,

no mar maré ou no mar ressaca.

Só o tempo que ama o ímpar instável

pode contra essa coisa ao passá-la:

mas a roda, criatura do tempo,

é uma coisa em quatro, desgastada.


João Cabral de Melo Neto, O Número Quatro. In: João Cabral, Museu de Tudo. Rio de Janeiro, José Olympio Editora, 1976, p.54.

Inspirado no poema, me propus a identificar as quatro causas fundamentais que fazem com que o Ensino Médio esteja “plantado à margem e acima de tudo o que tentar abalá-lo”. Depois de talvez ainda insuficiente reflexão, escolhi quatro grandes pilares de manutenção de nosso “quadrado” Ensino Médio: o currículo (dividido em disciplinas), o sistema de formação de professores, a facilidade de operação administrativa,  o pensamento pedagógico dominante.

 

Esses quatro pilares estão intimamente relacionados. Eles se reforçam mutuamente criando o espaço, a mesa, o quadrúpede do nosso Ensino Médio. Eles não atendem às necessidades de desenvolvimento intelectual e afetivo de nossos adolescentes. Eles atendem a uma racionalidade dominante. Em uma sequência de artigos posteriores vamos abordar cada um desses pilares e as interrelações entre eles. Se fôlego sobrar, vamos discutir como desgastá-los, rumo à roda da mudança e da melhoria contínua.

 

Prevenção também se ensina (I) 24 de junho de 2008

 

Um dos trabalhos de capacitação de educadores e de estudos e pesquisas da Germinal Consultoria foi desenvolvido para o projeto “Prevenção também se ensina” da Secretaria  de Educação de São Paulo e coordenado pela FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação). O trabalho envolveu o desenvolvimento de uma sistemática de avaliação para o projeto “Prevenção Também se Ensina” e a realização da avaliação do projeto em dois anos consecutivos (1996 e 1997). No portal da FDE, o Projeto é, em 2008,  assim apresentado:

 

O projeto Prevenção Também se Ensina, coordenado pela SEE – Secretaria de Estado da Educação, é executado pela FDE – Fundação para o Desenvolvimento da Educação em escolas da rede pública estadual de ensino desde 1996. A iniciativa é voltada à  promoção da cidadania saudável e à redução da vulnerabilidade da comunidade escolar à gravidez na adolescência, ao uso indevido de drogas e às DST/Aids.

A iniciativa abrange todas as escolas das 91 Diretorias de Ensino do Estado, beneficiando alunos dos ensinos Fundamental e Médio. Entre seus objetivos está a viabilização na rede estadual de ensino de um projeto de educação continuada que propicie condições para o desenvolvimento da auto-estima dos alunos e do senso de responsabilidade sobre a saúde individual e coletiva, promovendo a redução do abuso de drogas e a conscientização sobre as complicações relacionadas à gravidez na adolescência e sobre as DST/Aids.

Para atingir seus objetivos, o Prevenção Também se Ensina: capacita educadores das Diretorias de Ensino para assessorar, acompanhar e avaliar a implantação de projetos relacionados aos temas da iniciativa; capacita educadores das unidades escolares, dando condições para implantarem projetos de prevenção no âmbito da comunidade escolar; dota as escolas e Oficinas Pedagógicas de materiais didáticos específicos, de forma a viabilizar a implantação dos projetos de prevenção; e cria espaços comunitários informais para discussão e reflexão de temas pertinentes ao projeto, envolvendo centros de saúde, ONGs, associações comunitárias e outras entidades que desenvolvam ações de prevenção e tratamento na região.”

 

A partir de uma entrevista com o coordenador do projeto: Nivaldo Leal Santos, o site Ao Mestre com Carinho, afirma: “A independência das escolas foi proposital, a fim de dar ao projeto um caráter de permanência. Não é uma ação isolada que acontece em uma determinada época do ano letivo, mas um hábito incorporado que envolve mudanças de postura dos professores frente às questões sexo e drogas. De todas as maneiras, é bom saber que Prevenção Também se Ensina já atingiu 71% da rede escolar, 2.700.000 alunos e se expande e consolida cada vez mais, graças ao emprenho dos educadores nele envolvidos e à intenção de educar os adolescentes de forma completa, qualificando suas decisões frente à vida e aos problemas que ao longo dela encontrarão”.

 

 
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