Germinal – Educação e Trabalho

Soluções criativas em Educação, Educação Profissional e Gestão do Conhecimento

Desenvolvimento de Equipes de Alto Desempenho 8 de junho de 2009

logo corEste post apresenta um protótipo de um Programa de Consultoria para o Desenvolvimento de Equipes de Alto Desempenho.

 

Um protótipo de consultoria é, ao mesmo tempo,  uma estratégia, uma estrutura e um processo de consultoria adaptáveis a circunstâncias parecidas com aquelas que lhes deram origem. Consiste em um conjunto de procedimentos, relativamente estáveis e já testados quanto à sua capacidade de produzir os resultados esperados.

 

O protótipo em questão foi desenvolvido a partir de uma aplicação-piloto na QUIMITRANS, empresa de médio porte, que atua no transporte de produtos químicos.

 

Dada a sua origem, o protótipo pode ser replicado em empresas com características semelhantes: empresas da área de transportes, de médio porte e /ou com foco na prestação de serviços.

 

Do protótipo, publicamos a seguir o Pré-projeto. É  o instrumento que dá origem ao processo de consultoria. Da estratégia de consultoria ( item 5), o passo 5.1: discussão e modificação do pré-projeto é realizado sem compromisso da organização-cliente. Só depois dele o orçamento é apresentado e o contrato é efetivado ou não.

 

 

 PROPOSTA DE CONSULTORIA (Pré-projeto)

 

 

1. Proponente: Germinal Consultoria

  

 2. Cliente: Organização X

 

 3. Objeto: Desenvolvimento da equipe dirigente da Organização X.

 

 4. Objetivos: Desenvolver os integrantes da equipe dirigente da Organização X no exercício dos seguintes papéis e competências:

 

A.1. Papel de membro da equipe dirigente:

1. Apoiar a gestão do negócio, tendo como referência o planejamento estratégico.

2. Ajudar técnica e comercialmente os colegas, liderando a equipe dirigente em assuntos de sua especialidade.

3. Ouvir autenticamente as contribuições dos outros membros da equipe dirigente.

4. Transmitir objetivamente (por diferentes meios) suas experiências e conhecimentos aos colegas, facilitando a gestão do conhecimento no interior da organização.

5. Negociar com o grupo, trocando idéias, fazendo acordos, resolvendo divergências.

6. Contribuir na melhoria da dinâmica das reuniões em que participa.

7. Estimular e tomar decisões por consenso.

 

A.2. Papel de elo entre a equipe dirigente e seu grupo de trabalho:

8. Fazer fluir para seu grupo de trabalho as decisões da equipe dirigente.

9. Representar seu grupo de trabalho junto à equipe dirigente.

10. Reunir sistematicamente seu grupo, especialmente antes e depois das reuniões da equipe dirigente.

 

A.3. Papel de líder de seu grupo de trabalho;

 

11. Favorecer o compromisso do seu grupo com os resultados

12. Promover o consenso do grupo em torno de metas específicas e processos de trabalho.

13. Promover a participação do grupo na melhoria dos processos de trabalho.

14. Estimular a participação de todos, delegando responsabilidades e a autoridade correspondente.

15. Facilitar a criatividade do grupo, inclusive como instrumento de superação de conflitos.

16. Avaliar o grupo e prover recompensas ao bom desempenho.

17. Coordenar reuniões e outros processos grupais.

 

5. Estratégia de Consultoria: Para atingir os objetivos previstos, a Germinal adotará uma estratégia de consultoria composta dos seguintes passos:

5.1.  Discussão e modificação, se necessário, deste pré-projeto

5.2.  Diagnóstico de problemas específicos no exercício das competências e dos papéis

5.3. Levantamento de casos para encontro presencial.

5.4. Elaboração de programa do encontro presencial: Desenvolvimento de Equipes de Alto Desempenho.

5.5. Realização do encontro presencial: Desenvolvimento de Equipes de Alto Desempenho

5.6. Apresentação de relatório final em um encontro com todos os participantes. O relatório será centrado em sugestões para a continuidade, em serviço, do desenvolvimento dos papéis e das competências listadas no item 4 (Objetivos).

 

6. Metodologia a ser usada na programação do encontro presencial: Desenvolvimento de Equipes de Alto Desempenho

 

Para o desenvolvimento do encontro presencial Desenvolvendo Equipes de Alto Desempenho serão adotadas as seguintes indicações metodológicas:

 

Projeto, atividades, desafios e problemas

Toda aprendizagem será constituída em torno de um projeto, de uma atividade (jogo ou dinâmica), de um desafio e/ou de um problema que será proposto aos participantes. Tais projetos, atividades, problemas ou desafios devem exigir o exercício das competências para o trabalho em equipe que estão previstas nos objetivos.

 

Situações de aprendizagem

O projeto, a atividade, o desafio e/ou o problema proposto serão o eixo de situações de aprendizagem que ainda envolvem:

a) o aquecimento para a ação;

b) o exercício da competência a ser desenvolvida;

c) a reflexão sobre a ação desenvolvida, a análise de seu desenvolvimento e de seus resultados,

d) a sistematização e generalização do conhecimento obtido e a sua aplicação em outras situações similares de trabalho.

 

Referências e experiências dos participantes

As situações de aprendizagem propiciarão uma mobilização e atualização dos conhecimentos, habilidades e atitudes já presentes no grupo. Suscitarão a troca e o compartilhar dos saberes de cada participante. Na situação grupal, a troca antecederá ou, pelo menos, será simultânea à busca e à construção de conhecimentos, habilidades e atitudes novas e distantes da experiência grupal.

 

     Vivências de situações reais

As situações de aprendizagem serão organizadas de forma que os desafios e problemas profissionais surjam no ambiente de aprendizagem de forma muito semelhante a como aparecem no trabalho da organização. O que irá separar fundamentalmente a situação de aprendizagem dos desafios reais do trabalho é o fato de que, nela, a vivência é controlada e protegida. Na situação de aprendizagem, a conseqüência do erro ou do acerto é uma oportunidade para a reflexão e para o crescimento profissional. A situação de aprendizagem permitirá o ensaio, a reflexão constante sobre a ação e a experimentação repetida.

 

     Variação das situações

A competência revela-se na capacidade de enfrentar com sucesso as situações não usuais e inesperadas do cotidiano profissional. Então, o próprio ambiente de aprendizagem deve ser variado e estimulante. Ao enfrentar o desafio ou solucionar o problema, os participantes serão defrontados com ambientes diferentes e situações inusitadas.

 

     Estímulo a soluções criativas

No desenho das situações de aprendizagem, o trabalho sempre será orientado para a busca de soluções criativas, entendidas como a procura de novos, mais produtivos e agradáveis modos de atuar em equipe.

 

    Situações contínuas de auto-avaliação

O desenho das situações de aprendizagem preverá freqüentes momentos de auto-avaliação. Tais momentos podem ser individuais e/ou coletivos em função da natureza do projeto, atividade, desafio ou problema proposto. Os resultados claramente definidos de início e sempre referenciados às competências a serem constituídas orientarão essas situações de auto-avaliação.

 

Papel do coordenador 

Ao coordenador cabe o papel de facilitador, animador, conselheiro e companheiro de busca.  O coordenador não ensina. Coordenador e participantes estarão unidos na busca do desenvolvimento de suas competências para o trabalho em equipe, mediados pela ação requerida pelas situações de aprendizagem e pela reflexão sobre as atividades desenvolvidas.

 

7. Atividades e cronograma de consultoria

Semtítulo

 

 

8. Orçamento: O orçamento será proposto depois da discussão deste pré-projeto

 

9. Consultor responsável: José Antonio Küller

 

Supervisores: Administração de conflitos e negociação 6 de novembro de 2008

 

Este é o quarto de um conjunto de posts relacionados, onde estamos apresentando a metodologia utilizada em  um amplo e modular Programa de Formação e Desenvolvimento de Supervisores de Primeira Linha, desenvolvido e inicialmente implementado em parceria da Germinal com o SENAC de São Paulo.

 

O programa foi desenhado a partir de um estudo em profundidade sobre as necessidades estratégicas de desenvolvimento profissional do supervisor de primeira linha, desenvolvido para a ABTD.

 

Foi implementado em empresas como: Villares, Belgo-Mineira, Cosmoquímica, Macsol, Caio, Metalúrgica Nova Americana, … Com alterações também foi implementado na COPENE, hoje Brasken.

 

É um Programa exemplar da perspectiva da Germinal de aproximar os universos da cultura e do trabalho, como forma de facilitar a aprendizagem significativa e a construção criativa do conhecimento. O Programa é composto por sete módulos, com duração de 30 horas cada um. Para o desenho metodológico, cada módulo do Programa tem uma arte como referência, como mostra o quadro a seguir.

 

 
Programa de Desenvolvimento de Supervisores
 
Módulo
Arte de Referência
1. Supervisão e Trabalho Participativo
Teatro
2. Desenvolvimento do Papel de Supervisão e Chefia
Dramaturgia
3. Supervisão e Relações de Trabalho
Artes Plásticas
4. Administração de Conflitos e Negociação
Jogo Dramático
5. Desenvolvimento de Recursos Humanos
Literatura
6. Supervisão e criatividade de grupo
Música
7. Elaboração de Planos de Autodesenvolvimento
Poesia

 

Todas as formas de arte, citadas na coluna “Arte de Referência” são utilizadas simultaneamente em todos os módulos no Programa. Em cada módulo, no entanto, uma específica forma artística é usada como modelo ou como eixo do desenvolvimento metodológico. Além do conteúdo apresentado na primeira coluna, é isso que distingue um módulo do outro: a forma artística que articula a utilização das demais artes. A utilização intensiva da arte para efeitos didáticos é uma das inovações do Programa.

 

No Módulo IV, Administração de Conflitos e Negociação,  o jogo dramático exerce um papel articulador. 

 

 Para justificar a inclusão do jogo, como forma de arte, leia:

 

“Não foi difícil mostrar a presença extremamente ativa de um certo fator lúdico em todos os processos culturais, como criador de muitas das formas fundamentais da vida social. O espírito de competição lúdica, enquanto impulso social, é mais antigo que a cultura, e a própria vida está toda penetrada por ele, como por um verdadeiro fermento. O ritual teve origem no jogo sagrado, a poesia nasceu do jogo e dele se nutriu, a música e a dança eram puro jogo. O saber e a filosofia encontraram expressão em palavras e formas derivadas das competições religiosas. As regras da guerra e as convenções da vida aristocrática eram baseadas em modelos lúdicos. Daí se conclui necessariamente que em suas fases primitivas a cultura é um jogo. Não quer isto dizer que ela nasça do jogo, como um recém nascido se separa do corpo da mãe. Ela surge no jogo, e enquanto jogo, para nunca mais perder esse caráter” (Huizinga, J. Homo Ludens. São Paulo, Editora Prespectiva, 1993, p. 193).
 

 

 

 

 

 

  

A METODOLOGIA DO MÓDULO

Alexander Calder, Day and Night Saucer, 1969, Gouache on paper, 44 1/2 x 30 1/2 inches

Alexander Calder, Day and Night Saucer, 1969, Gouache on paper, 44 1/2 x 30 1/2 inches

 

 

 

A metodologia do módulo Administração de Conflitos e Negociação assenta-se sobre o jogo e a analogia. O jogo, enquanto base metodológica, explica-se pelo objeto de estudo, ou seja: o conflito no interior das organizações de trabalho. Sendo um conteúdo de vivência aversiva (a princípio), o jogo possibilita abordá-lo em campo mais relaxado, reduzindo a tonalidade afetiva adversa.

 

Definido o conflito como uma disputa entre duas ou mais partes em torno de um alvo comum, as relações entre o conflito e o jogo tornam-se plausíveis. Vista, por outro ângulo, a negociação como uma forma aceita e muitas vezes regulamentada de operar sobre o conflito no interior das organizações, pontes com o jogo estruturado podem ser estabelecidas. À contraposição que postula a negociação como um processo onde as regras são muitas vezes implícitas e variáveis, pode-se argumentar que nesse caso a negociação guarda similaridades com o jogo espontâneo, onde as regras vão sendo construídas no próprio curso de interação entre os envolvidos.

 

Entendido o conflito nas organizações, análogo metaforicamente a um jogo coletivo, a negociação seria, então, uma forma (estruturada ou não) de jogá-lo.

 

 

 

 

 

 

 

 ANALOGIA METAFÓRICA

 

Alexander Calder, Emerging Globes, 1971, Gouache on paper, 23 x 30 3/4 inches
Alexander Calder, Emerging Globes, 1971, Gouache on paper.

“O termo análogo é aquele que convém a diversos sob um ponto de vista em parte idêntico e em parte diferente.” (S. Thomas de Aquino)

 

A analogia estabelecida no módulo entre conflito e jogo e entre negociação e forma de jogar, tem que ser entendida como metafórica, ou seja, efetuada através de uma construção intelectual, continuamente elaborada pelo próprio jogo e continuamente solicitada aos participantes no transcurso do treinamento.

 

No desenho do jogo, equipe A defronta-se com equipe B, analogamente à Gerência e Força de Trabalho. Assim como há um conflito básico permeando as relações de trabalho e iluminando o sentido dos conflitos secundários, no jogo se propõe uma disputa fundamental. A divisão básica do trabalho nas organizações modernas (nível estratégico, transmissão e nível operacional) é analogamente representada pelos papéis estabelecidos no interior de cada equipe (Diretoria, Técnico, Jogadores).

 

A partir dessas e outras analogias fundamentais, a metodologia do módulo procura suscitar o pensamento analógico dos participantes, no sentido de que a reflexão sobre a vivência do jogo suscite a reflexão sobre a vivência no trabalho. No sentido, incluso, que as conclusões formuladas no treinamento possam ser transpostas para o cotidiano.

 

 

 

 

 O JOGO

 

O jogo proposto está estruturado nos moldes de um torneio de futebol entre duas equipes (A e B). O torneio é composto por uma série de rodadas, cada uma envolvendo um ou mais jogos construídos nos moldes de uma partida de futebol.

 

Nas regras de cada jogo o conteúdo é introduzido. No desenvolvimento do jogo o conteúdo é vivenciado. Na conclusão da rodada o conteúdo é sistematizado. Desta forma, cada rodada é composta de três tempos:

 

a)     Introdução: onde o conteúdo básico é apresentado ao participante, no formato de regras do jogo.

 

 

      Desenvolvimento: onde os jogos são realizados e durante os jogos o conteúdo é vivenciado e subjetivamente ampliado (Jung).

 

      Conclusão: onde o processo e os resultados dos jogos são analisados pelos jogadores e onde, via atividade dramática de imprensa, o conteúdo é revisto e sistematizado.

 

OFICINA DE TRABALHO EM EQUIPE 24 de junho de 2008

 

O material apresentado neste post refere-se a um excerto extraído do Manual do Instrutor da oficina “Trabalho em Equipe” (Eixo I, dimensão “SER PROFISSIONAL”) do Programa Jovem Aprendiz Rural. O Programa foi criado para o SENAR, Administração Regional de São Paulo. A Germinal Consultoria, sob supervisãso da equipe técnica do SENAR, desenvolveu todos os Manuais do Instrutor e as Cartilhas dos Alunos de 19 unidades didáticas (Oficinas e Projetos) do Programa. O excerto deve ser encarado como uma amostra do trabalho que pode ser desenvolvido pela Germinal Consultoria.

 

 I. INTRODUÇÃO

 

 

Alaska - Birds

 

Caro Instrutor

 
Este manual é uma orientação para o trabalho docente no desenvolvimento da Oficina de Trabalho em Equipe do Programa de Aprendizagem Rural do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional do Estado de São Paulo. A Oficina de Trabalho em Equipe está situada no Eixo I do Programa e está diretamente relacionada à dimensão educativa “Ser Profissional”. Nesse sentido, integra-se diretamente ao Projeto que articula o currículo destinado a essa dimensão educativa: Elaborar um Projeto Profissional.

Trabalhar em Equipe é, hoje, uma competência necessária ao exercício de praticamente todas as profissões.
Através do Projeto Articulador “Tornar uma Área Produtiva de Forma Sustentável”, a Oficina integra-se com as demais dimensões educativas do Programa: Ser Cidadão, Ser Pessoa, Ser um Profissional da Agricultura e da Pecuária e Ser um Empreendedor Rural.

A Oficina é composta de cinco aulas ou sessões presenciais de aprendizagem com a duração de 4 horas cada uma, totalizando 20 horas. Ela está didaticamente organizada para o desenvolvimento de competências. Isso implica, você sabe, no tratamento integrado da teoria (conhecimento), da prática (habilidades) e das disposições e posturas relacionadas ao desejo de bem fazer (atitudes). Os conhecimentos, habilidades e atitudes serão tratados em conjunto, de maneira integrada, na medida em que forem necessários para a constituição das competências.

A aprendizagem orientada por competências requer uma metodologia específica de trabalho. Requer, fundamentalmente, a atividade do aprendiz. O aprendiz deve atuar no interior de situações em que as competências em desenvolvimento são requeridas. Disso decorre que o envolvimento pleno do aprendiz nas situações de aprendizagem propostas é requisito essencial. As situações de aprendizagem, sempre que possível, devem ser estimulantes, envolventes e prazerosas.

Dentro dessa perspectiva, o presente manual apresenta: as competências a serem desenvolvidas na Oficina de Trabalho em Equipe; as propostas de situações de aprendizagem destinadas ao desenvolvimento dessas competências; a previsão dos recursos didáticos necessários e a estimativa do tempo demandado por cada situação de aprendizagem e atividades que a constituem.  

Na sugestão de situações de aprendizagem, proporcionar a inserção ativa do aluno no desenvolvimento das atividades foi um cuidado permanente. A mobilização das experiências e conhecimentos dos participantes foi sempre o ponto de partida das propostas de desenvolvimento das competências. Buscou-se valorizar a construção do conhecimento em detrimento da transmissão de informações descontextualizadas e sem sentido. A base, ou alicerce, ou ponto de partida para a construção do conhecimento será o conjunto das experiências e conhecimentos existentes no grupo de aprendizes.

No início de cada sessão de aprendizagem, a sua preocupação principal será sempre a mobilização e o aproveitamento desses conhecimentos e experiências. Você deve estar percebendo que o seu papel será o de orientador da aprendizagem. O seu papel será mais o de proporcionar as condições para aprendizagens plenas de sentido e menos o de ensinar.

Como sugestões que são, todas as situações de aprendizagem propostas a seguir podem ser suprimidas, substituídas, ou adequadas ao grupo específico de aprendizes com o qual você está trabalhando. O importante é que as competências previstas para a Oficina de Trabalho em Equipe sejam desenvolvidas e a perspectiva metodológica do Programa de Aprendizagem Rural seja mantida.

A intenção do caminho pedagógico, a seguir apresentado, é de ajudá-lo a proporcionar aos jovens participantes experiências significativas e fascinantes de aprendizagem integradas à vida e ao trabalho. Desejamos ardentemente que você consiga tal resultado e que essa experiência seja igualmente significativa para você.
Boa sorte!

 

II. COMPETÊNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS


Trabalhar em equipe, contribuindo efetivamente com o esforço grupal em direção aos resultados, demonstrando cooperação e solidariedade, envolvendo:

  • Participar como membro de um grupo de trabalho, contribuindo com os seus resultados.
  • Transmitir suas experiências e conhecimentos aos colegas.
  • Empenhar-se em convencer sobre o que considera mais adequado, útil ou produtivo no que diz respeito ao andamento dos processos de trabalho.
  • Negociar com o grupo, trocando idéias, fazendo acordos, resolvendo divergências.
  • Liderar o grupo.
  • Trabalhar bem com homens e mulheres de diversas origens.

 

 

 III. METODOLOGIA

Pet-friends - Bird

A Oficina de Trabalho em Equipe foi organizada tendo em vista o modelo de aprendizagem orientada para o desenvolvimento de competências. A metodologia e as estratégias de ensino-aprendizagem estarão orientadas no sentido de criar situações concretas ou simuladas em que as competências em desenvolvimento sejam requeridas, exercitadas e avaliadas. Para desenvolver a competência de liderar a equipe, por exemplo, é preciso criar situações onde o participante é solicitado a exercer a lidernça, refletir sobre sua conduta e modificá-la.

Além da situação de aprendizagem requerer a competência, ela deverá ser proposta em um contexto muito próximo ao do enfrentamento concreto dos problemas que demandam uma determinada competência. A competência é requerida para enfrentar os desafios e problemas cotidianos e inusitados da vida, da convivência em sociedade e do trabalho.  A situação de aprendizagem deve ser organizada de forma que os desafios e problemas pessoais, os de convivência social e os profissionais surjam no ambiente de aprendizagem de forma muito semelhante a como aparecem na vida, na sociedade e no trabalho.

O que irá separar fundamentalmente a situação de aprendizagem dos desafios reais da existência, do trabalho e da convivência é o fato de que, nela, a vivência é controlada e protegida. Nela, a conseqüência do erro ou do acerto é uma oportunidade de reflexão e de aprendizagem. A situação de aprendizagem deverá permitir o ensaio, a reflexão constante sobre a ação e a experimentação repetida.

Além dessas indicações mais gerais, serão observadas as seguintes orientações específicas no desenho das situações de aprendizagem:

  •  Na impossibilidade de vivência em situação real, serão utilizadas situações em que a vivência, o jogo e a simulação reproduzem as características das situações reais em que as competências são requeridas.
  • Sempre será valorizada a perspectiva de construção e reconstrução do conhecimento pelos participantes (individualmente ou em grupo).
  • Em todas as situações serão estimulados a ação autônoma dos educandos e o aprender a aprender, em detrimento de outras possibilidades centradas na transmissão e absorção de informações. Aprender a aprender requer a vivência de situações de aprendizagem autônomas.
  • As estratégias de ensino-aprendizagem serão organizadas em torno da atividade dos participantes, da reflexão crítica sobre a atividade e sobre os resultados alcançados. Quando não funcionarem, a revisão das atividades deve ser feita pelos próprios participantes.
  • Os fundamentos e os conhecimentos necessários para a reflexão sobre a ação e as mudanças nas atividades também serão obtidos pelos participantes, graças às iniciativas estimuladas e apoiadas pelos docentes, vistos como coordenadores de atividades.
  • A sala de aula será convertida em ambiente de aprendizagem. A tradicional sala de aula e seu visual clássico (cadeiras arrumadas uma atrás da outra) devem ser transformados em espaços e ambientes flexíveis, vivos e estimulantes de atividades e reuniões de trabalho dos participantes, apoiados pelos educadores.
  • A realidade externa, os seus espaços e suas organizações serão utilizados como laboratórios ou ambientes de aprendizagem;
  • Será explorado, ao máximo, o potencial pedagógico das atividades.
  • Será valorizada a diversidade de estratégias, sempre articuladas com os projetos em construção.

 

  

 

IV . DESENVOLVIMENTO

 

Oficina de Trabalho em Equipe

SESSÃO 4/5

Competências

Situação de Aprendizagem

Recursos

Tempo

Negociar com o grupo, trocando idéias, fazendo acordos, resolvendo divergências…

 

Participar como membro de um grupo de trabalho, contribuindo com os seus resultados.

 

Transmitir suas experiências e conhecimentos aos colegas.

 

Empenhar-se em convencer sobre o que considera mais adequado, útil ou produtivo.

Liderar o grupo.

Trabalhar bem com homens e mulheres de diversas origens.  

 

Breve recapitulação

 

10’

Aquecimento: Refazendo tudo

CD Refazenda. Manual do aprendiz

30’

Apresentação dos objetivos e metas de equipe

Registros da sessão anterior

30’

Estratégias e resultados – Globo Rural

 

Manual do Aprendiz. Câmera de vídeo (opcional)

50’

Intervalo

15

Apresentação da reportagem / Globo Rural

Câmera de vídeo (opcional)

 

30’

Avaliação do trabalho em equipe

 

 

60’

Para conseguir tornar-se um grupo eficaz é preciso…

Post-it

 

5’

Avaliação do dia

Papel sulfite

10’

 

Receba os participantes afetuosamente. Cumprimente-os, chamando cada um pelo seu nome. Como sempre, peça que escolham uma cadeira para sentar, dentre as dispostas em semicírculo, previamente arrumadas e em quantidade idêntica ao do número de participantes.

Breve recapitulação

Faça uma breve recapitulação da sessão anterior. Lembre que ainda falta o painel de apresentação dos objetivos grupais elaborados na sessão anterior. Apresente uma síntese das avaliações (aprendizagens importantes de um integrante de um grupo de trabalho) e comente seus resultados, sem personalizá-los.

Aquecimento: Refazendo tudo

Como aquecimento inespecífico, convide os participantes a ouvirem a música Refazenda, de Gilberto Gil. Peça para que localizem a letra no Manual do Aprendiz para acompanhar a audição.

Vídeo: Refazenda

 

Abacateiro com ninhos de abelha -www. apacatame.org.br

Gil declara que “Refazenda é rememoração do interior; do convívio com a natureza; reiteração do diálogo com ela e do aprendizado do seu ritmo”(Gilberto Gil: todas as letras / organização Carlos Rennó. – São Paulo: Companhia das Letras, 1996,  pág  168.).

Chame a atenção para a brincadeira com as palavras “Refazenda” e “Refazendo” que acaba por abrir outros significados. “Refazendo tudo” pode significar a possibilidade de mudança, de tudo ser recriado, reconstruído.

A seguir, convide os aprendizes a participarem de um rápido jogo (Jogo da roda invertida). O objetivo do jogo é vivenciar uma situação problema cuja solução depende da criatividade, da tomada de decisão por consenso e da cooperação de 100% do grupo. Coordene o jogo conforme as instruções a seguir.
 

 

Jogo da roda invertida

 

 

Procedimentos:

 

· Peça que os aprendizes façam uma roda de mãos dadas, com os rostos voltados para fora e as costas voltadas para dentro da roda.

· Apresente o desafio grupal: encontrar uma forma de virar a roda para dentro, sem que ninguém solte as mãos.

· O grupo fica com autonomia para vencer o desafio. Os componentes devem dar sugestões do que fazer e de como fazer para conseguir virar a roda. Os participantes do grupo decidem que sugestões eles devem experimentar.

·  A ação do jogo termina quando o grupo conseguir virar a roda.

 

 

Quando o grupo demora mais para vencer o desafio e faz mais tentativas o material para discussão é maior. Mas, de qualquer forma, este jogo fornece elementos para discutir o funcionamento do grupo nos aspectos relacionados à: participação, empenho individual e grupal para vencer o desafio, criatividade, abertura para novas e estranhas idéias, sem preconceito, tomada de decisão em grupo por consenso e, às vezes, conflito.

Tente aproveitar todas as oportunidades para discutir a criatividade no grupo de trabalho. A criatividade surge muitas vezes de situações de pressão ou de conflito. Outras vezes, a criatividade surge da busca permanente do homem de mudar para melhor. Daí surgem as tentativas de fazer diferente, de melhorar sempre, de pensar o novo, de enfrentar situações inéditas.

Explore, se possível, a tomada de decisão por consenso. Para alcançar o consenso, o grupo deve dar tempo a cada um de seus componentes para externar sua opinião livremente. Todos os participantes do grupo devem sentir que tiveram sua opinião compreendida e avaliada pelos demais. Assim, mesmo que diferente das deles, acatam e assumem a posição final do grupo.

Não se trata, portanto, de unanimidade de pensamento. Uma vez tomada a decisão por consenso, a execução do trabalho flui muito melhor porque todos sabem o que fazer e responsabilizam-se por isso. Procure identificar e apontar situações de consenso explícito ou implícito nas múltiplas decisões tomadas pelo grupo durante o jogo.

 

 
Apresentação dos objetivos e metas de equipe

M.C. Escher- Céu e Mar (1938)

M.C. Escher- Céu e Mar (1938)

Organize o painel de apresentação dos objetivos e metas das equipes do Desafio Grupal, que foram elaborados na sessão anterior a partir da sua missão e valores. Cada grupo apresenta seus objetivos elaborados e devidamente registrados nas transparências.

Solicite que todos observem, em cada apresentação, se todas as proposições constituem realmente objetivos da equipe de trabalho e se apontam para a realização da missão, sob a égide dos valores assumidos.

Essas definições são muito importantes para a eficácia do grupo. Todos os integrantes de um grupo precisam saber e participar da definição do desafio grupal (objetivos e metas). Como já visto, apenas assim todos se comprometem com os resultados. Só assim, todos direcionam os seus esforços e as suas contribuições na rota correta. Para conseguir isso, a comunicação clara é fundamental.

 

 

 

 Definindo Estratégias e Resultados – Globo Rural
 

Rafael - Detalhe da Madona da Capela Sistina (Roma / Itália)

Rafael - Detalhe da Madona da Capela Sistina (Roma / Itália)

 Prepare-se, pessoalmente, com alguma antecedência, para construir uma situação dramática. Faça uma comunicação dramática às equipes do Desafio Grupal, como representante da produção do programa Globo Rural, nos seguintes moldes:

 “Eu sou responsável pela pauta das reportagens do Globo Rural, da Rede Globo de Televisão. Soube que a equipe de ex-aprendizes do Programa de Aprendizagem Rural, do SENAR, que assumiu a responsabilidade pelo espaço do Projeto Articulador concluiu o seu trabalho e já entregou a responsabilidade pelo espaço.

A experiência que essa equipe desenvolveu e os resultados que conseguiu foram tão relevantes que chamaram a atenção das comunidades do meio rural. Houve um crescente interesse pelo trabalho desenvolvido pela equipe. O interesse foi tão grande que a produção do Globo Rural ficou interessada em fazer uma reportagem.

Decidiu-se que a reportagem deveria ser feita pelos próprios membros da equipe responsável pelos resultados. A própria equipe de aprendizes fará a apresentação de sua experiência de trabalho e dos resultados obtidos. Desta forma, a equipe deve preparar a sua reportagem, utilizando mais uma vez todo o seu talento e criatividade.

Todas as informações adicionais foram enviadas pela produção do Globo Rural de forma escrita. Qualquer esclarecimento adicional poderá ser obtido comigo mesmo, representante da produção do programa Globo Rural”.

 

 Observação: Entenda-se que o ator está falando com todas as equipes como se fossem uma.

 

Depois da comunicação dramática, distribua instruções impressas para todos os grupos que devem se reunir e começar a trabalhar. Estas instruções não estarão no manual do aprendiz. Coloque-se à disposição para esclarecimentos adicionais.

 

 

Globo Rural / Reportagem de Equipe de Aprendizes – Sugestão de Roteiro

 

 

Este roteiro é apenas uma sugestão. A equipe de aprendizes do Programa de Aprendizagem Rural está autorizada a fazer toda alteração que julgar necessária ou conveniente. Nosso representante estará à disposição da equipe para esclarecer, ajudar e fornecer os recursos necessários. De nossa parte, queremos apenas que a equipe prepare uma reportagem tão fascinante quanto foi a experiência desenvolvida no espaço cedido pelo SENAR. O roteiro a seguir pontua possíveis focos a serem abordados, mas a forma de abordagem ficará a cargo das equipes.

1. Chamada inicial – Os resultados: apresentar, sinteticamente, mas com emoção, os resultados obtidos através da experiência.

 

2. A equipe realizadora: apresentação individual através da maior contribuição que cada um deu à experiência e da maior aprendizagem que pessoalmente retirou dela.

 

3. A origem da experiência: apresentar as idéias que fundamentaram o desenvolvimento da experiência.

 

4. O desenvolvimento da experiência: como aconteceu

 

5. Os desafios: os principais desafios enfrentados.

 

6. Os resultados obtidos: apresentação de dados de avaliação de acordo com os critérios definidos com a situação problema.

 

7. Perspectivas futuras da equipe: o que pretende fazer em termos de trabalho e estudo.

 

As equipes preparam suas reportagens para serem apresentadas ao vivo, em painel. Estimule as equipes a manterem o contexto dramático da reportagem e a construírem o seu trabalho final da forma mais criativa possível.
Com a disponibilidade de uma câmera de vídeo, as reportagens poderão ser gravadas e apresentadas no vídeo. A câmera de vídeo também poderá ser utilizada na gravação do programa ao vivo. A música também poderá utilizada como fundo para as entrevistas e locuções. Os grupos estarão livres para formatarem suas reportagens. Procure fornecer os recursos necessários às produções das equipes.
Depois que todos os grupos estiverem com suas reportagens prontas para serem apresentadas e antes das apresentações, convide os participantes para um pequeno intervalo.

 
Apresentação (dramática) das reportagens/Globo Rural

Durante o intervalo, prepare o espaço para a apresentação dramática: espaço para a equipe em cena e para os expectadores. Na apresentação, os expectadores também serão atores. Devem simular que assistem à apresentação no vídeo, mesmo quando ela acontecer ao vivo. Combine a apresentação de todas as reportagens das equipes em seqüência, sem interrupções, para não quebrar a concentração.

 

Avaliação do trabalho em equipe

Gansos - Twiki do DCC/UFBA

Gansos - Twiki do DCC/UFBA

Peça às equipes que voltem a se reunir. Atribua a cada uma delas uma reportagem apresentada por uma outra equipe para avaliarem. Peça para que todas as equipes localizem a orientação de trabalho no Manual do Aprendiz. Coloque-se à disposição para esclarecimentos.

 

Avaliação do trabalho em equipe – Roteiro

 

 

Vocês devem escolher, de início, um coordenador do grupo. O coordenador terá a incumbência de orientar as atividades do grupo de forma que a tarefa seja concluída em 60 minutos.

 

Sobre a reportagem apresentada por outra equipe:

1. Ler novamente a proposta de trabalho da reportagem.

2. Levantar indicadores para avaliação.

3. Avaliar a reportagem apresentada pela equipe de acordo com os indicadores levantados.

4. Fazer outras observações que forem consideradas importantes sobre a reportagem.

5. O coordenador fará a apresentação da avaliação com o compromisso de respeitar a equipe autora do trabalho avaliado. Se o grupo preferir, poderá escolher um outro representante que assuma o mesmo compromisso.

 

Sobre a reportagem da própria equipe:

1. Os componentes da equipe ficaram satisfeitos com a própria reportagem? Citar os pontos fortes e os pontos fracos na opinião da equipe.

2. Como foi o trabalho de preparação? Citar os pontos fortes e os pontos fracos.

3. Atribuir notas para os seguintes quesitos do trabalho de grupo que acabaram de fazer:

·  Atendimento das necessidades individuais.

·  Orientação para a tarefa (produtividade).

·   Compromisso de todos os componentes (incluindo envolvimento no trabalho e participação efetiva).

·  Aceitação da diferença e do conflito de idéias.

·  A criatividade grupal.

·  Utilização do consenso na tomada de decisões.

 

 

Para conseguir tornar-se um grupo eficaz é preciso…

Antes de passar à avaliação do dia, distribua folhas de bloco de post-it para todos e peça para cada aprendiz pensar em toda a vivência desta sessão e escrever o que considera mais importante para um grupo conseguir ser eficaz.

Avaliação do dia

Nas equipes do Desafio Grupal, os aprendizes apontam formas de avaliar a concretização de seus objetivos e metas, por escrito, e entregam ao instrutor.

 

 
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