Germinal – Educação e Trabalho

Soluções criativas em Educação, Educação Profissional e Gestão do Conhecimento

Mário de Andrade: Louvação Matinal 17 de outubro de 2012

Esta situação de aprendizagem faz parte da aula 3/4 da Oficina De Empreendedorismo, do Projeto Trilha Jovem. Foi extraída das Referências para a Ação Docente, manuais do educador elaborados pela Germinal Consultoria, que descrevem passo-a-passo cada sessão de aprendizagem.

Atividade 4. Rodando o PDCA

Em painel, distribua cópias de um excerto do poema Louvação Matinal, de Mário de Andrade. Peça para os jovens fazerem uma leitura silenciosa.

LOUVAÇÃO MATINAL(excerto)…Que a vida de cada qual seja um projeto de casa!Sêco, o projeto agride o ôlho da gente no papel,

Porém quando a casa se agarra no lombo da terra,

Ela se amiga num átimo com tudo o que enxerga em volta,

Se adoça, perde a solidão que tinha no projeto,

Se relaciona com a existência, um homem vive nela,

E ela brilha da fôrça do indivíduo e o glorifica

Deflorar a virgindade boba do que tem de vir!…

Eu nunca andei metido em sortes nem feitiçarias,

Não posso contar como é a sala das cartomantes,

E minhas mãos só foram lidas pelos beijos das amadas,

Porém sou daqueles que sabem o próprio futuro,

E quando a arraiada começa, não solto a rédea do dia,

Não deixo que siga pro acaso, livre das minhas vontades.

O meu passado… Não sei. Nem nunca matuto nele.

Quem vê na noite? o que enxerga na natureza assombrada?

O que passou, passou; nossa vaidade é tão constante,

Os preconceitos e as condescendências são tão fáceis

Que o passado da gente não é mais

Que um sonho bem comprido aonde um poder de sombras lentas

Mostram que a gente sonhou. Porém não sabe o que sonhou…

Não recapitular! Nunca rememorar!

Porém num rasgo matinal, em coragem perpétua

Ir continuando o que um dia a gente determinou!

Eu trago na vontade todo o futuro traçado!

Não turtuveio mais nem gesto meu para indeciso!

Passam por mim pampeiros de ambições e de conquistas,

Chove tortura, estrala o mal, serenateia a alegria,

Futuro está gravado em pedra e não se apaga mais!

Por isso é que o imprevisto é para mim mais imprevisto,

Guardo na sensação o medo ágil da infância,

Eu sei me rir! Eu sei me lastimar com ingenuidade!

ANDRADE, M. Poesias Completas. São Paulo, Livraria Martins Editora, 1974, p. 194.

A seguir, explique o que é um jogral e lance um desafio: o grupo deverá criar um jogral do poema, de forma a produzir uma leitura com arte. Pergunte: como ficaria bonita a interpretação da poesia através de um jogral? Como produzir belos efeitos com o ritmo e a divisão da leitura, a utilização de vozes diferentes, etc.

Transfira a responsabilidade ao grupo de propor a organização do jogral. O poema pode ser dividido em partes e cada parte poderá ser lida por um, alguns ou todos os jovens, com ritmo e sincronia. Assim que o grupo chegar a uma proposta de realizar o jogral, peça para todos se levantarem para ensaiar.

(Deixe o grupo agir por algum tempo. Observe momentos de propostas, planejamento da ação, experimentação – ensaio)

Depois do ensaio, mudanças e ajustes podem ser realizados para melhorar o resultado. Proponha um novo ensaio. O grupo experimenta nova execução.  Depois, volta a avaliar e aperfeiçoar, assim por diante, enquanto o interesse dos participantes se mantiver. Por fim, o grupo deve fazer a sua apresentação “final” em jogral do poema completo.

Novamente sentados em semicírculo, peça ao grupo para comentar a atividade. Depois, fale sobre como a dinâmica do jogral, vivenciada pelos jovens, pode ser uma forma de exercitar a “rodagem” do PDCA, uma técnica para promover a excelência em serviços. A seguir, apresente o PDCA como uma das ferramentas básicas da qualidade.

Em painel, encerre o dia com novo círculo de energia, fazendo variações em relação aos utilizados em aulas anteriores.

 

Traduzir-se 18 de setembro de 2012

Uma ânfora? Foto de Marcus Teshainer

A atividade de projeto para elaboração do Plano de Vida e Carreira,  no Trilha Jovem, tem início com um momento de introspecção.  Convida-se  o jovem para olhar para si  mesmo. Reconhecer os próprios valores e/ou pontos fortes, aumentar a auto-estima, incentivar a  ampliação  contínua de suas qualidades e potencialidades são objetivos que se quer alcançar nesse momento. Acreditar na própria capacidade de realização é fundamental à formulação de um plano de vida e carreira. Para compor o clima e induzir a reflexão, como aquecimento para a primeira sessão de aprendizagem, foi usado o poema Traduzir-se, de Ferreira Gullar.

Traduzir-se

Uma parte de mim   é todo mundo:   outra parte é ninguém:   fundo sem fundo.

Uma parte de mim   é multidão:   outra parte estranheza   e solidão.Uma parte de mim   pesa, pondera:   outra parte   delira.

Uma parte de mim   almoça e janta:   outra parte   se espanta.

Uma parte de mim   é permanente:   outra parte   se sabe de repente.

Uma parte de mim   é só vertigem:   outra parte,   linguagem.

Traduzir uma parte   na outra parte   – que é uma questão   de vida ou morte –   será arte?

Ferreira Gullar

O poema foi musicado e  pode-se optar pela apresentação do vídeo a seguir, além do poema escrito.

Clique aqui para abrir a página Dinâmica de Aquecimento com Traduzir-se, que apresenta uma amostra do trabalho desenvolvido para o  Projeto Trilha Jovem, pela Germinal Consultoria, para o Instituto de Hospitalidade (IH), de Salvador, na Bahia.

 

PRECE 13 de agosto de 2012

Reproduzimos hoje um posta já publicado no Blog Aprender com Poesia. O texto trata do uso do poema Prece, de Fernando Pessoa, em situações de aprendizagem criativa.

O poema Prece foi musicado por André Luiz Oliveira, juntamente com alguns dos outros poemas do livro Mensagem, de Fernando Pessoa, incluindo Padrão, já publicado neste blog.

Em situações ou dinâmicas de aprendizagem na empresa ou na escola, pode-se  optar por usar a música na interpretação de Gilberto Gil, disponível no CD Mensagem.

O poema Prece fala da possibilidade humana de renascimento, sempre presente, ainda que a situação esteja distante dos tempos áureos. Aponta a chama da vida como a condição única para novas viagens, novos projetos, novas distâncias a percorrer.

Uma leitura ou a audição da música com o acompanhamento do texto do poema é bastante pertinente nas situações de aprendizagem em que é necessário um estímulo para a mudança. Quando a descrença, ou desesperança, ameaça comprometer o desenvolvimento de uma proposta de trabalho, o poema Prece dá o toque certo e aponta o caminho para a conquista da distância possível: a que seja nossa!

O poema tem sido inserido em  dinâmicas de aprendizagem criadas pela Germinal Consultoria, para uso em empresas, escolas e órgãos públicos.

    PRECE                                       

  Fernando Pessoa

Senhor, a noite veio e a alma é vil.

Tanta foi a tormenta e a vontade!

Restam-nos hoje, no silêncio hostil,

O mar universal e a saudade.

Mas a chama, que a vida em nós criou,

Se ainda há vida ainda não é finda.

O frio morto em cinzas a ocultou:

A mão do vento pode ergue-la ainda.

Dá o sopro, a aragem, – ou desgraça ou ânsia –

Com que a chama do esforço se remoça,

E outra vez conquistemos a Distância –

Do mar ou outra, mas que seja nossa!

Ouça o poema musicado e interpretado por André Luiz Oliveira.

Se preferir ouvir Prece na voz de Gilberto Gil, clique no link abaixo:

http://leaoramos.blogspot.com/2007/01/fernando-pessoa-gilberto-gil-em-prece.html

 

Catar feijão para redigir uma biografia 27 de setembro de 2011

O poema Catar Feijão, de João Cabral de Melo Neto, foi usado em uma situação de aprendizagem em que o desafio era a redação de uma  biografia. A situação de aprendizagem, apresentada nesta página, está incluída em  uma sessão de aprendizagem da Oficina de Comunicação Oral e Escrita, Eixo I – Competências Básicas para o Trabalho,  dimensão Ser Pessoa,  do  Programa Jovem Aprendiz Rural.  O Programa foi totalmente desenvolvido pela Germinal Consultoria para o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) – Administração Regional do Estado de São Paulo, entre 2004 e 2006.

II. A Biografia do Futuro

Major Clanger, Sunset behind Astoria-Megler Bridge - Flickr

Relaxamento e Imaginação ativa

Providencie um fundo musical suave e alegre (As Quatro Estações de Vivaldi, por exemplo). Oriente um relaxamento pedindo aos participantes para se posicionarem de forma confortável em seus lugares, fecharem os olhos e se concentrarem na respiração, inspirando e expirando profundamente. Peça para relaxarem pés, pernas tronco, ombros, nuca, face, pálpebras e testa, sempre respirando profundamente.

Depois, inicie um processo de imaginação ativa. Informe-os que eles estão com vinte e cinco anos (sempre na terceira pessoa do singular). Peça para se olharem com vinte e cinco. O corpo, a pele (que melhorou muito), os cabelos (que estão com outro visual).

Siga falando que faz uma linda manhã e eles estão se preparando para ir ao trabalho. Olham-se no espelho e se dão conta que o tempo passou depressa. Parece que outro dia mesmo estavam terminando o Programa de Aprendizagem Rural.

Você se lembra do “Projeto de Vida” que elaborou nessa ocasião? De lá para cá muita coisa mudou na sua vida. E o melhor é que você soube se adequar às circunstâncias, às oportunidades que foram surgindo. Teve muitas surpresas também, nesse período. Algumas ótimas. Sua vida afetiva virou de cabeça para baixo e ficou intensa, rica. É… parece que não tem do que reclamar. Bem, acho melhor você acabar de se arrumar, senão vai se atrasar para o trabalho.

Faça uma pequena pausa deixando apenas o som do fundo musical. Depois, devagar, peça para os jovens abrirem os olhos e tomarem contato com o ambiente.

Biografia do futuro

Aproveitando o aquecimento da atividade anterior, informe que os aprendizes vão elaborar uma biografia do futuro. Distribua folhas de papel em branco. Peça para localizarem a orientação específica no Cartilha do Aprendiz e coloque-se à disposição para esclarecimentos.

Biografia do Futuro: Trabalho individual

Muita coisa já aconteceu na sua vida, desde que terminou o Programa de Aprendizagem Rural. Conte tudo o que aconteceu nesse período.Escreva sobre sua vida desde o curso até o seu momento atual, com a idade de 25 anos.Não se esqueça de abordar todos os aspectos da sua existência: profissional, educacional, familiar, afetivo, etc. Utilize a primeira pessoa do singular, escreva frases curtas.

Durante a redação, o silêncio deve ser total, com exceção da música de fundo que permanecerá audível até o encerramento da atividade.

Catar feijão

Depois de concluírem seus textos, solicite para os aprendizes localizarem, no Cartilha do Aprendiz, a poesia Catar Feijão, de João Cabral de Melo Neto e fazerem uma leitura silenciosa.

Texto de Apoio 8: Catar feijão

Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na da folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo:
pois para catar feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.

      Ora, nesse catar feijão, entra um risco:
o de entre os grãos pesados entre
um grão qualquer, pedra ou indigesto,
um grão imastigável, de quebrar dente.
Certo não, quanto ao catar palavras:
a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
obstrui a leitura fluviante, flutual,
açula a atenção, isca-a com o risco.

Melo Neto, João Cabral. Obra Completa, Rio de Janeiro, Editora Nova Aguilar, 1999.

Extraia com os aprendizes as idéias da poesia, sobre a comparação entre catar feijão e escrever. A busca das palavras mais adequadas, a eliminação do que não encaixou bem, do que não deu um bom tom, o encontro da palavra que desperta o leitor… Fale sobre a importância do trabalho artesanal de construir um texto: o rascunho obrigatório, a leitura crítica – do próprio autor ou de outra pessoa – e as correções para fazer o texto definitivo, a consulta ao dicionário e à gramática.

A revisão, ou leitura crítica, feita por olhos estranhos, ajuda a detectar imprecisões e descobrir inúmeras possibilidades de melhorar o texto. Quando a revisão é feita pelo autor, convém aguardar um tempo para conseguir um distanciamento crítico. Isso ajuda a perceber mais os erros e as possibilidades de aprimorar o texto.

No trabalho nem sempre é possível ter esse tempo, então é interessante contar com a revisão de um colega.

Trabalho em duplas

Neste momento, os participantes devem escolher (e é importante que escolham realmente) seus pares, formando duplas, para dar prosseguimento ao trabalho de elaboração da biografia. Peça que eles localizem na Cartilha do Aprendiz a instrução para o trabalho em duplas. Coloque-se à disposição para esclarecimentos.

Biografia Futura: revisão compartilhada

a) Trocar as redações e fazer uma primeira leitura da biografia do colega silenciosamente, sem comentários ou interrupções.

b) Ler pela segunda vez, fazendo revisão. Assinalar, com um lápis, as partes que não entendeu completamente ou teve dificuldade inicial para entender e tudo o que considerar que precisa ser corrigido: coerência, organização dos parágrafos, sinais de pontuação, correção da grafia, acentuação gráfica e concordância.

c) Conversar sobre a biografia de cada um, uma de cada vez, cada um comunicando ao outro as partes assinaladas e explicando as razões.

d) Destrocar as redações, fazer individualmente a versão final da autobiografia futura.

Depois das duplas concluírem seus trabalhos, peça para que todos afixem suas biografias do futuro em lugar visível. Depois, faça a proposta de um pequeno intervalo.

Este post foi publicado originalmente no blog Aprendendo com poesia.

 

Dinâmica com o poema Apresentação 2 de setembro de 2010

 

A dinâmica postada a seguir foi criada para um curso desenhado pela Geminal Consultoria para os consultores responsáveis pelo desenvolvimento continuado dos Docentes do Senac de São Paulo. O cuso foi desenhado e implementado no primeiro semestre de 2009.

 

Sala obscurecida, se possível. Música suave de Fundo: Claire de la Lune (Debussy), com a Orquestra de Philadelphia. Com o Datashow ou transparência projeta-se o poema Apresentação.

Apresentação

 Aqui está minha vida – esta areia tão clara

com desenhos de andar dedicados ao vento.

 

Aqui está minha voz – esta concha vazia.

sombra de som curtindo o seu próprio lamento.

 

Aqui está minha dor – este coral quebrado,

sobrevivendo ao seu patético momento.

 

Aqui está minha herança – este mar solitário,

que de um lado era amor e, do outro, esquecimento.

 

MEIRELES, Cecília. Poesia Completa, vol. I, Retrato Natural. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2001. pg. 606.

 

Abrindo a sessão, o coordenador solicita que um voluntário leia o poema.  Terminada a leitura, o coordenador apresenta uma versão preparada do poema, onde o texto de muitas linhas foi retirado.

Apresentação (texto a ser completado)

 

Aqui está minha vida –

 

Aqui está a minha voz –

 

Aqui está minha dor –

 

Aqui está minha herança –

 

 

O coordenador faz uma pequena introdução para a seguinte proposta: cada participante deve complementar as frases em branco, criando a sua própria versão do poema (como música de fundo / Magnificat / Monteverdi).

 

Depois de concluir a redação, cada participante diz o seu nome e lê a sua versão do poema.

 

O coordenador orienta a criação de um poema coletivo. Para tanto, ele solicita que os participantes fechem os olhos e informa que ele iniciará a criação do poema coletivo, dizendo o início da primeira estrofe:

 

Aqui está minha vida. A partir daí, os aprticipantes vão lendo as frases de seu poema em uma ordem ditada pela intuição e pela emoção.

 

Ao fim, o coordenador recomeça: aqui está a minha voz. Cada participante, ao sentir que chegou o seu momento, abre os olhos e lê o segmento correspondente do seu poema.

 

Na sequência, as falas do coordenador: Aqui está a minha dor e Aqui está minha herança, abrem as leituras das demais estrofes dos poemas dos participantes.

 

Ao final, silêncio e, se merecidos, os aplausos.

 

O coordenador também se apresenta e apresenta brevemente o programa, distribuindo uma cópia para cada participante.

 

Caras e Caros 27 de dezembro de 2009

Filed under: 1 — José Antonio Küller @ 9:47 pm
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O Natal já passou e creio que há muito tempo atrás já fiz uso deste poema. Se o usei, foi em época similar a esta e também para compor uma mensagem de fim de ano. Se o fiz, juntei ao poema uma pintura ou desenho de Helena, como faço agora.

 

 

Um fugaz traço de memória me diz que, então, me fixei em um verso do poema: aquele que fala do pão. Hoje, atento para os versos finais. Desejo que no próximo ano, na vida de todos, possa, enfim, “o ferro comer a ferrugem, o sim comer o não”.

 

Cartão de Natal

João Cabral de Melo Neto

 

 

clip_image002[3]

Pois que reinaugurando essa criança
pensam os homens 
reinaugurar a sua vida
e começar novo caderno, 
fresco como o pão do dia;
pois que nestes dias a aventura
parece em ponto de vôo, e parece
que vão enfim poder
explodir suas sementes:

 

que desta vez não perca esse caderno
sua atração núbil para o dente;
que o entusiasmo conserve vivas 
suas molas, 
e possa enfim o ferro
comer a ferrugem 
o sim comer o não.

 

 

Abraços a todas e todos

Da equipe da Germinal

 

Dinâmica de Apresentação com Poema de Cecília Meireles 9 de dezembro de 2009

Sala obscurecida, se possível. Com o Datashow ou transparência, projeta-se o poema Apresentação.

 

Apresentação

 

Aqui está minha vida – esta areia tão clara  
com desenhos de andar dedicados ao vento.  
Aqui está minha voz – esta concha vazia.  
sombra de som curtindo o seu próprio lamento.  
Aqui está minha dor – este coral quebrado,  
sobrevivendo ao seu patético momento.  
Aqui está minha herança – este mar solitário,  
que de um lado era amor e, do outro, esquecimento.  
MEIRELES, Cecília. Poesia Completa, vol. I, Retrato Natural. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2001. pg. 606.  

 

Música Suave de Fundo: Claire de la Lune (Debussy), com a Orquestra de Philadelphia. Uma cópia do poema, com frases incompletas, na poltrona de cada participante.


 

Abrindo a sessão, o coordenador solicita que um voluntário leia o poema Apresentação.


 

O coordenador apresenta uma versão preparada do poema, onde o texto de muitas linhas foi retirado. O coordenador faz uma pequena introdução, para a seguinte proposta: cada participante deve complementar as frases em branco, criando a sua própria versão do poema (com música de fundo / Magnificat / Monteverdi).


 

Apresentação (texto a ser completado)

 

Aqui está minha vida –  
Aqui está minha voz –  
Aqui está minha dor –  
Aqui está minha herança –  
Participante:  

Depois de concluir a redação, cada participante diz o seu nome e lê a sua versão do poema.


 

O coordenador orienta a criação e a apresentação dramática de um poema coletivo, construído expontaneamente a partir de uma combinação dos versos dos poemas individuais.


 

O coordenador se apresenta e apresenta brevemente o programa, distribuindo uma cópia para cada participante.

 

Reparação em Tempo 28 de agosto de 2009

Com este post iniciamos uma nova categoria: textos de amigos e de leitores.

 

Começamos com um texto de um amigo: Rodolpho Rocha, cujas referências estão na nota 1.

 

 

Por Rodolpho Rocha[1]

Nunca se escreveu tanto, nunca se produziu tantas elucubrações sobre o tempo, sua importância, como usá-lo, como se tornar mais feliz dele se apropriando.

 

O que antes parecia ser preocupação dos poetas, compositores populares e filósofos pré-socráticos, hoje invadiu o erudito mundo dos negócios. Daí essa intensa “manifestação cultural” que, de forma mais oportunista que ingênua, nos apresentam receitas e recomendações para a conquista da felicidade neoliberal.

 

“Gestão do Tempo”, “Maximização do Tempo”, “Otimização do Tempo”, “Produtividade Pessoal”, são alguns dos títulos de livros ou de workshops que demonstram nossa conversão a esse tão disciplinado e eficiente ramo do conhecimento humano.

 

Em contraponto a esse ciclo de modernidade, segue o texto abaixo elaborado após entrevista com membro dissidente do movimento[2].

 

Tempo você não investe.

Tempo você não resgata.

Tempo você não empresta.

Tempo não se desperdiça.

Tampouco se recupera.

Tempo nunca foi dinheiro,

(pois se o fosse, os Bancos dele se apropriariam e,

generosamente, o venderiam para nós com juros obscenos).

Tempo você não acumula,

porque não se pode ser guardado.

Tempo não passa, não vai, nem fica,

porque não é bloco de Carnaval,

nem catapora, nem propaganda gratuita de TV.

Tempo nunca se esgota,

o que acaba é apenas a areia fina

que um idiota desocupado

despejou num vidro de cintura fina e o chamou de ampulheta,

não sabendo o que fazer com o tamanho do seu tédio e o vazio da sua solidão.

Tempo não pode ser gerido,

porque você não é seu dono.

Tempo não pode ser absorvido,

porque não há estoque de toalha de papel disponível.

Tempo não pode ser curtido,

porque não é picles exibido em gôndola de supermercado.

Tempo não passa lentamente.

Tempo não voa tão depressa,

porque não é passarinho, não come alpiste, nem caga na sua desatenta cabeça globalizada.

Ninguém consome tempo,

nem por ele é consumido,

porque tempo não é alimento, não engorda, não provoca gases nem é distribuído em cestas básicas.

Tempo não cura porra nenhuma!

E nem faz parte do receituário farmacológico nacional (incluindo genéricos).

Tempo não acaba com sua dor de corno,

e nem apaga as cagadas que você cometeu.

Foi você, com sua sabedoria quase desconhecida

que guardou toda essa dor, toda essa ira

no lugar certo, dando-lhe o seu verdadeiro tamanho e significado.

E agora torna esses eventos quase bonitos

posto que é só lembrança.

Mas o tempo não tem nada a ver com isso!

Portanto, se você quer aprender sobre o tempo

fale com os malucos que nunca

acreditaram na divisão passado-presente-futuro que quiseram lhe impingir.

Ou fale com os preguiçosos,

que quase por reverência (ou por inércia)

não explicam o tempo, nem pensam em dominá-lo,

sabiamente, a ele se entregam!


 

[1] Notas sobre o autor: Rodolpho Rocha é consultor de empresas e vê com muita seriedade as questões relacionadas à administração e uso do tempo. Faz questão de destacar que o texto quase-poema não reflete sua posição pessoal, porque ele não sabe se a tem. A história é fictícia, o personagem é fictício, o congresso também o é. Só é verdadeira a morena e seu sorriso escancarado, assim como a praia deserta no litoral baiano que o brancaleônico exército dos ambientalistas insiste em preservar.

 

[2] Notas sobre o personagem: O personagem em questão era renomado palestrante de seminários internacionais sobre Administração do Tempo e não raras vezes aparecia em capas de revistas especializadas. Ocorre que num grande evento em São Paulo, onde faria a conferência magna, não apareceu: estava em ótima e sorridente companhia numa praia deserta no litoral baiano. Foi injuriado, foi processado, perdeu muito dinheiro, perdeu todo prestígio conquistado. Mas não se arrependeu nem um pouco da decisão tomada e hoje encanta turistas que compram suas peças de artesanato e ficam deslumbrados com o seu inglês tão fluente.

 

 

Educadores do Brasil: Paulo Freire 6 de agosto de 2009

Filed under: Educadores do Brasil — José Antonio Küller @ 7:17 pm
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 A Paulo Freire….

 

 

Peço licença para algumas coisas.
Primeiramente para desfraldar
este canto de amor publicamente…..

Sucede que só sei dizer amor
quando reparto o ramo azul de estrelas
que em meu peito floresce de menino…..

Peço licença para soletrar,
no alfabeto do sol pernambucano
a palavra ti-jo-lo, por exemplo,
e pode ver que dentro dela vivem
paredes, aconchegos e janelas,
e descobrir que todos os fonemas
são mágicos sinais que vão se abrindo
constelação de girassóis gerando
em círculos de amor que de repente
estalam como flor no chão da casa…..

 

Às vezes nem há casa: é só o chão.
Mas sobre o chão quem reina agora é um homem
diferente, que acaba de nascer:
porque unindo pedaços de palavras
aos poucos vai unindo argila e orvalho,
tristeza e pão, cambão e beija-flor,
e acaba por unir a própria vida
no seu peito partida e repartida
quando afinal descobre num clarão
que o mundo é seu também, que o seu trabalho
não é a pena que paga por ser homem,
mas um modo de amar – e de ajudar
o mundo a ser melhor….

Peço licença para avisar que, ao gosto de Jesus,
este homem renascido é um homem novo:
ele atravessa os campos espalhando
a boa-nova, e chama os companheiros
a pelejar no limpo, fronte a fronte,
contra o bicho de quatrocentos anos,
mas cujo fel espesso não resiste
a quarenta horas de total ternura…..

Peço licença para terminar
soletrando a canção de rebeldia
que existe nos fonemas da alegria:
canção de amor geral que eu vi crescer
nos olhos do homem que aprendeu a ler…..

 

Santiago do Chile,
primavera de 1964.
Thiago de Mello
In, Faz Escuro Mas Eu Canto, 1998
Editora Bertrand Brasil Ltda
Rio de Janeiro – RJ – Brasil
….

 

Letramento Digital – uma amostra 5 de abril de 2009

Capa do livro Navegar é Preciso - ilustração de Mariana Massarani

Livro Navegar é Preciso - ilustrações de Mariana Massarani

 

 

Este post veicula, como amostra, uma sessão de aprendizagem do Projeto Letramento Digital. Para maiores informações sobre o Projeto, acesse os links inseridos ao final da postagem.

 

A imagem à direita é uma reprodução da capa do livro Navegar é Preciso. O livro é um dos  recursos didáticos do Projeto e é destribuído para todos os alunos que o frequentam.

 

 

A PRIMEIRA SESSÃO DE APRENDIZAGEM DA ETAPA REFLETIR

Plano da sessão de aprendizagem (1/5) 

Etapa: Refletir                                            Sessão 1/5

Competências

Situação de Aprendizagem

Recursos

Tempo

Explorar a Internet para efetuar pesquisas.

Utilizar um dicionário e outras ajudas eletrônicas para corrigir textos.

Utilizar dicionários e gramáticas impressas na correção de textos.

Ler textos impressos como forma de expandir a competência de leitura e para ampliar conhecimentos.

Desenvolver mecanismos próprios de correção textual.

Aprimorar, em forma e conteúdo, uma produção textual própria ou alheia.

Explorar livremente os recursos de software disponíveis.

Cena 1: Recepção e introdução à Internet

Água, chá, café. Capas de Revistas. Simulador de Internet

 15’

 Cena 2: As pedras do caminho

 Livro de Leitura

 25’

 Cena 3: Capas

Word.

30’

Cena 4: Manchetes

Word. Revistas usadas.

30’

Cena 5: Arte Final

Disquetes e impressora

30’

 Cena 6: Exposição de arte

  Capas de Revista

 25’

 Cena 7: Navegando e pesquisando

Ambiente de Internet e demais recursos de Informática

15’’

 

Cena 8: Avaliação do Dia

 

MENSAGEIRO

 

10’

 

 

 

 

Modificações no cenário básico

A sala já está ambientada para a etapa Refletir. Os computadores estão desligados. Quando ligados já estarão articulados em rede para possibilitar comunicação escrita entre os participantes. Na rede, cada computador continua recebendo o mesmo número.

Como descanso de tela, alternam-se cópias dos painéis que compõem a ambientação da etapa Refletir. Em uma mesa lateral: Uma garrafa de água, uma garrafa térmica de café e outra de chá.  Em lugar central da sala, no espaço destinado a exposições, estão coladas as capas de revistas produzidas pelos participantes na etapa anterior.

 

Cena 1: Recepção e Introdução à Internet

  Cumprimentando cada participante que chega…

Coordenador: Oi, tudo bem? Não quer tomar um café? Como foi o fim de semana? Disposto para uma nova etapa do Letramento? Viu os novos cartazes? De qual você mais gostou?

Na hora prevista…

Vocês já navegaram na Internet? Hoje vocês poderão experimentar como é navegar na Internet. Ligando os computadores vocês poderão abrir o Internet Explorer (escreve), um programa que permite navegar na Internet. O nosso ambiente de Internet é simulado, não é verdadeiro. É só pra vocês aprenderem a navegar. A Internet real é muito mais rica e complexa; tem-se acesso a milhares de sites do mundo inteiro. Site é uma palavra inglesa que significa sítio.  Dá para navegar a vida toda.

Participantes: Estimulados pelo coordenador, fazem comentários sobre o que conhecem da Internet…

Coordenador: Ocupem seus lugares, liguem as máquinas e entrem na internet. Naveguem e explorem suas possibilidades. Procurem, especialmente, materiais que cada um poderia aproveitar para a revista que estamos fazendo: imagens, fotos, informações etc.; materiais que possam ajudar a melhorar as capas. Nós, hoje, vamos continuar o trabalho com as capas que vocês fizeram na semana passada.

Quinze minutos após o horário marcado…

 

Cena 2: As pedras do caminho

Luís Penetra - Fotógrafos de Elvas
Luís Penetra – Fotógrafos de Élvas

Coordenador: Vamos interromper a navegação pela Internet. Vocês terão outras oportunidades de voltar a ela. Abram o Livro de Leitura, no capítulo Refletir (escrever). A primeira página desse capítulo é a poesia “No Meio do Caminho” (escrever), de Carlos Drummond de Andrade. Todos encontraram? Vamos ler a poesia todos juntos?

Todos: Lêem a poesia.

 

 

 

 

No meio do caminho tinha uma pedra

Tinha uma pedra no meio do caminho

Tinha uma pedra

No meio do caminho tinha uma pedra.

 

Nunca me esquecerei desse acontecimento

Na vida de minhas retinas tão fatigadas.

Nunca me esquecerei que no meio do caminho

Tinha uma pedra

Tinha uma pedra no meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra

 

Poesia Completa / Carlos Drummond de Andrade. – 1ª ed. -Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar S.A., 2002

 

Coordenador: Este poema é muito famoso. O que vocês acharam da mensagem?

Participantes: Estimulados pelo coordenador, fazem comentários a respeito do poema lido.

Coordenador: O que significa, no poema, a expressão “no meio do caminho tinha uma pedra”?

Participantes: Interpretam o texto.

Coordenador: Na vida, a gente sempre encontra uma pedra no caminho ou até mais de uma, não é? Até aqui, no caminho da Revista, vocês encontraram muitas pedras?

Participantes: Estimulados pelo coordenador, comentam a respeito dos problemas que já encontraram na criação da revista, como os enfrentaram e como conseguiram superá-los.

Coordenador: As pedras ainda não terminaram porque o caminho da criação e construção da revista ainda não acabou. A partir de hoje e nas próximas sessões, melhoraremos o que já fizemos e escreveremos muito mais. Voltaremos a cada uma das páginas realizadas na etapa passada em todos os dias da fase Refletir (escrever). Aperfeiçoaremos o trabalho já feito. Tornaremos tudo mais bonito. Corrigiremos o que for necessário corrigir. Escreveremos mais e melhor. Cada um vai fazer da sua parte da revista uma obra prima. Estão prontos para começar?

Participantes: Comentam a proposta de continuidade.

 

 

Cena 3: Capas

criação de Rodrigo Oliveira
Criação de Rodrigo Oliveira

Coordenador: Voltemos, então, para a capa da revista (mostrar a exposição). Lembram-se dela? Foi o primeiro trabalho que fizemos. Abram o arquivo no qual está a capa da revista. O nome da pasta é Revista (escrever) e o nome do arquivo é Capa (escrever). Todos acharam?

Participantes: Abrem o arquivo.

Coordenador: Melhoraremos todas as propostas de capa para a revista. O primeiro desafio é revisar o que já foi feito. Esta é a oportunidade de corrigir o que deve ser corrigido. Vamos verificar se o título da revista e o slogam estão escritos corretamente. Vamos trabalhar em duplas. Formem duplas!

Participantes: Formam duplas, organizadas segundo a proximidade dos computadores.

Coordenador; Cada integrante da dupla ajudará o outro a melhorar a redação do  título e do slogan da revista. Podem começar o trabalho de correção. Utilizem o comando Ortografia e gramática (escrever), em Ferramentas (escrever), que indicará, em vermelho, possíveis incorreções e fornecerá dicas para corrigir o que pode estar errado. Cuidado, no entanto. Às vezes o Word assinala palavras com um risco vermelho e não existe erro nenhum. Algumas vezes, ele dá sugestões para a correção, outras vezes não dá. Converse com o colega de dupla. Discutam.  Usem os dicionários da sala. Usen o Dicionário que vocês encontram na pasta LIVROS. Procurem dicionários na Internet.

 O coordenador acompanha os trabalhos, fornecendo orientações em relação à correção sempre que necessário. Após vinte minutos e verificando que todos conseguiram concluir as correções…

Coordenador: Muito bem! Desfaçam as duplas. Aqueles que não estiverem satisfeitos com o trabalho anterior, e quiserem fazer outras modificações no título e no slogam, podem fazê-lo.

Participantes: Trabalham a capa da revista, de acordo com a proposta.

Coordenador: Todos conseguiram fazer as modificações e correções na capa da revista? Salvem o trabalho no computador e no disquete, sem mudar o nome do arquivo. Vamos ao próximo passo.

 

Cena 4: Manchetes

Coordenador: O segundo desafio é incluir na capa da revista uma coisa nova: as manchetes. Todos sabem o que são manchetes? Manchetes são títulos em destaque, escritos com letras maiores para serem colocados em evidência (mostrar capas de revista previamente selecionadas com manchetes) como estas. Este título é um exemplo de manchete (mostrar). A manchete também é conhecida como chamada de capa. É uma espécie de anúncio do que o leitor vai encontrar no interior da revista. Peguem as revistas que estão nas mesas de vocês e localizem as manchetes nelas existentes. Cada um de nós lerá uma como se estivesse anunciando a revista no rádio ou na televisão. Eu vou começar.

Participantes: Seguindo o exemplo do coordenador, um a um, lêem uma manchete para os companheiros.

Coordenador. Percebam que as manchetes anunciam os assuntos abordados na revista. Em nossa revista, os assuntos tratados são os saberes de cada um. Sobre o que cada um está escrevendo?

Participantes: Cada um diz sobre o que está escrevendo.

Depois de escrever os temas dos integrantes do grupo…

Coordenador: Vocês escolherão uma ou mais dessas matérias para dar destaque na capa da revista. Escolham as que vocês querem colocar em evidência. Todos entenderam?

Participantes: Comentam a proposta. Esgotadas as dúvidas, começam a trabalhar na inclusão de uma manchete (ou mais de uma) na capa da revista.

O coordenador acompanha o desenvolvimento dos trabalhos sem interferir diretamente. Após vinte minutos

 

Cena 5: Arte Final

Coordenador: Todos incluíram suas manchetes de capa da revista? Atenção! Enquanto fazem a arte final, percorrerei as telas para fazer uma revisão final. Revisão final é a revisão que se faz em todas as publicações – jornais, livros, revistas, etc. – para ver se não sobrou nenhuma incorreção por distração do redator ou mesmo de outras revisões já feitas. Então, vou passar no lugar de cada um para fazer a revisão final e apontar casos que precisam de ajustes e/ou de melhorias…

Atenção, coordenador

Evite falar a palavra erro, ou expressões como: “está errado”, “precisa fazer certo”, “tem que mudar o que está errado”. Opte por expressões como: “está bem, mas são necessários alguns ajustes”; “está muito bem, mas com algumas correções vai ficar melhor ainda”; “está ótimo! Com pequenas correções fica perfeito!”

Participantes: Fazem a arte final da capa e correções baseadas nas indicações do coordenador.

 

Cena 6: Exposição de arte

Coordenador: Todos já concluíram? Já podemos fazer uma exposição dos trabalhos? Salvem as mudanças realizadas. Não se esqueçam também de salvar os trabalhos em disquete. Depois, cada um pode imprimir duas cópias da sua capa.

Concluída a impressão…

Coordenador: Para todos analisarem os progressos do grupo, vou expor a capa que cada um acabou de fazer ao lado da sua capa anterior, feita há vários dias.

Coloca os dois trabalhos de cada participante um ao lado do outro, construindo uma exposição coletiva.

Participantes: Movimentam-se para observar todos os trabalhos realizados no dia ao lado dos anteriores. Fazem comentários entre si e com o coordenador sobre suas impressões a respeito do progresso observado.

Coordenador: Parabéns a vocês. O trabalho está muito bom. Desta vez, nem elegeremos o melhor porque todos já são campeões em superação e progresso pessoal e, por esta razão, incomparáveis.

 

Cena 7: Navegando e pesquisando

Coordenador: Vamos  navegar na Internet novamente?  Vocês voltarão para a Internet com uma missão: a de encontrar coisas interessantes  sobre o assunto que estão trabalhando para acrescentar na revista. Ficou claro? (Pausa; depois, enfatizar) A navegação agora não deve ficar à deriva. A atitude é de pesquisador: cada um vai procurar material para enriquecer a sua revista.

Participantes: Comentam a proposta, solicitam esclarecimentos, lançam hipóteses a respeito do aproveitamento de recursos da Iternet.

Coordenador: O que encontrarem e quiserem guardar para uma utilização posterior, selecionem, copiem e colem numa pasta nova. Chamem esta pasta de Pesquisa Internet (escrever). Dêem um nome para cada arquivo. Nomes que facilitem achá-los depois. Todos entenderam?

Participantes: Exploram a Internet procurando textos, gravuras ou qualquer outro recurso sobre o “seu assunto” para incluir na revista. Trocam idéias sobre as possibilidades de aproveitamento. Copiam e arquivam tudo o que considerem interessante.

Dez minutos antes do horário marcado para a saída…

Coordenador: Já não temos mais tempo. Salvem tudo no computador e no disquete. Amanhã voltaremos ao material hoje pesquisado.

 

 Cena 8: Avaliação do Dia

Coordenador: Por favor, abram o MENSAGEIRO e escrevam uma mensagem para mim. Enviem para o meu endereço eletrônico. Para escrever a mensagem, vocês completarão a frase: O que mais me entusiasmou no trabalho de hoje foi… (escrever).

Participantes: Completam a frase e encaminham ao coordenador.

Coordenador: Já recebi a mensagem de todos. Muito obrigado. Espero vocês na próxima sessão. Venham com grandes idéias. Até amanhã. 

 

 

O Projeto Letramento Digital foi desenvolvido e está sendo implementado  pela Germinal e pelo Senac Rio, em parceria. Destina-se à inclusão digital de pessoas com dificuldades de leitura e escrita, objetivando, ao mesmo tempo, ampliar as competências de ler e escrever dessas pessoas com o uso do computador.

Lançado em 26 de maio de 2006, na sede do Senac Rio, a população alvo do Projeto é a que está incluída no nível mais elementar de alfabetismo (nível 1), do Índice Nacional de Alfabetismo Funcional (INAF), criado pela Ação Educativa e pelo Instituto Paulo Montenegro (IBOP).

”O nível 1 de alfabetismo corresponde à capacidade de localizar informações explícitas em textos muito curtos, cuja configuração auxilia o reconhecimento do conteúdo solicitado. Por exemplo, identificar o título da revista utilizada na testagem ou, num anúncio, localizar a data em que se inicia uma campanha de vacinação ou a idade a partir da qual a vacina pode ser tomada gratuitamente“.

A população alvo do Projeto está estimada em 40.000.000 de pessoas. Para enfrentar o desafio de atender pelo menos em parte uma população tão grande, o projeto foi desenvolvido de forma a ser facilmente replicado através de parcerias com instituições  governamentais, ONGs ou através de ações de responsabilidade social das empresas.

 

As organizações ou comunidades interessadas em participar do projeto podem procurar o Centro de Educação para o Trabalho e a Cidadania do Senac Rio. Telefone (21) 2473-8671. Podem também entrar em contato com a Germinal, através do Fale Conosco.

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Clique no link se estiver interessado em mais informações sobre o Projeto Letramento Digital ou em Amostra I ou Amostra II se quiser conhecer outros exemplos de sessões de aprendizagem (aulas) do Projeto Letramento Digital.

 

 

 

 
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