Germinal – Educação e Trabalho

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Programa de Educação para o Trabalho favorece o protagonismo juvenil 14 de agosto de 2008

 

O Programa Educação para o Trabalho do SENAC de São Paulo foi objeto de uma dissertação de mestrado que concluiu que ele favorece o protagonismo juvenil. Postamos, a seguir, o resumo da dissertação de Maria Cistina Durante Esteves. Para saber da participação da Germinal no Programa de Educação para o Trabalho, clique aqui. Para acesso a amostras de trabalho de uma versão alterantiva do Programa, clique aqui.

 

 

O protagonismo juvenil na percepção de jovens em um programa de educação para o trabalho na cidade de Ribeirão Preto.

 

ESTEVES, Maria Cristina Durante

 

RESUMO

 

O protagonismo juvenil é definido como a capacidade do jovem de atuar na sua esfera familiar, social e escolar, seja essa ação individual ou em grupo. Este estudo teve como objetivos identificar de que maneira ocorrem as aprendizagens no Programa de Educação para o Trabalho, verificar se essas aprendizagens favorecem o protagonismo juvenil e conhecer a percepção dos jovens participantes do programa quanto ao seu papel na sociedade. Participaram do estudo, jovens do Programa de Educação para o Trabalho, no município de Ribeirão Preto do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). A coleta de dados foi realizada através de seis grupos focais, envolvendo cinqüenta e seis participantes. As discussões enfocaram a percepção do jovem na sociedade, o significado de participar do Programa e em outros espaços de aprendizagens, assim como o processo educativo dentro do programa. Os dados foram analisados segundo sete categorias de análise: percepção do jovem quanto ao seu papel na sociedade; participação do jovem; trabalho e juventude; lazer e o jovem; prevenção, sexualidade e drogas; aprender e ensinar; e aprender para a vida. A análise dos dados mostrou que alguns jovens sentem-se pressionados a ajudar economicamente suas famílias, que no programa para jovens conseguem aprender para o trabalho e para a vida, que há poucos espaços que estimulam a participação do jovem em outras atividades e que a criação destes espaços é importante para seu crescimento pessoal. Eles vivenciam o medo da violência, apontam para a importância de orientações relacionadas à prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e à gravidez. Concluiu-se que as aprendizagens ocorridas no programa de educação para o trabalho favorecem atitudes protagônicas nos jovens.

 

 

Palavras-Chave:

Educação; Juventude; Participação social

 

 

Dissertação de Mestrado; Programa de Pós-Graduação em Educação – UFSCar; Área de Concentração: Metodologia de Ensino; Orientador: Profª Drª Aida Victoria Garcia Montrone; Ano da Defesa: 2005.

 

 

 

Prevenção também se ensina (II) 22 de junho de 2008

 

Um dos trabalhos de capacitação de educadores e de estudos e pesquisas da Germinal Consultoria foi desenvolvido para o projeto “Prevenção também se ensina” da Secretaria  de Educação de São Paulo e coordenado pela FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação). O trabalho envolveu o desenvolvimento de uma sistemática de avaliação para o projeto “Prevenção Também se Ensina” e a realização da avaliação do projeto em dois anos consecutivos (1996 e 1997). Abaixo, estão apresentados excertos do segundo relatório de avaliação.

 

 

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DO PROJETO “PREVENÇÃO TAMBÉM SE ENSINA” – Segunda fase – 1997

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

Grafitti - oreivainu.weblog.com.pt
Grafitti – oreivainu.weblog.com.pt

O Projeto Prevenção Também se Ensina, uma ação preventiva ao abuso de drogas, às doenças sexualmente transmissíveis (DST) e à AIDS nas escolas estaduais de São Paulo, promovido pela Secretaria de Estado da Educação e operacionalizado pela Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), tem como objetivo geral:

“Estabelecer, na Rede Estadual de Ensino, um programa de educação que propicie condições para o desenvolvimento da auto-estima dos alunos e do senso de responsabilidade sobre a saúde individual e coletiva, promovendo a redução do abuso de drogas e das DST/AIDS”[1]

 

 

 

 

 

AÇÕES ESTRATÉGICAS

Para atingir o objetivo proposto, foi desenhada uma estratégia que visava a implantação de projetos de prevenção em cada escola. Em sua formulação, a estratégia partia do princípio da autonomia das escolas. Previa que os projetos fossem elaborados a partir das necessidades específicas de cada unidade de ensino. Procurava tornar as ações de prevenção parte do cotidiano escolar. Por fim, no desenho da estratégia, foram articuladas seis táticas[2] básicas:

 

 

 

 

 

 

 1. Coordenação Central

Grafitti - oreivainu.weblog.com.pt
Grafitti – oreivainu.weblog.com.pt  

Nas demais Delegacias da CEI, 52 ao todo e geralmente localizadas em cidades menores, as oficinas de capacitação foram realizadas em 1997. As oficinas de continuidade serão realizadas em 1998. Além disso, em 1997 e em convênio como o Ministério da Saúde, um novo grupo de escolas das DEs da Coordenadoria de Ensino da Grande São Paulo (COGSP) e de algumas cidades do interior passou pelo processo de capacitação.  O presente relatório aborda apenas a avaliação das ações desenvolvidas em 1997, no âmbito do Projeto Prevenção também se Ensina (Ampliação). Não envolve as ações decorrentes do convênio com o Ministério da Saúde. Foi constituída, na FDE, uma equipe de coordenação central do Projeto Prevenção Também se Ensina. A equipe assumiu uma prática de gestão participativa e uma perspectiva construtivista para o projeto. Desta forma, tendo como ponto de partida as definições gerais, o Projeto foi sendo detalhado pelos envolvidos em sua operação.        

 

 

2.    Seleção e formação dos Consultores

Um conjunto de profissionais da área de Saúde e da área de Educação foram selecionados e capacitados para a atuação no Projeto. No processo de formação, foi coletivamente desenhada uma estrutura básica (objetivos, conteúdos, recursos didáticos) e esboçada uma metodologia participativa de ensino para as Oficinas de Capacitação. A metodologia das oficinas também postulava a construção coletiva do conhecimento, favorecia a mudança de atitudes e a superação de preconceitos através de dinâmicas de grupo, vivências e grupos operativos. Os consultores, organizados em duplas docentes, conduziram as Oficinas de Capacitação e de Continuidade. As Oficinas tinham como público-alvo educadores das Unidades Escolares (UEs)  e das Delegacias de Ensino (DEs). Os mesmos consultores, através de Reuniões Técnicas, assessoraram educadores das DEs  na coordenação local do projeto. 

 

 3.    Capacitação da equipe escola

Grafitti - Foto Catedral

Grafitti - Foto Catedral

Em toda Delegacia de Ensino, um grupo de escolas (de 5 a 10) foi escolhido para participar do projeto. Dessas escolas, um pequeno grupo de educadores participou de um programa de capacitação desenvolvido nas DEs por duplas de consultores. O grupo de educadores, estrategicamente definido, foi composto pelo diretor (ou vice-diretor), por um coordenador pedagógico e por um professor. Esses educadores, durante e após a capacitação, passaram a ser agentes multiplicadores de formação e promotores do projeto de prevenção de sua escola. 3.1. Capacitação/96Em 1996, em 51 Delegacias da Coordenadoria de Ensino do Interior (CEI) foram realizadas 3 oficinas de capacitação (uma de 8 horas e duas de 16 horas). No mesmo ano, as mesmas oficinas de capacitação foram desenvolvidas em todas as DEs da Coordenadoria de Ensino da Grande São Paulo (COGSP). Esse trabalho já foi objeto de avaliação.3.2. Continuidade/1997Em 1997, nessas mesmas Delegacias da CEI e da COGSP, foram realizadas duas oficinas de continuidade, com duração total de 32 horas. As Oficinas de Continuidade têm como alvo prioritário o acompanhamento da execução dos projetos de prevenção das escolas, formatados durante a capacitação. A avaliação da continuidade está contida no presente relatório.3.3. Capacitação/97 (AMPLIAÇÃO) na av. Luisa Todi, em Setúbal- graffitisetubal.blogs.sapo.pt

 

4.    Capacitação de equipe da Delegacia de Ensino

No mesmo processo de capacitação dos educadores das escolas, um supervisor de ensino e um assistente técnico-pedagógico (ATP) das Delegacias de Ensino foram também envolvidos. Tais profissionais, através de Reuniões Técnicas com duração de 4 horas (uma reunião para cada Oficina de Capacitação e de Continuidade), foram ainda preparados para compor a equipe de coordenação local do projeto “Prevenção também se Ensina”. A coordenação local tem por função assessorar, acompanhar e avaliar a implantação de projetos de prevenção às drogas e às DST/AIDS nas escolas de uma determinada Delegacia de Ensino.

 

5.    Aquisição, produção e distribuição de material didático

Foi implantado um processo permanente de aquisição, produção e distribuição de material didático (livros, textos, vídeos …). Os recursos pedagógicos eram (e ainda são) encaminhados para as escolas participantes do projeto e para as oficinas pedagógicas das escolas, como forma de viabilizar a elaboração, a execução e avaliação dos projetos de prevenção das escolas.

 

 

6.    Articulação de parcerias

No processo de capacitação, na elaboração e no desenvolvimento de projetos as escolas e Delegacias de ensino são incentivadas a estabelecer parcerias com a Secretaria da Saúde, conselhos municipais, associações comunitárias, Organizações Não-Governamentais (ONGs), centros de saúde e outras entidades que desenvolvem ações de prevenção e tratamento na região. As parcerias ampliam as possibilidades de capacitação, potencializam as ações de prevenção e podem dar suporte à continuidade dos projetos de prevenção das escolas após o encerramento do projeto “Prevenção também se Ensina”.

 

 

 

PERSPECTIVA OPERACIONAL E PRINCÍPIOS DE AVALIAÇÃO

 

I know one day Ill turn the corner and I wont b ready for it, Jean-Michel Basquiat
“I know one day I’ll turn the corner and I won’t be ready for it”, Jean-Michel Basquiat

 

A tática operacional básica do projeto “Prevenção Também Se Ensina” é a sensibilização, o estímulo e a formação de educadores para elaboração, implantação e avaliação de projetos de prevenção ao abuso de drogas e às DST/AIDS nas Escolas Estaduais de São Paulo. Para tanto, adotou-se uma metodologia de projeto, que incluía uma metodologia de avaliação.

 

Em relatório anterior de avaliação[5], afirmou-se que a mesma metodologia que orientava a elaboração e avaliação dos projetos de prevenção seria utilizada na análise do próprio projeto “Prevenção Também Se Ensina”. A avaliação dos projetos tem como referência principal o texto “Educação Preventiva e Vulnerabilidade às DST/AIDS e Abuso de Drogas Entre Escolares: Como Avaliar a Intervenção”[6], de José Ricardo de C. M. Ayres.

No relatório anterior, a perspectiva e os princípios de avaliação contidos no texto foram utilizados para avaliar as atividades desenvolvidas em 1996. O mesmo referencial serviu para elaborar uma crítica à sistemática de avaliação e aos instrumentos de avaliação então utilizados. A crítica deu margem à formulação e implantação de uma proposta de transformação de todo o processo de avaliação.

O presente relatório opera sobre os resultados de procedimentos e instrumentos de avaliação renovados. Mantém, no entanto, a mesma perspectiva teórica de fundo.

 

 (…)

 


 

FDE, Prevenção Também se Ensina, São Paulo, 1997, p. 12. 

[1]

[2]

Para melhor compreensão do conceito de estratégia e tática utilizados, ver: Matos

 

[3]

Ver o folheto Prevenção Também se Ensina, São Paulo, FDE, 1996. A obra antes citada, de 1997, é uma reformulação que já incorpora essa construção coletiva.

 

[4]

Uma avaliação quantitativa e qualitativa desse processo de capacitação pode ser vista no Documento 1 do Projeto Prevenção Também se Ensina: Küller, José A. e Rodrigo, Natália F., “Relatório de Avaliação”, FDE, São Paulo, dezembro de 1996.

 

[5]

Ver, Küller, José A e Rodrigo, Natália F., Relatório de Avaliação, op.cit.

 

[6]

Ayres, José Ricardo de C.M., Educação Preventiva e Vulnerabilidade às DST/AIDS e Abuso de Drogas Entre Escolares: Como Avaliar a Intervenção, in Série Idéias, 29, São Paulo, FDE, 1996, p.p. 25-42.

 

 

 

 

 

 

 
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