Germinal – Educação e Trabalho

Soluções criativas em Educação, Educação Profissional e Gestão do Conhecimento

Escola deveria ser garagem 9 de março de 2012

Filed under: Escritos nossos e de outros — José Antonio Küller @ 11:23 am
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Por  Alexandre Sayad, publicado originalmente no Portal Aprendiz em 08/03/2012

 

Pensar em modelos de educação que inovem ironicamente não é uma novidade. A morte do currículo foi decretada cinicamente algumas vezes – o paradigma de não seccionar o conhecimento em áreas de conhecimento chega a ser um discurso cansativo, proferido por quem acredita em uma “educação contemporânea”. O fato é que o mundo da educação padece por ser formado em sua maioria por pensadores, e não executores. Mudar um sistema de ensino é muito complexo; realizar experiências pontuais – construir escolas ideais – que sirvam de exemplo e instiguem mudanças maiores, não tanto. Mesmo assim educadores preferem elaborar teorias a realizar experiências e correr riscos.
Há alguns dias fui provocado por dois jovens e inteligentes documentaristas, Antonio Lovato e Raul Perez, a dar um depoimento sobre “a escola que considero ideal”. Nunca havia pensado de forma totalmente onírica e livre sobre esse tema, então coloquei minha mente para rodar antes da câmera ser ligada. Viajei muito no Brasil e no mundo para conhecer escolas; ouvi outras tantas de amigos. Nesse meu fluxo de pensamento interno me lembrei dos laboratórios do MIT (Massachusetts Institute of Technology), do
Schumacher College, da Escola da Ponte, da Cidade Escola Aprendiz, de uma escola dinamarquesa relatada pelo Rubem Alves, em que estudantes aprendiam a construir uma casa e também da Oregon Episcopal School, a OPS, que me encantou. Todos os exemplos têm elementos em comum: ignoram o currículo, pois trabalham por projetos – teoria que data dos anos 40. E todas são idealizadas e coordenadas por educadores fora dessa cátedra.
Antes de dar a reposta cara a cara com os dois cineastas, pensei, muito centralmente, nas minhas experiências com jovens produzindo comunicação – como o Idade Mídia, do Colégio Bandeirantes. Vivências em que os estudantes se apropriam do espaço escolar e aprendem muito mais assim: quando sua expressão surge no universo do aprendizado; e quando são estimulados a acreditar na sua capacidade de realização de um projeto – no caso uma revista ou um documentário. Mas quando comecei a falar, quis dar um passo atrás do meu sonho de escola educomunicativa para ser mais desamarrado de conceitos, e procurei achar pontos em comum a todas elas. E percebi: são experiências de e para “garagens”. Me lembrei daquelas garagens de casas antigas, onde se acumulam
bugigangas, mas há sempre uma mesa para se sentar e organizar as ideias. Portanto, cheguei a conclusão que minha escola ideal assemelha-se a uma garagem. Dessas mesmo onde as crianças têm a tentação de montar robôs com peças velhas.
Lá, o foco está na criação e inovação do estudante. O professor é um tutor que circula entre os objetos, orienta as criações e aprende muito também. Um tablet conectado à internet seria o material básico. Os produtos lá desenvolvidos trariam um pouco de cada disciplina. Quando terminei a entrevista, tive a estranha sensação de ter vivido essa atmosfera de garagem, na maioria das vezes, em ambientes educomunicativos. Fui induzido a pensar na comunicação novamente. Muito porque ela está no DNA do estudante antes mesmo da escolarização chegar. Este é seu ponto mais forte – joga a favor do estudante. A garagem tem um apelo tão forte para a educação que, se nenhum projeto for capaz de brotar daquele ambiente, ainda é possível vender limonada (como fazem os norte-americanos) ou montar uma banda de rock (como faz qualquer jovem). O que, em ultima instância, são também projetos.
 

Aprendizagem Criativa – Focalização e simbolização 28 de novembro de 2008

 

Em artigo anterior apresentamos rapidamente a metodologia da Aprendizagem Criativa. Para acessá-la, clique aqui. Neste post vamos nos deter na primeira das etapas da metodologia:  a Focalização e Simbolização.

 

Focalização

O impulso criativo está presente em todo indivíduo. A criatividade é também instintiva e, assim, requerente de consumação. A criatividade também requer um objeto, um campo de aplicação que a atraia desde seu profundo mistério até o visível. Ela precisa ancorar-se no real. Requer focalização.

 

A focalização é, então, a fase inicial da aprendizagem criativa. Um determinado campo de aplicação necessita tornar-se muito significativo para o indivíduo ou grupo. Seja por uma necessidade premente, seja por um desafio auto ou heterocolocado, seja por um intenso desejo ou paixão, um determinado recorte da realidade, um campo, precisa assumir especial interesse para o sujeito da criação.

 

A não ser na criação de uma nova área de atividade humana, o que é raro, todo campo do criativo já é depósito de uma tradição, muitas vezes secular, resultado da experimentação e criação dos homens que nos antecederam. Pense, por exemplo, na pintura, na poesia ou mesmo na organização do trabalho como searas do processo criativo. O processo de focalização compreende, então, um domínio mais ou menos profundo da tradição, ou seja, a aprendizagem dos conhecimentos, habilidades e valores relacionados com o campo.

 

É importante repetir que o campo tem de ser especialmente atrativo para que a focalização se dê. Só assim, as produções culturais anteriores dentro do campo podem ser incorporadas ao trabalho do grupo como elementos de facilitação da aprendizagem criativa, como no espírito da seguinte fala de Stanislavski:

Nosso método nos serve porque somos russos, porque somos este determinado grupo de russos aqui. Aprendemos por experiências, mudanças, tomando qualquer conceito de realidade gasto e substituindo-o por alguma coisa nova, algo cada vez mais próximo da verdade. Vocês devem fazer o mesmo. Mas ao seu modo e não ao nosso. (…) Vocês estão aqui para observar e não para copiar. Os artistas têm de aprender a pensar e sentir por si mesmos e a descobrir novas formas. Nunca devem contentar-se com o que um outro já fez ( Constantin Stanislavski, A construção do personagem, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1983, p. 17) .

Na aprendizagem criativa, a focalização pode ser feita por um conjunto de meios. No imediato, usa-se o recurso do aquecimento no início das sessões de aprendizagem como forma de focar a atenção sobre o que virá. Ao longo do processo, o desafio, o problema, a atividade lúdica e, especialmente, os projetos visam moblilizar o interesse dos participantes em relação ao campo em estudo.

 

O símbolo como veículo

Blue Star, 1927, Juan Miró

Blue Star, 1927, Joan Miró

Hillman afirma que Jung se serve, dentre outras, da concepção de “função transcendente formadora de símbolos” para se referir ao impulso criativo. A função transcendente é uma função que articula consciente e inconsciente e que resulta da incorporação da função inferior e implica a fusão das quatro funções conscientes (pensamento, sentimento, intuição e percepção), produzindo símbolos. Isso pede um melhor desenvolvimento, que não será feito aqui.

 

Para Jung, o símbolo “pressupõe sempre que a expressão escolhida constitui a melhor designação ou a melhor fórmula possível para um estado de coisas relativamente desconhecido, mas que se reconhece como existente ou como tal é reclamado”. Acrescenta: “A expressão que se supõe adequada para algo conhecido nunca passa de um mero signo, jamais sendo um símbolo. (…) Todo produto psíquico, embora no momento possa constituir a melhor expressão possível de uma ordem de coisas ignorada ou só relativamente conhecida, poderá ser concebido como símbolo na medida em que admitamos que a expressão pretende designar o que apenas se pressente ou não se conhece ainda de modo claro” (C. G. Jung, Tipos psicológicos, Rio de Janeiro, Zahar, 1981, p. 543-5 44 Ora, esta é situação do aprendiz de qualquer campo.

 

O símbolo é então a expressão de algo que já brotou da noite do desconhecimento e não foi ainda claramente percebido, pensado, intuído ou sentido. O perfeitamente e claramente conhecido não pode ser expresso simbolicamente. O símbolo é uma tentativa de apreensão de um saber que ainda, de alguma maneira, escapa. É prenhe de significados e não tem nenhum sentido preciso. É uma ponte entre o sabido e o desconhecido. O símbolo, no limite do campo de saber, é um veículo do novo. Na busca de conhecimento  do campo, é o motor da aprendizagem feita de forma criativa.

 

É interessante notar que, para Jung, o inapreensível veiculado pelo símbolo não é necessariamente desconhecido de todos. Assim, uma dada expressão pode ser um símbolo para um e um signo para outro.  Isso é para observar que professor e aluno, em relação ao campo, podem estar em posições distintas. O professor supostamente conhece o campo. Para ele, na abordagem do campo, o conceito é ou devia ser a linguagem natural. Para o aluno, no entanto, a aproximação simbólica é mais adequada.

 

Simbolização

Blue Star, 1927, Joan Miró

Blue Star, 1927, Joan Miró

No símbolo existem significados e sentidos ainda não claramente conhecidos. Utilizam-se símbolos para exprimir algo pressentido e não muito claro.

 

Derivam desse duplo entendimento, também, duas facetas de utilização do símbolo no processo de facilitação da criatividade individual e grupal e na resolução dos problemas, desafios e projetos utilizados na focalização que, como já vimos, é a primeira fase da aprendizagem criativa.

 

Na primeira forma de facilitação, o símbolo é utilizado como suporte de conteúdos culturais já disponíveis no campo focalizado. Isso significa identificar e selecionar e operar com símbolos relacionados com os conteúdos culturais já produzidos pelo campo de saber.

 

A arte, enquanto veiculadora de símbolos, pode ser uma fonte de busca de material simbólico relacionado a esses conteúdos. Como exemplo, pode-se apontar para as músicas, poesias e filmes utilizados como suporte ou contraponto para o desenvolvimento de muitas das amostras de trabalho apresentadas neste blog. Para consulta de um texto exemplar, ver: Uma Amostra de Sessão de Aprendizagem de Administração e Organização, clicando aqui.

 

Existe uma outra possibilidade de facilitação da criatividade grupal, usando o símbolo. Nessa vertente, o próprio grupo produz o símbolo de referência para o trabalho grupal. Face a um campo de conteúdo, o grupo simboliza. Elabora uma forma de expressão daquilo que representa o limite grupal de possibilidades de conhecimento do campo. Aquilo que, no máximo da intensificação do campo, é pressentido.

 

A arte, novamente, é um suporte adequado para esse processo de simbolização. Dramatizações, colagens, esculturas e outras produções artísticas dos alunos podem criar o referencial simbólico original que vai ser explorado posteriormente. O texto de Uma Amostra de Sessão de Aprendizagem de Administração e Organização é, outra vez, exemplar.  

 

Outras formas de suscitar expressões simbólicas, como a imaginação ativa ou a viagem imaginária, podem ser utilizadas. A viagem imaginária é uma forma de “sonhar acordado” induzida externamente (ver: Perls, Fritz. A abordagem Gestáltica e Testemunha Ocular da Terapia, Zahar Editores, Rio de Janeiro, 1981). A imaginação ativa é uma técnica desenvolvida por Jung e consiste em acompanhar a produção do inconsciente, quando o consciente é intencionalmente rebaixado até um limiar próximo ao do sono. No filme “Sonhos”, o episódio “Corvos” é um exemplo da técnica.

 

No processo de simbolização toda forma de rebaixamento do controle consciente é coadjuvante. Nesse sentido, em nossa sociedade, formas metodológicas que intensifiquem a emoção e estimulem a intuição são favoráveis. Nos exemplos apresentados neste site, o uso permanente de formas simbólicas carregadas de sentimento e a abordagem histórica e estrutural recorrente têm por objetivo trabalhar com as duas funções conscientes menos privilegiadas: sentimento e intuição.

 

Concluindo, em troca de uma apresentação ou discussão em torno do que os participantes já conhecem do conteúdo do campo, eles são estimulados a expressar, através de símbolos, o que pressentem e o que ainda não sabem muito bem. A dinâmica do grupo, aí, já não se dá em torno do conhecido e sim em torno de um conhecimento em gestação. O resultado já não é um ruminar de conhecimento velho e, sim, um lançar-se na hipótese e na construção do conhecimento novo.

 

 

O texto anterior parte de um já publicado em Küller, José Antonio. Ritos de Passagem -Gerenciando Pessoas para a Qualidade. São Paulo, Editora SENAC, 1996.

 

Portal do Futuro 16 de outubro de 2008

 

Portal do Futuro é um projeto destinado para jovens em situação de risco de exclusão social, desenvolvido pelo Senac Rio, com consultoria da Germinal. O projeto destina-se à capacitação básica de jovens para atuação no Setor de Comércio e Serviços. Para tanto, está organizado em torno de competências básicas e gerais requeridas por toda ocupação de comércio ou de serviços.

 

A Germinal participou ativamente no desenho do Programa e prestou consultoria na elaboração dos manuais dos docentes das oficinas que constituem os três módulos fundamentais do programa: Ser Pessoa, Ser Cidadão e Ser Profissional.

 

O programa foi desenhado e implementado no ano de 2.000. Desde o seu lançamento, já foi desenvolvido em 45 municípios do Estado do Rio de Janeiro e atendeu um número superior a 6.000 jovens. Muitas páginas da internet falam do Portal do Futuro.

 

O site do Senac Rio, informa:

 

 O programa Portal do Futuro insere, no mercado de trabalho, jovens com idades entre 16 e 21 anos em situação de risco social, tendo como base métodos pedagógicos modernos, sintonizados com as tendências socioambientais do novo milênio.

 

Organizado por projetos: Ser Pessoa, Ser Cidadão e Ser Profissional, propõe desafios que levam o participante à produção de trabalhos relevantes para seu amadurecimento pessoal e profissional. O programa  já passou por 45 municípios, capacitando mais de seis mil jovens.

Muitas empresas são parceiras desse projeto, que demonstra  resultados de impacto para o participante, sua família, para as comunidades e para os mercados.

 

Mais informações:
Centro de Educação para o Trabalho e a Cidadania do Senac Rio
Tel.: 21 2473-8671

 

 

O Correio do Senac, publicação do SENAC Nacional, complementa:

 

Em seu quarto ano de realização, o Portal do Futuro mostra-se como um programa de sucesso na preparação de jovens para o Primeiro Emprego. Ao longo desse período, o programa atendeu 3.500 adolescentes, tendo encaminhado 68% ao mercado de trabalho.


Coordenado pelo Centro de Educação para o Trabalho e Cidadania, o programa é resultado de um convênio firmado entre o Ministério do Trabalho e Emprego, a Confederação Nacional do Comércio, com a interveniência do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador – CODEFAT, visando o desenvolvimento de ações de educação profissional a serem executadas pelo
Senac Rio.

 

 

A Agência Brasil cita o Programa:

 

Rio de Janeiro – Cerca de 150 jovens de baixa renda, com idades entre 16 e 24 anos, moradores de Irajá, zona norte do Rio de Janeiro, vão receber até o fim do ano qualificação para o mercado de trabalho. Eles participam do Portal do Futuro, uma iniciativa do Senac.

 

O ministro Paulo Vannuchi, da SEDH, em visita hoje (17) às instalações do Portal do Futuro, afirmou que se trata de uma experiência importante porque é capaz “dar uma virada” na vida de jovens que poderiam se envolver com o crime organizado ou daqueles que já tiveram algum tipo de problema com a lei. Além de qualificar jovens da comunidade, o programa também recebe adolescentes que cumprem medidas socioeducativas de liberdade assisitida.

 

 

 

A publicação Desafios do Desenvolvimento, a revista mensal de informações e debates do IPEA e do PNUD, também fala do Portal do Futuro:

 

Emprego
Caminhando contra o vento
Como na canção de Caetano Veloso, os jovens brasileiros enfrentam momentos difíceis. Pesquisa do Ipea mostra que 48% dos desempregados têm entre 15 e 24 anos. Sociedade e governo buscam soluções para a crise dos jovens
Walter Clemente

 

(…) merece atenção o Portal do Futuro, programa de inclusão social para jovens de baixa renda do Centro de Educação para o Trabalho e Cidadania do Senac do Rio de Janeiro. Tarcísio de Carvalho, de 18 anos, procurou o Portal do Futuro para fazer um estágio. Filho de um frentista de posto de gasolina em São João do Meriti, na Baixada Fluminense, encontrou emprego como auxiliar de escritório numa escola em Duque de Caxias, também na Baixada, e escolheu sua carreira:”Vou ser psicólogo”. O Portal do Futuro atua em Irajá, no subúrbio carioca, e há cinco anos prepara jovens de baixa renda para o mundo do trabalho.” Meninos e meninas saem daqui com um plano de vida”, diz Mônica Volpato, gerente do projeto.

 

 

 

O blog FOCO DESIGN divulga o trabalho realizado na edição dos manuais que referenciam a ação dos docentes do Portal:

 

 

 

 

 

 

 

 

Esses são os livros do Portal do Futuro, um projeto maravilhoso e importantíssimo do Centro de Educação para o Trabalho e a Cidadania do Senac Rio. Já tinha feito uma versão desses livros com o Marcos Castilho, meu sócio na época; alguns anos depois o CET encomendou um novo projeto, totalmente diferente do anterior. Foram desenvolvidos pictogramas baseados na marca Portal do Futuro (que não é minha) para ilustrar as três fases do programa (“ser pessoa”, “ser profissional” e “ser cidadão”), e mais uma família da mais de 16 pictogramas para as oficinas (“conhecendo meu bairro”, “toque a tecla”, “escrever é fácil” e “aprendendo a aprender”).

 

 

A matéria publicada no site da São Rafael, Sociedade de Previdência Privada, ajuda a apresentar a estrutura básica do Programa:

 

Teoria aprendida na prática

As oficinas do Portal do Futuro desenvolvem competências específicas, que possibilitam a entrada do jovem no mercado. Mas além da manipulação da Internet e do aprendizado do idioma inglês, o programa se preocupa em formar um cidadão responsável, capaz de dirigir seu futuro com liberdade e responsabilidade.

 

Para isso, os jovens começam no programa com as oficinas do projeto “Ser Pessoa”, onde o produto final é a redação de um livro sobre sua vida. Para que o aluno cumpra bem esta tarefa, ele passa por aulas práticas de redação e técnicas de expressão, formas literárias e de edição de texto no computador, por exemplo.

 

Passado este estágio, o aluno ingressa nas aulas do “Ser Cidadão”, que incentiva os jovens a identificarem as necessidades e possibilidades de melhoria na rua, no bairro ou cidade onde mora. Assuntos como qualidade de vida e respeito ao meio ambiente são debatidos para a realização da tarefa estabelecida: um pedido formal para a intervenção de órgãos competentes nos problemas socioculturais identificados pelos próprios alunos.

 

O projeto “Ser Profissional” está subdivido em duas áreas que atendem as expectativas do aluno, que poderá escolher pelo grupo interessado em trabalhar em uma empresa ou pelo grupo que pretende abrir seu primeiro negócio. As aulas práticas abordam temas como as relações interpessoais, análise de oportunidades, noções básicas de inglês e Internet e legislação trabalhista.

 

Para completar o ciclo do programa Portal do Futuro, o jovem vai a campo, ver como funciona o dia-a-dia de uma empresa. “As parcerias comerciais do Senac Rio estão sempre de portas abertas para os nossos alunos e aproveitamos este relacionamento para ampliar os conhecimentos dos jovens participantes do programa. Acreditamos que com estes três projetos, aumentamos as chances de uma inclusão no mercado de trabalho”, conclui Giselle.

 

 

O JB ONLINE Mostra uma das possibilidades de desdobramento do Portal do Futuro:

 

Em Irajá, a escola do samba

Compositor Ney Lopes comanda projeto que ensina música a jovens carentes

Waleska Borges

Gabriel Jauregui

Ney e a turma do Portal do Futuro

Ney e a turma do Portal do Futuro: aulas resgatam auto-estima dos jovens de Irajá e bairros vizinhos

Eles são jovens, moram em comunidades carentes do subúrbio carioca e gostam de samba. Cheios de sonhos e com um objetivo em comum: fazer da arte a fonte de renda. Nas aulas de canto e dramaturgia, eles descobrem profissões como de contra-regra, noções de figurino, cenário e iluminação. Para 30 jovens do Rio, com idades entre 16 e 21 anos, o programa O Samba e o Irajá, do projeto Portal do Futuro, desenvolvido pelo Senac, representa a oportunidade do primeiro emprego.

 

 

 

 

O site PetBr mostra uma outra possibilidade de desdobramento:

 

Portal do Futuro Forma a Primeira Turma de Profissionais para Pet Shop Através da Parceria da Iams do Brasil e o Senac Rio.

No final do mês de maio forma-se a primeira turma do curso de “Formação de Mão de Obra ao Mercado Pet”, promovido, gratuitamente, pela Iams do Brasil (fabricante dos alimentos Iams e Eukanuba para cães e gatos) e o Senac Rio, para jovens de baixa renda entre 16 a 21 anos.

 

 

 

  1. clip_image001

Clique aqui (p. 205) ou aqui se quiser informações mais detalhadas sobre o plano de curso do projeto ou então consulte: Küller, J.A. e Freitas, W.B. (org.) Construindo a Proposta Pedagógica do Senac Rio. Rio de Janeiro, Editora Senac Rio, 2000.

 

Cursos Técnicos – Uma estrutura curricular inovadora 10 de outubro de 2008

 

A Germinal Consultoria tem significativa experiência em prestar assessoria no desenho e implementação de cursos técnicos de nivel médio. Parte dessa experiência foi obtida no Senac/Rio. A Germinal ajudou a definir e acompanhou toda a estratégia de desenho dos curriculos e de implementação dos cursos técnicos daquele  Regional do Senac. Já no primeiro movimento, em 2000, foram desenhados cerca de 30 diferentes cursos técnicos. A maioria desses cursos foi implementada em 2001 e continua, com aperfeiçoamentos, a ser oferecida até hoje (2008).

 

No desenho original, todos os cursos técnicos do Senac Rio foram desenvolvidos a partir de uma mesma estrutura  comum. Esta estrutura curricular concretizava um conjunto de inovações educacionais das quais tratamos em artigo anterior. Clique aqui para acessar o artigo. O texto postado a seguir difere um pouco daquele constante dos Planos de Cursos originais do Senac Rio. Também foi editado de uma forma diferente da publicação original.

 

A estrutura curricular dos cursos técnicos

 

“Dessa forma, um currículo para a qualificação ou habilitação de um técnico em uma área profissional, desenhado na perspectiva da construção de competências, é composto, essencialmente de um eixo de projetos, problemas e/ou desafios significativos do contexto produtivo da área, envolvendo situações simuladas ou, sempre que possível e preferencialmente reais. (…) Atividades de apropriação de conteúdos de suporte de bases tecnológicas, organizados em disciplinas ou não, e de acompanhamento, avaliação e assessoria às ações de desenvolvimento dos projetos, são programadas e convergem para esse eixo de currículo”. (MEC/SEMTEC, Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico, Brasília, DF, p.25.)

(Ilustração: Liang Wei, A Northern Trip, Oil on Canvas, 48″x60″)

 

Módulo I: O Núcleo Básico do Setor de Comércio e Serviços

Christina Bardram, Honey Burst, Oil on Canvas, 43,5"x20"

Todos os currículos dos cursos técnicos do Senac Rio fundam-se em três dimensões: ser pessoa, ser cidadão, ser profissional. Esses currículos são centrados em projetos. Basicamente dois tipos de projetos estruturam o currículo destes cursos. Um primeiro projeto e que é o mesmo para todos os cursos técnicos, é denominado Minha Vida, Minha Imagem, Meu Trabalho. Este projeto articula o Núcleo Básico do Setor de Comércio e Serviços e tem como produto individual, um livro sobre a vida passada, presente e futura do participante.

 

Núcleo Básico do Setor de Comércio e Serviços, detalhado a seguir, é comum a todos os cursos técnicos. Ele não é terminal e está dividido em duas partes. A primeira parte do Módulo I constitui a parte inicial de todos os cursos e o projeto Minha Vida, Minha Imagem e Meu Trabalho articula um conjunto de Workshops, como indicado abaixo:

 

Módulo I – primeira parte

 

 

 

Projeto: Minha Vida, Minha Imagem, Meu Trabalho

Workshop

C.H

Produtos

O Novo Mercado de Trabalho

9 horas

Contrato de aprendizagem

 

Código de Ética e Cidadania

 

Plano de Desenv. Pessoal e Profissional

 

Livro: Minha Vida, Meu Trabalho

 

Aprender a Aprender

12 h

Imagem Pessoal

8 h

Falar e Ouvir

4 h

Projeto

23 h

Total de horas da primeira parte

56 h

 

 

Colocada no início de todos os cursos técnicos, a primeira parte tem como produtos mais imediatos a definição de um contrato de aprendizagem e de um código coletivo de ética e cidadania. Ambos serão, ao final dos cursos, singularizados e incorporados ao livro de cada um dos participantes.

Christina Bardram, Tulip, Oil on Canvas, 16"x16"

 

 

Na segunda parte do Módulo I, o projeto articula um conjunto de Oficinas distribuídas ao longo do curso. Essas Oficinas focam setores emergentes de atividades terciárias e, em seu conjunto, buscam o desenvolvimento de competências básicas necessárias ao desempenho de todas as atividades de Comércio e Serviços.

 

 

 

 

Módulo I: Segunda Parte

OFICINAS

CARGA HORÁRIA

OFICINAS

CARGA HORÁRIA

INFORMÁTICA

28 HORAS

MEIO AMBIENTE

20 HORAS

ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO

20 HORAS

ATENDIMENTO AO CLIENTE

20 HORAS

COMUNICAÇÃO

20 HORAS

SAÚDE

20 HORAS

 

As Oficinas da segunda parte do Módulo I estão distribuídas entre os módulos posteriores e fazem parte da carga horária deles. Observe-se que, no entanto, o número de Oficinas varia (de 5 a 6) em função da área. Na área de Informática, por exemplo, a Oficina de Informática não é incluída no Núcleo Básico de Comércio e Serviços. Nesse caso, as competências a serem desenvolvidas pela Oficina, passam a ser desenvolvidas pelo Módulo II: o Núcleo Básico da Área de Informática. O mesmo é válido para a área de Saúde e para a Oficina de Saúde e para as demais oficinas que correspondem a uma área.

Liang Wei, Dancing, Oil on Canvas, 62"x50"

 

 

As competências desenvolvidas pelo Módulo I, dado seu nível de generalidade, são também importantes no existir individual e na convivência social. Nos cursos técnicos, os projetos estão ligados simultaneamente às três dimensões de desenvolvimento do participante: ser pessoa, ser cidadão, ser profissional.

 

Liang Wei, Aspen, Oil on Canvas, 27"x51"

 

 As aprendizagens referentes ao primeiro projeto são sistematizadas ao final de cada módulo posterior ao primeiro e também ao final do curso, culminando com a redação do livro Minha Vida, Meu Trabalho, onde cada participante registra as aprendizagens significativas produzidas pelas experiências e vivências proporcionadas pelo curso e projeta uma trajetória pessoal e profissional.

 

O livro embute um plano de desenvolvimento pessoal e profissional. Mesmo admitindo módulos terminais, visando qualificar em nível técnico e habilitar o técnico, o pressuposto subjacente é que a aprendizagem não se encerra no curso. Ele é um ponto de inflexão e de impulso em uma trajetória, posto que humana, imersa no aprender.

 

 

 

  

Módulo II: Núcleo Básico da Área

Malcolm Martin & Gaynor Dowling, 1000 openings, 2006-2007, Courtesy of Martin and Dowling Sarah Myerscough Fine Art, Collect 2008

Malcolm Martin & Gaynor Dowling, 1000 openings, 2006-2007, Courtesy of Martin and Dowling Sarah Myerscough Fine Art, Collect 2008

 

Além da parte comum a todos os cursos do setor de comércio e serviços, nos currículos dos cursos técnicos foi previsto um núcleo comum a todos os cursos de uma determinada área (Artes, Comunicação, Saúde, etc.). 

 

O Módulo II tem uma duração e uma composição curricular que é típica de cada área. Em geral, destina-se ao desenvolvimento das competências comuns àquela área de atividades profissionais. Os componentes curriculares e o desenvolvimento do Módulo II podem ou não estar articulados pelos outros tipos de projetos que funcionam como segundo elemento estruturante do currículo dos cursos técnicos. O Módulo II, quando presente como Núcleo Básico da Área, é especificado em cada Plano de Curso.

 

 

Módulos com Terminalidade (de III a N)

Gustav Klimt, Floresta de Faias, 1902

Gustav Klimt, Floresta de Faias, 1902

A partir do Módulo II, todos os demais são terminais. Conduzem a uma qualificação de nível técnico e/ou à habilitação do técnico. As ações educativas compreendidas pelos módulos terminais são articuladas por um segundo tipo de projetos. Os projetos agora são relacionados diretamente com a formação técnica objetivada pelo módulo.

 

Os projetos desse segundo tipo tratam de criar, transformar ou melhorar as atividades do Setor de Comércio e Serviços, onde atuará o profissional de nível técnico em formação.

 

Destinam-se a desafiar o participante e a problematizar o corpo de saberes já constituído. Estão no rumo da desconstrução do saber já pronto e do favorecer a construção do conhecimento e a incorporação das competências pelo aluno. Esses projetos serão relacionados com situações reais e objetivam mudanças efetivas nas formas de praticar o comércio e/ou de prestar serviços. Objetivam formar um agente de mudanças.

 

Em cursos técnicos de Educação Profissional e na perspectiva de formação do agente de mudança, a escola é um espaço insuficiente para a mudança proposta e para a conseqüente produção de conhecimento dela derivada. A ação do projeto tem que transcender os muros da escola. O espaço de aprendizagem precisa abranger as atividades produtivas e sociais reais onde as funções profissionais ganham sentido e o profissional a ser formado pode enfrentar os desafios e desenvolver as competências necessárias à tarefa de transformação.

 

Essa proposta transcende, em muito, a noção de estágio ou prática supervisionada. No estágio e na prática supervisionada, trata-se, no máximo, de aprender o trabalho tal como ele já está posto. Aqui, não. Trata-se de olhar a prática com olhos críticos. Uma crítica não derivada de uma teoria previamente assimilada e sim de uma teoria que se constrói na própria busca da transformação. Engajar os participantes em um processo de crítica e mudança, visando a melhoria das atividades terciárias e, com elas, a melhoria da qualidade de vida, é a característica comum dos projetos que articulam os módulos terminais dos cursos técnicos.

 

Um único projeto, dividido ou não em subprojetos, pode articular as ações educativas de todos os módulos terminais. Esses projetos ou subprojetos terão um produto específico e estarão destinados ao desenvolvimento das competências necessárias para o desempenho eficaz do profissional a ser qualificado em nível técnico.

 

Nos Planos de Curso são especificadas, em cada módulo, as ações educativas (oficinas, ciclo de pesquisas, workshops) que são articuladas pelo projeto. O próprio projeto e os subprojetos, quando houver, são neles definidos. Aos projetos e às ações educativas são também atribuídas cargas horárias mínimas que possibilitem manter uma unidade entre os diversos cursos desenvolvidos pela instituição educacional.

 

Ensino Médio – Cursos Técnicos 7 de outubro de 2008

 

A Germinal Consultoria tem significativa experiência em prestar assessoria no desenho e implementação de cursos técnicos de nivel médio.

 

Parte dessa experiência foi obtida no Senac/Rio. A Germinal ajudou a definir e acompanhou toda a estratégia de desenho dos curriculos e de implementação dos cursos técnicos daquele  Regional do Senac. Já no primeiro movimento, em 2000, foram desenhados cerca de 30 diferentes cursos técnicos. A maioria desses cursos foi implementada em 2001 e continua, com pequenos aperfeiçoamentos, a ser oferecida até hoje (2008).

 

No desenho original, todos os cursos técnicos do Senac Rio foram desenvolvidos a partir de uma mesma estrutura  comum. Esta estrutura curricular concretizava um conjunto de inovações educacionais que vale a pena destacar. Para connecer a estrutura básica dos cursos técnicos do Senac Rio, clique aqui.

 

 

1. Educação básica para o trabalho e para a cidadania

Marina Fedorova, Rússia

 

A legislação atribui ao Ensino Médio, como um todo, o objetivo de educação básica para o trabalho e a cidadania. O objetivo de preparação básica para o trabalho deve ser buscado pelo Ensino Médio mesmo quando ele não é profissionalizate. De forma básica, no mínimo, todo egresso do ensino médio deveria estar preparado para o trabalho. Segundo o Parecer CNE/CEB 15/1998, a educação básica para o trabalho, deve ser entendida como a base da formação de todos e para todos os tipos de trabalho.

 

É sabido, no entanto, que o Ensino Médio de caráter geral não realiza essa preparação básica para o trabalho.  A maioria dos cursos técnicos de nível médio também não se preocupa com ela. A educação profissional , quando desenvolvida de forma concomitante ou seqüencial ao Ensino Médio, é geralmente desenvolvida a partir de um currículo centrado no desenvolvimento de competências técnicas específicas.

 

Todos os levantamentos e análises de mercado, no entanto, apontam que as competências básicas para o trabalho são muito importantes  na obtenção do primeiro emprego e na manutenção dele.

 

A experiência da Geminal, no assesoramento da implementação de programas de educação básica para o trabalho, permite conclusão similar. Programas centrados nas competências básicas são efetivos na inclusão de jovens no mercado de trabalho. Superam inclusive os programas de qualificação destinados ao desenvolvimento de competências técnicas específicas para uma ocupação determinda.

 

Iniciativas como o Programa de Educação para o Trabalho (PET) do Senac de São Paulo, Portal do Futuro do Senac Rio e Trilha Jovem – Turismo e Responsabilidade Social do Instituto de Hospitalidade (IH) têm como resultado um número de jovens incluídos no mercado de trabalho em proporção superior aos convencionais programas de qualificação profissional.

 

Mais recentemente, também as competências ligadas ao exercício da cidadania vêm ganhando importância nos processos seletivos, especialmente nas grandes organizações.

 

 

Marina Fedorova, «Reflection 3» 2007, oil on canvas, Pintura Contemporânea

Levando em consideração esses estudos, análises e constatações, no currículo das habilitações profissionais de nível médio do Senac Rio foi incluído um módulo para o desenvolvimento de competências básicas parao exercício de profissões do Setor de Comércio e Serviços: O Núcleo Básico de Comércio e Serviços.

 

O Núcleo abrange competências básicas para a vida (ser pessoa ou saber ser), para o exercício da cidadania (ser cidadão ou saber conviver) e para o trabalho (ser profissional ou saber fazer). Esta última dimensão é depois complementada pelo desenvolvimento das competências necessárias para o trabalho em uma determinada área profissional e, por fim, pelas competências requeridas por uma habilitação específica.

 

No desenho curricular proposto, a educação básica para o trabalho e a cidadania (LDBN – Artig.35, II) não é o que contextualiza o currículo, embora também o faça ou possa fazer. Não é resultado de um trabalho interdisciplinar, embora facilite a interdisciplinaridade. Também não é produto da “compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando teoria com a prática, no ensino de cada disciplina” (LDBN – Art. 35, IV), embora possa se beneficiar disso.

Lagos, foto António Serra - Fotógrafos de Elvas
Lagos, foto António Serra – Fotógrafos de Elvas

 

É importante observar que se trata de uma inovação curricular. Ao conjunto de experiências de aprendizagem que resultam na educação básica para o trabalho é  reservado um componente curricular específico. O projeto que articula o Núcleo de Comércio e Serviços – a edição do livro MInha Vida, Meu Trabalho – é também aquele que articula o currículo como um todo. A educação básica para o trabalho e cidadania não é a alma do currículo. É o coração dele. Isso será exemplificado em um artigo posterior.

 

 

2. Currículo integrado

 

Mais recentemente, a proposta do Parecer CNE/CEB 15/1998 tem sido questinada. A educação básica para o trabalho, como lá entendida, tem sido considerada insuficiente para a superação da histórica dualidade do Ensino Médio. O currículo integrado de formação geral e educação profissional tem sido proposto por muitos educadores.

 

Observa-se, no entanto, que um currículo do Ensino Médio em ato não é apenas dual. Ele é fragmentado em disciplinas desconexas e descontextualizadas. A contextualização e a interdisplinaridade, embora normativas, não são praticadas. Em geral, não há o que integre de forma efetiva as partes ou as disciplinas do currículo, quer sejam de formação geral ou de educação profisional.

 

Embora restrito à parte de educação profissional, os cursos técnicos do Senac Rio são um modelo de integração curricular. O perfil profisional de conclusão de cada curso é um primeiro fator de integração. Dele decorrem as unidades curriculares que compõem o Núcleo Básico de cada área e os Módulos destinados à terminalidade, com uma qualificação ou habilitação profissional específica.

 

Um segundo motor de integração é constituído pelos projetos.  Eles articulam o currículo inteiro, como é o caso do livro Minha Vida, Meu Trabalho. Articulam também cada um dos módulos que compõem a estrutura curricular.

 

A arquitetura do currículo considera o projeto um componente curricular, com atribuição de carga horária para seu desenvolvimento. Atribui aos projetos o desenvolvimento das competências mais gerais e mais próximas do enfrentamento dos desafios e problemas da vida pessoal, cidadã ou profissional, especialmente as competências previstas no perfil profissional.

 

O currículo é completado pelas oficinas que giram em torno dos projetos, desenvolvendo as competências mais específicas ou os elementos de competência que vão ser requeridos pelas competências em desenvolvimento nos projetos.  Esse desenho será mostrado em exemplo a ser postado posteriormente.

 

 

3. Aprender a aprender

 

O incíso IV do artigo 35 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional qualifica a educação profissional básica que se pretende. Ele diz: “preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar a novas condições de ocupação ou aprefeiçoamento posterior”.

 

Espiral, foto João Bravo Pires, Fotógrafos de Elvas
Espiral, foto João Bravo Pires, Fotógrafos de Elvas

Para continuar aprendendo é necessário que o educando adquira mecanismos próprios de aprendizagem. Na vida profissional, é necessário que seja capaz de extrair aprendizagem a partir do enfrentamento dos desafios cotidianos do trabalho e da adaptação aos movimentos dos processos produtivos em evolução. Isso só é possível a partir de um exercício continuado de cliclos de ação – reflexão e ação, que devem ser feitos em condições transitórias e cambiantes.

 

Em príncípio, as condições da aprendizagem do aprender são providas pela metodologia de ensino-aprendizagem, que deve ser desenhada para produzir tais efeitos. Em geral, é uma questão metodológica.

 

Aí também a estrutura curricular dos cursos técnicos do Senac Rio é inovadora. Ela qualifica os projetos a serem desenvolvidos, configurando-os para a facilitação do aprender a aprender. Os projetos que articulam a porção especificamente profissionalizante dos currículos, por exemplo, devem “criar, transformar ou melhorar as atividades do Setor de Comércio e Serviços, onde atuará o profissional de nível técnico em formação”.

 

Os projetos não devem recriar ou simular as condições de vida, de participação comunitária ou do futuro trabalho dos educandos. Eles devem envolver os participantes em processos de transformação de tais condições de vida, de excercío da cidadania e de trabalho. Eles não visam uma adaptação dos educandos à condições mutantes do mercado de trabalho. Eles visam preparar agentes de transformação.

 

Do enfrentamento dos desafios gerados no envolvimento em processos de mudança é que decorre a aprendizagem do aprender. A perspectiva pedagógica de fundo postula que só se aprende efetivamente, de forma própria e significativa, enfrentando os desafios da transformação pessoal, social ou produtiva. 

 

O texto está ficando muito longo. Voltaremos ao tema oportunamente.

 

Notícia sobre o Programa Jovem Aprendiz Rural 24 de setembro de 2008

 

O Informativo FAESP – SENAR/SP, de junho de 2008, traz a seguinte notícia sobre o Programa Jovem Aprendiz Rural:

 

Aprendiz ruralCem jovens do Programa Jovem Aprendiz Rural dos municípios de Guaira e Santa Fé do Sul também visitaram o estande FAESP-SENAR-AR/SP e Sebrae-SP, na 15ªAgrishow. O Programa “Jovem Aprendiz Rural”, do SENAR-AR/SP, visa atender a legislação vigente e preparar o púbico jovem para o mundo do trabalho, por intermédio de práticas agrosilvopastoris e orientações quanto ao uso correto das tecnologias mais apropriadas para o aumento da produtividade nas propriedades rurais.

 

O Programa tem como público-alvo jovens de 14 a 17 anos incompletos, cursando o ensino fundamental ou programas de educação de jovens e adultos (no mínimo na 5ª série ou equivalente), ou que já tenham concluído o ensino fundamental, contratados como aprendizes em organizações agropecuárias.

 

A duração do Programa é de 600 horas, o que equivale a 150 dias letivos, com 4 horas diárias, cinco dias por semana.

 

Neste ano, o SENAR-AR/SP está capacitando os participantes de 80 turmas do Programa Jovem Aprendiz Rural, em diversos municípios do Estado de São Paulo.”

 

 

 

O Programa de Aprendizagem Rural, destinado aos jovens aprendizes, foi desenvolvido pela Germinal Consultoria para o SENAR de São Paulo. Busca desenvolver competências básicas para o trabalho, competências gerais para o trabalho rural e competências para o empreendedorismo.

Para o desenvolvimento dessas competências, tem uma organização curricular composta por Projetos e Oficinas, como pode ser visto aqui. A visita a que se refere a notícia é uma estratégia adotada no projeto de criação de um empreedimento agropecuário, que articula o Eixo III e é destinado ao desenvolvimento de competências para o empreendedorismo.

Para cada um desses componentes curriculares foi elaborado um manual para o coordenador docente, outro para o participante, de modo a propiciar um referencial para a ação docente e facilitar a integração e o treinamento dos professores do Programa. Para conhecer agumas amostras desses manuais, clique aqui.

 

 

O Projeto Trilha Jovem – Turismo e Responsabilidade Social 17 de setembro de 2008

 O Projeto Trilha Jovem – Turismo e Responsabilidade Social, inicialmente denominado apenas Projeto Turismo e Responsabilidade Social (PTRS), é um programa de educação básica para o trabalho no Setor de Turismo. A primeira versão do programa derivou de uma proposta curricular desenvolvida, em 2001, pela Germinal Consultoria para o Instituto de Hospitalidade (IH), de Salvador, na Bahia.

Além da consultoria no desenho do currículo,  a Germinal criou as Referências para a Ação Docente para todas as unidades curriculares do Projeto. Esse trabalho foi realizado a partir da crítica, sistematização, reformulação e ampliação dos planos de aula utilizados nas primeiras implementações. Clicando aqui, você poderá acessar amostras do trabalho desenvolvido na construção das Referências para a Ação Docente do Programa Trilha Jovem.

Atualmente o Trilha Jovem já está implementado em Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Foz do Iguaçu. Começa a ser implementado em Brasília, São Luiz, Recife, Campo Grande e Manaus.

O texto apresentado a seguir não corresponde exatamente e difere da edição do texto publicado pelo Instituto de Hospitalidade, que incorpora pequenas modificações posteriores. O texto deve ser considerado uma amostra do trabalho de consultoria da Germinal na construção de currículos e programas.

 

 INTRODUÇÃO

Flickr, DSC_0420.JPG por zskdan

O Projeto Trilha Jovem – Turismo e Responsabilidade Social – surge da intersecção de dois desafios socioeconômicos articulados. Procura responder à demanda de inserção social e profissional de jovens, especialmente os oriundos de famílias de baixa renda. Pretende contribuir com o desenvolvimento sustentável do turismo no Brasil.

 

A juventude representa 20% da população brasileira. São trinta e quatros milhões (34.000.0000) de jovens segundo o Censo de 2000. O problema mais grave que aflige os jovens brasileiros é o desemprego. Do total de desempregados, quarenta e quatro por cento (44%) são jovens, que ficam expostos ao consumo e o tráfico de drogas e outras formas de violência. Diante desse fato, a juventude tem aparecido com muita freqüência na agenda pública, especialmente nos últimos anos. Isso é constatado pelo lançamento de inúmeros projetos e pela mobilização de organizações públicas, sociais e empresariais para o enfrentamento das questões específicas que afetam os jovens brasileiros.

 

Vitória Régia - Pantanal

Vitória Régia - Pantanal

 Por outro lado, o crescimento projetado do turismo brasileiro cria perspectivas concretas de geração de trabalho e renda. Mesmo considerando a dimensão atual do mercado de trabalho, o setor apresenta notórias deficiências de pessoal qualificado, sendo muito difícil, especialmente para os empresários de micro e pequenas empresas, contar com mecanismos que garantam a qualificação de seus colaboradores. Existe, hoje, uma percepção generalizada que a elevação da qualidade dos serviços prestados aos turistas tornará o Brasil mais habilitado para aproveitar todo o seu potencial turístico.

 

Revoada - Pantanal
Revoada – Pantanal

 

O crescimento do setor de turismo pode ser, então, uma resposta ao problema crucial da juventude brasileira. As oportunidades de emprego e trabalho geradas pelo setor podem ser aproveitadas pelos jovens. Em um círculo virtuoso, a educação dos jovens para o turismo pode ser uma alavanca de desenvolvimento sustentável.

 

 

 

 

 

 

O CURRÍCULO DO PROJETO TRILHA JOVEM

O Projeto Trilha Jovem é um projeto destinado à preparação profissional de jovens de escolas públicas. Vai além da educação profissional específica, porque esta não seria suficiente para dar respostas ao conjunto de necessidades de sua clientela e do desenvolvimento turístico sustentável. Pressupõe que a transição necessária e as exigências atuais da sociedade e das organizações requerem um cidadão atuante e pessoa autônoma em relação à escolha de seus caminhos e gestão de sua própria existência.

 

Vagamundo - Pantanal
Vagamundo – Pantanal

 

Disso decorre a necessidade de desenvolver competências para elaborar e perseguir um projeto de vida pessoal e profissional, competências para a aprendizagem e o trabalho independentes, competências para a participação efetiva em projetos coletivos e competências para o empreendedorismo.

 

A vertente diretamente profissionalizante do projeto está centrada no desenvolvimento de competências básicas para o trabalho no setor de turismo. Elas foram selecionadas a partir da identificação das competências comumente requeridas por ocupações do setor de turismo. A base para sua identificação foram os perfis profissionais de 52 ocupações do setor de turismo, nacionalmente validados e incluídos nas Normas para Ocupações e Competências do Sistema Nacional de Certificação da Qualidade Profissional do Setor de Turismo.

 

O foco em competências básicas para o trabalho no setor de turismo diferencia o Projeto Trilha Jovem de outras iniciativas de educação profissional e de projetos alternativos que têm sido propostos na área. Este foco permite uma linha de fuga da formação profissional típica, centrada na formação para o exercício de uma ocupação. Amplia os horizontes da capacitação. Prepara os jovens para uma ampla gama de possibilidades de inserção, sem restringi-los, de imediato, a uma formação técnica específica.

 

Além de seu foco, é distintiva a proposta educacional e metodológica do Projeto Trilha Jovem. Ele centra-se na constituição de competências. O Projeto Trilha Jovem parte do princípio que o conhecimento efetivo que se transforma em competência, sempre resulta do engajamento do educando em ações concretas, especialmente as que são criativas e transformadoras. Aprende-se de forma significativa através do engajamento em processos de mudança. Aprende-se, de fato, formulando, executando e avaliando projetos de ação criativa e transformadora.

 

O problema, o desafio e o projeto são assim fundamentais no desenvolvimento de competências e são componentes essenciais da metodologia do Projeto Trilha Jovem. A adoção dessa perspectiva metodológica e a intenção de focá-la no desenvolvimento sustentável do turismo, mais que supera o distanciamento entre teoria e prática, comum nos demais projetos educativos. Coloca todos os educandos como agentes da construção do conhecimento sobre turismo e agentes efetivos de desenvolvimento integrado e sustentável. Coloca-os já no processo de aprendizagem, em um estilo de ação que é desejado em seu desempenho profissional futuro.

 

 

Organização Curricular

Os cursos oferecidos aos jovens estão estruturados em períodos semestrais, com carga horária total de 580 horas, distribuídas em 400 horas de atividades presenciais e assistidas pelos orientadores de aprendizagem, 100 horas de atividades desenvolvidas de forma autônoma pelos próprios jovens e 80 horas para a vivência profissional supervisionada em empresas do setor.

 

 Mabu Thermas e Resort, Foz do Iguaçu

Alunos do programa Trilha Jovem - Foz do Iguaçu

 

 A vivência profissional supervisionada em empresas do setor deve propiciar o exercício das competências desenvolvidas nas etapas anteriores, em situações reais de trabalho. Para tanto, esta etapa será planejada, executada, acompanhada e avaliada tendo em vista as competências que devem ser desenvolvidas pelos jovens.

 

 

 

 

 

Alunos do programa Trilha Jovem - Foz do Iguaçu

A organização didática do curso está articulada por projetos. Os projetos estruturam e integram as experiências de aprendizagem e são propostos a partir de um problema a resolver ou um produto final que se quer obter. Considera-se que o jovem aprende participando, vivenciando, tomando iniciativa diante das dificuldades, escolhendo procedimentos para atingir determinados objetivos.

 

 O currículo do PROJETO TRILHA JOVEM está organizado em três eixos interdependentes e complementares. São eles:

Þ      Eixo 1 – Promover o Desenvolvimento Sustentável do Turismo

Þ      Eixo 2 – Promover a Excelência em Serviço

Þ      Eixo 3 – Construir um Plano de Vida e Carreira

 

Os eixos indicam que o currículo está organizado em conjuntos articulados e sinérgicos de ações educacionais. O eixo é composto por oficinas que se inter-relacionam, se comunicam e se complementam de forma flexível e dinâmica, através do desenvolvimento de um projeto. Entre elas, não existe propriamente uma relação de dependência ou de ordem seqüencial. Existe sim uma área de conhecimento a ser explorada, uma problemática a ser investigada, diferentes campos de atuação a serem vivenciados, soluções a serem criadas e experimentadas através do projeto.

Alunos do programa Trilha Jovem - Foz do Iguaçu

 

 

 

 

As oficinas proporcionam o desenvolvimento das competências que serão aplicadas no planejamento e execução do projeto ou são exigidas por ele. O projeto que articula o eixo, por sua vez, orienta e dá sentido às atividades das oficinas. Assim, o eixo poderá ser organizado e desenvolvido de acordo com as necessidades e com a evolução do projeto. A figura anterior resume a estrutura curricular do PROJETO TRILHA JOVEM.

 

 

 

 

 

 

 

 

Eixo 1 – Promover o Desenvolvimento Sustentável do Turismo

 

 

Eixo 2 – Promover a Excelência em Serviços

 

 

Este primeiro eixo busca capacitar os jovens para atuarem com propriedade no desenvolvimento do turismo, reconhecendo seus impactos negativos e suas potenciais contribuições para o desenvolvimento sustentável.

 

 

 

No Eixo 2, os jovens, após terem uma visão mais geral e sistêmica das oportunidades de trabalho e de geração de renda no setor de turismo, optam por uma das três áreas específicas do setor (Hospitalidade, Alimentos e Bebidas, Agenciamento do Turismo), identificadas de acordo com a demanda do mercado local, onde irão focar sua capacitação básica e sua tentativa de inserção. Com uma carga horária total de 208 horas, este eixo visa preparar os jovens para assumirem uma postura de permanente busca pela excelência em qualidade para os serviços, como condição prioritária para inserção e permanência no mercado.

 

 

 

Eixo III – Construir Plano de Vida e Carreira

 

 

O eixo 3 tem como objetivo preparar o jovem para gerir o seu processo de desenvolvimento pessoal e profissional. Nele, ele identifica suas necessidades de aperfeiçoamento, define estratégias de superação e mobiliza esforços para colocá-las em prática. Ao final do eixo 3, os jovens constroem seus Planos de Vida e Carreira onde definirão metas e estratégias de ação para o tempo de duração do Projeto Trilha Jovem e para os próximos anos. Também irão elaborar os seus Currículos. Este Eixo tem a prerrogativa de poder acontecer transversalmente aos Eixos 1 e 2, a depender do cronograma de trabalho definido pela Entidade Executora Local.

 

 

 

 

ORGANIZAÇÂO CURRICULAR DO EIXO 1

 

O planejamento do Eixo 1 está orientado pelas competências definidas para este bloco de ação, que são:

  • Disseminar a visão do turismo como vetor para desenvolvimento sócio-econômico e cultural.
  • Planejar e implementar projetos de intervenção na busca do desenvolvimento sustentável do turismo, avaliando seus produtos e resultados.
  • Preservar o meio ambiente e disseminar a cultura da preservação responsável.
  • Salvaguardar o patrimônio cultural local.
  • Contribuir para a formação de uma imagem positiva da região turística.

 

O primeiro eixo do Projeto Trilha Jovem tem um componente didático articulador, o Projeto de Promoção de Desenvolvimento Sustentável do Turismo, e uma carga horária presencial total de 140 horas, sendo 24 horas em atividades extraclasse.

As 116 horas de atividades em classe são divididas entre o projeto e oficinas. A temática do desenvolvimento sustentável perpassa todas as unidades didáticas e proporciona ao olhar dos jovens uma ampla visão do turismo que compreende todas as suas dimensões.

As unidades didáticas do Eixo 1 são:

 

OFICINA

CARGA HORÁRIA

Projeto de Promoção do Desenvolvimento Sustentável do Turismo (PDS)

24 horas

Oficina de Turismo e suas Dimensões (TUR)

36 horas

Oficina de Valorização do Patrimônio Cultural e Natural (PCN)

24 horas

Oficina de Comunicação em Inglês (ING)

20 horas

Oficina de Expressão em Múltiplas Linguagens (LIN)

8 horas

Tecnologia da Informação (INF)

4 horas

 

As horas previstas para Tecnologia da Informação são complementadas com atividades no laboratório de informática, na realização de trabalhos pertinentes ao projeto e às oficinas, como está previsto no plano de Tecnologia da Informação. 

As oficinas “Turismo e suas Dimensões”, “Valorização do Patrimônio Cultural e Natural” e “Projeto de Promoção do Desenvolvimento Sustentável do Turismo” podem ser conduzidas pelo(a) mesmo(a) educador(a) em cada um dos grupos de 30 jovens. Em Salvador, essas oficinas são chamadas de oficinas-base.

As atividades extraclasse estão divididas em 12 horas destinadas ao Projeto de Promoção do Desenvolvimento Sustentável do Turismo e 12 horas destinadas a palestras e outras atividades abordando questões pertinentes à formação dos jovens nesse primeiro momento.

 

AS REFERÊNCIAS PARA A AÇÃO DOCENTE

Planejar, mediar e avaliar a aprendizagem por competência não é fácil. Exige uma atitude de permanente atenção e acompanhamento por parte da equipe pedagógica envolvida. É necessário, como marco zero de ação, um alinhamento conceitual e metodológico do que se compreende por competências e quais as estratégias para viabilizar o seu desenvolvimento. Este objetivo é trabalhado na capacitação inicial realizada junto ao grupo de educadores do Eixo 1.

O alinhamento conceitual e uma visão geral da metodologia, no entanto não é suficiente. A referência educacional mais concreta e presente para quase todo educador é sua própria experiência escolar. No Brasil, essa experiência é fortemente marcada por uma visão educacional acadêmica e fundada na transmissão e memorização de dados e informações.  Mesmo quando convencido da inadequação e ineficiência dessa abordagem para o desenvolvimento de competências, é nela que a prática da maioria dos educadores se refugia na ocorrência de problemas com a proposta educacional alternativa. A ausência de uma vivência da visão alternativa é, em geral, a causa desses recuos e retrocessos.

As referências para a ação docente – sugestões de como desenvolver passo a passo todas as componentes curriculares do Eixo I e do Projeto como um todo –  presentes nos planejamentos didáticos funciona como um substitutivo da memória educacional do docente que ainda não tenha vivido essa abordagem educacional alternativa. Elas são guia de iniciação nesta nova forma de exercer o ofício de educador. Para o educador já experiente em didáticas mais ativas, as referências podem funcionar como uma oportunidade de diálogo com sua própria proposta de trabalho, eventualmente complementando-a e enriquecendo-a. 

Para mais informaçoes sobre o Projeto Trilha Jovem, clique aqui.

 

Trilha Jovem – evento de encerramento 16 de setembro de 2008

 

O Projeto Trilha Jovem – Turismo e Responsabilidade Social, inicialmente denominado apenas Projeto Turismo e Responsabilidade Social (PTRS), é um programa de educação básica para o trabalho no Setor de Turismo. Surgiu da intersecção de dois desafios socioeconômicos articulados: a demanda de inserção social e profissional de jovens, especialmente os oriundos de famílias de baixa renda, e a necessidade de desenvolvimento sustentável do turismo no Brasil.

O Projeto foi implementado pelo Instituto de Hospitalidade, de Salvador (BA). A Germinal Consultoria foi responsável pela concepção original do currículo e pela criação das Referências para a Ação Docente, que facilitaram a difusão nacional do Trilha Jovem.  Para mais informações sobre o Projeto, clique aqui.

O vídeo postado a seguir é sobre o evento de encerramento do Projeto. Neste evento, programado pelos jovens, há uma apresentação das competências desenvolvidas e dos resultados dos projetos. O público, em geral, é composto por familiares e/ou empresários do setor de turismo.

 

 
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