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Desenvolvimento de Supervisores: O uso metodológico da arte 27 de outubro de 2008

 

Spirals - Galeria de Tanakawho - Flickr

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Neste e em próximos posts, vamos apresentar a metodologia utilizada em  um amplo e modular Programa de Formação e Desenvolvimento de Supervisores de Primeira Linha, desenvolvido e inicialmente implementado em parceria com o SENAC de São Paulo.

 

O programa foi desenhado a partir de um estudo em profundidade sobre as necessidades estratégicas de desenvolvimento profissional do supervisor de primeira linha, desenvolvido para a ABTD.

 

Foi implementado em empresas como: Villares, Belgo-Mineira, Cosmoquímica, Macsol, Caio, Metalúrgica Nova Americana, … Com alterações também foi implementado na COPENE, hoje Brasken.

 

É um Programa exemplar da perspectiva da Germinal de aproximar os universos da arte e do trabalho, como forma de facilitar a aprendizagem significativa e a construção criativa do conhecimento. O Programa é composto por sete módulos, com duração de 30 horas cada um. Para o desenho metodológico, cada módulo do Programa tem uma arte como referência, como mostra o quadro a seguir.

 

 
Programa de Desenvolvimento de Supervisores
 
Módulo
Arte de Referência
1. Supervisão e Trabalho Participativo
Teatro
2. Desenvolvimento do Papel de Supervisão e Chefia
Dramaturgia
3. Supervisão e Relações de Trabalho
Artes Plásticas
4. Administração de Conflitos e Negociação
Jogo Dramático
5. Desenvolvimento de Recursos Humanos
Literatura
6. Supervisão e criatividade de grupo
Música
7. Elaboração de Planos de Autodesenvolvimento
Poesia

 

 

Todas as formas de arte, citadas na coluna “Arte de Referência” são utilizadas simultaneamente em todos os módulos no Programa. Em cada módulo, no entanto, uma específica forma artística é usada como modelo ou como eixo do desenvolvimento metodológico. Além do conteúdo apresentado na primeira coluna, é isso que distingue um módulo do outro: a forma artística que articula a utilização das demais artes. A utilização intensiva da arte para efeitos didáticos é uma das inovações do Programa.

 

No Módulo I, Supervisão e Trabalho Participativo,  o teatro é a arte que exerce um papel articulador. 

 

A metodologia básica do módulo foi pensada no sentido de facilitar, além da consecução dos objetivos gerais e específicos do módulo (descritos em Plano de Curso), a consecução dos seguintes objetivos gerais do Programa de Desenvolvimento de Supervisores e Chefias Intermediárias:

1. Ampliação da capacidade de comunicação através de utilização da linguagem escrita, oral e corporal;

2. Desenvolvimento da iniciativa, da reflexão e da criatividade.

 

 

O Treinando como agente

 

Característica fundamental do método é a participação ativa do treinando. Tratando-se de educação de adultos e tendo como tema o próprio trabalho do educando, a articulação do conteúdo com o prévio conhecimento empírico do participante é fundamental.

 

 

 

O teatro como centro

Uma arte, o teatro, é utilizada como cerne da metodologia. A utilização da arte (em especial, o teatro) deriva dos objetivos gerais do programa, acima enunciados. Para atingir tais objetivos não basta a transmissão ou aprendizagem de um conteúdo a eles relacionado. A vivência é fundamental.

 

Guia Descape

O Teatro Mágico

O teatro será meio para proporcionar uma vivência emocionalmente significativa do conteúdo (Stanislaviski). Uma vivência que signifique uma experimentação de possibilidades alternativas (Moreno). O teatro, ainda, como uma possibilidade de exteriorização do cotidiano. Cotidiano olhado de fora. Olhado criticamente (Brecht). O teatro, finalmente, como possibilidade de integração entre teoria e prática (Boal).

 

 

Um movimento em quatro passos

Utiliza-se, na apresentação e apropriação do conteúdo, uma estratégia baseada em quatro passos fundamentais:

1)     Introdução do tópico do conteúdo através de estímulo aberto, usando outras formas de arte (pintura, poesia, literatura, dança, etc.) que:

– mobilize as vivências individuais;

– promova a revisão de conhecimento e valores;

– problematize o tema.

2)     Trabalho individual e em grupo sobre o conteúdo (via teatro);

3)      Debates em pequenos grupos ou em painel;

4)     Síntese final, efetuada pelo docente.

 

1 Responses to “Desenvolvimento de Supervisores: O uso metodológico da arte”

  1. […] centrada no uso da arte como fundo e forma de um novo modelo metodológico ensaiado no  “Programa de Desenvolvimento de Supervisores (SENAC/SP), e já defendido no artigo aprendizagem criativa metodologia e  em Como Trabalhar […]


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