Em 21 de junho de 2009, transcorridos menos de onze meses desde o seu início, o blog Germinal – Educação e Trabalho recebeu a visita de número cem mil. O centésimo milésimo visitante foi um desconhecido. Não conseguimos identificar de onde ele veio, se foi uma visita breve ou demorada, se gostou ou não do que leu e viu. Sabemos que não deixou nenhum comentário.
Não recebemos comentário algum em 21/06/2009.
O dia 21 foi um domingo. Domingo não é muito diferente de outros dias. Se nos domingos as visitas diminuem, os comentários sempre foram raros durante a breve história do blog. É inquietante esse silêncio.
Só de vez em quando uma voz rompe a solidão. Em geral, são leitores que solicitam informações adicionais sobre isso ou aquilo. Temos atendido a todos. Raros, nesta caminhada, são aqueles que comentam o texto. Poucos, porém animadores, foram os comentários de incentivo. Agradecemos de coração cada um deles.
Acreditamos que eles são porta-vozes da minoria silenciosa, mas significativa, que se manifesta visitando-nos mais de uma vez.
EmQuem Somos, falamos que o primeiro nome da Germinal Consultoria (Germinal – Cultura e Trabalho) revelava o intento de aproximar os universos da cultura e do trabalho. Com o uso intensivo da arte, buscava-se o desenvolvimento de alternativas metodológicas para a aprendizagem significativa e para a construção criativa do conhecimento e de competências, especialmente as necessárias para a inclusão, a qualificação e o desenvolvimento profissional.
Essa foi uma tônica que modulou a história da Germinal Consultoria e do nosso blog.
Com arte, também queremos comemorar os cem mil acessos. Com poesia, queremos agradecer aos visitantes do sítio, especialmente aos mais fíéis. Para comemoração e agradecimento, escolhemos uma prece. Escolhemos a prece por ser domingo. Por ela apontar para uma superação mesmo após o esgotamento. Por falar de continuidade e de renascimento. Por ser de Pessoa.
Foto: Smithsonian - National Museum of Natural History
O ESFORÇO é grande e o homem é pequeno.
Eu, Diogo Cão, navegador, deixei
Este padrão ao pé do areal moreno
E para deante naveguei.
A alma é divina e a obra é imperfeita.
Este padrão signala ao vento e aos céus
Que, da obra ousada, é minha a parte feita:
O por-fazer é só com Deus.
E ao imenso e possível oceano
Ensinam estas Quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é portuguez.
E a cruz ao alto diz que o que me há na alma
E faz a febre em mim de navegar
Só encontrará de Deus na eterna calma
O porto sempre por achar.
Fernando Pessoa, Padrão. In: Mensagem – Fernando Pessoa: Obra Poética. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1986, p 79.
Estamos comemorando 50.000 acessos em Germinal – Educação e Trabalho. O número foi obtido entre o dia 23/07/2008 e 10/03/2008. Um pouco menos de oito meses. Como diz o poema, o esforço foi grande, por isso estamos contentes. Agradecemos a todos os que nos tem visitado.
Além dos 50.000 acessos, acompanhando o dedo da ilustração que aponta para o alto, temos um outro número a comemorar. Em fevereiro, superamos pela primeira vez a marca de 10.000 acessos em um único mês. Em março, provavelmente, essa marca será superada. Com isso, temos a expectativa de completar 100.000 acessos antes do primeiro aniversário do blog.
Sabemos que esse número de acessos é pequeno quando comparado aos blogs que são “campeões de audiência”. É pequeno mesmo quando comparado ao número de acessos dos blogs educativos mais populares. Apesar disso, o número tem para nós um significado especial. É um marco, um padrão que motiva a continuidade do trabalho e estimula a busca de aperfeiçoamento contínuo. O porto sempre por achar…
Filed under: Eventos — José Antonio Küller @ 3:17 pm
Como sempre faço, pedi à Helena uma ilustração para minha mensagem de fim de ano. Recebi essa.
Depois, também como todo ano, fui à procura de um poema ou letra de música para que, juntos texto e imagem criassem o contexto de meu desejo de ano bom.
Sempre consegui estabelecer um nexo simples entre os versos e a imagem. Este ano não foi possível. Depois de folhear todo Pessoa, todo Drummond, todo Borges, muito Neruda, um pouco de outros, descartei uma busca em Cecília e desisti. Por mais que tentasse mudar a escolha, um poema me perseguia. É o seguinte:
SANTA CLARA, clareai
Estes ares.
Dai-nos ventos regulares,
De feição.
Estes mares, estes ares
Clareai.
Santa Clara, dai-nos sol.
Se baixar a cerração,
Alumiai
Meus olhos na cerração.
Estes montes e horizontes,
Clareai.
Santa Clara, no mal tempo
Sustentai nossas asas.
A salvo de árvores, casas
E penedos, nossas asas
Governai.
Santa Clara, clareai.
Afastai
Todo risco.
Por amor de S.Francisco,
Vosso mestre, nosso pai,
Santa Clara, todo o risco
Dissipai.
Santa Clara, clareai.
Há de certo algo mais fundo que pode unir a ilustração ao poema de Manuel Bandeira. Mas, mesmo sendo óbvio e pouco imaginativo, desejo a todos um ano de muita paz e aconchego e, apesar de todos os obstáculos, repleto de dias felizes.
Germinal presta serviços no desenho e implementação de soluções educacionais criativas. Seu foco é a construção dos saberes (conhecer, aprender, fazer...), a gestão do conhecimento e o desenvolvimento de competências para a vida, o trabalho e o exercício da cidadania.
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