O Governo, por meio da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seads), e o Senac São Paulo apresentarão nesta terça-feira, 1º, a iniciativa que capacitará, inicialmente, 2.088 integrantes do programa de transferência de renda Ação Jovem.
A solenidade, que tem o objetivo de convidar empresas a integrarem a parceria, será realizada no Auditório Nobre do Senac Consolação. Estarão presentes o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social Luiz Carlos Delben Leite e o conselheiro do Senac São Paulo Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues.
A proposta já contempla a capacitação de participantes do Ação Jovem em 36 municípios paulistas, permitindo que os beneficiários selecionados realizem gratuitamente o Programa Educação para o Trabalho – Novas Conexões do Senac São Paulo. Durante os seis meses do curso de qualificação profissional, os jovens serão preparados para desenvolver atitudes empreendedoras e atuar em diversas áreas, como o setor de comércio, serviços e indústria.
O Governo de São Paulo e o Senac ampliarão as possibilidades que a parceria oferece, convidando empresas a apoiarem a iniciativa de diversas formas: financiando turmas de 30 participantes, contratando jovens capacitados pelo programa, patrocinando instituições sociais interessadas na realização do curso em sua comunidade, abrindo as portas para visitas orientadas, entre outras.
O Programa de Educação para o Trabalho (PET) foi desenvolvido pelo SENAC/SP e implementado, na sua forma atual, em 1996. É “voltado ao desenvolvimento de jovens, especialmente daqueles com limitadas oportunidades de acesso aos bens tecnológicos que possibilitam a apropriação do conhecimento, o domínio de competências, bem como de contato e convívio com padrões estéticos requisitados por um mercado de trabalho exigente e seletivo, inflexível a justificativas de natureza sociopolítica” (José Luiz Gaeta Paixão.Introdução do Programa de Educação para o Trabalho. São Paulo, SENAC, 1996).
A GERMINAL participou da concepção do Núcleo Central do PET e da capacitação de todos os docentes (cerca de 1.000) envolvidos na implementação das 100 turmasinicial do Programa. Desenvolveu também uma versão alternativa ao Plano de Curso original do Programa, o manual do Núcleo Central e todos os manuais das Estações de Trabalho dessa versão alternativa. Tal versão, por um conjunto de circunstâncias, acabou não sendo implementada, pelo menos em sua totalidade.
Em outros posts, pubicamos excertos dessa versão alternativa. Os excertos devem ser encarados como amostras do trabalho que pode ser desenvolvido pela Germinal. A versão alternativa é composta por um Núcleo Central e por Estações de Trabalho destinadas ao tratamento de áreas específicas do Setor de Comércio e Serviços. Dela já publicamos os seguintes excertos:
Estrutura e Objetivos para a Versão Alternativa (extraída do Manual do Núcleo Central)
Amostra I: Exemplo de uma Sessão de Aprendizagem (extraído do Manual da Estação de Trabalho de Organização e Administração
Amostra II: Exemplo de mais uma Sessão de Aprendizagem (extraído do Manual da Estação de Trabalho de Organização e Estética de Ambientes)
Amostra III: Exemplo de outra Sessão de Aprendizagem (extraído do Manual da Estação de Trabalho de Saúde)
O jornalA Hora On Line, de Ribeirão Preto, veicula a seguinte notícia sobre o Programa de Educação para o Trabalho (as ilustrações foram inseridas por nós).
Instituição oferece 120 vagas para jovens socialmente
desfavorecidos com idade entre 15 e 21 anos
O Senac Ribeirão Preto abre inscrições para 120 vagas, com quatro turmas, no Programa Educação para o Trabalho – novas conexões, com o objetivo de atender jovens entre 15 e 21 anos – que concluíram o oitavo ano do ensino fundamental e são provenientes de famílias de baixa renda –, e capacitá-los para a atuação profissional. As palestras informativas sobre a proposta, cuja participação é um pré-requisito de seleção, ocorre nos dias 9 e 10 de março, às 9 e às 14 horas, e são gratuitas.
Oferecido na unidade desde 1997, a iniciativa, que vem passando por constantes atualizações, já capacitou gratuitamente mais de 2.400 jovens com o intuito de aproximá-los de temas recorrentes no mercado. Durante as aulas, eles aprendem a agregar valores sociais e comunitários e a valorizar a cultura do trabalho e das relações sociais.
“Trata-se de uma oportunidade para o adolescente ampliar as chances de empregabilidade, aprimorar as habilidades, e ainda interagir de forma mais positiva com a sociedade”, explica Juliano Calderero, gerente do Senac Ribeirão Preto. “Além desses jovens e de suas famílias, quem sai ganhando é o setor de comércio e serviços, que vai receber colaboradores preparados, com os conhecimentos necessários e aptos para valorizar os negócios”, acrescenta.
Neste ano, as aulas começam em 1º de abril e 4 de maio.
Sobre o Programa Educação para o Trabalho
Lançado há 12 anos pelo Senac São Paulo, o Programa Educação para o Trabalho procura desenvolver nos jovens as competências básicas necessárias para o ingresso e a permanência no mercado profissional, além de estimular as habilidades empreendedoras que os ajudem a efetivar seus projetos pessoais e coletivos.
Com duração de seis meses, o curso é dividido em módulos de desenvolvimento humano, desenvolvimento pessoal, comunicação, tecnologia, excelência no atendimento e relacionamento com o cliente, atitude empreendedora, sistemas e processos organizacionais e vivência.
Além disso, há um núcleo central de atividades orientadas, que promove debates e reflexões sobre as origens, características, exigências e tendências do trabalho na sociedade contemporânea. Nas aulas também são abordadas questões como percepção crítica, iniciativa, discernimento e criatividade para a busca e a geração de soluções no ambiente profissional.
A última etapa do curso é a estação de vivências, que visa proporcionar aos alunos a experiência de situações reais em organizações parceiras. Nessa fase o participante deve cumprir 30 horas de estágio em ambiente privado ou público (empresas, entidades do terceiro setor, escolas e centros culturais).
Informações sobre os cursos do Senac Ribeirão Preto podem ser obtidas pelo telefone (16) 2111-1200. A unidade fica na Avenida Capitão Salomão, 2.133.
O Programa de Educação para o Trabalho (PET) foi desenvolvido pelo SENAC/SP e implementado, na sua forma atual, em 1996. É “voltado ao desenvolvimento de jovens, especialmente daqueles com limitadas oportunidades de acesso aos bens tecnológicos que possibilitam a apropriação do conhecimento, o domínio de competências, bem como de contato e convívio com padrões estéticos requisitados por um mercado de trabalho exigente e seletivo, inflexível a justificativas de natureza sociopolítica” (José Luiz Gaeta Paixão.Introdução do Programa de Educação para o Trabalho. São Paulo, SENAC, 1996).
A GERMINAL participou da concepção do Núcleo Central do PET e da capacitação de todos os docentes (cerca de 1.000) envolvidos na implementação das 100 turmasinicial do Programa. Desenvolveu também uma versão alternativa ao Plano de Curso original do Programa, o manual do Núcleo Central e todos os manuais das Estações de Trabalho dessa versão alternativa. Tal versão, por um conjunto de circunstâncias, acabou não sendo implementada, pelo menos em sua totalidade.
Em outros posts, pubicamos excertos dessa versão alternativa. Os excertos devem ser encarados como amostras do trabalho que pode ser desenvolvido pela Germinal. A versão alternativa é composta por um Núcleo Central e por Estações de Trabalho destinadas ao tratamento de áreas específicas do Setor de Comércio e Serviços. Dela já publicamos os seguintes excertos:
Estrutura e Objetivos para a Versão Alternativa (extraída do Manual do Núcleo Central)
Amostra I: Exemplo de uma Sessão de Aprendizagem (extraído do Manual da Estação de Trabalho de Organização e Administração
Amostra II: Exemplo de mais uma Sessão de Aprendizagem (extraído do Manual da Estação de Trabalho de Organização e Estética de Ambientes)
Amostra III: Exemplo de outra Sessão de Aprendizagem (extraído do Manual da Estação de Trabalho de Saúde)
O Portal Net Campos.com, de Campos de Jordão (SP), veiculou, tempos atrás, a seguinte notícia sobre o Programa Educação para o Trabalho (PET).
Jovens terão a oportunidade de ampliar suas possibilidades para ingressar no mercado de trabalho
Um dos principais objetivos do Programa Educação para o Trabalho, que se inicia dia 5 de março, é capacitar adolescentes de comunidades carentes para ingressar no mercado profissional. Uma oportunidade ímpar para que todos os participantes possam desenvolver competências com valores sociais, promover a cultura de trabalho, além de atuar como agentes transformadores no ambiente familiar.
Com metodologia produzida pelo Senac São Paulo, o Programa Educação para o Trabalho é uma formação educacional gratuita e com duração de seis meses que prepara jovens de 15 a 21 anos.
Em várias unidades do Senac, o programa, que por 10 anos é considerado referencial de investimento social privado, vem sendo financiado com sucesso por empresas privadas, órgãos públicos e pelo terceiro setor, agregando benefícios institucionais aos seus apoiadores.
O Centro Universitário Senac – Campus Campos do Jordão abre as portas para empresas que estejam interessadas em ser parceiras desta iniciativa social. Na medida em que ampliam a possibilidade de formação para esses jovens, elas contribuem com o aumento de profissionais qualificados no mercado e com o desenvolvimento sustentável do país. E ainda podem ajudar a divulgar a ação para outras empresas aderirem ao programa.
O Programa Educação para o Trabalho oferece as seguintes vantagens aos parceiros:
– Recebem o selo Empresa que Educa, que poderá ser aplicado em embalagens, crachás ou peças promocionais do estabelecimento.
– Podem apresentar o compromisso social para seus clientes e colaboradores.
– Obtêm o benefício institucional de prestar um serviço à comunidade na qual estão inseridos.
Mais informações podem ser obtidas com a direção do Centro Universitário Senac, pelo telefone (12) 3668-3001
O Programa de Educação para o Trabalho (PET) foi desenvolvido pelo SENAC/SP e implementado, na sua forma atual, em 1996. É “voltado ao desenvolvimento de jovens, especialmente daqueles com limitadas oportunidades de acesso aos bens tecnológicos que possibilitam a apropriação do conhecimento, o domínio de competências, bem como de contato e convívio com padrões estéticos requisitados por um mercado de trabalho exigente e seletivo, inflexível a justificativas de natureza sociopolítica” (José Luiz Gaeta Paixão. Introdução do Programa de Educação para o Trabalho. São Paulo, SENAC, 1996).
O SENAC desenvolve o Programa de Educação para o Trabalho há cerca de 10 anos. O projeto teve origem após a constatação das dificuldades que jovens tinham em ingressar e permanecer no mundo do trabalho. Até agora, o Programa atendeu mais de 100 mil garotas e rapazes.
A GERMINAL participou da concepção do Núcleo Central do PET e da capacitação de todos os docentes (cerca de 1.000) envolvidos na implementação inicial do Programa. Desenvolveu também uma versão alternativa ao Plano de Curso original do Programa, o manual do Núcleo Central e todos os manuais das Estações de Trabalho dessa versão alternativa. Tal versão, por um conjunto de circunstâncias, acabou não sendo implementada, pelo menos em sua totalidade.
Em outros posts, pubicamos excertos dessa versão alternativa. Os excertos devem ser encarados como amostras do trabalho que pode ser desenvolvido pela Germinal. A versão alternativa é composta por um Núcleo Central e por Estações de Trabalho destinadas ao tratamento de áreas específicas do Setor de Comércio e Serviços. Dela já publicamos os seguintes excertos:
Estrutura e Objetivos para a Versão Alternativa (extraída do Manual do Núcleo Central)
Amostra I: Exemplo de uma Sessão de Aprendizagem (extraído do Manual da Estação de Trabalho de Organização e Administração
Amostra II: Exemplo de mais uma Sessão de Aprendizagem (extraído do Manual da Estação de Trabalho de Organização e Estética de Ambientes)
Amostra III: Exemplo de outra Sessão de Aprendizagem (extraído do Manual da Estação de Trabalho de Saúde)
O vídeo postado abaixo foi originalmante publicado no bolg da turma de 2008 do Programa Educação para o Trabalho (PET), realizada no campus do Centro Universitário do SENAC em Águas de São Pedro: http://educacaoeaprendizagem.com.br/blogs/captt2008
O Programa de Educação para o Trabalho (PET) foi desenvolvido pelo SENAC/SP e implementado, na sua forma atual, em 1996. É “voltado ao desenvolvimento de jovens, especialmente daqueles com limitadas oportunidades de acesso aos bens tecnológicos que possibilitam a apropriação do conhecimento, o domínio de competências, bem como de contato e convívio com padrões estéticos requisitados por um mercado de trabalho exigente e seletivo, inflexível a justificativas de natureza sociopolítica” (José Luiz Gaeta Paixão. Introdução do Programa de Educação para o Trabalho. São Paulo, SENAC, 1996).
O SENAC desenvolve o Programa de Educação para o Trabalho há cerca de 10 anos. O projeto teve origem após a constatação das dificuldades que jovens tinham em ingressar e permanecer no mundo do trabalho. Até agora, o Programa atendeu mais de 100 mil garotas e rapazes.
A GERMINAL participou da concepção do Núcleo Central do PET e da capacitação de todos os docentes (cerca de 1.000) envolvidos na implementação inicial do Programa. Desenvolveu também uma versão alternativa ao Plano de Curso original do Programa, o manual do Núcleo Central e todos os manuais das Estações de Trabalho dessa versão alternativa. Tal versão, por um conjunto de circunstâncias, acabou não sendo implementada, pelo menos em sua totalidade.
Em outros posts, pubicamos excertos dessa versão alternativa. Os excertos devem ser encarados como amostras do trabalho que pode ser desenvolvido pela Germinal. A versão alternativa é composta por um Núcleo Central e por Estações de Trabalho destinadas ao tratamento de áreas específicas do Setor de Comércio e Serviços. Dela já publicamos os seguintes excertos:
Estrutura e Objetivos para a Versão Alternativa (extraída do Manual do Núcleo Central)
Amostra I: Exemplo de uma Sessão de Aprendizagem (extraído do Manual da Estação de Trabalho de Organização e Administração
Amostra II: Exemplo de mais uma Sessão de Aprendizagem (extraído do Manual da Estação de Trabalho de Organização e Estética de Ambientes)
Amostra III: Exemplo de outra Sessão de Aprendizagem (extraído do Manual da Estação de Trabalho de Saúde)
O Jornal de Piracicaba On Line, de 30 de outubro de 2008, traz a seguinte notícia sobre o Programa Educação Para o Trabalho:
Alunos do PET visitam a Rádio Briza – 89,7 FM, em Catanduva
” Em Piracicaba, o projeto existe desde 1998 e já atendeu a cerca de 600 jovens que, durante seis meses, freqüentam aulas diárias e, no final do curso, participam de uma vivência em empresas da cidade. “Por dez dias, os alunos praticam o que aprenderam em sala de aula e são contratados pelas empresas onde fazem o estágio, ou pelo menos a maior parte deles”, diz Gisela Bassinello, coordenadora do programa na unidade.
Segundo Gisela, os jovens também elaboram um projeto de melhoria do próprio bairro para finalizar o programa. “Eles diagnosticam os problemas e sugerem soluções para suas comunidades com base nas competências desenvolvidas.”
O conteúdo do curso compreende noções de marketing pessoal, comunicação, empreendedorismo, transações comerciais, recepção e atendimento, informática, saúde e qualidade de vida, além do estágio. Como a procura pelo programa é grande, o encaminhamento desses jovens é feito pelas organizações sociais da cidade e o Senac faz a seleção dos candidatos.”
Sucesso em resultados e parcerias, o Programa Educação para o Trabalho (PET) do SENAC de São Paulo, até 2002, tinha capacitado mais de 20.000 jovens de baixa renda para a inserção no mercado de trabalho. Em 1999, O SENAC recebeu, da Câmara Americana do Comércio, o Prêmio Eco 99 na categoria Especial do Júri, pela realização do Programa.
A GERMINAL participou da concepção do Núcleo Central do PET e da capacitação de todos os docentes (cerca de 1.000) envolvidos na implementação inicial do Programa. Para saber mais sobre o Programa de Educação para o Trabalho, clique aqui.
O Programa Educação para o Trabalho do SENAC de São Paulo foi objeto de uma dissertação de mestrado que concluiu que ele favorece o protagonismo juvenil. Postamos, a seguir, o resumo da dissertação de Maria Cistina Durante Esteves. Para saber da participação da Germinal no Programa de Educação para o Trabalho, clique aqui. Para acesso a amostras de trabalho de uma versão alterantiva do Programa, clique aqui.
O protagonismo juvenil na percepção de jovens em um programa de educação para o trabalho na cidade de Ribeirão Preto.
ESTEVES, Maria Cristina Durante
RESUMO
O protagonismo juvenil é definido como a capacidade do jovem de atuar na sua esfera familiar, social e escolar, seja essa ação individual ou em grupo. Este estudo teve como objetivos identificar de que maneira ocorrem as aprendizagens no Programa de Educação para o Trabalho, verificar se essas aprendizagens favorecem o protagonismo juvenil e conhecer a percepção dos jovens participantes do programa quanto ao seu papel na sociedade. Participaram do estudo, jovens do Programa de Educação para o Trabalho, no município de Ribeirão Preto do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). A coleta de dados foi realizada através de seis grupos focais, envolvendo cinqüenta e seis participantes. As discussões enfocaram a percepção do jovem na sociedade, o significado de participar do Programa e em outros espaços de aprendizagens, assim como o processo educativo dentro do programa. Os dados foram analisados segundo sete categorias de análise: percepção do jovem quanto ao seu papel na sociedade; participação do jovem; trabalho e juventude; lazer e o jovem; prevenção, sexualidade e drogas; aprender e ensinar; e aprender para a vida. A análise dos dados mostrou que alguns jovens sentem-se pressionados a ajudar economicamente suas famílias, que no programa para jovens conseguem aprender para o trabalho e para a vida, que há poucos espaços que estimulam a participação do jovem em outras atividades e que a criação destes espaços é importante para seu crescimento pessoal. Eles vivenciam o medo da violência, apontam para a importância de orientações relacionadas à prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e à gravidez. Concluiu-se que as aprendizagens ocorridas no programa de educação para o trabalho favorecem atitudes protagônicas nos jovens.
Palavras-Chave:
Educação; Juventude; Participação social
Dissertação de Mestrado; Programa de Pós-Graduação em Educação – UFSCar; Área de Concentração: Metodologia de Ensino; Orientador: Profª Drª Aida Victoria Garcia Montrone; Ano da Defesa: 2005.
O site da Universidade Metodista, de Rudge Ramos, em 21/06/2008, publica a seguinte notícia em relação ao Programa de Educação para o Trabalho. Para saber mais sobre o Programa e sobre a contribuição da Germinal em relação ao Programa, clique aqui.
Nova turma do Pet increve nos dias 24 e 25 de junho, das 8h30 às 17h, na Sedesc.
Adolescentes entre 15 e 16 anos poderão se inscrever nos dias 24 e 25 de junho para o Programa de Educação do Adolescente para o Trabalho (Peat), de São Bernardo. As fichas de inscrição devem ser retiradas na Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania (Sedesc) da prefeitura das 8h30 às 17h.
Os candidatos precisam morar em São Bernardo, estarem matriculados na 7ª série do ensino fundamental em escola pública e comprovar carência socioeconômica. A seleção não será feita em ordem de chegada. Cada candidato, ao receber a ficha de inscrição, também receberá a data de devolução da ficha preenchida. A seleção atenderá apenas aos critérios citados.
A primeira fase do projeto, com duração de um semestre, compõe um curso de formação pessoal, profissional e para o ambiente de trabalho, com aulas de segunda a sexta-feira – são 110 vagas para o período da manhã e 110 à tarde.
Ao final desta etapa, os adolescentes recebem um certificado, são contratados pela Prefeitura e recebem uma bolsa-auxílio no valor de R$ 415, referente a 20 horas semanais. O estágio dura até que o adolescente complete 18 anos. As aulas da próxima turma começam dia 29 de julho. A Secretaria fica na Av. Redenção, 271 – Centro (ao lado do Poupatempo). Telefone: 4126-3700″. (EVELIN RIBEIRO)
O material apresentado neste post refere-se a uma sessão de aprendizagem, retirada do Manual do Instrutor, da Estação de Trabalho de Administração e Organização, um dos componentes curriculares de uma versão alternativa ao Programa de Educação para o Trabalho (PET),do Senac/SP. O programa é destinado a jovens em situação de busca do primeiro emprego. A versão alternativa foi criada pela Germinal e não chegou a ser publicada e implementada na forma aqui apresentada. O excerto deve ser encarado como uma amostra do trabalho que pode ser desenvolvido pela Germinal Consultoria.
SESSÃO I: ORGANIZAÇÃO CLÁSSICA DO TRABALHO
CENÁRIO-BASE
A Estação de Trabalho, no formato de um curso-drama será desenvolvido em uma sala-palco, que manterá durante todos os seus atos um mesmo cenário padrão. A sala-palco conterá:
1. Cadeiras universitárias ou mesinhas individuais, em número idêntico (exatamente) ao de atores participantes, incluindo os atores-coordenadores. Assim, cada carteira vazia indica uma ausência.
2. Dois suportes para álbum-seriado, com respectivas folhas (em branco) já colocadas.
3. Móveis:
Aparador para recursos cênicos (textos, pastas, fitas de vídeo, áudio…).
Aparador para aparelho de TV, vídeo e som.
Aparador para retroprojetor.
Arquivo.
Armário.
4. Nas paredes:
Quadro negro.
Quadro de avisos (grande).
Sempre que possível: um quadro com uma mandala e outro com a imagem simbólica do velho sábio.
Outros elementos decorativos (discriminados em cada ato).
Projeção do poema “Profissão do Poeta”(Geir Campos. A Profissão do Poeta. In: Fernandes, Millor e Rangel, Flávio. Liberdade, Liberdade. São Paulo, L&PM, 1987, p. 22.)
O Poeta, Chagall
PROFISSÃO DO POETA
Operário do canto, me apresento
sem marca ou cicatriz, limpas as mãos,
minha alma limpa, a face descoberta,
aberto o peito, e – expresso documento –
a palavra conforme o pensamento.
Fui chamado a cantar e para tanto
há um mar de som no búzio de meu canto.
Trabalho à noite e sem revezamentos.
Se há mais quem cante cantaremos juntos;
sem se tornar com isso menos pura,
a voz sobe uma oitava na mistura.
Não canto onde não seja a boca livre,
onde não haja ouvidos limpos
e almas afeitas a escutar sem preconceito.
Para enganar o tempo – ou distrair
criaturas já de si tão mal atentas,
não canto…
Canto apenas quando dança,
nos olhos dos que me ouvem, a esperança.
5. No chão e no centro da sala: o desenho de um grande círculo (desenhado com fita crepe, por exemplo). As cadeiras estão dispostas em torno do círculo central, com uma abertura na direção do quadro negro (semicírculo) e com espaço suficiente para que os pés dos participantes não toquem o interior do círculo. No interior do círculo está desenhado um pequeno quadrado e, saindo do meio de cada um dos seus lados, quatro retas que dividem o círculo e o espaço total da sala em quatro partes e as cadeiras dos participantes em quatro grupos. Dentro de cada uma dessas partes, escrita em uma tarjeta ou cartolina e referindo-se a cada grupo de participantes, está colocada uma das seguintes palavras: Gerente, Técnico, Supervisor ou Operador.
6. Um vaso com flores naturais, colocado sobre um dos móveis.
7. Iluminação indireta, se possível.
DESENVOLVIMENTO
Ato I: A FORMAÇÃO DO ELENCO
A. Cenas:
Cena I – A Composição do Elenco
Cena II – Todos os Nomes
Cena III – Expectativas
Cena IV – Gerentes
Cena V – Supervisores
Cena VI – Operadores
Cena VII – Técnicos
Cena VIII – Síntese
B. Modificações no Cenário-Base:
1. Outros elementos decorativos nas paredes: quadros, ampliações fotográficas, recortes de revistas, etc., contendo cenas diversificadas de trabalho e produção: trabalho artesanal, trabalho em fábricas, linhas de montagem operadas com trabalho humano e com robôs, trabalho em equipe, operação de fábricas automáticas…
2. Quadro negro apagado.
3. Aparelhos de som e vídeo já testados.
4. Fixados no quadro de avisos:
Uma relação completa dos participantes.
Um dos textos que será utilizado no drama.
Um programa do espetáculo teatral.
Uma frase: Ator convidado para o drama, conquiste o seu espaço!
Um horário do espetáculo diário (início e término).
5. Sobre as cadeiras ou mesinhas individuais: programa do espetáculo teatral, cópias dos poemas: Contratados e O Relógio.
6. Música de fundo: Bolero, de Ravel.
C. Objetivos específicos do Ato
a. De reação – deseja-se que os atores se sintam:
respeitados;
esperados;
surpresos;
curiosos;
descontraídos;
alegres.
b. De aprendizagem – Espera-se que os atores possam:
Rever e (re) memorizar o nome de todos os companheiros;
Conhecer novas características pessoais dos companheiros;
Conhecer o programa da Estação de Trabalho e as suas características metodológicas.
Intuir que existem muitas formas de trabalho e muitas maneiras de organizar e administrar o trabalho
Identificar as características fundamentais da organização clássica do trabalho
Fixar a divisão estrutural do trabalho na organização clássica (Taylorista /Fordista)
Intuir que as características básicas e estruturais da organização clássica estão presentes em praticamente todas as todas as atuais organizações e situações de trabalho coletivo.
c. Sensação subjacente a ser produzida: algo importante vai acontecer.
d. Resultado adicional a ser buscado: aquecimento para a ação dramática e para a criatividade.
Cena I: Composição do elenco
Carlos Scliar, Composição (ora bolas!),Vinil e colagem encerada sobre tela, Ouro Preto, MG. 1993
Sala palco (do lado de fora). Porta fechada. Trinta minutos antes da chegada dos demais atores (denomina-se de ator ou de atores ao participante ou aos participantes do Programa Educação para o Trabalho) …
Atores coordenadores : chegam. Abrem a porta. Ligam o som, colocando a música de fundo. Projetam a transparência prevista (Profissão do Poeta). Verificam o arranjo da sala, eventualmente alterando-o na direção descrita. Escrevem uma mensagem, referente ou não ao conteúdo do ato, em cada álbum-seriado e no quadro-negro.
Durante essas ações, os atores coordenadores recepcionam os demais atores que chegam. No horário previsto:
Atores coordenadores: fecham a porta. Nela, por dentro, fixam um cartaz com os dizeres: “ELENCO COMPLETO – PROIBIDA A ENTRADA“.
O Ator que chegar atrasado para a CENA II deve conquistar o seu espaço.
Cena II: Todos os Nomes
mosaico português, reproduzido do blog jumento.blogspot
Atores já sentados…
Novo ator coordenador: lê o poema Profissão do Poeta e apresenta-se.
Atores coordenadores: contam uma história (engraçada, curiosa, trágica…) relacionada com seus próprios nomes.
Atores: cada qual conta, também, sua história.
Enquanto os atores se apresentam, entremeando as falas, os Atores-Coordenadores vão fazendo comentários a respeito do programa, do cenário, da utilização da arte, da música, do teatro, da poesia, etc.
Cena III: Expectativas
Sanithna Phansavanh, great expectations 10" x 12" .. mixed media .. 2004
Atores: fecham os olhos. Recordam os antecedentes da atual ação. O início do Programa. Os dias anteriores ao atual. O dia de hoje. O caminho percorrido para chegar ao local do curso. A chegada. A entrada na sala. Como estão se sentindo agora…
Ator coordenador: solicita que os atores abram os olhos. Levantem-se. Andem pela sala.
Atores: abrem os olhos. Levantam-se. Andam pela sala. Exploram o espaço. Escolhem um objeto que represente a CHEGADA. Escolhem outro objeto representando a SAÍDA. Sentam-se. Dizem o nome dos objetos escolhidos.
Atores coordenadores: registram em um álbum-seriado o nome dos participantes seguido dos objetos escolhidos para representarem a chegada. No outro, os escolhidos para representarem a saída.
Ao mesmo tempo em que dizem os nomes dos objetos, os atores explicam porque os escolheram.
Todos os atores: comentam os objetos escolhidos.
Cena IV: Gerentes
Ator-coordenador: coloca a fita com a música Pedro Pedreiro (Pedro Pedreiro. Chico Buarque de Holanda. In: Chico Buarque – Letra e Música. São Paulo, Companhia das Letras, 1990, p.40. ). Solicita a atenção dos atores para a audição.
Atores: ouvem a música, acompanhada pela leitura da letra, previamente colocada sobre as carteiras.
PEDRO PEDREIRO
Pedro pedreiro penseiro esperando o trem
Manhã parece, carece de esperar também
Para o bem de quem tem bem
De quem não tem vintém
Pedro pedreiro fica assim pensando
Assim pensando o tempo passa
E a gente vai ficando pra trás
Esperando, esperando, esperando
Esperando o sol
Esperando o trem
Esperando o aumento
Desde o ano passado
Para o mês que vem
Pedro pedreiro penseiro esperando o trem
Manhã, parece, carece de esperar também
Para o bem de quem tem bem
De quem não tem vintém
Pedro pedreiro espera o carnaval
E a sorte grande do bilhete pela federal
Todo mês
Esperando, esperando, esperando
Esperando o sol
Esperando o trem
Esperando aumento
Para o mês que vem
Esperando a festa
Esperando a sorte
E a mulher de Pedro
Está esperando um filho
Pra esperar também
Pedro pedreiro penseiro esperando o trem
Manhã, parece, carece de esperar também
Para o bem de quem tem bem
De quem não tem vintém
Pedro Pedreiro está esperando a morte
Ou esperando o dia de voltar pro norte
Pedro não sabe mas talvez no fundo
Espera alguma coisa mais linda que o mundo
Maior do que o mar
Mas pra que sonhar
Se dá o desespero de esperar demais
Pedro pedreiro quer voltar atrás
Quer ser pedreiro pobre e nada mais
Sem ficar esperando, esperando, esperando
Esperando o sol
Esperando o trem
Esperando o aumento para o mês que vem
Esperando um filho pra esperar também,
Esperando a festa
Esperando a sorte
Esperando a morte
Esperando o norte
Esperando o dia de esperar ninguém
Esperando enfim nada mais além
Da esperança aflita, bendita, infinita
Do apito do trem
Pedro pedreiro esperando
Pedro pedreiro esperando
Pedro pedreiro esperando o trem
Que já vem, que já vem, que já vem (etc.)
Atores coordenadores: comentam a música. A música é relacionada com o tema “organização clássica do trabalho” e com a música de fundo “Bolero” (a idéia da repetição trazida pelas músicas – característica do trabalho monótono e parcelado da organização clássica).
Breve pausa…
Ator coordenador: solicita aos atores que ocupam o espaço identificado no chão como “Gerente” que se apresentem individualmente, dizendo o que considerarem mais relevante a respeito de si mesmos e, também, o que mais lhes chamou a atenção, no curso, até o momento.
Atores do Grupo de Gerentes: um a um, vão se apresentando.
Enquanto os atores se apresentam, no entremeio, os atores-coordenadores vão fazendo comentários a respeito do programa, do cenário, da utilização da arte: música, teatro, poesia, etc.
Cena V: Supervisores
Atores coordenadores: exibem a seqüência inicial do filme Tempos Modermos ( Tempos Modernos, filme de Charlie Chaplin, distribuído em vídeo pela Globo Vídeo.)
Vídeo 1/9
Vídeo 2/9
Observação: O trecho selecionado de exibição corresponde ao segmento que vai do início do filme até o momento em que o personagem Carlitos, enlouquecido, é levado pela ambulância.
Após a exibição, os atores coordenadores solicitam aos atores instalados no espaço identificado no chão como “Supervisores” que se apresentem. Na apresentação, os atores devem dizer algo que os companheiros ainda não conhecem a respeito de si mesmos e, em seguida, o que mais lhes chamou atenção no espetáculo até o momento.
Atores: apresentam-se. Comunicam suas impressões.
Atores coordenadores: a partir das observações desse último grupo de atores, fazem comentários sobre o filme, chamando a atenção para a possibilidade de utilização pedagógica do cinema e teatro. Mostram que esses recursos conseguem, como no caso do filme de Chaplin, veicular sinteticamente as idéias.
Os coordenadores consideram que o filme já foi usado no Programa para outros objetivos. Agora, ele serve para fazer um retrato da organização clássica do trabalho e, especialmente, de sua forma peculiar de dividir o trabalho. Os coordenadores chamam a atenção para as relações entre o filme e o cenário. Alertam, rápida e especialmente, para a divisão da sala em supervisores, operadores, gerentes e técnicos e a divisão do trabalho vista no filme:
Operadores: todos aqueles que fazem alguma coisa, executam um trabalho particular (os operários, a secretária, o policial…). Na organização clássica, as funções operacionais são muito divididas (fragmentadas) e a forma de executá-las não é pensada pelo ocupante do cargo.
Supervisores: aqueles que controlam diretamente o trabalho dos operadores, aqueles que mandam o operador fazer aquilo que deve ser feito. No filme, o supervisor é representado pelos homens do dedo em riste, os controladores do ritmo na linha de montagem.
Técnicos: os responsáveis pela invenção e operação dos meios técnicos para operacionalizar ou concretizar uma determinada estratégia, missão ou visão organizacional. No filme, a estratégia organizacional é produzir a qualquer custo. Os técnicos (o acelerador da velocidade e o inventor da máquina de comer) inventam ou operam os meios de tornar a estratégia factível.
Gerentes: os que definem a missão, a visão e a estratégia organizacional. Na organização clássica (só nela?) definem também a tecnologia (comprar ou não comprar a máquina de comer…), a organização do trabalho e o “estatuto da gafieira”, ou seja: as relações de trabalho e as normas organizacionais (não pode fumar no banheiro durante o horário de trabalho…).
Simplificando e resumindo: técnicos e gerentes pensam e decidem, operadores e supervisores obedecem e executam (Uma exploração mais detalhada do segmento inicial do filme Tempos Modernos, enquanto um retrato, uma síntese e uma crítica da organização clássica do trabalho, pode ser encontrada em: KÜLLER, J.A. Ritos de Passagem – Gerenciando Pessoas para a Qualidade. São Paulo, Editora SENAC, 1997 ).
Cena VI: Operadores
Atores coordenadores: solicitam a um ator voluntário, pertencente ao grupo dos Operadores, que leia a
Foto: David Guglielmi
poesia Contratados (Agostinho Neto, Contratados. In: ANDRADE, M. Antologia Temática de Poesia Africana – Na Noite Grávida de Punhais. Lisboa, Livraria Sá da Costa Editora, 1977, p.189.), já disponível nas cadeiras de todos os demais atores que podem, assim, acompanhar a leitura.
CONTRATADOS
Longa fila de carregadores
domina a estrada
com os passos rápidos
Sobre o dorso
levam pesadas cargas
Vão
olhares longínquos
corações medrosos
braços fortes
sorrisos profundos como águas profundas
Largos meses os separam dos seus
e vão cheios de saudades
e de receio
mas cantam
Fatigados
esgotados de trabalhos
mas cantam
Cheios de injustiças
caladas no imo de suas almas
e cantam
Com gritos de protesto
mergulhados nas lágrimas do coração
e cantam
Lá vão
perdem-se na distância
na distância se perdem os seus cantos tristes
Ah!
eles cantam…
Ator voluntário: lê a poesia.
Sem comentários e imediatamente ao final da leitura…
Um dos Atores coordenadores: coloca a fita com a música Muxima ( Do disco Angola, Discos Eldorado. A letra não foi acrescentada ao texto por tratar-se de versão original em um dos dialetos angolanos. Trata-se de uma música folclórica de Angola. O temo Muxima designa, ao mesmo tempo, o coração e um lugar sagrado Angolano.)
Todos: ouvem, silenciosamente, a música, até o final.
Durante toda a audição, os Atores Coordenadores permanecem em atitude de concentração, dando o “tom” de comportamento para os demais atores. Após um momento de pausa, durante a qual a emoção da cena reflui…
Atores coordenadores: solicitam que os atores ocupantes do espaço identificado no chão como “Operadores” se apresentem. Na apresentação, os operadores seguem o mesmo roteiro utilizado pelos supervisores.
Atores do grupo “Operadores”: apresentam-se. Explicitam suas impressões.
Atores coordenadores: fazem comentários a respeito do sentido do impacto dramático provocado em cenas como esta (da audição da poesia e música). Expõe, rapidamente, que a integração entre o pensamento e emoção será uma característica geral do módulo.
Cena VII: Técnicos
Imagem Google Perolando
Atores coordenadores: solicitam que os atores peguem o poema O Relógio (Melo Neto, J.C.. Antologia Poética. José Olympio Editora, Rio de Janeiro, 1979, p.68.), antes colocado sobre as carteiras. O poema está dividido em quatro partes. É atribuída uma parte a cada um dos quatro grupos dispostos nos quadrantes. Os coordenadores propõem que cada grupo prepare a apresentação do poema através de leitura e movimentos rítmicos, em 20 minutos. Orientam para que os grupos, na preparação, procurem captar, a partir de uma leitura do texto inteiro, o sentido geral da parte do poema que deverão representar. É em cima desse sentido geral que os movimentos devem ser elaborados. Os grupos devem evitar uma representação que reproduza ponto a ponto, em movimentos, a leitura do texto. Os movimentos não devem tentar ser uma réplica das palavras.
O RELÓGIO
1. Ao redor da vida do homem
há certas caixas de vidro,
dentro das quais, como em jaula,
se ouve palpitar um bicho.
Se são jaulas não é certo;
mais perto estão das gaiolas
ao menos, pelo tamanho
e quebradiço da forma.
Umas vezes, tais gaiolas
vão penduradas nos muros;
outras vezes, mais privadas,
vão num bolso, num dos pulsos.
Mas onde esteja: a gaiola
será de pássaro ou pássara:
é alada a palpitação,
a saltação que ela guarda;
e de pássaro cantor,
não pássaro de plumagem:
pois delas se emite um canto
de uma tal continuidade
que continua cantando
se deixa de ouvi-lo a gente:
como a gente às vezes canta
para sentir-se existente.
2. O que eles cantam, se pássaros,
é diferente de todos:
cantam numa linha baixa,
com voz de pássaro rouco;
desconhecem as variantes
e o estilo numeroso
dos pássaros que sabemos,
estejam presos ou soltos;
têm sempre o mesmo compasso
horizontal e monótono,
e nunca, em nenhum momento,
variam de repertório:
dir-se-ia que não importa
a nenhum ser escutado.
Assim, que não são artistas
nem artesãos, mas operários
para quem tudo o que cantam
é simplesmente trabalho,
trabalho rotina, em série,
impessoal, não assinado,
de operário que executa
seu martelo regular
proibido (ou sem querer)
do mínimo variar.
3. A mão daquele martelo
nunca muda de compasso.
Mas tão igual sem fadiga,
mal deve ser de operário;
ela é por demais precisa
para não ser mão de máquina,
e máquina independente
de operação operária.
De máquina, mas movida
por uma força qualquer
que a move passando nela,
regular, sem decrescer:
quem sabe se algum monjolo
ou antiga roda de água
que vai rodando, passiva,
graças a um fluído que a passa;
que fluído é ninguém vê:
da água não mostra os senões:
além de igual, é contínuo,
sem marés, sem estações.
E porque tampouco cabe,
por isso, pensar que é o vento,
há de ser um outro fluído
que a move: quem sabe, o tempo.
4. Quando por algum motivo
a roda de água se rompe,
outra máquina se escuta:
agora, de dentro do homem;
outra máquina de dentro,
imediata, a reveza,
soando nas veias, no fundo
de poça no corpo, imersa.
Então se sente que o som
da máquina, ora interior,
nada possui de passivo,
de roda de água: é motor;
se descobre nele o afogo
de quem, ao fazer, se esforça,
e que ele, dentro, afinal,
revela vontade própria,
incapaz, agora, dentro,
de ainda disfarçar que nasce
daquela bomba motor
(coração, noutra linguagem)
que, sem nenhum coração,
vive a esgotar, gota a gota,
o que o homem, de reserva,
possa ter na íntima poça.
Após 20 minutos…
Grupo 1: um dos integrantes do grupo lê o primeiro segmento do poema, enquanto os demais representam o poema através de movimentos rítmicos (corpo expressivo).
Sem pausas, nem comentários…
Grupos 2,3, e 4: procedem de forma similar ao grupo 1, em relação aos seus segmentos de poema.
Pausa, na qual ocorrem comentários espontâneos sobre o trabalho.
Ator coordenador: solicita que os atores, ocupantes do espaço identificado no chão como “Técnico”, se apresentem dizendo: o que quiserem sobre si mesmos e, também, o que mais lhes chamou a atenção até o momento.
Técnicos: apresentam-se e expõem suas impressões.
Atores: apresentam suas dúvidas a respeito do espetáculo.
Atores coordenadores: esclarecem as dúvidas dos atores, aproveitando para apresentar o programa do espetáculo teatral.
The Birth of the World. Montroig - late summer-fall 1925, Oil on canvas, 8' 2 3/4" x 6' 6 3/4" (250.8 x 200 cm), The Museum of Modern Art, New York, Joan Miró, Surrealismo
Cena VIII: Síntese
Atores coordenadores: retomam à evolução do trabalho, vista no Núcleo Central e às cenas anteriores em uma síntese que contemple as características fundamentais da organização clássica do trabalho (Taylorista/Fordista) e sua peculiar divisão estrutural e técnica do trabalho.
Observação: os resumos, vistos adiante, colocados em cartaz ou transparência, podem auxiliar o coordenador na síntese. (Esses resumos foram extraídos de: KÜLLER, J.A. Ritos de Passagem – Gerenciando Pessoas para a Qualidade. São Paulo, SENAC, 1997. )
PAPÉIS ESTRUTURAIS DA ORGANIZAÇÃO CLÁSSICA
CARACTERÍSTICAS DA ORGANIZAÇÃO CLÁSSICA
1.SEPARAÇÃO ENTRE CONCEPÇÃO E EXECUÇÃO
2.FRAGMENTAÇÃO DO TRABALHO DE EXECUÇÃO
3.RELAÇÃO AVERSIVA COM O TRABALHO
4.PRODUTO É RESULTADO DO TRABALHADOR COLETIVO
5.PRODUÇÃO EM MASSA
6.ESPECIALIZAÇÃO E AJUSTE DO HOMEM A ATIVIDADES REPETITIVAS
7.TREINAMENTO VISTO COMO ADESTRAMENTO
8.CONTROLE EXTERNO DO TEMPO E DO RITMO DE TRABALHO
9.NÃO-PROPRIEDADE DOS MEIOS DE PRODUÇÃO
10.SEPARAÇÃO PAPEL/PESSOA
Se ainda houver tempo…
Atores coordenadores: focalizam o ambiente. Situam a função prática e o simbolismo das figuras traçadas no chão. Solicita que os atores observem os quadros. Discutam o significado de cada um deles… Antes dos atores avaliarem o dia e saírem, fala da tarefa prevista para o início de todas as sessões e distribui, entre os grupos antes formados, os dias para a realização do Teatro-Jornal.
Referência para os Coordenadores
As figuras no chão e nas paredes têm uma função simbólica e/ou outra pragmática. No chão, por exemplo, o círculo é um símbolo (da perfeição) e delimita de forma pragmática o espaço dramático, o espaço do “como se”. Diferencia-o do espaço do grupo e do contexto grupal representado pelo semicírculo das cadeiras. Os quadros, fotografias e recortes de cenas de trabalho e produção não são símbolos. Devem indicar concretamente a diversidade de formas produtivas e de organização do trabalho. Já o velho sábio e a mandala são símbolos. Focam uma determinada área de experiência e abrem uma multiplicidade de significados.
Os principais símbolos colocados na sala referem-se ao processo criativo, tal como pensado por Jung. Indicam, em geral, opostos (círculo x quadrado, por exemplo) e a conjugação dos opostos (por exemplo, a mandala). O texto a seguir pode ajudar na preparação do cenário ou na sua interpretação.
Sobre Símbolos
1. Arquitetura
Portal 1 - 2001 -Antonio Cláudio Massa
O simbolismo arquitetônico é, naturalmente, muito amplo e complexo. Fundamenta-se, em princípio, na correspondência de sistemas de ordenação, resultado de levar à abstração e coincidência fenômenos diversos em conexão com as formas que pode tomar a construção arquitetônica e a organização dos espaços. Simbolismos secundários ao aludido, da “ordem”, derivam da forma, das estruturas, cor, material, função, distribuição em altura, hierarquia de elementos, etc.
2. Caos
A doutrina da realidade considera o caos como um estágio inicial cegamente impulsionado para uma nova ordem de fenômenos e de significações. Blavatsky pergunta-se: “Que é o caos primordial senão o éter contendo em si mesmo todas as formas e todos os seres, todos os germes da criação universal”.
3. Círculo
Às vezes se confunde com a circunferência, e como esta com o movimento circular. Porém, ainda que o sentido mais geral englobe os três aspectos, há determinações particulares que importa destacar. O círculo ou disco é, com freqüência, emblema solar (indiscutivelmente quando está rodeado de raios). Também tem correspondência com o número 10 (retorno à unidade após a multiplicidade), pelo que simboliza muitas vezes o céu e a perfeição ou também a eternidade. Há uma implicação psicológica profunda neste significado do círculo como perfeição. Por isso diz Jung que o quadrado, como número plural mínimo, representa o estado pluralista do homem que não alcançou a unidade interior (perfeição), enquanto que o círculo corresponderia ao final da referida etapa.
4. Circunferência
Símbolo da limitação adequada, do mundo manifesto, do preciso e regular, também da unidade interna da matéria e da harmonia universal, segundo os alquimistas. O ato de incluir seres, objetos ou figuras no interior de uma circunferência tem um sentido: de dentro, implica uma limitação e determinação; de fora, constitui a defesa de tais conteúdos físicos ou psíquicos, que deste modo se protegem contra os perils of the soul que ameaçam lá do exterior, assimilado até certo ponto ao caos; perigos, sobretudo, de falta de limites e desagregação.
5. Espaço
De certo modo, o espaço é uma região intermediária entre o cosmo e o caos. Como âmbito de todas as possibilidades é caótico, como lugar das formas e das construções é cósmico. A relação entre o espaço e o tempo bem cedo constituiu um dos meios para dominar a natureza rebelde do espaço. Outro, o mais importante, foi sua organização por meio de divisões fundadas em sua tridimensionalidade. Cada dimensão, em seus dois sentidos possíveis – na reta – facilitou dois pólos de orientação. A estes seis pontos situacionais acrescentou-se o sétimo: o centro. O espaço ficou convertido assim numa construção lógica. O simbolismo do nível e da orientação completou sua ordenação significativa. A tridimensionalidade do espaço se expressa por uma cruz de três dimensões, cujos ramos se orientam nas seis direções espaciais: as quatro dos pontos cardeais mais as duas do zênite e do nadir.
Formas e Espaços, Justino Alves
6. Formas
As formas, que dentro de um mesmo sistema ou grupo são diferentes, podem ordenar-se em séries ou gama (e são aptas a serem incluídas em ordens de analogias e correspondências). Assim, trapézio, retângulo, quadrado, círculo assinalam um avanço progressivo da irregularidade à regularidade, que poderia simbolizar exatamente uma evolução moral. Jung alude a estas coisas quando diz que, o quadrado, como número plural mínimo (simbolizante do situacional) representa o estado pluralista (interno) do homem que ainda não alcançou sua unidade interior. Contudo, é superior ao trapézio como este ao trapezóide. O octógono é a figura de intercalação (intermediário) entre o quadrado e o círculo. Não é preciso insistir que os símbolos têm significados em diversos planos, principalmente no psicológico e no cósmico. Assim, psicologicamente, o triângulo é também, em sua posição natural, com o vértice para cima, e colocado entre o quadrado e o círculo, um elemento de comunicação. Porém, objetivamente, essas três figuras simbolizam a relação (triângulo) da terra (quadrado) e do céu (círculo, roda, rosácea).
7. Mandala
Mandala de Avalokiteshvara,a roda da Compaixão
Este termo hindu significa círculo. (…) No ocidente, a alquimia apresenta com relativa freqüência figuras de inegável caráter mandálico nas quais se contrapõem o círculo, o triângulo e o quadrado. Segundo Heinrich Khunrath, do triângulo no quadrado nasce o círculo. (…) A mandala, em resumo, é antes de tudo uma imagem sintética do dualismo entre diferenciação e unificação, variedade e unidade, exterioridade e interioridade, diversidade e concentração. Exclui, por considerá-la superada, a idéia da desordem e sua simbolização. É, pois, a exposição plástica, visual, da luta suprema entre a ordem, mesmo a que existe na variedade, e o desejo final de unidade e retorno à condensação original no inespacial e intemporal (ao “centro” puro de todas as tradições). Porém, como a preocupação ornamental (quer dizer, simbólica inconsciente), é também a de ordenar um espaço (caos) dado, cabe um conflito entre duas possibilidades: a de que algumas presumíveis mandalas surjam das simples vontade (estética ou utilitária) de ordem; ou de que, em verdade, procedam do anseio místico de integração suprema.
(…) Por isto o quaternário corresponde à terra, à organização material, enquanto que o três expõe o dinamismo moral e espiritual.
9. Retângulo
É a mais racional, segura e regular de todas as formas geométricas; isto se explica empiricamente pelo fato de que, em todos os tempos e lugares, é a forma preferida pelo homem e a que ele dá a todos os espaços e objetos preparados para a vida. A casa, o quarto, a mesa, a cama povoam de retângulos o ambiente humano.
10. Triângulo
Imagem geométrica do ternário, no simbolismo dos números equivale ao três. Em sua mais alta significação aparece como emblema da Trindade. Em sua posição normal, com o vértice para cima também simboliza o fogo e o impulso ascendente de tudo para a unidade superior, desde o extenso (base) ao inextenso (vértice), imagem da origem ou ponto irradiante. (…) Com o vértice truncado, símbolo alquímico do ar; com o vértice para baixo, símbolo da água; em igual posição e com o vértice truncado, símbolo da terra. A interpenetração de dois triângulos completos em posições diferentes (água e fogo) dá lugar à estrela de seis pontas, chamada selo de Salomão, que simboliza a alma humana. (As interpretações anteriores são excertos de: CIRLOT, J.E. Dicionário de Símbolos. São Paulo. Editora Moraes, 1984.)
11. Velho sábio
Ancião, Toia Neuparth, pintora angolana
Se a velhice á um sinal de sabedoria e de virtude (os presbíteros são originalmente anciãos, i.e., sábios e guias), se a China desde sempre honrou os velhos, é que se trata de uma prefiguração da longevidade, um longo acúmulo de experiência e de reflexão, que é apenas uma imagem imperfeita da imortalidade. Assim, a tradição conta que Lao-tse nasceu de cabelos brancos, com aspecto de um velho e que daí vem o seu nome, que significa Velho Mestre. O taoísmo da época dos Han conhece uma divindade suprema, chamada Huang-lao Kium. i.e., Velho Senhor amarelo: expressão puramente simbólica que M. Maspéro corretamente relacionou ao Ancião dos Dias do Apocalipse: poderíamos acrescentar o Velho da Montanha, dos drusos. No mesmo Apocalipse, o Verbo é apresentado de cabelos brancos, mais uma vez sinal da eternidade. Mas, por escapar às limitações do tempo pode ser expresso tanto no passado quanto no futuro; ser um velho é existir desde antes da origem; é existir depois do fim desse mundo. Assim, o Buda qualifica-se de Irmão mais velho do Mundo. Xiva é por vezes venerado (notadamente no Kampuchea (Camboja) angkoriano) sob o nome de Velho Senhor (Vridheshvara). A sociedade secreta chinesa T’ien-ti huei é às vezes designada como sociedade do Verdadeiro Ancestral (por exemplo, no decreto do imperador vietnamita Gia Long, que a condena). Este Ancestral é o Céu, pelo menos para o Homem verdadeiro, filho do Céu e da terra. ( Retirado de: Chevalier, J. e Gheerbrant, A. Dicionário dos Símbolos. Rio de Janeiro, José Olympio Editora, 1995, p. 934.)
Cena de finalização e transição 1
foto reproduzida do blog vandrefernando.blogspot.com
Atores: escrevem, em um pedaço de papel, o próprio nome e uma frase que indique como viveram essa primeira etapa do drama. Cada um fixa no quadro de avisos a sua frase.
Após a saída dos demais atores…
Atores coordenadores: analisam a sessão tendo como referências as frases dos atores, o desenvolvimento das atividades e os objetivos do ato.
O material publicado neste post refere-se a uma sessão de aprendizagem, retirada do Manual do Instrutor, da Estação de Trabalho de Organização e Estética dos Ambientes , um dos componentes curriculares de uma versão alternativa do Programa de Educação para o Trabalho (PET),do Senac/SP. O programa é destinado a jovens em situação de busca do primeiro emprego. A versão alternativa foi criada pela Germinal e não chegou a ser publicada e implementada na forma aqui apresentada. O excerto deve ser encarado como uma amostra do trabalho que pode ser desenvolvido pela Germinal Consultoria.
Elysium, 1906,Watercolor and gouache on paper on board, 158 x 140 cm,State Tretiakov Gallery. Moscow, Leon Bakst, Arte-Deco
SESSÃO II. A BUSCA DE OUTRO OLHAR E DE OUTRO PERCEBER
Objetivos: Iniciar o trabalho com a subjetividade, enquanto um dos registros ecológicos e uma das possibilidades de mudança ambiental, a partir da instauração de uma estranheza que faça rever as formas habituais de percepção. Constatar e criticar a habituação do perceber. Promover a abertura dos sentidos. Fixar estratégias que possibilitem um olhar transformado e renovadas formas de perceber sobre os ambientes usuais e sobre os ambientes novos.
ATIVIDADE 1 . Rompendo hábitos de perceber
“O hábito envolve o uso, que se transforma em usança e condiciona a habitabilidade urbana. Esse uso habitual torna ilegível o lugar urbano e inibe a locução verbal; ao contrário, para ler o ambiente é necessário romper aquele hábito e surpreender-se ante o local do dia a dia”. (Ferrara D’Alécio, Lucrécia, Olhar Periférico: informação, linguagem, percepção ambiental. São Paulo, USP, editora da USP, 1999, página 21.).
Foto: Yur Sene -Teia, Fotógrafos de Elvas
O coordenador inicia a sessão com a apresentação do segmento inicial do filme, dos irmãos Taviani, “Pai Patrão” (no segmento, o pai ensina o protagonista a ouvir, no campo, os barulhos da noite. A sequência referida vai até o momento em que o garoto carrega a lata de leite). Usando de procedimento semelhante ao do filme (fechar os olhos, concentrar-se…) o coordenador orienta a audição dos ruídos habitualmente não percebidos na sala de aula.
Feita a experiência, o coordenador solicita comentários sobre ela. Articula esses comentários com o relato e discussão do exercício proposto no final da primeira sessão. A discussão gira em torno da percepção habitual e da percepção diferenciada. Sobre os motivos da habituação e sobre as possibilidades e formas de superá-la.
Solicita, aos participantes, uma breve contemplação da reprodução do quadro e para que atentem para as sensações por ele produzidas. Distribui, a seguir, uma cópia do poema A Rua Destruída, de Pablo Neruda. A seguir, o coordenador divide os participantes em pequenos grupos (máximo de 4 integrantes) e solicita a leitura do seguinte texto:
Texto de apoio: A Rua Destruída
Pelo ferro injuriado, pelos olhos do gesso
passa uma língua de anos diferentes
do tempo. É uma cauda
de ásperas crinas, umas mãos de pedra cheias de ira,
e a cor das casas emudece, e estalam
as decisões da arquitetura,
um pé terrível enxovalha as sacadas:
com lentidão, com sombra acumulada,
com máscaras mordidas de inverno e lentidão,
passeiam os dias de alta fronte
entre casas sem lua.
A água e o costume e o lodo branco
que a estrela desprende, e especialmente
o ar que os sinos têm golpeado com fúria
gastam as coisas, tocam
as rodas, detem-se
nas tabacarias,
e cresce o cabelo vermelho das cornijas
como um longo lamento, enquanto na profundeza
tombam chaves, relógios,
flores assimiladas no esquecimento.
Onde está a violeta recém-parida? Onde
a gravata e o virginal zéfiro rubro?
Sobre as povoações
uma língua de pó apodrecido se adianta
a romper anéis, a roer pintura,
fazendo uivar sem voz as cadeiras negras,
cobrindo os florões do cimento, os baluartes
de metal destroçado,
o jardim e a lã, as ampliações de fotografias ardentes
feridas pelas chuvas, a seda das alcovas, e os grandes cartazes
dos cinemas onde lutam
a pantera e o trovão,
as lanças do gerânio, os armazéns cheios de mel perdido,
a tosse, as roupas de tecido brilhante,
tudo se cobre dum sabor mortal
de retrocesso e umidade e ferida. (…)
A Rua Destruída, Pablo Neruda (Neruda, Pablo, Residência na Terra – II, tradução de Paulo de Mendes Campos, Porto Alegre, L&PM, 1980, p. 27)
Distribuídos em pequenos grupos, os participantes vão comentar as sensações produzidas pelo quadro e pela leitura do texto de Neruda. Comparam também pintura e poema, observando diferenças e semelhanças no tom e no conteúdo. Se necessário, o coordenador facilita, nos grupos, a interpretação do texto.
Após a apresentação dos comentários dos grupos, o coordenador instiga uma discussão sobre as formas de ver do poeta e do pintor e das possibilidades de ver o belo no cotidiano (Dali) e de transformar em beleza uma visão do cotidiano (Neruda). Promove, enfim, um debate que articule esse momento com o anterior (olhar habitual x olhar diferenciado).
ATIVIDADE II: O dia da informação nova
Imagem S/N reproduzida do site titaferreira.multiply.com
O coordenador distribui uma cópia para cada participante e solicita a leitura do seguinte texto:
Texto de Apoio: O Dia da Informação Nova
Abandonemos a idéia de já ter visto tudo: “A verdadeira viagem de descoberta consiste não em procurar novas paragens, mas em ter novos olhos.” Marcel Proust
Tenho proposto aos meus alunos mais interessados um exercício interessante: decretar para si um dia dedicado à obtenção de novas informações, de toda a sorte. Ver, perceber e registrar novos locais, novas pessoas, novos detalhes do dia-a-dia, desde que se levanta, pela manhã, até a hora em que se irá dormir. Antes de se recolher, consultar a memória ou as suas anotações e fazer um balanço do que se conheceu de novo.
Quem faz esse exercício fica maravilhado com os resultados. Naquele dia, seu mundo mudou. Ficou mais colorido e interessante. Houve quem anotasse mais de duzentos registros. Contudo, o mais interessante é a surpresa que nasce no meio da manhã, quando o jogo começa a ficar cada vez mais estimulante.
Claro que é preciso uma determinação forte apoiada em alguma disciplina para não perder a concentração, em virtude das distrações que sempre ocorrem. Também é preciso ajudar o acaso: mudar de trajetos, variar de pontos de vista, olhar o que normalmente não se olha até por educação.
É preciso assumir o descondicionamento da criança e a curiosidade do turista e, de quebra, agir também como repórter. Se vocês ficarem curiosos, tentem. É uma experiência gratificante. Por um lado, descobrirão que tipos interessantes não estão só nos filmes de Fellini, e por outro, conhecerão uma outra cidade onde vocês já vivem.
O Dia da Informação Nova (FAVA, P. F. Criatividade e Processo de Criação. Petrópolis, Editora Vozes, 1987, p.88.)
Depois da leitura, solicita que os jovens saiam da sala e caminhem pelos arredores. Em cerca de 30 minutos, eles devem procurar ver coisas que ainda não tinham visto nos arredores. Ao mesmo tempo, devem procurar ver com olhos novos o que já tinham visto.
ATIVIDADE III. Tirando poesia do olhar
Paul Nash- Surrealismo, Palings, 1924-1925,Graphite, watercolour on paper,Height: 56.5 cm; Width: 38.8 cm,Courtauld Institute of Art, London, UK
O coordenador seleciona um fundo musical apropriado. Na medida em que cada participante retorne à sala, será recebido pelo coordenador. O coordenador solicita que o jovem permaneça em silêncio e escreva um pequeno poema sobre a experiência anterior. Tendo todos terminado, reunidos nos mesmos grupos da leitura do texto, os jovens lêem seus poemas, conversam sobre a vivência e fazem uma correção, do ponto de vista gramatical, do texto dos poemas. Por fim, preparam um painel com todos os poemas. Esse movimento encerra a sessão.
O material publicado neste post refere-se a uma sessão de aprendizagem, retirada do Manual do Instrutor, da Estação de Trabalho de Saúde. A Estação de Trabalho é um dos componentes curriculares de uma versão alternativa do Programa de Educação para o Trabalho (PET), do SENAC/SP. O programa é destinado para jovens em busca do primeiro emprego. A versão alternativa foi criada pela Germinal e não chegou a ser publicada e implementada, pelo menos na forma aqui apresentada. O excerto deve ser encarado como uma amostra do trabalho que pode ser desenvolvido pela Germinal Consultoria.
SESSÃO I – CONCEITO DE SAÚDE
Objetivos: esboçar uma caracterização do grupo de participantes em termos de hábitos e condições de vida. Possibilitar aos participantes uma primeira aproximação com a Estação de Trabalho, articulando-a com suas experiências de vida. Apresentar o conteúdo e a forma de desenvolvimento da Estação de Trabalho, adequando-os às expectativas do grupo. Iniciar a construção e interiorização do conceito de saúde, adotando como referência os conceitos propostos pela OMS e pela Oitava Conferência Nacional de Saúde (Brasil, 1986). Demonstrar a operacionalidade dos conceitos já construídos e em construção, em contraposição com aquele de ausência de doença. Identificar a realidade da própria cidade do ponto de vista da saúde, conforme os conceitos discutidos.
Atividade 1: A integração do grupo
Foto do espetáculo Samwaad do Projeto Dança Comunidade, reproduzida de http://www.ethos.org.br
A Estação de Trabalho é iniciada com dois estímulos incidentais, ambos já postos antes da entrada dos participantes. Uma música clássica suave (o primeiro movimento da Sonata nº 8 em Dó Menor, Op.13 (Pathétique) de Beethoven, por exemplo.), como fundo musical, e a projeção de um slide ou transparência contendo o seguinte excerto de poema:
Telegrama de Moscou
Pedra por pedra reconstruiremos a cidade.
Casa e mais casa se cobrirá o chão.
Rua e mais rua o trânsito ressurgirá.
Começaremos pela estação da estrada de ferro
e pela usina de energia elétrica.
Outros homens, em outras casas,
continuarão a mesma certeza.
Sobraram apenas algumas árvores
com cicatrizes, como soldados.
A neve baixou, cobrindo as feridas.
O vento varreu a dura lembrança.
Mas o assombro, a fábula
gravam no ar o fantasma da antiga cidade
que penetrará o corpo da nova.
Drummond de Andrade, C. Telegrama de Moscou. In: A Rosa do Povo. Rio de Janeiro, Record, 1984, p.166
No ambiente, assim criado e assim mantido, o coordenador deve apresentar-se rapidamente e, logo em seguida, propor o desenvolvimento do “Jogo das Assinaturas”.
Jogo das Assinaturas
No “Jogo das Assinaturas”, cada participante recebe uma folha de papel contendo uma pergunta que deve fazer a todos os demais, colhendo as assinaturas dos que a ela responderem afirmativamente. As folhas de papel (sulfite) serão previamente preparadas e distribuídas ao acaso antes do início do “jogo”, contendo uma pergunta diferente em cada uma delas.
Perguntas do Jogo das Assinaturas
1. Você já precisou fazer dieta?
2. Você acha que seu peso e sua altura são compatíveis com sua idade?
3. Você se alimenta bem?
4. Você dorme no mínimo 8 horas por dia?
5. Você fuma?
6. Você conhece as formas de prevenção da AIDS?
7. No seu bairro há saneamento básico?
8. A sua rua é arborizada?
9. Você já precisou do atendimento médico de um serviço público?
10. Você considera importante o lazer para a sua saúde?
11. Você conhece algum portador do vírus da AIDS?
12. Você já vivenciou alguma situação de violência entre jovens?
13. Você tem um bom relacionamento com sua família??
14. Você já ficou “de pileque”?
15. Você conhece algum alcoólatra?
16. Você já tentou convencer algum amigo, vizinho ou parente a beber menos?
17. Você já estimulou alguém a tomar um “fogo”?
18. Você participa de algum grupo que mantém atividades comunitárias?
19. Você considera bons os serviços públicos de saúde de seu bairro (ou cidade)?
20. Você se considera uma pessoa que sabe perder?
21. Você pratica algum esporte ou exercício físico?
22. Você sabe o que é sexo seguro?
23. Você gosta de estudar?
24. Os seus vizinhos são solidários?
25. O bairro onde você mora é violento?
26. O seu ambiente escolar é saudável?
27. Você gostaria de ter mais amigos?
28. Você tem com quem conversar quando está triste?
29. Você respeita o meio ambiente?
30. Você gostaria de ser uma outra pessoa?
31. Você já organizou um evento esportivo?
A relação de perguntas do jogo de assinaturas, antes inserida, é uma sugestão. Procurou-se abordar os cinco campos de ação de promoção de saúde proposta pela Carta de Ottawa:
1) Construção de políticas públicas saudáveis;
2) Criação de ambientes favoráveis à saúde;
3) Desenvolvimento de habilidades individuais;
4) Reforço de ação comunitária;
5) Reorientação dos serviços de saúde.
Durante o exercício, todos (participantes e coordenadores) entrevistam a todos, tendo como referência a pergunta sorteada e visando a obtenção de assinaturas, a serem registradas na própria folha onde a pergunta está contida. Para tanto, todos deslocam-se livremente e ao mesmo tempo pela sala. Pode ser interessante manter o ambiente inicial (retroprojetor ligado, poema em foco, música suave…) e sua influência sobre o clima do grupo. Para o coordenador, essa é uma oportunidade para fazer um primeiro contato pessoal com cada um e uma primeira anotação e tentativa de memorização do nome dos participantes.
Completando essa fase, o coordenador registra os nomes dos entrevistadores (outro recurso de memorização), a pergunta atribuída a cada um deles e o número de assinaturas obtidas em relação a cada pergunta. Esses registros podem ser feitos em uma tabela traçada no flip chart, no quadro de anotações, em transparência ou no computador (data-show).
Atividade 2: Conceito de Saúde
Flor da Mungubeira - foto Riacho Alagadiço (Blogger)
Após os registros, o coordenador estimula o grupo a comentá-los. A partir desses comentários, o coordenador deve encaminhar o debate para a relação: questões e respostas obtidas / conceito amplo de saúde que se quer trabalhar. Finda essa fase, o coordenador apresenta sucintamente a estrutura da Estação de Trabalho e ressalta os pontos importantes do processo, principalmente a necessidade de participação de todos.
Divididos em pequenos grupos, os participantes devem pesquisar, recortar e colar/montar, ou desenhar e pintar cartazes que expressem um conceito de saúde. O coordenador assessora o trabalho, evitando manifestações assertivas sobre o conteúdo ou colocações do tipo “certo ou errado”.
Ato contínuo, os grupos apresentam os cartazes produzidos. O coordenador pode incentivar uma apresentação criativa dos mesmos (no interior de uma ação dramática, por exemplo). Feita a apresentação dos grupos, os participantes, em painel aberto, debatem as diferentes propostas em direção a um consenso sobre o conceito de saúde. Em seguida, a versão do grupo é contraposta à evolução do conceito de saúde dentro dos fóruns da Organização Mundial de Saúde.
Atividade 3: Avaliando a cidade
A atividade á iniciada com uma audição atenta e acompanhada pelas leituras das letras das músicas: A Cidadee A Cidade Ideal (A Cidade Ideal, de Enriquez – Bardotti, versão de Chico Buarque.).
Texto de Apoio 1: A Cidade
O sol nasce e ilumina as
pedras evoluídas
Que cresceram com a força
de pedreiros suicidas
Cavaleiros circulam vigiando
as pessoas
Não importa se são ruins
Nem importa se são boas
E a cidade se apresenta
centro das ambições
Para mendigos ou ricos
e outras armações
Coletivos, automóveis,
motos e metrôs
Trabalhadores, patrões
policiais,
camelôs
A cidade não pára
A cidade só cresce
O de cima sobe e
o de baixo desce
A cidade se encontra
prostituída
Por aqueles que a usaram
em busca de saída
ilusora de pessoas de
outros lugares
A cidade e a sua fama vai
além dos mares
No meio da esperteza
internacional
A cidade até que não está
tão mal
E a situação sempre mais
ou menos
Sempre uns com mais e
outros com menos
A cidade não pára
A cidade só cresce
O de cima sobe e
o de baixo desce
Eu vou fazer uma embolada
Um samba, um maracatu
Tudo bem envenenado
Bom pra mim e bom pra tu
Pra a gente sair da lama e
enfrentar os urubu
Num dia de sol
Recife acordou
Com a mesma fedentina
do dia anterior
A Cidade, de Chico Science, com Chico Science e Nação Zumbi, Isto É Show Pop Rock Brasil, CD 7
Texto de Apoio 2: A Cidade Ideal
CACHORRO
A cidade ideal dum cachorro
Tem um poste por metro quadrado
Não tem carro, não corro, não morro
E também nunca fico apertado
GALINHA
A cidade ideal da galinha
Tem as ruas cheias de minhocas
A barriga fica tão quentinha
Que transforma o milho em pipoca
CRIANÇAS
Atenção porque nesta cidade
Corre-se a toda velocidade
E atenção que o negócio está preto
Restaurante assando galeto
TODOS
Mas não, mas não
O sonho é meu e eu sonho que
Deve ter alamedas verdes
A cidade dos meus amores
E, quem dera, os moradores
E o prefeito e os varredores
Fossem somente crianças
Deve ter alamedas verdes
A cidade dos meus amores
E, quem dera, os moradores
E o prefeito e os varredores
E os pintores e os vendedores
Fossem somente crianças
GATA
A cidade ideal de uma gata
É um prato de tripa fresquinha
Tem sardinha num bonde de lata
Tem alcatra no final da linha
JUMENTO
Jumento é velho, velho e sabidão
E por isso já está prevenido
A cidade é uma estranha senhora
Que hoje sorri e amanhã te devora
CRIANÇAS
Atenção que o jumento é sabido
É melhor ficar bem prevenido
E olha, gata, que a tua pelica
Vai virar uma bela cuíca
TODOS
Mas não, mas não
O sonho é meu e eu sonho que
Deve ter alamedas verdes
A cidade dos meus amores
E, quem dera, os moradores
E o prefeito e os varredores
E os pintores e os vendedores
As senhoras e os senhores
E os guardas e os inspetores
Fossem somente crianças
Uma possibilidade de exploração das músicas:
As duas músicas falam de cidades. A primeira faz uma leitura de uma cidade real (Recife, Pernambuco). A segunda, várias leituras de cidade ideal (da gata, do cachorro) contrapondo-as com outras leituras das cidades reais (a voz de advertência das crianças). O ideal pode ser concebido a partir da crítica do real.
As maiores utopias são formuladas no interior das crises mais severas. O real pode também ser criticado a partir de uma situação e condição desejada. A crítica do real e a concepção do ideal são feitos a partir de determinados pontos de vista individuais ou coletivos (Nação Zumbi, gata, galinha, cachorro, jumento,…). As distâncias entre o ideal e o real podem dar origem a propostas de transformação.
A Estação de Trabalho de Saúde vai trabalhar em torno de leituras da cidade do ponto de vista da saúde. Leituras a serem feitas pelo próprio grupo de participantes. Leituras orientadas pelo conceito de saúde elaborado na atividade anterior. Leituras da cidade real e outras da cidade ideal ou a ser construída: a cidade saudável. Propostas e iniciativas de transformação serão retiradas das diferenças percebidas. Parte dessas propostas serão relacionadas a iniciativas de prevenção ao uso abusivo do álcool e da busca do uso responsável do mesmo. Essas propostas serão, posteriormente, transformadas em projetos efetivos de ação comunitária.
Mapeando a cidade ideal:
O coordenador recapitula, auxiliado pelos participantes, o conceito de saúde construído na atividade anterior. Em função dessas referências, os participantes divididos em pequenos grupos, elaboram um mapeamento inicial da situação da cidade do ponto de vista da saúde (a cidade real).
Orientados explicitamente pelo conceito de saúde e, implicitamente, pelo de ações de saúde (reparação, prevenção e, especialmente, promoção), o diagnóstico será apresentado (na próxima sessão) tendo como suporte o mapa da cidade. Outras formas de representação podem ser adotadas. A cidade pode ser construída, visualizada e apresentada através de um desenho, de um croqui ou de uma maquete. Sobre o mapa ou forma de representação escolhida, os grupos indicam as condições e os equipamentos urbanos destinados à Promoção da Saúde. Também assinalam, distinguindo-as, as condições do espaço urbano que dificultam ou prejudicam uma existência saudável.
Os grupos concluem a construção e o coordenador solicita aos participantes que procurem obter, individualmente, para a próxima sessão informações que venham a complementar o diagnóstico, se necessário. Encerra a sessão, marcando para o primeiro momento da sessão seguinte a apresentação dos trabalhos.
Recursos: retroprojetor, transparência contendo o poema, aparelho de som, fitas gravadas com a música de fundo e as músicas-tema, letras das músicas impressas para todos os participantes, perguntas do jogo das assinaturas escritas em folhas de papel sulfite, revistas velhas, tesouras, tubos de cola, canetas coloridas, folhas de flip-chart, um mapa da cidade para servir de referência ao trabalho dos grupos.
Germinal presta serviços no desenho e implementação de soluções educacionais criativas. Seu foco é a construção dos saberes (conhecer, aprender, fazer...), a gestão do conhecimento e o desenvolvimento de competências para a vida, o trabalho e o exercício da cidadania.
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