Germinal – Educação e Trabalho

Soluções criativas em Educação, Educação Profissional e Gestão do Conhecimento

Competências básicas para o trabalho e para a vida: a experiência da Oficina de Comunicação Oral e Escrita no Programa de Aprendizagem Rural 13 de setembro de 2008

 

O Programa de Aprendizagem Rural, destinado aos jovens aprendizes, foi desenvolvido pela Germinal Consultoria para o SENAR de São Paulo. Busca desenvolver competências básicas para o trabalho, competências gerais para o trabalho rural e competências para o empreendedorismo. Para o desenvolvimento dessas competências, tem uma organização curricular composta por Projetos e Oficinas, como pode ser visto aqui. Para cada um desses componentes curriculares foi elaborado um manual para o coordenador docente, outro para o participante, de modo a propiciar um referencial para a ação docente e facilitar a integração e o treinamento dos professores do Programa.

 

Como na amostra da Oficina de Comunicação Oral e Escrita publicada no post anterior, o manual do coordenador docente contém sugestão para o desenvolvimento da Oficina, detalhada passo a passo. Os manuais estão desenhados de forma a promover a integração entre as diferentes unidades curriculares. Esta integração é feita pelo projeto que articula cada eixo temático ou dimensão do Programa. No caso da Oficina de Comunicação Oral e Escrita, Ser Pessoa é o eixo temático e o Projeto de Vida é o que articula o currículo do eixo.

 

Todos os eixos do Programa (Ser Pessoa, Ser cidadão, Ser Profissional, Ser Profissional da Agricultura e da Pecuária, Ser Empreendedor) são articulados pelo Projeto “Tornar uma Área Produtiva de Forma Sustentável”, que implica no trabalho em um terreno experimental. Assim, o trabalho concreto é a dimensão que integra todo o currículo. A forma como os conteúdos se integram através dos projetos pode ser vista claramente na quarta sessão de aprendizagem da Oficina, postada anteriormente.

 

Esses manuais já foram utilizados por um conjunto de coordenadores docentes do Programa de Aprendizagem Rural, em diferentes localidades do Estado de São Paulo. Posteriormente, em reunião de avaliação, os docentes relataram experiências com o desenvolvimento do Programa, em suas diferentes oficinas.

 

 

 

 

 

 

 

Resultados

 

 

 

 

 Os relatos dos resultados obtidos com a Oficina de Comunicação Oral e Escrita foram particularmente interessantes, e em alguns casos surpreendentes, porque iniciaram uma mudança positiva mais ampla na vida dos aprendizes.

 

Vários coordenadores docentes que utilizaram efetivamente as sugestões do manual, em diferentes localidades, comunicaram resultados similares, tais como:

 

  • Os jovens se envolveram,  e com prazer, nas atividades de expressão oral e escrita propostas;
  • Escrever e falar sobre si mesmo, seus planos, perspectivas e necessidades reais funcionou como um estímulo para a superação das dificuldades de expressão oral e escrita;
  • Escrever sobre as atividades do Projeto Articulador “Tornar uma Área Produtiva de Forma Sustentável” constituia um ato efetivo de comunicação, o que tornava motivadora a escrita.
  • A utilização intensiva da competência de ler e escrever foi uma experiência motivadora e importante para a continuação do aprendizado;
  • Coordenadores docentes receberam comunicações espontâneas de escolas regulares freqüentadas pelos aprendizes sobre progressos surpreendentes que os alunos haviam feito na disciplina Língua Portuguesa, após sua inserção no Programa de Aprendizagem Rural.
  • Alguns dos coordenadores docentes chegaram a relatar ter recebido avaliações das escolas traduzidas como “salto de desenvolvimento” dos alunos na comunicação escrita.
  • Outros receberam notícias sobre progressos pontuais importantes, reconhecidos pela escola regular, como, por exemplo, melhor compreensão da leitura e mais qualidade na comunicação escrita e, ainda, mais e melhor expressão oral.
  • Houve depoimentos com afirmativas de que alunos que não escreviam passaram a escrever. 

Comentários sobre a importância desses resultados para os aprendizes, na vida e no trabalho, no contexto da educação nacional hoje, são desnecessários por serem evidentes. Entretanto, pensar em como chegar a eles pode ser de grande valia.

O que a Oficina fez foi muito simples: proporcionou condições para que ocorressem experiências significativas de comunicação oral e escrita.

 

Quais foram essas condições? Entre outras, merecem destaque:

 

1. A experiência de comunicar através da escrita e da fala com envolvimento emocional sobre o conteúdo comunicado:

  • comunicando conteúdo relevante que diz respeito diretamente ao comunicador;
  • trocando idéias com os pares sobre essas comunicações pessoais;
  • fazendo continuamente auto-avaliação de desempenho nas experiências de comunicação e buscando superação.

2. A superação de dificuldades técnicas da escrita e da fala:

  • tirando lições a partir da reflexão sobre a própria experiência de comunicação oral e escrita;
  • comparando e discutindo suas lições com as lições das experiências dos outros;
  • buscando adicionalmente informações sobre a adequação à norma culta através da literatura e fazendo novas tentativas de comunicação, aplicando-as, com ganho de qualidade.
Salvador Dali, Person in the window
Salvador Dali, Person in the window

 

 O fato do aprendiz concluir a Oficina com a convicção pessoal de ser capaz de comunicar-se oralmente e por escrito, é outro resultado inestimável. Proporciona o impulso para continuar melhorando a capacidade de comunicação, qualidade imprescindível para o bem viver e para o desempenho profissional futuro.

 

 

 

Cabreúva redescobrindo seus encantos através da magia das mandalas! 16 de agosto de 2008

 

O título da notícia parece estranho ao contexto deste sítio. Fala de Cabreúva e da magia das mandalas. No entanto, a mandala em questão é a da horta em mandala. A horta em mandala é uma das propostas do movimento de permacultura, criado pelo ambientalista Bill Mollison, na Austrália.

Espiral de ervas

“O termo mandala vem do sânscrito e significa “sagrado” ou “círculo mágico”. Trata-se de um jardim de círculos concêntricos que respeitam a agricultura ecológica. “Um dos seus princípios é: copie o desenho da natureza. Como nela tudo é arredondado, os canteiros retos foram reformulados. Pode-se ter um tanque de irrigação no centro. Por meio de linhas de drenagem, a água escorre para o meio e é recaptada para o sistema. Na agricultura convencional, a água é barrada para evitar a erosão do solo, distingue Marcelo Martins, agrônomo paulista.” (Por Kátia Stringueto, em Revista Bons Fluidos – 09/2007). 

Cabreúva, cidade do Estado de São Paulo, interessa aqui porque supomos que o Jovem Aprendiz Rural referido no artigo abaixo reproduzido, trata-se do Programa de Aprendizagem Jovem Aprendiz Rural, do SENAR. Se certa a suposição e o que entendemos do texto, as docentes coordenadoras  do Jovem Aprendiz Rural da cidade, Ciça e Patrícia, inovaram no desenvolvimento projeto integrador: “Tornar uma àrea produtiva de forma sustentável”. Adotaram os princípios da permacultura e da horta em mandala. É importante que os resultados sejam acompanhados e, se positivos, difundidos.

 Para saber mais sobre o Programa Jovem Aprendiz Rural e sobre a participação da Germinal no design e implementação do Programa, clique aqui. Para saber mais sobre o Projeto Articulador “Tornar uma área produtiva de forma sustentável”, clique aqui.

 

 

Escrito por Cristiano Andreazza   

Dom, 29 de Junho de 2008 04:45

A cidade de Cabreúva (Cabrué Yba = árvore da coruja) situa-se a cerca de 70 km de São Paulo e apresenta uma vasta riqueza histórico-cultural, enraizada principalmente na ligação de seus povos com a Floresta Atlântica e com seus rios.O currículo da cidade-árvore inclui pérolas como a Serra do Japi, o Manancial do Ribeirão Piray, as Corredeiras do Rio Tietê, o Roteiro dos Bandeirantes, o Caminho do Sol e a passagem das tradicionais Romarias rumo a Pirapora.

Atualmente o CJ Caipira desenvolve projetos de “Princípios de Permacultura e Reencantamento Humano através da Cultura Tupi-guarani”, com Escolas de Ensino Infantil, Fundamental e Médio da cidade, além de atuar como parceiro no projeto Jovem Aprendiz Rural de Cabreúva.Na última semana realizamos atividades de reencantamento e cuidado na Horta em Mandala da Escola Miguel Elpídio da Costa, no Bairro do Cururu, zona rural de Cabreúva.

A diretora da escola, nossa grande parceira Regina, bem como os professor@s, acolheram com grande entusiasmo o projeto e tem dado todo o apoio para sua realização.As crianças, mesmo as de ensino infantil, já começam a se familiarizar com o alfabeto ecológico e até a surpreender. Elas gravam com muita facilidade as músicas que cantamos, observam e perguntam tudo sobre a mandala, cooperam naturalmente nos tratos e se monitoram no cuidado, já que criamos a mandala ao lado do parquinho de diversões.

Os próximos passos envolvem a continuidade no acompanhamento da Horta, a criação de um Minhocário, de uma Composteira e uma espiral de ervas além da realização de um Lanche Saudável na Escola.

 

 

Nesta mesma semana desenvolvemos atividades com a juventude da Escola Estadual “Lucídio Motta Navarro”, do centro de Cabreúva. Fizemos uma discussão sobre segurança alimentar e transgênicos e a juventude cabreuvana se mostrou amplamente permeável aos princípios agroecológicos em detrimento dos transgênicos.

 

 

O encontro envolveu a visitação da área do projeto Jovem Aprendiz Rural de Cabreúva, no qual somos parceiros. A apresentação do projeto foi feita pelos próprios alunos, que já construíram na área Hortas em Mandala, Composteira, Canteiros retangulares, Galinheiro, etc. As Coordenadoras Pedagógicas do Projeto Ciça e Patrícia, tem desenvolvido seus trabalhos seguindo princípios agroecológicos e os alunos tem respondido muito bem.

 

 

Quanto a Escola Lucídio, estamos altamente sintonizados com professor@s da escola, que gostaram da metodologia de trabalho e sinalizam para uma possível implantação do Projeto “Conexão Braço de Órion”.

 

 

Seguimos em frente na sintonia de Gaia.