Germinal – Educação e Trabalho

Soluções criativas em Educação, Educação Profissional e Gestão do Conhecimento

Mário de Andrade: Louvação Matinal 17 de outubro de 2012

Esta situação de aprendizagem faz parte da aula 3/4 da Oficina De Empreendedorismo, do Projeto Trilha Jovem. Foi extraída das Referências para a Ação Docente, manuais do educador elaborados pela Germinal Consultoria, que descrevem passo-a-passo cada sessão de aprendizagem.

Atividade 4. Rodando o PDCA

Em painel, distribua cópias de um excerto do poema Louvação Matinal, de Mário de Andrade. Peça para os jovens fazerem uma leitura silenciosa.

LOUVAÇÃO MATINAL(excerto)…Que a vida de cada qual seja um projeto de casa!Sêco, o projeto agride o ôlho da gente no papel,

Porém quando a casa se agarra no lombo da terra,

Ela se amiga num átimo com tudo o que enxerga em volta,

Se adoça, perde a solidão que tinha no projeto,

Se relaciona com a existência, um homem vive nela,

E ela brilha da fôrça do indivíduo e o glorifica

Deflorar a virgindade boba do que tem de vir!…

Eu nunca andei metido em sortes nem feitiçarias,

Não posso contar como é a sala das cartomantes,

E minhas mãos só foram lidas pelos beijos das amadas,

Porém sou daqueles que sabem o próprio futuro,

E quando a arraiada começa, não solto a rédea do dia,

Não deixo que siga pro acaso, livre das minhas vontades.

O meu passado… Não sei. Nem nunca matuto nele.

Quem vê na noite? o que enxerga na natureza assombrada?

O que passou, passou; nossa vaidade é tão constante,

Os preconceitos e as condescendências são tão fáceis

Que o passado da gente não é mais

Que um sonho bem comprido aonde um poder de sombras lentas

Mostram que a gente sonhou. Porém não sabe o que sonhou…

Não recapitular! Nunca rememorar!

Porém num rasgo matinal, em coragem perpétua

Ir continuando o que um dia a gente determinou!

Eu trago na vontade todo o futuro traçado!

Não turtuveio mais nem gesto meu para indeciso!

Passam por mim pampeiros de ambições e de conquistas,

Chove tortura, estrala o mal, serenateia a alegria,

Futuro está gravado em pedra e não se apaga mais!

Por isso é que o imprevisto é para mim mais imprevisto,

Guardo na sensação o medo ágil da infância,

Eu sei me rir! Eu sei me lastimar com ingenuidade!

ANDRADE, M. Poesias Completas. São Paulo, Livraria Martins Editora, 1974, p. 194.

A seguir, explique o que é um jogral e lance um desafio: o grupo deverá criar um jogral do poema, de forma a produzir uma leitura com arte. Pergunte: como ficaria bonita a interpretação da poesia através de um jogral? Como produzir belos efeitos com o ritmo e a divisão da leitura, a utilização de vozes diferentes, etc.

Transfira a responsabilidade ao grupo de propor a organização do jogral. O poema pode ser dividido em partes e cada parte poderá ser lida por um, alguns ou todos os jovens, com ritmo e sincronia. Assim que o grupo chegar a uma proposta de realizar o jogral, peça para todos se levantarem para ensaiar.

(Deixe o grupo agir por algum tempo. Observe momentos de propostas, planejamento da ação, experimentação – ensaio)

Depois do ensaio, mudanças e ajustes podem ser realizados para melhorar o resultado. Proponha um novo ensaio. O grupo experimenta nova execução.  Depois, volta a avaliar e aperfeiçoar, assim por diante, enquanto o interesse dos participantes se mantiver. Por fim, o grupo deve fazer a sua apresentação “final” em jogral do poema completo.

Novamente sentados em semicírculo, peça ao grupo para comentar a atividade. Depois, fale sobre como a dinâmica do jogral, vivenciada pelos jovens, pode ser uma forma de exercitar a “rodagem” do PDCA, uma técnica para promover a excelência em serviços. A seguir, apresente o PDCA como uma das ferramentas básicas da qualidade.

Em painel, encerre o dia com novo círculo de energia, fazendo variações em relação aos utilizados em aulas anteriores.

 

Mário Andrade: poeta e educador

Mário de Andrade por Tarsila do Amaral

Iniciamos a publicação de uma nova categoria de postagens: Arte e Educação. Nela, iremos identificar e indicar textos que falem de grandes artistas brasileiros: poetas, escritores, músicos, arquitetos, pintores, escultores, cineastas, dramaturgos, atores…

Ao buscar os textos, teremos o cuidado de selecionar os que possam apoiar, fundamentar ou dar indicações para o uso da arte no que já denominamos de Aprendizagem Criativa. Daremos prioridade aos textos que falem também sobre o processo criativo daquele autor.

Nos posts dessa categoria iremos buscar o educador e explorar o uso educacional possível da obra dos grandes artistas brasileiros. Em um primeiro post falaremos do criador e indicaremos um artigo ou vídeo sobre ele, sempre disponível na Internet. Em post imediatamente posterior, publicaremos um exemplo do uso educacional de sua obra.

Começaremos com Mário de Andrade. Do texto que indicaremos, extraímos o seguinte parágrafo:

No artigo “A personalidade poética de Mário de Andrade”, seu autor Carlos Burlamáqui Köpke expressa a opinião de que Mário de Andrade “…pertencia, sem dúvida alguma, à família de poetas como T. S. Eliot e Pessoa, nos quais, convergindo para a unidade do ser e do espírito, se associam a mais completa liberdade de anseios, de impulsos anímicos, de peregrinações agônicas pelos temas, e a disciplina interior da própria razão legisladora. O que quer dizer: sem deixar de ter sido um grande artista, foi, a par, um grande doutrinador…” (13, p. 53).

O parágrafo foi retirado do artigo “A dramatização da experiência vivida na poesia de Mário Andrade”, de  Zuzana Burianová. O artigo completo pode ser acessado clicando aqui.

 

Traduzir-se 18 de setembro de 2012

Uma ânfora? Foto de Marcus Teshainer

A atividade de projeto para elaboração do Plano de Vida e Carreira,  no Trilha Jovem, tem início com um momento de introspecção.  Convida-se  o jovem para olhar para si  mesmo. Reconhecer os próprios valores e/ou pontos fortes, aumentar a auto-estima, incentivar a  ampliação  contínua de suas qualidades e potencialidades são objetivos que se quer alcançar nesse momento. Acreditar na própria capacidade de realização é fundamental à formulação de um plano de vida e carreira. Para compor o clima e induzir a reflexão, como aquecimento para a primeira sessão de aprendizagem, foi usado o poema Traduzir-se, de Ferreira Gullar.

Traduzir-se

Uma parte de mim   é todo mundo:   outra parte é ninguém:   fundo sem fundo.

Uma parte de mim   é multidão:   outra parte estranheza   e solidão.Uma parte de mim   pesa, pondera:   outra parte   delira.

Uma parte de mim   almoça e janta:   outra parte   se espanta.

Uma parte de mim   é permanente:   outra parte   se sabe de repente.

Uma parte de mim   é só vertigem:   outra parte,   linguagem.

Traduzir uma parte   na outra parte   – que é uma questão   de vida ou morte –   será arte?

Ferreira Gullar

O poema foi musicado e  pode-se optar pela apresentação do vídeo a seguir, além do poema escrito.

Clique aqui para abrir a página Dinâmica de Aquecimento com Traduzir-se, que apresenta uma amostra do trabalho desenvolvido para o  Projeto Trilha Jovem, pela Germinal Consultoria, para o Instituto de Hospitalidade (IH), de Salvador, na Bahia.

 

Princípios sociotécnicos de organização do trabalho e a educação dos trabalhadores 5 de setembro de 2012

Dentre as propostas administrativas que procuram superar a crise da organização clássica do trabalho, a abordagem sociotécnica pode contribuir significativamente para a formulação de alternativas de organização do trabalho que o tornem (o trabalho) efetivamente educativo.

Praticamente todos os princípios do desenho sociotécnico da organização do trabalho guardam uma preocupação com a ampliação dos limites da participação e a ampliação da complexidade e variabilidade da atuação dos trabalhadores. Dentro de uma perspectiva estritamente educativa são muito importantes os princípios detalhados a seguir e todos eles podem ser incorporados como tarefas educativas da gerência.

1. Princípio da compatibilidade

O princípio prevê que o desenho organizacional deve criar o maior espaço de participação em todos os níveis e que deve ser efetuado com a participação de todos os níveis organizacionais. A oportunidade educativa prevista pelo princípio é similar à dos Círculos de Controle da Qualidade (CCQ): buscar competência e aprender sobre a organização global do trabalho a partir de um efetivo engajamento na tarefa de sua transformação. Transcende o CCQ na medida em que não propõe uma atividade restrita aos microprocessos sob a responsabilidade de um grupo operacional. O campo de ação e, portanto, do projeto de aprendizagem é a organização toda em seu momento e em seu devir.

Um caminho para a implantação do princípio consiste em começar em um local de trabalho específico e expandir gradativamente as oportunidades de concepção da organização do trabalho até envolver a empresa como um todo. Esse começar do pequeno implicaria transformar gradativamente cada locus de trabalho num espaço de definição compartilhada de objetivos e procedimentos. Tal espaço seria gradativamente ampliado até abranger a organização toda e seus fins.

2. Princípio da mínima especificação crítica

Ao possibilitar a variação nas tarefas e nos métodos de consecução dos objetivos, este princípio preserva espaços de permanente participação, experimentação e criação dentro do cotidiano de trabalho. É o oposto da proposta de fundo e das aplicações correntes das normas ISO e dos programas de qualidade centrados na busca de certificação ou premiação.

Além dos resultados, que devem estar compatíveis com as necessidades implícitas e explícitas dos clientes, só o mínimo indispensável à articulação horizontal (especialmente) e vertical da organização deve ser definido de forma mais permanente e normatizado. A ideia fundamental é liberar espaço à participação, à criação, à experimentação e à aprendizagem coletiva. Tal espaço envolveria o trabalho de criação, de desenvolvimento e de implantação dos métodos e dos processos de ação.

Uma possibilidade imediata de aplicação do princípio, articulada com o Movimento da Qualidade Total, seria a de especificar os resultados na relação interna e externa de clientela e normatizar genericamente as interfaces. Em passo concomitante ou posterior, colocar em questão as próprias interfaces (ver o princípio de localização dos limites).

3. Princípio da multifuncionalidade

Prever, já no desenho da organização do trabalho, a demanda e a facilitação da polivalência dos operadores. A ideia educativa fundamental é evitar os trabalhos rotineiros e repetitivos e seu séquito de desumanização. Ampliando os espaços onde a participação, a experimentação e a criação possam ser exercidas, a qualidade educativa da organização do trabalho dá um salto.

Essa ideia foi explorada pelo Movimento da Qualidade Total, em especial no que foi denominado toyotismo. Entretanto, o Movimento tem operado essencialmente por justaposição de tarefas fragmentadas a um cargo parcial ou pela atribuição de um conjunto de tarefas parciais a um grupo de trabalhadores. É interessante relembrar os avanços da Reengenharia, com a concepção de proprietário de processo e o “conceito de artesão” de Juran, como caminhos mais promissores.

A proposta fundamental, aqui, é recompor a complexidade e variabilidade do trabalho a cargo de cada pessoa, beirando sempre as fronteiras e as possibilidades, cada vez menos restritivas, abertas pela tecnologia emergente. O princípio seguinte pode ser um estágio na implantação da multifuncionalidade.

4. Princípio da localização dos limites

Os limites dos departamentos devem ser fixados de forma a possibilitar o máximo de troca de experiências e conhecimento entre os responsáveis por um processo completo. Isso pode facilitar o domínio pelos operadores do processo como um todo e, portanto, facilitar as alternativas de multifuncionalidade.

5. Princípio do trabalho adequado

O cargo deverá ser sempre estimulante e proporcionar oportunidade de desenvolvimento integral para seu ocupante. Para tanto, a Abordagem Sociotécnica estabelece as seis propriedades intrínsecas de um cargo bem desenhado: Variação e desafio, Aprendizagem contínua, Autonomia e julgamento, Reconhecimento e apoio, Contribuição social significativa e Futuro promissor.

A possibilidade de aprendizagem contínua é colocada, especificamente, como uma das propriedades de um cargo bem desenhado e a questão da formação permanente como imanente a uma abordagem prescritiva da organização do trabalho. Isso sem descartar os efeitos educativos das demais propriedades intrínsecas dos cargos e dos demais princípios do desenho sociotécnico.

6. Princípio do estado incompleto

Estabelece que o desenho organizacional não deve ser definitivo e que equipes multifuncionais, de múltiplos níveis e multidisciplinares, devem estar continuamente operando no repensar da organização do trabalho. A adoção desse princípio acarreta que os efeitos educativos dos demais fiquem em permanente estado de atualização e renovação.

7. Princípios do desenho sociotécnico e a educação dos trabalhadores

Esses princípios do desenho sociotécnico de organizações do trabalho, especialmente em suas decorrências para um projeto educativo, não são em geral incorporados pelo Movimento da Qualidade Total. Exceção: aspectos do princípio de multifuncionalidade dentro do Toyotismo e do princípio do estado incompleto, na vertente da melhoria contínua da qualidade.

Na transcendência do Movimento da Qualidade e para um projeto reeducativo do trabalho, a retomada dos princípios sociotécnicos parece promissora. Na vertente da organização do trabalho enquanto instância educativa per se, os princípios praticamente esgotam as possibilidades atuais de avanço e podem ser totalmente incorporados a uma proposta de organização educativa ou de organização que aprende.

Texto adaptado d original publicado em:  Küller, J. A. Ritos de Passagem: gerenciando pessoas para a qualidade. São Paulo, Editora Senac, 1996.

 

Programa “Jovem Aprendiz Rural” inicia turma em Sertãozinho 6 de abril de 2012

03/04/2012 – 11:53h

 Autoridades municipais estiveram presentes na aula inaugural do programaAutoridades municipais estiveram presentes na aula inaugural do programa

Aula inaugural aconteceu nesta terça-feira

Lívia Palmieri
Com nova parceria, o programa “Jovem Aprendiz Rural” atende desde segunda-feira (02)  35 jovens da EMEF “Profª Marilena Arantes Meneghini” – CAIC e das Escolas Estaduais “Profª Maria Conceição Magon” e “Profª Anna Passamonte Balardin”. A aula inaugural aconteceu na tarde desta terça-feira (03), na Escola de Educação Ambiental “Clóvis Badelotti”, no Parque Ecológico “Gustavo Simioni”.
Para Nério, a administração tem uma grande parcela de responsabilidade na educação dos jovens da cidade. “Vocês vão ter uma oportunidade de descobrir um mundo diferente e vão ver como é bom lidar com a natureza, com respeito e preservação”, incentivou o prefeito Nério Costa.
O programa já formou duas turmas no distrito de Cruz das Posses, em parceria entre  Prefeitura Municipal, o Sindicato Rural e a Usina Albertina. Agora, com a Destilaria Santa Inês como parceira, o curso deu início a primeira turma em Sertãozinho.
“É uma satisfação muito grande de nossa escola poder recebê-los”, deu as boas vindas a Diretora do Departamento de Educação Ambiental e responsável pela escola “Clóvis Badeloti”, Anna Paula Favaretto.
Para receber os alunos, estiveram presentes, além do prefeito Nério Costa, os parceiros Juliano Henrique Bernardi, representante do Sindicato Rural, e a diretora da Destilaria Santa Inês, Cláudia Tonielo.
“Vocês têm uma oportunidade que poucos tiveram. Esse curso serve para mostrar como se portar no dia a dia. É voltado para a agricultura, mas é especialmente feito para formar cidadãos”, disse Bernardi aos alunos.
Segundo Cláudia Tonielo, a Viralcool em Viradouro, outra empresa do Grupo, está com duas turmas de 35 alunos do “Jovem Aprendiz Rural”. “Essa oportunidade é singular. Vocês são meninos de sorte. Desejo que vocês aproveitem o curso e que, mais pra frente, aproveitem em seus currículos e na vida”, pontua a empresária.
A secretária de Educação e Cultura, Maria Dirma Bononi Francisco, afirmou que o poder público tem a preocupação de formar cidadãos com valores e isso está presente em programas como o “Jovem Aprendiz Rural”. “Uma parceria como esta dignifica qualquer poder executivo”, afirma a secretária.
De acordo com a estudante Carla Hereman Lopes de 14 anos, os adolescentes que estão envolvidos com o projeto estão pensando no futuro e apostando as fichas neste curso, declarou a jovem que pretende fazer faculdade de Química

 

Professores culpam pais e alunos por nota baixa 26 de março de 2012

Filed under: Educação Básica — José Antonio Küller @ 1:36 pm
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O aluno não aprende porque os pais não o acompanham? Para 88% dos professores do nível fundamental da rede pública no país, sim. Quase 81% também acreditam que um aluno não vai bem na escola porque não se esforça. Os dados fazem parte de um levantamento feito pelo Movimento Todos Pela Educação em respostas dadas por professores da rede pública na Prova Brasil, do Inep. E levantam a questão: num sistema educacional público com má remuneração para o magistério e escolas mal equipadas, que recebem estudantes em que a própria família já tem, em geral, baixa escolaridade e frágil nível cultural, de quem é a culpa pelo mau aluno?

Leia mais sobre esse assunto, clicando aqui

 

Um novo professor para um novo mundo 19 de março de 2012

O vídeo que postamos a seguir é sobre o Curso de Pós-graduação em Docência da Educação Profissional. O vídeo foi produzido pelo Departamento de Nacional do SENAC que também desenvolveu o curso. O curso de especialização é desenvolvido a distância. A Germinal Consultoria apoiou o desenvolvimento do projeto pedagógico e demais etapas de elaboração do curso. Atualmente, o curso atende aos professores de todos os Departamentos Regionais do SENAC. Uma versão destinada a todos os professores de educação profissional interessados está sendo desenvolvida.

No site do CINTEFOR, o vídeo pode ser visto com legendas em espanhol e inglês. Para acessar clique em: http://www.oitcinterfor.org/videos/new-teacher-new-world-senac-brazil ou em http://www.oitcinterfor.org/videos/nuevo-profesor-mundo-nuevo-senac-brasil.

 

 

CRISE DE AUDIÊNCIA NO ENSINO MÉDIO OU FARSA IDEOLÓGICA? (2ª PARTE) 27 de dezembro de 2011

O  professor e filósofo Westerley Santos fez um novo comentário que publico como post. O comentário constitui uma continuidade de texto anterior, com o mesmo título, já publicado e criticado por nós. Em artigo posterior vamos discutir as teses ora defendidas pelo Prof. Westerley.

Os Erros Das Proposições e a Invalidade Do Paradigma Da Pesquisa.

Para lembrar o leitor, em 19/11 publiquei texto homônimo¹ em que fazia uma análise inicial geral de uma pesquisa intitulada “A crise de audiência no Ensino Médio” realizada pelo IBOP , a pedido do INSTITUTO UNIBANCO. A análise demonstra que se trata de uma campanha de orientação neoliberal, contra a Educação Nacional, principalmente a de nível Médio, cujos princípios são norteados para a formação da cidadania.

No primeiro texto, anunciei que iria demonstrar a verdadeira intenção desta campanha ideológica/neoliberal contra a Educação e que publicaria em breve uma análise crítica completa da pesquisa apresentada no Seminário de São Paulo (17/11), expondo os absurdos e equívocos anunciados: a manipulação que há por trás da ideia de “crise no Ensino Médio”, a invalidade da pesquisa a partir dos erros conceituais de um suposto paradigma; os equívocos das proposições e das premissas usadas, os conceitos inadequados para “tempos e espaços escolares” e a culpabilidade imputada aos professores pela suposta crise.

Por se tratar de uma longa pesquisa com diversos dados e nuances e, por entender que não poderia deixar de analisar as implicações a que nos leva cada um destes aspectos, resolvi publicar minhas notas em partes, usando o mesmo título e, no subtítulo, o tema a ser analisado. Feitas estas observações ao leitor, continuo o exame a que me proponho: Parte- 2.

A INVALIDADE DO PARADIGMA DA PESQUISA

A pesquisa apresentada no seminário em SP foi estrutura em três blocos: 1º) Paradigma e metodologia 2º) dados dos alunos (oportunidade de aprender) e 3º) dados do professor (oportunidade de Ensinar), com um anexo sobre a situação do E.M. noturno. Tratarei aqui do primeiro bloco, ainda que abordando aspectos dos demais itens como apoio à análise principal.

Segundo os signatários, a metodologia utilizada foi a mesma realizada para apurar audiências de TV. Foi realizada em 2010, em 36 turmas do E.M. de 18 Escolas Públicas, em três grandes Centros Urbanos (possivelmente SP, MG e RS), com alunos da faixa etária entre 17 e 18 anos.

Os pesquisadores monitoraram e cronometraram aulas em salas dessas escolas, como observadores, e anotaram em formulário os seguintes dados: 1) tempo efetivo de aula, (foi considerado tempo efetivo de aula, o espaço de tempo inicial em que o professor se dirigia à turma abordando o conteúdo, e esta posicionada em atenção à fala do professor. O tempo final foi considerado quando a abordagem oficial sobre o conteúdo terminava), 2) tipo de aula, (foram considerados três tipos: aula expositiva, atividades em sala ou externas com o professor titular da turma) e 3) Faltas de Professores e/ou alunos, (se houve ou não aula no dia e a quantidade de tempo sem aula).

A partir daí definiram dois vetores, denominados: 1)“Oportunidade de aprender” (o aluno presente em sala) e 2)“oportunidade de Ensinar” (o professor presente em sala dando aula) o que gerou uma resultante, denominada “Audiência” que é o paradigma da pesquisa, o elemento chave, utilizado para desenvolver toda a metodologia. Tudo para determinar o tempo real do que se considerou aula.

Assim, Audiência foi o modelo para definir o espaço tempo de aula  e a partir desta definição apurar o tempo desta Aula para concluir a quantidade de ensino o aluno está tendo, as perdas de Horas/aulas e os motivos. Portanto a Audiência é o que caracteriza a aula e este é o conceito paradigmático nuclear para as inferências feitas na pesquisa.

Ora, já na escolha dessa resultante (Audiência) como elemento paradigmático metodológico da pesquisa, podemos observar um erro de concepção do que seja aula. Isso compromete de pronto a pesquisa e suas inferências.

O conceito-chave da pesquisa definitivamente não se aplica à realidade escolar. É incompatível ao conceito e significado mesmo do que seja Aula. Isto invalida a metodologia adotada para aferir o “tempo de aula”. – O que será abordado em outro momento. Com isso, o conceito chave que norteia e dá sustentação à ideia central da pesquisa está extemporâneo, está deslocado, fora de contexto. E por isso é inválido como paradigma ou modelo. Senão vejamos. Etmologicamente² o termo “Audiência” significa:

1) Atenção que se presta a quem fala. 2) Recepção dada por qualquer autoridade a pessoas que lhe desejam falar. 3) Número de pessoas que assistem a determinado programa de rádio ou de televisão. 4) Dir. Sessão do tribunal, em que o juiz interroga as partes, ouve os advogados e pronuncia o julgamento. A. contraditória, Dir: aquela em que são ouvidas as partes que litigam.

Veremos que em qualquer dos sentidos etimológicos acima, o conceito de Audiência utilizado não retrata o que seja uma aula. A pesquisa errou em seu objeto real de investigação e acabou por produzir outro objeto, distinto de aula, composto de dois vetores e uma variante exótica – a realidade escolar.

O paradigma utilizado é aplicado ao universo conhecido dos realizadores da pesquisa (IBOP). Um instituto de pesquisa televisiva, com seu método de apuração de audiência de TV, domiciliar ou individual. Neste universo, o sentido de Audiência é entendido, em seu uso mais popular, como (o conjunto de pessoas que estão assistindo a determinado programa de TV). Porém, se aplicarmos este modelo na Educação, como foi feito, e o analisarmos à luz dos sentidos etimológicos (acima), que parece ter sido o sentido aplicado, perceberemos uma fraca e ultrapassada leitura e interpretação do que seja uma aula. Isso por que, “Audiência” alude a uma relação entre ouvintes passivos, aqueles que assistem a um espetáculo ou a alguém,  neste caso, os alunos, e pressupõe um orador, aquele que fala ao um público, aqui, neste sentido, o professor.

Sendo assim, ao usar o paradigma da “Audiência” está se concebendo, por analogia, a atividade Aula como algo estático e formal. O que não condiz com a realidade. Em outros termos; comparar aula e presença dos alunos em sala, com audiência (aqueles que assistem), significa conceber aula como uma ação estática, fria e distante, colocando aqueles como telespectadores diante de uma tela eletrônica. E o professor como uma espécie de animador de auditório, distante afetivamente do seu  interlocutor.

Uma das revistas de divulgação da pesquisa apresenta na capa uma ilustração emblemática sobre o que estou dizendo: há em segundo plano o desenho de uma escola e, no primeiro, uma mão apertando botões de um controle remoto de TV direcionado à escola.

Ora! Presença, sala de aula, relação de ensino/aprendizagem, professor/aluno, não equivalem nem a uma coisa nem a outra. Pelo contrário, sala de aula ou mesmo a escola se equiparam a uma ágora grega, onde a aula acontece como uma atividade efervescente. É o locus onde se dá a socialização, o encontro de pessoas que se relacionam em torno de uma das mais essenciais necessidades humanas: a  troca de saberes, o debate de ideias, em que as várias Ciências se colocam como objetos vivos do saber, pelos quais se revisitam valores, expectativas de vida, história, memória, conhecimentos, aprendizagens, concepções políticas.

Aula é um tempo e espaço diário, onde comumente se forjam mais claramente os desejos e planos, onde a angústia pelo conhecer vai ao encontro do prazer com a realidade experimentada, experiência que diz respeito aos seus sujeitos, numa relação direta, presencial, intersubjetiva, calorosa.

Em síntese, está posta intrinsecamente neste espaço de convivência e socialização (escola ou sala de aula), uma interação afetiva e interativa, motivada pela busca do conhecimento. Ainda mais em se tratando de jovens no auge de suas expectativas de vida, ávidos pelo desvelamento do mundo do saber, do viver e do ser, na prática mesma das relações humanas com o outro. Isso não se iguala a uma postura inerte de telespectador diante de uma TV.  Audiência é uma concepção que se liga a telespectador ou radiouvintes e refere-se, ao contrário de aula, a um postar-se passivo diante de uma tela de imagens e sons, o que não se vê na atividade “Aula”.

O telespectador assiste; o aluno interage, o telespectador é passivo; o aluno é ativo, o telespectador se põe diante da TV numa posição unilateral e distante: não está inserido naquilo. Aula é uma relação de alteridade, entre o eu e o outro, que se apresenta diante de mim, rico em significações e pluralidade de sentidos e emoções reais. Na aula o aluno é o outro polo que busca uma nova determinação em termos de uma ascensão crítica, dentro de uma cultura elaborada, de forma a elaborar novos conhecimentos, adquirir novas habilidades e modos de agir.

Na lógica da Audiência, o sujeito é aquele que recebe informações indiretas. Na lógica da aula, os sujeitos são: o professor e o aluno que participam dialeticamente da construção do conhecimento. O telespectador não dialoga, está diante de estímulos imagéticos, de sensibilizações e apelos eróticos e comerciais. Já o aluno dialoga e troca expectativas de vida, está diante de estímulos cognitivos, epistemológicos, racionais e psicológicos, orientados pedagogicamente. O telespectador não questiona com o outro, pois não há o outro. O aluno questiona e desenvolve raciocínios dialógicos na interação com o conhecimento e com aquilo que recebe e doa aos professores, colegas e meio ambiente socioescolar.

Na aula, o aluno assimila, analisa, constrói inferências, troca interpretações, dúvidas e inquietações internas com os colegas, e devolve ao professor numa espiral do conhecimento: percepção, problematização, significação, absorção, análise e crítica, até forjar o conhecimento. O que torna a aula uma construção cognitiva, dialética, qualitativa, valorativa e crítica sem equivalente. Isto é totalmente e essencialmente distinto de estar diante de uma TV.

A relação professor/aula/aluno é idiossincrática. Aluno e professores manifestam suas idiossincrasias, se interrelacionam de modo dinâmico, físico, mental e emocionalmente com os colegas. O professor conhece o aluno de perto, convive e participa de suas angústias e alegrias, tem com ele uma relação humana específica, conhece aspectos de sua história, às vezes até de sua origem e família. É uma relação existencial, qualitativa.

Enquanto a Audiência diz de uma concepção simplesmente numérica, quantitativa, “bancária”, número de pessoas que assistem a um programa de TV ou ouvem rádio. Esta concepção aplicada à Educação é o mesmo que perceber o aluno não como indivíduo ou sujeito, mas, como um algarismo. Aula não é assistir incólume ao professor, e este, como a um palestrante que profere uma fala ensaiada e hermética, a semelhança de um apresentador de programa de auditório, lendo um telepront (TP) animando a platéia.

Paulo freire ( 1921-1997) em 1967, já combatia esta mesma concepção de aula que está presente no conceito de “Audiência”, fazendo uma profunda crítica a esta concepção chamada por ele de “educação bancária”³. Em uma rápida passagem em um de seus livros ele diz:

“ Educação bancária é quando o educando recebe passivamente os conhecimentos, tornando-se um depósito do educador. Educa-se para arquivar o que se deposita. Mas o curioso é que o arquivado é o próprio homem, que perde assim seu poder de criar, se faz menos homem, é uma peça. O destino do homem deve ser criar e transformar o mundo, sendo o sujeito de sua ação. A consciência bancária -pensa que quanto mais se dá mais de sabe-. Mas a experiência revela que com este mesmo sistema sé se formam indivíduos medíocres, porque não há estímulo para a criação”.  (PAULO, Freire. Educação e Mudança. RJ.  Paz e Terra, 1983.p. 38).

Desculpe-me o leitor se serei repetitivo, mas é preciso frisar bem! Aula e presença não se equivalem a Audiência. O que significa dizer que o sentido implícito no conceito usado como paradigma da pesquisa está errado. Não se aplica à Educação, está preso apenas ao formato de platéia, sugerido por uma educação bancária. Talvez a disposição física tradicional de uma sala de aula, no formato de auditório, com carteiras perfiladas, quando vista a distância, de fora, possa provocar enganos, mas, quando vista de perto e por dentro, imediatamente se percebe que ali há uma relação viva, quente, pulsante.

Este contínuo diário de uma relação psicológica, simbiótica, dialógica, atemporal que se constrói entre aluno/professor, aluno/aluno em torno do conhecimento das diversas ciências, no espaço sociopedagógico da escola é que se denomina Ensino/aprendizagem.

Esta dedicação dos entes envolvidos no processo de ensino/aprendizagem pela investigação permanente e cotidiana, numa busca e descoberta emocionante do mundo, mediada pelo saber e pela didática, com o intuito de se realizar e estabelecer um dos mais valiosos princípios da natureza humana: a socialização dos homens na transmissão de valores fundamentais à vida; é o que consiste a aula. E nesta base relacional é que o ensino e o aprendizado acontecem, no mesmo momento em que as relações com os outros se dão num exercício moral, ético e antropológico evolutivo, dia a dia.

Daí, o erro do paradigma da pesquisa, gerado pela concepção equivocada do que seja Aula. Entenderam aula como uma relação simples, distante, entre orador e ouvinte, e a comparam equivocadamente à Audiência de TV.

Deste modo, só posso deduzir que, necessariamente, o paradigma da pesquisa não faz paralelo ao objeto pesquisado. Chega a ser até antagônico ao objeto real que se pretendeu pesquisar. E, se o objeto real da pesquisa não foi alcançado e decidiu-se por substituí-lo por outro, criando-se a sua dessemelhança, se, houve essa metonímia, se o paradigma acabou por tomar a forma pelo conteúdo, ou seja, Audiência por aula, então, toda inferência advinda desse raciocínio, está equivocada.

Isso torna a proposição de que há uma “crise de audiência no Ensino Médio” falsa, simplesmente por que não há que se falar em audiência no Ensino Médio. Por tanto, não pode haver crise de audiência onde não há audiência. Não pode haver predicado onde não ha sujeito. – E não é só pela invalidade do paradigma que não há crise no Ensino Médio,- demonstrarei  isso mais nas próximas notas.

Por fim, permitam-me insistir mais uma vez, o conceito chave, a resultante, o paradigma usado na pesquisa é inválido. Não serve sequer como analogia. E, se a proposição ou premissas não são válidas, logo toda dedução advinda delas também é falsa. Assim, entendo ter demonstrado o erro no paradigma e de algumas proposições da pesquisa, conforme prometido.

Por: Westerley Santos – Prof./Filósofo. Dezembro/2011

Na parte-3, analisarei os Blocos 2 e 3 da pesquisa. Demonstrarei os erros sobre “tempo de aprendizagem” e das premissas ou vetores denominados: Oportunidade de aprender e Oportunidade de Ensinar. Aguardem! __________________________________________________ 1)”Crise de Audiência no Ensino Médio ou farsa ideológica?” ver:  http://www.westerleysantosfilosofia.blogspot.com/ e WWW. https://germinai.wordpress.com/ 2) Dicionário: Michaelis. 3 ) FREIRE, Paulo. Educação e Mudança; tradução de Moacyr Gadotti e Lilian Lopes Marin.-RJ: Paz e Terra, 1983. 11ªed.

 

Aprender a aprender nas organizações 10 de novembro de 2011

Entendemos que o conhecimento e a competência são resultantes de processos educativos radicalmente distintos dos constituídos pela simples transmissão, recepção, registro e acumulação de dados ou informações. Conhecer ou ser competente decorre de uma relação viva, significativa e apaixonada do sujeito com o objeto de estudo, a disciplina, a arte ou técnica.

Ninguém ensina ninguém. Aprendemos todos em sociedade, envolvidos na busca da satisfação de desejos e da superação das necessidades, dos desafios e problemas que tornam plena de sentido, viva e intensa a nossa relação com um campo de conhecimento ou uma área de competência. Se aprender é envolver-se com ações de transformação em busca do desejável ou do necessário, aprender a aprender consiste em aprimorar as formas de vivenciar e atuar nesses processos de transformação.

Facilitar o aprender tanto das pessoas quanto das organizações requer o desenho de metodologias de construção do conhecimento e desenvolvimento de competências apropriadas. Elas devem ser baseadas na troca e no diálogo, em que a ação, a resolução de problemas e os projetos desenvolvidos em situações reais são os modos essenciais de aprender.

Da mesma forma, na direção da aprendizagem do aprender, tanto o modo individual quanto o coletivo de agir, de resolver problemas e de desenvolver projetos precisam ser constantemente objetos de reflexão, submetidos à crítica e aprimorados sistematicamente.

O trabalho com as organizações exige, no entanto, uma adequação na forma de estimular o aprender a aprender que dá uma especificidade à metodologia de desenvolvimento organizacional, quando comparada à de desenvolvimento pessoal. As organizações têm fins, modos e meios de fazer que transcendem e muitas vezes conflitam com os desejos e necessidades dos indivíduos que as constituem.

Se para aprender é fundamental o envolvimento do sujeito que aprende, a questão metodológica central na perspectiva do desenvolvimento organizacional é, então, aproximar, articular e integrar dinamicamente as aspirações e necessidades individuais com as coletivas. Essa é uma proposta de conjunção de orientações potencialmente opostas que exige uma postura criativa (Jung).

A visão de construção e funcionamento de “organizações de aprendizagem” e de “comunidades de aprendizagem” é um tipo de abordagem criativa. Nela, as pessoas e os grupos expandem continuamente sua capacidade de criar os resultados que realmente desejam; surgem novos, elevados e dialéticos padrões de raciocínio; a aspiração coletiva é libertada e as pessoas aprendem continuamente a aprender individualmente e em grupo (Senge).

Essa construção pode ser feita em cinco amplos e complexos níveis de atuação: a qualificação profissional e as condições de trabalho; a orientação mercadológica; os processos de trabalho; a visão e a orientação estratégica; e, por fim, a inserção comunitária. Esses
níveis dão origem a cinco correspondentes focos de atuação: Qualidade Profissional, Orientação para o Cliente e Mercado, Excelência na Produção e na Prestação de Serviços, Organização de Aprendizagem e Comunidade de Aprendizagem.

Em textos posteriores, vamos tratar de cada um desses cinco focos de atuação.

 

Agregando valor 8 de novembro de 2011

Como sabem os que acompanham este blog, o Programa Jovem Aprendiz Rural foi criado pela Germinal Consultoria para o SENAR de São Paulo. O currículo do Programa é composto por oficinas articuladas por projetos. O principal projeto, que é  articulador de todo o currículo é o “Tornar uma área produtiva de forma sustentável”. O projeto está dividido em cinco partes: planejar a produção agropecuária, plantar culturas diversas e preparar as instalações para a criação de animais, manejar a área de cultivo e a criação de animais, manejo integrado e colheita e, por fim, agregar valor e comercializar produtos.

Os leitores também sabem que, na Oficina de Informática, os alunos são incentivados a criar  um blog como forma de inclusão digital, prática de registro das atividades e de escrita e meio de divulgação de suas atividades.

É através de fotos publicadas em um desses blogs, o da turma de 2011 do Jovem Aprendiz Rural de Lençóis Paulista (SP), que ficamos sabendo dos resultados dessa parte do projeto, em Lençóis. As fotos já incluídas e as que se seguem permitem constatar como essa parte do projeto foi bem desenvolvida pela turma de 2011.

Parabéns aos jovens aprendizes de Lençóis Paulista!